Natal escrita por Amanda Clarke


Capítulo 1
Natal em família


Notas iniciais do capítulo

Oi, amores!

Acho que vou dar o ponta pé inicial das ones de Natal. O ideal seria postar mais perto da data, mas só posso hoje, então...

Eu amei muito essa ideia e amei mais ainda escrever essa história.

Gente, já aviso que tem cena de parto ~sei que tem gente que é sensível a isso~, não sou nenhuma especialista, mas pesquisei bastante para não escrever nada inverossímil.

Espero que gostem! ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/749948/chapter/1

"Um floco de neve é uma das mais frágeis criações, mas veja o que eles conseguem fazer quando se juntam!"

(autor desconhecido)

 

 

24 de dezembro de 2010

 

 

Isabella entrou no quarto azul pela décima terceira vez só naquele dia, ela estava inquieta. Andar por todo o apartamento não era muito recomendado no seu atual estado, mas ela não conseguia ficar parada. Incomodava, doía, parecia que ficar imóvel a deixava pior, estava agitada demais.

Ela olhou mais uma vez para o berço, que tinha um jogo de lençóis brancos bordados, e mexeu no mobile de aviõezinhos para fazê-lo girar. O quarto era todo azul, com delicadas nuvens desenhadas nas paredes e no teto, o chão tinha carpete branco, e os móveis eram da mesma cor. Havia uma prateleira com vários bichinhos de pelúcia: pássaros, aviões, balões, estrelas, tudo ligado às alturas.

Bella estava muito satisfeita por ter seguido o conselho da sua amiga Alice e usado o tema "céu" para o quarto do bebê. Aquilo tinha tudo a ver com ela, o céu era seu lugar preferido. Queria muito passar essa paixão para o seu filho, queria passar muitas coisas para seu bebê, entre elas o amor que não se lembrava de ter recebido, mas que estava muito ansiosa para dar.

Mesmo tendo perdido tanto, Isabella Swan era uma vencedora, aos dois anos de idade sobreviveu a um terrível acidente de trânsito, o acidente que levou toda sua família, seus jovens pais, Charlie e Renée Swan, ambos com apenas vinte e quatro anos na época, e sua irmã gêmea Rebecca. Bella não conseguia se lembrar deles, tinha apenas um álbum de fotografias, que foi junto com ela para o orfanato um ano após o acidente, quando sua avó materna, único parente restante, partiu vítima de câncer.

A garota de apenas três anos passou a viver em meio a outras crianças órfãs, que assim como ela tinham perdido a família. Isabella, ainda uma criança inocente, considerava aquela sua família, mas na medida em que ia crescendo, vendo seus "irmãos" sendo adotados e novos "irmãos" chegando de tempos em tempos, percebeu que aquilo ali era passageiro, não parecia uma família, não como as que ela via na TV.

Ela nunca foi adotada, não estava nos padrões, era uma menina gordinha de cabelos e olhos marrons. Pensava que se fosse loira, magra e de olhos azuis como as pessoas gostavam talvez tivesse alguma chance, mas essa só diminuiu no decorrer do tempo, quando ela foi ficando mais velha.

Bella saiu do orfanato aos dezoito anos direto para o alojamento da Universidade de Nova York, ela sabia que não teria muitas chances ao sair dali, por isso usou cada tempo vago para estudar, conseguindo assim uma bolsa de estudos, que alguns bem feitores destinavam especialmente para pessoas na sua situação. Bella estudava durante o dia e trabalhava na bilheteria de uma boate à noite.

Ela se entregava por inteira para realizar seu sonho, ou melhor, cumprir sua promessa. A promessa que fez no dia que completou dezoito anos, antes dos trinta teria uma família, e seria feliz completamente.

Bella cursou Relações Internacionais, e conheceu sua melhor amiga Alice Brandon na faculdade, a garota baixinha foi sua colega de quarto durante os três primeiros anos da graduação.

Alice era uma garota simples, e assim como Bella não tinha pais vivos, ela e sua irmã mais nova Cinthia, foram criadas pelos avós. Elas se identificaram, tinham bastante em comum, e tornaram-se amigas inseparáveis.

Bella estava na sala de parto com a amiga, quando esta deu a luz ao seu afilhado Peter, quando ainda estavam na faculdade.

Alice conheceu um cara num bar, Jasper era seu príncipe encantado, e, antes de entrar no último ano da sua formação, casou-se em Las Vegas com o piloto doze anos mais velho, engravidando do primeiro filho poucos meses depois.

Alice, Jasper e Peter eram as primeiras peças da família de Bella, e foi por meio do seu compadre que ela descobriu sua paixão pelo céu.

Jasper era um capitão, pilotava aeronaves e a incentivou a tentar um emprego de comissária de bordo. A garota recém-formada que nunca havia pisado em um avião antes se qualificou e foi contratada por uma companhia aérea.

