Prefácio de Uma Vampira escrita por Gabriela Cavalcante


Capítulo 15
Para Sempre


Notas iniciais do capítulo

Oi meus lindos leitores!
Só queria informar - e agradecer - que no capítulo passado, o que se chama Flores, o Prefácio aqui passou dos 100 reviews!! Isso é uma coisa muito boa.
Nas notas finais eu falo com vocês de novo, aliás, eu e o Emmett, que agora está tomando conta da fic...



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Nota Inicial do Emmett:

 

Edward continua lá, parado. Eu realmente não sei o que fazer. Nem sei o que ele vai fazer. Mas eu, certamente, tenho que fazer ALGUMA COISA. Se não, o topetudo vai me internar numa clínica psíquica, aí já era pra mim.

- Edward, o que ela ouviu? – perguntei, uma pontada de esperança ainda brotando da minha imaginação exclusivamente fértil.

- Ela ouviu tudo.

Pronto, já era de vez. Esperança sumindo...

- E por que você não avisou?

- Ela não estava pensando em nada concreto, nada que me fizesse achar que ela está aqui.

- Você não diz que sente cheiro?

- Pare de perguntas. Faça alguma coisa.

Comecei a achar que ele fez tudo de propósito.

- E o que eu faço agora? – Eu já estava mais nervoso que o normal.

- Eu não sei. Só sei que eu vou sair daqui. – Ele ia saindo, quando acrescentou: - Não faça bobagem.

Como se isso fosse possível! Aí ele saiu PELA JANELA!

Ai, meu Deus... O que eu faço agora?

 

Rosalie

 

Eu não ouvi nenhum dos dois se mexer – como se fosse possível ouvir algum passo de Edward. Fiquei ali parada, sentada no chão, com uma sacola de mercado ao meu lado, as lágrimas descendo ferozmente.

O QUE EU VOU FAZER?

Escutei a voz de Emmett novamente:

- Edward, o que ela ouviu?

- Ela ouviu tudo.

- E por que você não avisou?

- Ela não estava pensando em nada concreto, nada que me fizesse achar que ela está aqui.

- Você não diz que sente cheiro?

- Pare de perguntas. Faça alguma coisa – Edward sugeriu.

- E o que eu faço agora? – a voz de Emm falhou no pronome.

- Eu não sei. Só sei que vou sair daqui – Edward parou. – Não faça bobagem.

Como se isso fosse possível! Nós dois só fazemos bobagem.

Ai, meu Deus... O que eu faço agora?

Não tive tempo para pensar. Ouvi alguns passos vindos em minha direção e o barulho da porta se abrindo. Agora eu estava atrás dela, sentada, encostada na parede. Atrás da porta. Eu me encolhi.

Ele não me olhou; pelo menos não diretamente. Ficou encostado na porta, talvez esperando que eu dissesse alguma coisa. Eu esperava o mesmo dele. Duas amebas; apenas isso. Nada mais. Aquela angústia sumira, de repente, assim que ele saiu do quarto e começou a me encarar. Entretanto, deu lugar a outro sentimento. Eu estava... Feliz!?

- Emmett... – murmurei entre dentes. Ele não me respondeu. Mas também não continuou parado, pegou em minha mão e me ajudou a levantar. Senti uma coisa que me trouxe o impulso de abraçá-lo. Não consegui controlar esse impulso e passei os braços por seu pescoço. Ele ficou um pouco confuso, mas retribuiu o meu gesto.

Pegou em minha mão e me levou para dentro do quarto, fechando a porta. Puxou uma cadeira ao lado da janela para que eu sentasse. Puxou outra e sentou na minha frente, olhando para mim. Isso me deixou confusa.

- O que aconteceu, Emmett? – perguntei sem pensar.

- Eu não sei.

- E então... Por que... Como... Ai... – Não consegui completar nenhuma pergunta. Não consegui pronunciar nenhuma frase por completo. As gavetinhas haviam saído do lugar mais uma vez.