Bella amava seu trabalho, nunca foi seu sonho ou nada disso, mas a vida pelos ares, conhecendo países e pessoas diferentes, aprendendo novas culturas pouco a pouco, se tornou sua paixão, e Bella sentiu que tinha encontrado seu lugar no mundo.

Aos vinte e sete ela já era chefe da equipe, por seu excelente desempenho e dedicação, mal parava em NY, mas quando podia dormir em seu apartamento dos sonhos, um lugar simples, porém aconchegante e seu, ela dedicava seu tempo aos "sobrinhos", Peter e Megan eram apaixonados pela tia Bells, estavam com sete e quatro anos respectivamente, e Isabella não cansava de mimá-los para desespero de Alice.

Apesar de considerar os Whitlock como família, ela ainda tinha o sonho de construir a sua própria, com marido, filhos e talvez até um cachorro.

Mas as coisas não saíram como o planejado. Ela não sabia se era porque viajava demais devido sua profissão, se tinha defeitos intoleráveis ou era apenas uma questão de azar, a questão era que ela chegou aos vinte e oito, sem nenhuma proximidade com o seu sonho.

Não tinha nem se quer um pretendente a namorado, quem dirá a marido. Seus últimos relacionamentos foram um fiasco, eles nunca queriam mais, a relação nunca evoluía, até que ela se sentia aliviada por terminar, ou o contrário.

Quando viu que seu tempo estava se esgotando, e não disposta a abrir mão de sua promessa, Isabella passou a refletir sobre as concepções de famílias da atualidade.

O conceito de família não era mais limitado a pai, mãe e filhos, e ela percebeu que não precisaria de um marido para ter sua família. Alguns meses após completar vinte e oito anos, Bella foi a mulher mais feliz ao ver o resultado positivo do exame. Ela seria mãe, a inseminação havia dado certo. Seria uma mãe independente, e enfim começaria sua família, ela e seu bebê.

Bella estava na porta do quarto quando sentiu a primeira contração, não estava preparada para aquela dor. Ainda mais estando sozinha na noite de véspera de Natal.

O avô de Jasper estava muito doente, era um senhor adorável, Bella o conheceu e amou ouvir suas histórias de guerra, não que ele tivesse estado em alguma, mas era um historiador especialista em guerras. Jasper temia que fosse a última oportunidade para ver seu velho, então ele a família tinham ido passar o Natal em Houston, Texas.

Bella não foi, achou melhor não viajar nos últimos dias da gestação, mas prometeu a Alice que passaria o Natal com Jéssica, a moça que contratara para auxiliar na casa, já que a barriga não permitia que ela fizesse muitas coisas que costumava fazer sozinha.

Logicamente, Bella havia dado folga a moça na noite de véspera de Natal, e na tarde seguinte. Aquele seria seu primeiro Natal com o filho, mesmo que ele ainda estivesse guardadinho em seu útero, queria um momento só deles. Ela só não esperava que ele resolvesse se adiantar alguns dias.

Tinha marcado a cesariana para depois do Natal, dia 27 de dezembro. Mas estava sentindo as contrações, sozinha em seu apartamento, era véspera de Natal e o relógio marcava 22h00min. E como se não bastasse, estava sendo o Natal com mais neve dos últimos anos.

Bella teve pouco tempo para pensar no que fazer, as dores das contrações estavam cada vez mais intensas, mas ainda com um espaçamento seguro. Pensou em ligar para Tanya, sua médica, mas lembrou de que ela não estava na cidade e só voltaria de viagem depois do feriado. Resolveu que a melhor opção era ligar para uma ambulância, e pegou o celular para fazer a ligação.

— Qual é a emergência? – uma voz feminina perguntou.

— Estou em trabalho de part... – Bella conseguiu falar antes de ser interrompida por uma contração. Ela se curvou com a dor, deixando o aparelho cair no chão.

Quando se recuperou, foi atrás do aparelho, mas a triste realidade a atingiu, com sua barriga não conseguiu abaixar para pegá-lo. Poderia gritar para a atendente, se o aparelho não tivesse desligado na queda encerrando a ligação.

Isabella respirou fundo e foi atrás da sua bolsa e da bolsa do bebê. Ela desceria até a portaria e pediria um táxi, poderia pedir ajuda a seus vizinhos se eles não estivessem viajando.

Bella sentiu mais uma contração no elevador, mas se recuperou antes de chegar a recepção, que para seu azar estava vazia. Claro, era Natal, folga para todos.

Bella tentou usar o telefone dali, mas a linha estava muda, talvez congestionada com as ligações de "feliz natal", ou interrompida pela neve.

— Calma, bebê. A mamãe vai dar um jeito. – ela disse acariciando sua enorme barriga.

Ela cogitou subir e bater de apartamento em apartamento até conseguir ajuda, mas ao deixar sua bolsa cair sobre o balcão, viu a chave de seu carro sendo lançada ali. Bella sorriu.