Ele riu. Um bom sinal.

- Desculpe.

- Eu já disse que você não precisa se desculpar de nada. A culpa foi minha. Sempre foi minha. Eu que sempre fiz bobagem, eu sou uma ameba. Você tem razão. Nós dois temos. – Fiquei surpresa com a quantidade de palavras que saíram da minha boca de uma só vez. Isso não era tão comum.

- Tem razão. A culpa sempre foi sua.

O que? Não era pra ele concordar com isso.

Mas ele se explicou:

- A culpa é sua por ter feito isso comigo, Rosalie. Se você não fosse tão... assim, talvez eu não teria feito isso.

- Assim?

- É, Rose. Assim. Você sabe... – ele parou. – Você é bonita, inteligente... E estava sempre perto de mim. Como eu poderia evitar? – Essa pergunta não era pra mim, nem era pra ser respondida.

- Desculpa...

- Também não tenho nada a desculpar. A culpa é sua, mas você não tem culpa.

Fiz cara de desentendida.

- Você entendeu.

Sim, eu tinha entendido. Mais do que eu esperava. E agora uma pulsação forte tomava conta de mim, eu não sabia se estava realmente feliz. Mas feliz com o que? Eu tinha motivos? Naquela hora, eu deixei que a felicidade esquisita tomasse conta de mim e o abracei novamente.

- O que nós vamos fazer agora? – soltei sem pensar.

- Eu não sei, Rose – ele respondeu. – Só não pode continuar assim, desse jeito. Vai ser muito estranho depois disso. – Sua voz falhou na última palavra.

Sim, seria estranho. Seria estranho olhar pra ele todos os dias e fingir que nada disso aconteceu. Seria estranho abraçá-lo ignorando que ele me via como mais que uma amiga. Seria estranho fazer o que ele está fazendo agora: fitando meus olhos em silêncio.

E o pior de tudo é que eu também o fitava, não conseguindo desviar por nenhum momento sequer. Um olhar profundo, que cada vez mais aumentava a profundidade. Como mergulhar, mas sem conseguir voltar à superfície, e não quisesse mesmo voltar, por opção.

E aconteceu de novo. Mais um beijo. Só que dessa vez foi ele.

 

[...]

 

- Eu sei, Rosalie, não precisa dizer nada – ele interrompeu algo que eu ia dizer mas que ficou preso na garganta. – Desculpa. Eu não devia ter feito isso e...

Eu o interrompi. Eu o beijei, mas não sabia o porquê. Chorando, na verdade, com lágrimas descendo na velocidade dos meus pensamentos, fazendo com que eu me sentisse idiota (ou ameba) por estar feliz.

Ele segurou meus ombros, com a expressão confusa, que eu não conseguia decifrar por completo.

- O que está acontecendo? – Seus olhos se fixavam nos meus, estranhamente intensos. Eu não consegui responder à pergunta. – O que está acontecendo... com a gente?

- Eu não sei, Emmett – respondi sem desviar o olhar.

- Mas então... O que vamos fazer agora?

- Eu não sei.

- Vai ser mais estranho do que eu imaginava. Acha que eu devo ir embora, fugir pra outro lugar? Se preferir assim, tudo bem...

- Não, Emmett! – Eu o abracei novamente, enterrando a cabeça em seu peito. – Fique, por favor!

- Eu estou confuso.

Era o comentário perfeito.

- Eu também. Mas não quero que você vá embora. Acho que eu não... suportaria ficar longe de você de novo. Não me deixe... Não de novo...

- Tudo bem, mas eu não sei o que você quer com isso. De qualquer jeito, vamos ter que nos olhar e conviver todos os dias, ignorando o que aconteceu hoje. Vai ser estranho demais. Porque eu não vou conseguir esquecer.

- Nem eu. E nem quero esquecer. – Aquilo estava se tornando sincero demais.

- Por que?