Ela sempre se virou sozinha, agora não seria diferente. Eram apenas seis quadras até o hospital, ela podia chegar sozinha, e pensando nisso, caminhou com dificuldade até a garagem.

Bella entrou em seu carro com dificuldade, há muito tempo não dirigia, afastou o banco para ter mais conforto. Respirou fundo, sem ter indício de mais uma contração e saiu do estacionamento.

Ela se arrependeu assim que saiu na rua, a neve era mais densa do que ela supunha, pouco conseguia enxergar, mas felizmente seu carro conseguiu andar por ali, pelos seus cálculos tinha cerca de sete minutos até a próxima contração, tinha que ser rápida. Porém andar em velocidade era impossível com aquela neve cobrindo o asfalto.

Isabella teve sucesso no início do percurso, mas faltando menos da metade de caminho para o hospital, ela se viu presa, a neve estava acumulada depois da esquina, as rodas do carro pareciam atoladas, ela parou sem saber o que fazer.

Não podia avançar, e também não podia retornar, havia outros carros atrás dela, mantendo-a presa ali, não tinha como dar a ré nem fazer a volta Estava num engarrafamento. Ela também não podia sair do carro, era uma nevasca afinal, enquanto o aquecedor estivesse ligado, ela e o bebê estariam seguros ali, porém ela não tinha muito tempo, se não saísse dali rápido, teria seu filho sozinha no carro e isso não poderia acontecer de forma alguma. Então sentiu outra contração.

***

Edward estava atrasado para festa de Natal pela terceira vez consecutiva. Não que ele não gostasse de passar momentos em família, mas também não era sua atividade preferida.

Edward já não era o filho ou neto preferido, desde que ele trocou o curso de direito pelo de enfermagem, perdeu seu posto de queridinho para sua irmã Rosalie, que para sua sorte e felicidade dos seus pais e avós decidiu ser uma advogada e assumir o escritório da família futuramente.

Os Cullen eram uma família tradicional de advogados em NY, segundo histórias, desde que seu tetravô veio morar na América o sobrenome virou referência em Direito no estado.

Edward odiava viver numa família de advogados, é claro que um primo ou outro fazia algo diferente, mas as reuniões de família eram sempre cheias de termos jurídicos, ele se lembrava de ficar muito confuso quando mais novo e detestar aquelas palavras difíceis. Mas a ideia de ser um advogado foi plantada em sua mente desde muito novo, ao crescer Edward não pensou em nenhuma outra possibilidade antes de se matricular no curso em Columbia, universidade na qual todos os seus parentes estudaram e eram bem feitores.

Bastaram apenas dois semestres para que ele caísse em si e se perguntasse o que estava fazendo ali. Edward não se interessava pelo tema, odiava palavras difíceis e era péssimo em persuadir, definitivamente seria um péssimo advogado. Então chegou a conclusão que não queria ser um.

Para o rapaz de dezenove anos, trabalhar com algo que não gostava era inconcebível. Difícil foi contar isso para a família.

Carlisle tentou de todas as formas convencê-lo a não trancar a faculdade, assim como sua mãe Esme, mas ele foi irredutível. Então seu avô, como um bom advogado que era, fez um acordo com o neto. Deu a Edward um ano de viagens pelo mundo, ele deveria fazer desta um aprendizado, e se no fim desse ano ele não encontrasse algo que realmente gostasse de fazer, voltaria para o curso de Direito.

Edward aceitou logicamente, que cara de dezenove anos em sã consciência iria negar uma viagem com tudo pago pelo mundo? Mas diferente da maioria dos jovens com dinheiro, ele não foi para os principais pontos turísticos, levou o lance do aprendizado muito a sério, e visitou países que não estavam no itinerário turístico da maioria. Viu de perto guerras, pobreza, fome, desastres naturais, violência e muitas outras coisas ignoradas pela sociedade. Aquele realmente foi o melhor aprendizado de sua vida.

Quando voltou da sua viagem Edward já tinha tomado uma decisão, queria ajudar as pessoas. Pensou muito em ser um médico, mas estava eufórico e impaciente para colocar em prática suas boas ações, não teria paciência em estudar mais de dez anos para poder finalmente exercer sua profissão. Então decidiu ser um enfermeiro. Ele não teria o lugar de destaque no hospital como os médicos, mas estaria ali todos os dias, cuidaria das pessoas e seria nobre do mesmo jeito.

Sua família ainda tinha esperanças que ele voltasse para o caminho “certo”, mas ele não voltou, e eles tiveram que aceitar.

Aos trinta e um, Edward podia dizer que era um homem realizado, tinha um bom apartamento, um bom carro, um bom emprego na ala pediátrica de um grande hospital. Ele não pensava em algo mais que poderia querer, ao contrário de sua família.

Edward não era casado e muito menos tinha filhos, diferente de sua irmã Rose, que, quatro anos mais nova, tinha um casamento de oito anos e duas crianças. Edward podia enxergar claramente a felicidade estampada no rosto da irmã por ter Emmett, Lilly e Jason em sua vida, porém ele nunca sentiu inveja daquilo, nunca sentiu vontade de ter aquilo, parecia estranho, mas para ele tudo estava bom do jeito que estava.

Ele ainda não sabia por que diabos estava com aquele anel de noivado no bolso, se não queria aquilo.

Edward conheceu Kate Denali ainda criança, ela era mais velha três anos, filha de um grande amigo da família. Eles sempre foram amigos, por estarem sempre juntos nos eventos de família, mas foi sempre apenas isso. Mas quando ele voltou de viagem para começar a faculdade Kate mostrou outro tipo de interesse. Ele se animou, tinha vinte e um e ia começar a faculdade, ter uma garota bonita, divertida e veterana como namorada seria ótimo, que cara negaria?

Porém os anos foram se passando, Kate se formou advogada, era adorada por sua família ‒ ele tinha certeza que havia ganhado pontos com os pais por namorar a garota ‒ e o relacionamento continuava da mesma forma, parado.

Não que ele não gostasse dela, ela era sua melhor amiga e confidente, uma pessoa boa e ele definitivamente a amava, porém não o bastante para se casar. Não era esse tipo de amor.

Depois de dez anos de relacionamento, ele não tinha coragem para ter essa conversa com ela, era perceptível que Kate queria se casar, ela já tinha trinta e quatro, e sempre soltava uma indireta dizendo que queria filhos antes dos quarenta. Isso não estava nos planos de Edward, mas mesmo assim havia comprado aquele anel. Seu pai havia tido uma longa conversa com ele, sobre assumir responsabilidades.

Edward bufou ao lembrar-se disso. Como se ele fosse algum moleque irresponsável! Ele era independente e não precisava da família para nada. Mas deu alguma razão as palavras do pai, principalmente sobre ele estar enrolando Kate.

Por isso havia comprado o anel, por isso havia decidido seguir o conselho de Carlisle e fazer o pedido na festa de Natal. Não era bem o que ele queria, mas ele também não queria nenhuma outra coisa.

Ele poderia levar esse noivado por mais uns anos também, até se sentir pronto para um casamento, e talvez a paternidade. Mas isso não seria justo com Kate, ele precisava tomar coragem e dar um fim nesse namoro. Ele poderia namorá-la para o resto da vida, mas não casar com ela, essa era a verdade. E se era isso que ela queria, ele não seria capaz de continuar.

O tempo preso no carro foi muito útil para a sua reflexão, mas já estava entediado de ficar ali. Aquilo já estava insuportável, as pessoas atrás dele buzinaram enlouquecidas até se cansarem e ele estava começando a ter dor de cabeça. Estava preso na neve, que já havia se acumulado bastante envolta do carro. Provavelmente passaria o Natal ali.

Ele não se arriscaria em sair do carro com todo aquele gelo, o caminhão da prefeitura já trabalhava em descongestionar a rua, para a felicidade das pessoas ali, mas a neve continuava a cair incessantemente dificultando o trabalho. Se ele estivesse perto de casa, arriscaria escapar andando, mas estava longe e sem coragem de encarar o frio.

Olhou no relógio. 23h40min.

Sua família e namorada deveriam estar xingando ele. Talvez escolher tirar plantão na véspera de Natal não fosse uma boa ideia, mas ele fazia isso quase sempre.

Saíra do plantão as 21h00min, passou em casa, tomou um banho e tirou um cochilo de uma hora, em seguida se arrumou e se pôs a caminho da casa dos pais, que ficava numa área mais residencial, com casas imensas e árvores.

Ele estava preso ali desde as 22h30min aproximadamente, o carro a sua frente não conseguiu mais avançar por conta da neve, ele ficou preso logo atrás.

Talvez o destino tivesse tentando mostrá-lo o que fazer, ou melhor, o que não fazer. Ele não conseguiria chegar à festa a tempo, não faria pedido algum durante a ceia, porque não era para ser. Simples assim.

Mas pensou que seria bom avisar a alguém da família sobre sua situação, não queria preocupar ninguém, então resolveu que ligaria para a irmã. Ela era a única que não encheria sua paciência. Rosalie não o criticava por não ser um advogado, muito menos queria que ele se casasse com Kate, a irmã já o tinha aconselhado várias vezes sobre o relacionamento não ter futuro.

Alcançou o celular no banco do carona, notando que estava ficando sem bateria. Ele vivia esquecendo-se de carregar o aparelho.

A área estava péssima e ele não conseguiu completar a ligação de primeira, mais duas tentativas e nada. Na última o telefone chamou, mas ele tinha que ser rápido o aparelho desligaria a qualquer momento.