Eu não sabia a resposta. Mas eu não queria esquecer aquilo, nem pensar. A angústia estranha que eu vinha sentindo tomou conta de mim mais uma vez. Forcei ainda mais o abraço, tentando prolongar o momento até que ele saísse correndo dali.

- Porque eu também. – Minha voz saiu num fiapo.

Ele afrouxou o abraço e me afastou. A expressão confusa me fitava mais uma vez. Senti um frio na barriga inédito; o sangue indo para as extremidades do meu corpo, preparado para qualquer reação me deixou um pouco tonta.

- Você também? – ele parou. - Não é mesmo à toa que somos duas amebas. Mas já que somos da mesma espécie científica, acho que deveríamos entender o que o outro diz. Será que a ameba pode me explicar o que quer dizer?

Eu senti vontade de rir da piada fora de hora, mas não era o momento mesmo. Talvez ele pudesse de verdade ler meus olhos e saber o que eu quero, pois naquele momento, o que eu mais precisava era não ficar nervosa. E a história das amebas me fez relaxar um pouco. Era o momento; eu tinha de dizer a verdade. Esse tempo todo eu sabia disso e não tinha coragem de assumir. E agora tudo fazia mais sentido, minha mente estava aberta, meu coração estava calmo e eu tinha que estar pronta para a descoberta que acabara de fazer. Como fui... uma ameba.

- Eu também gosto de você – eu parei e olhei para minhas mãos, pousadas em minha perna e tentava me distrair para que a minha voz não falhasse tanto. – Quero dizer... Mais do que eu pensava. – Olhei pra ele novamente; sua expressão agora era um tanto curiosa. Talvez eu devesse prosseguir. – Emmett, se lembra do que eu te disse naquele dia, que você me tirou do banco da praça e eu acabei fazendo besteira e você saiu correndo?

- Eu acho que sim. Naquele dia você me disse muitas coisas, foi um dia comprido. – Ele desviou o olhar por um instante e tornou a olhar pra mim. – Mas a que exatamente você está se referindo?

Eu suspirei. Não era possível que ele não se lembrasse. Naquele dia, naquele cenário maravilhoso, no nosso lugar, em Seattle. Com aquele pôr-do-sol e a trilha sonora do canto dos pássaros, o mar que caía em ondas inquietas. Não era possível que ele não se lembrasse.

- Quando você falou que sonhava comigo. E tentou me explicar, mas na hora eu não entendi. Porque eu era uma ameba. – Eu parei, escutando seu riso baixo. – Você ia acabar e eu te interrompi. Eu disse que... – Meus olhos baixaram por um instante e voltaram a ele. – Eu disse que te amava.

Eu não parei para pensar em qual seria a reação dele.

- Chega, Rosalie! Estamos enrolando demais, isso já está meloso e dramático demais! – Ele me assustou, fazendo as lágrimas saírem mais depressa. Levantou-se da cadeira num pulo e eu continuei sentada. Tive de levantar a cabeça para alcançar seus olhos – Vamos entender uma coisa, Rosalie! – Ele parou e pareceu relaxar. Suspirou, colocou a mão na testa e me olhou novamente. – Eu te amo.

Paralisei por um momento.

- Tudo bem, e o que vamos fazer? – Eu me levantei de repente, evitando ficar de frente pra ele. Meu coração acelerou e a angústia finalmente foi embora.

Eu não costumava ter tempo para pensar, mas naquele momento eu pensei em tudo que não tive tempo para pensar ainda. Eve, ou Victoria, tanto fazia, tinha ido comigo para comprar um perfume. Ela se escondeu atrás do pacote quando Emmett apareceu. Era pra ele não reconhecê-la, com certeza. E no dia em que eu a conheci ela quase me afogou num abraço escandaloso. Depois que comecei a namorar James, ela passou a me ignorar e decidiu não ir com a minha cara.

Tudo agora se explicava devagar. E eu não sabia por que estava pensando naquilo justo naquele momento?