— Cadê você? ‒ Rose perguntou preocupada.

— Preso no trânsito por conta da neve.

— Nossa! O que pretende fazer?

— Estão tentando limpar a pista, mas não acho que saia daqui antes da meia noite, e, além disso, está muito frio para sair andando por aí. Meu celular vai descarregar, avise a todos.

— Certo. Feliz Natal, irmão.

— Feliz...

A ligação caiu.

Edward olhou para o celular desligando e o jogou de volta no banco. Ligou o limpador de para-brisas tentando enxergar algo do lado de fora. Pode ver o caminhão trabalhando em tirar a neve do caminho. Ficou com pena da equipe por estarem trabalhando no Natal, mas pensando bem, estavam melhor que ele, pois estavam recebendo um salário para estar ali naquela noite fria, ele não.

Edward já ia recostando o banco para esperar mais confortavelmente quando ouviu um grito. Os atrasados tinham cansado das buzinas, por isso ele pôde ouvir claramente, mesmo com o carro fechado.

Será que alguém estava surtando por passar a noite de Natal na rua?

Poucos segundos depois ele ouviu novamente. Era um grito de mulher, um grito de dor, junto à palavra “Ajuda”.

Edward não pensou duas vezes antes de abrir o carro, ou tentar. A neve atrapalhava um pouco a porta, mas depois de um tempo ele conseguiu.

O frio fez ele se encolher no casaco e seus pés afundaram na neve. Ele olhou em volta, uma garota, que aparentava uns vinte anos, saiu do carro atrás do dele.

— Foi você quem gritou? ‒ ele perguntou a garota.

— Não. Mas também ouvi gritos.

Então ouviram mais um grito, estava vindo do carro da frente. Edward e a garota caminharam para o carro da frente, lutando para não escorregar no gelo.

Edward bateu no vidro do carona.

— Me ajuda, por favor.  ‒ uma voz de mulher pediu. O veículo foi destravado.

Edward abriu a porta do carona. A motorista do carro tremeu com o frio.

O homem ficou chocado com o que viu, entrando automaticamente no modo profissional.

— Ligue para uma ambulância, rápido! ‒ Edward gritou para a garota atrás dele. — Tem uma mulher em trabalho de parto aqui.

Ele não ouviu a resposta da garota, apenas entrou no banco do carona e fechou a porta para impedir que o frio e a neve entrassem no veículo.

A mulher estava no lado do motorista, o banco completamente reclinado, praticamente deitado. Isso era bom.

— Fique calma, eu vou te ajudar. ‒ Edward disse tentando ele mesmo se acalmar. Tudo bem que ele era um enfermeiro, mas nunca tinha participado de um parto antes, muito menos feito um.

— Meu filho, ele não pode nascer aqui. ‒ Bella disse desesperada.

Edward a observou. Ela tinha um vestido longo e grosso embolado em cima da barriga e o casaco aberto. Estava deitada no banco, com os pés apoiados no painel do carro. Ele não tinha uma boa visibilidade naquela posição, precisava ver a situação do parto.

— Eu pedi pra chamarem uma ambulância, mas não sei se vão conseguir chegar aqui a tempo. Há muita neve lá fora. ‒ Edward explicou, segurando a mão da mulher, que a apertou sentindo mais uma contração.

— Eu preciso ir ao banheiro. ‒ Bella choramingou desesperada.

— Isso quer dizer que está na hora. Vamos ter que fazer o parto agora. ‒ Edward disse nervoso.

— Eu não... Você sabe? ‒ Bella perguntou chorando.

— Nunca fiz um parto antes, mas sou enfermeiro, posso te ajudar,...

— Bella. ‒ ela sussurrou seu nome.

— Certo, Bella. Você precisa ser forte e trabalhar em equipe comigo, ok?

— Tá, só salva o meu filho, por favor. ‒ ela implorou.

— Eu preciso que fique calma, pelo bem de vocês. Respire pelo nariz e solte pela boca, lentamente. ‒ Edward instruiu.

Bella seguiu as instruções de Edward, as mesmas que havia aprendido no curso que fizera, porém era a última coisa que se lembraria sentindo as dores do parto.

— Agora preciso que você vire de lado, vai ser melhor para eu ver o bebê. Você consegue fazer isso?

Ela negou com um aceno.

— Tudo bem, eu vou ajudar você.

Edward posicionou o corpo da mulher, de lado no banco, de frente para a janela. Pediu licença e retirou a calcinha de Bella, levantando a perna dela de modo que ficasse apoiada no volante para que ela ficasse aberta para a passagem do bebê.

Nesse momento Bella sentiu mais uma forte contração.

Edward olhou para a vagina da mulher e pode ver que a cabeça da criança já começava a aparecer, ele tinha sorte de não se impressionar com sangue e essas coisas por conta da sua profissão.

Ele revirou a bolsa da mulher, que estava sendo espremida por ele no banco do carona e achou um frasco de álcool em gel, higienizando as mãos, era o máximo que ele poderia fazer, não tinha luvas ao seu alcance.

Bella gritou mais uma vez, trazendo a atenção de Edward de volta para si. O homem estava tomado pela adrenalina, e não conseguia pensar muito bem. Ele tinha algumas noções básicas, e agiu no automático.

Edward pôs-se atrás da mulher. As mãos preparadas para segurar o bebê assim que fosse necessário.

— Vamos, Bella. Eu já posso vê-lo. Faça força. ‒ Edward pediu.

— Eu não consigo. ‒ ela gritou.

— Sim, você consegue. ‒ o bebê já tinha toda a cabeça de fora, de frente para Edward, na posição certa.

Bella gritou desesperadamente e fez toda a força que ainda restava em seu corpo depois de quase duas horas de trabalho de parto dentro de um carro.

O bebê girou a cabeça para o lado e Edward a segurou para ampará-lo. Bella empurrou mais uma vez e Edward teve todo o corpinho do bebê em suas mãos estendidas.

Bella respirou arfante tentando recuperar o fôlego.

Edward fez o necessário para que o bebê chorasse e sorriu ao olhar para a criança. Era um menino robusto, e mesmo todo sujo parecia lindo, apesar de ter cara de joelho como qualquer outro bebê recém-nascido. O enfermeiro não entendeu muito bem aquele sentimento, talvez tivesse algo a ver com o fato dele ter feito o parto. A sensação era maravilhosa. Ele não conseguia parar de sorrir como um bobo.

Bella se virou, deitando de costas no banco quando ouviu o choro do seu pequeno, seu filho havia nascido, e mesmo naquela situação adversa estava chorando bem alto. Isso provavelmente queria dizer que ele estava saudável, que tinha bons pulmões.

Edward olhou no relógio. 00h01min.

— Você tem um belo presente de Natal, Bella. ‒ disse colocando o bebê sobre o colo da mãe, não podia esticar muito o cordão umbilical que ainda estava ligado à placenta, e não havia com o que cortá-lo ali, mas isso não era problema por enquanto, quanto mais tempo o bebê ficasse em contato com a placenta, mais sangue receberia, isso era importante para a prevenção de doenças como anemia.

Bella sorriu olhando para o seu garotinho. Sua família. A sensação de ver o rostinho do seu bebê pela primeira vez era incrível, nem em seus melhores sonhos ela pôde sequer chegar perto dessa sensação.

— Obrigada. Muito Obrigada. ‒ ela repetiu para o desconhecido que olhava admirado para mãe e filho.

— Não precisa me agradecer, eu só fiz o que devia ser feito. ‒ Edward respondeu, procurando na bolsa do bebê no banco de trás do carro um cobertor para aquecer a criança. Com toda aquela neve do lado de fora era perigoso que o garotinho ficasse desprotegido.

— Eu não deveria ter saído dirigindo sozinha para o hospital, ainda mais com esse tempo. ‒ Bella disse ainda sem tirar os olhos do seu filho.

— Você tem razão. Teve sorte de eu estar preso logo atrás de você e ter alguma noção de como fazer isso. ‒ ele disse sorrindo.

— Eu jamais vou conseguir te agradecer.

— Eu já disse que não é necessário. Eu só fiz o mínimo que poderia aqui, logo, logo, a ambulância chega e vocês terão um cuidado adequado. ‒ Edward prometeu.

Esperava sinceramente que eles conseguissem passar por todo aquele gelo para resgatar mãe e filho. Eles necessitavam de cuidados especiais.

— Você não me disse seu nome. ‒ Bella falou, pela primeira vez reparando de verdade no homem que a havia ajudado.

— Edward, Edward Cullen. ‒ ele se apresentou.

— É um lindo nome. ‒ Bella disse parecendo aliviada. — Seria terrível se você tivesse um nome feio.

— Por quê? ‒ Edward perguntou confuso.

— Não gostaria de dar um nome feio ao meu filho. ‒ Bella sorriu, um sorriso cansado. Olhou do homem para o menino.

— Você vai...

— Sim, Edward é um lindo nome para meu filho.

— Eu não sei o que dizer. ‒ o ruivo estava lisonjeado.

— Não precisa dizer nada, você já fez o bastante por nós essa noite.

— Considere como um presente de Natal. ‒ Edward sorriu.

— Foi o melhor presente.

— Eu não tenho dúvidas disso.

Bella finalmente havia realizado seu sonho, e sentia no fundo de sua alma que as coisas seriam melhores do que ela imaginou. Edward não sabia o que tinha mudado dentro dele, mas tinha certeza que não era o mesmo homem depois de ajudar a trazer seu pequeno xará ao mundo, ele passou a querer coisas que não nunca quis antes.