- Eu não sei o que podemos fazer. Mas temos que fazer alguma coisa. Não pode continuar assim, e sei que você concorda comigo. Por favor, Rosalie, me dê uma luz...

- O único jeito é... – Eu parei. – Emmett, o único jeito é ficarmos juntos. – Virei para olhar pra ele.

- Já estamos juntos.

- Não tanto quanto nós dois gostaríamos.

- Nós dois? Não estava mentindo quando disse que me amava, estava? Porque se estiver, eu vou tentar viver como se esse dia nunca tivesse acontecido. Mas vou só tentar, não posso prometer nada. Eu...

- Emmett – eu o interrompi -, eu não te amava. Entenda uma coisa, eu te amo. Tente entender e não seja uma ameba pelo menos uma vez na sua vida... Fique comigo. E só.

- Só?

- Só – confirmei. – Só isso. É tão simples...

- Deixar de ser ameba não é simples. Não devia ser pra você também – ele bufou. Mas sorrindo; isso queria dizer que ele estava me entendendo. E que estava gostando.

- E então?

- Posso ficar com você, e só?

- Para sempre.

- Para sempre – ele concordou, rindo. E abriu os braços, como um convite. Eu o abracei como nunca tinha feito antes. Não éramos apenas amigos; não mais. Agora era mais que isso. Mais que eu imaginava.

E a angústia se fora de uma vez. Concluí que aquilo que eu sentia definitivamente não era angústia, ou cócegas. Eu apenas me sentia mal por ele não estar por perto. E agora ele me prometera que seria pra sempre. E eu me prometi que iria cobrar.

Ele me beijou mais uma vez e eu tive a certeza que o meu mal não era tão mal assim. Eu estava apenas... apaixonada. Pelo meu eterno melhor amigo. E só.

 

Nota Final do Emmett:

 

  - Posso ficar com você, e só? – perguntei, apreensivo. E ansioso demais.

- Para sempre – ela respondeu.

- Para sempre – concordei sorrindo. É claro que eu concordaria. Era estranho dizer isso antes, mas agora tudo estava certo: eu estava apaixonado. E não concordo como dizem por aí, que o amor é cego. Se fosse mesmo cego, não existiria isso: amor à primeira vista.

Eu não sei se o que sinto pela Rose foi à primeira vista, tanto é que eu não me lembro. Mas eu tenho certeza de que é algo forte demais para que eu continuasse escondendo como uma ameba medrosa. Ah, e eu estou curioso. Preciso conversar com a Autora, e ela pediu pra lerem as notas finais dela. E só. 

 


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Notas finais do capítulo

AUTORA: Oi gente!! Quem gostou do capítulo e das notas do Emmett levanta a mão!
EMMETT: o/
AUTORA: Você não conta, Emmett.
EMMETT: Mas Gabi... Eu estou feliz! A Rose aceitou ficar comigo, tem fogos de artifício dentro de mim! Finalmente eu deixei de ser uma ameba medrosa e falei tudo pra ela, isso não é bom? Ou melhor...Eu não sou mais uma ameba!
AUTORA: Não sonhe, Emm. Você continua sendo uma ameba, isso não vai mudar nem que eu fizesse 500 fics.
EMMETT: Você vai fazer 500 fics? *esperança se alastrando*
AUTORA: Eu não sei. Mas se der tudo certo com esta aqui, acho que posso fazer uma continuação e deixar todo mundo feliz, inclusive eu e você, amiguinho!! *_*
EMMETT: Obrigadinho, Gabi!! Prometo que vou fazer de tudo pra dar certo, sem contar os 104 reviews que nós temos agora, né?
AUTORA: É sim, Emmett. E nós podemos aumentar. E, lembrem-se: os reviews estreladinhos são os melhores.
ROSALIE: Bom, nisso até eu sou obrigada a concordar.
AUTORA: Então...
EMMETT: É hora de dizer TCHAU!
AUTORA: Tchau, povo lindo da Gabii!!



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