 

 

 24 de dezembro de 2017

 

 

Isabella entrou no quarto azul pela terceira vez naquela noite, a decoração havia mudado pouca coisa, o berço tinha dado lugar a uma cama, o trocador a uma escrivaninha, as nuvens pintadas nas paredes tinham alguns personagens dos Vingadores voando sobre elas.  Mas ainda era o céu ali. O mesmo tema desde que seu filho era bebê.

Agora era um garotinho prestes a completar sete anos, uma cópia perfeita sua, com os mesmos olhos e cabelos castanhos. E por ter nascido no Natal tinha comemorações em dobro e presentes em dobro também. Mas ele não queria largar aquele vídeo game, o que estava deixando Bella irritada. Já era a terceira vez que ela o chamava para o banho. Logo a festa de Natal começaria, e ele ainda estava vidrado naquele jogo de corridas.

— Edward, eu não vou falar mais uma vez. ‒ ela disse parando atrás do filho que estava sentado no tapete de seu quarto.

— Eu já vou, mamãe.

— Se você não desligar isso agora mesmo, vou puxar a tomada e não vai salvar nada. ‒ ela ameaçou, essa era uma técnica eficaz.

— Tudo bem, mamãe. Estou desligando, pronto. ‒ o menino disse após salvar a fase do jogo na qual estava.

Imão bobo. ‒ Renesmee que estava no colo da mãe falou para o irmão mais velho.

— Ei! ‒ o menino protestou. Mas se levantou e foi brincar com a pequena que sorria sapeca para ele.

— Bobo não, filha. Teimoso, seu irmão é um teimoso. ‒ Bella falou beijando a bochecha da garotinha de dois anos.

Bella tinha chegado onde queria afinal, tinha sua família, a família que sempre sonhou. Ela não poderia ser mais feliz, ou talvez pudesse. Ninguém sabia o que poderia acontecer futuramente, a vida era uma caixinha de surpresas e ela havia sido generosa com Isabella, pelo menos em algumas partes.

Ser mãe foi a melhor decisão que ela havia tomado na vida, seu mundo nunca mais foi o mesmo depois que seu pequeno nasceu no meio de toda aquela neve sete Natais atrás. E quando Renesmee nasceu dois dias antes de seu aniversário de trinta e quatro anos ela se sentiu ainda mais completa.

Renesmee havia nascido em uma situação mais confortável, ela estava devidamente instalada em uma sala de parto no hospital quando deu a luz à filha caçula, apesar de que último parto durou três horas a mais que o primeiro.

O método conceptivo também foi diferente da primeira gestação, a filha havia sido concebida durante uma noite de sexo quente com seu marido. Ela havia se casado dois anos após o nascimento do filho, por mais que tivesse desistido da ideia de família tradicional, ela acabou tendo uma, e não reclamava nenhum pouco disso. Era muito feliz com o que a vida tinha reservado para ela.

Bella teve que abrir mão do céu para cuidar da sua família, ela não deixou de trabalhar, apenas mudou de função, passando para um cargo administrativo na mesma companhia aérea. Ela amava viajar pelo mundo, mas amava mais ainda passar o máximo de tempo possível com sua família. Colocar seus filhos para dormir todas as noites e fazer amor apaixonadamente com seu marido, bem, quando as crianças permitiam. Ela definitivamente tinha a vida que sempre quis.

A festa de Natal naquele ano seria em seu apartamento, não o mesmo que morava antes, mas um maior para as crianças terem espaço. Eles costumavam revezar, algumas vezes era na casa dos Whitlock, outras na casa dos sogros ou da cunhada. O importante é que a família estava sempre reunida.

E na noite do dia vinte e cinco sempre tinha a festa do filho, geralmente em algum salão grande o suficiente para caber todos os coleguinhas do garoto, que eram muitos, considerando que seu filho era a criança mais comunicativa que ela conhecia.

Depois das crianças prontas, Bella foi até a sala receber as pessoas que já começavam a chegar, ela amava a casa cheia, principalmente na sua data preferida.

***

Edward estava atrasado para festa de Natal mais uma vez. Ele tentava a todo custo chegar no horário nos lugares, mas era algo impossível para ele. Sua mãe dizia que ele era assim porque nasceu de dez meses. Atrasou-se até para nascer.

Estava nevando naquela véspera de Natal, e ele tinha ficado de plantão até às 22h00min, sabia que seria difícil chegar cedo a casa, por conta de toda aquela neve não podia ir muito rápido, mas para sua sorte as ruas aquele ano a nove não havia interditado nenhuma rua.

Edward sorriu ao lembrar-se do sufoco que passou sete anos atrás. Nunca mais foi o mesmo desde aquela noite.

Ele finalmente havia enxergado o lugar dele no mundo de forma completa, havia entendido que as coisas tinham um momento certo para acontecer. E as coisas definitivamente aconteceram para ele depois daquilo.

Naquele ano ficar preso na neve e fazer o parto daquela mulher o impediu de pedir Kate em casamento, aquilo não deveria acontecer naquele momento. Ele ainda não estava preparado para aquele passo, mas, depois de presenciar o amor mais puro entre aquela mãe e o bebê, decidiu que queria aquilo para ele. No Natal do ano seguinte estava de joelhos perante toda sua família pedindo sua namorada em casamento.

Edward finalmente era um cara realizado. Ele nunca imaginou que algo que nunca quis pudesse ser tão essencial para sua vida. E ao chegar à porta de sua casa naquela noite, ele era o homem mais feliz do mundo, pois não havia outro lugar onde queria estar.

Edward entrou em seu apartamento sendo recebido pelos olhares de seus familiares e amigos que comiam e conversavam na sala, mas mal deu um passo para dentro e foi atacado por duas crianças. Seus filhos.

— Papai! ‒ EJ pulou em seu colo. Sendo seguido por sua princesinha, uma exata cópia sua em versão feminina, que veio correndo desajeitada atrás do irmão e agarrou sua perna.

Edward abaixou pegando a menina com o braço livre. Beijou cada um dos filhos, seus bens mais preciosos.

— Se não chegasse atrasado não seria meu filho. ‒ sua mãe brincou.

— Boa noite pra você também, mamãe. ‒ Edward sorriu para Esme.

Ele estava se dando bem melhor com seus pais nos últimos tempos, finalmente havia entendido ‒ fora a parte do Direito ‒ que seus pais só queriam que ele experimentasse a mesma felicidade que eles ao construir uma família.

— Não adianta Esme, ele não tem jeito. Mas pelo menos chegou antes da meia noite. ‒ sua esposa se aproximou beijando seus lábios. Edward quis muito aprofundar aquele beijo, mas tinha seus filhos no colo e muita gente em volta. Ele sabia que com toda aquela festa e as crianças ansiosas pelo papai Noel ele mal tocaria em Bella naquela noite.

— Só preciso de um banho, e já vou estar apresentável. ‒ ele prometeu colocando as crianças no chão.

— Sua roupa está sobre a cama. ‒ Bella avisou.

— Você poderia me ajudar com o banho. ‒ ele sussurrou para a mulher.

— Nem pense nisso, a casa está cheia, todos iriam ouvir. ‒ Bella respondeu com uma risadinha.

— Com certeza, tinha me esquecido que tinha uma esposa escandalosa. ‒ ele provocou.

Bella estreitou os olhos.

— Ou talvez eu seja bom demais na coisa para você conseguir não gritar.

— Vá logo para o banho! ‒ Bella ordenou, dando um leve tapa no ombro do marido.

— Eu amo você. ‒ Edward roubou mais um beijo da mulher.

— Eu também te amo, querido. — Bella sorriu realizada por poder dizer essas palavras.

O casal havia sido unido pelo destino. Como dizia aquele velho ditado “Deus escreve certo por linhas tortas”, as linhas dos dois definitivamente se cruzaram. Não foi como esperavam, na verdade, ninguém esperaria aquilo. Mas aconteceu exatamente do jeito que tinha que acontecer.

Uma grávida não deveria sair dirigindo por aí no meio de uma nevasca; também não era de bom feitio chegar atrasado à festa de Natal, muito menos quando se pretendia pedir alguém em casamento. Edward não esperava que fosse realizar um parto algum dia em sua vida e Bella não esperava ter seu bebê dentro de um carro com a ajuda de um estranho. Mas aquilo aconteceu, e depois daquela noite muitas outras coisas aconteceram também.

Edward não conseguiu se afastar daquela mulher e nem do garoto que levava seu nome; Bella sentia cada vez mais a necessidade de ter aquele estranho por perto. Edward virou pai do menino antes mesmo que tomasse consciência disso; Bella encontrou o homem da sua vida antes mesmo de entender o que era estar apaixonada.

As coisas simplesmente aconteceram naturalmente. E eles estavam juntos desde então, primeiro por gratidão, depois por  amizade, a paixão veio logo em seguida e finalmente amor.

Os sonhos estavam realizados, até mesmo os que nunca foram sonhados. Talvez existisse mesmo alguma magia no Natal.

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então? O que acharam?

Eu amei demais essa história, já reli umas três vezes, nem acredito que eu escrevi essa fofura.

Mereço comentários, favoritos e recomendações? ~carinha do gato de botas~

Provavelmente essa vai ser a última coisa que postarei esse ano, não tenho certeza, TALVEZ na semana que vem role um capítulo em EOaLA, ou uma pequena one de ano novo, mas não prometo nada.

PS. Vocês já viram minha nova fic? Segue o link: https://fanfiction.com.br/historia/749640/Se_roubei_seu_coracao/

Feliz Natal!!! E um Próspero ano novo se a gente não se ver até lá.

Beijinhos!

19/12/17