Legion of New Heroes escrita por Cookie


Capítulo 6
Fantasmas do passado


Notas iniciais do capítulo

oi, genteeee. voltamos e não nos matem, por favor. vocês sabem, o de sempre: escola, final de ano, outros imprevistos e etc, mas voltamos!
enfim, sem muita enrolação, vamos ao capítulo...



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Base dos Vingadores - 16 de agosto de 2015 - 14:00

Visão se encontrava dividido. De um lado estava contar a verdade para o amor de sua vida. Do outro, lidar com a consequência que seria admitir que eles não ficariam juntos no final das contas.

Não sabia como tal coisa seria possível, mas queria ser o pai de Filipe. Queria poder fazer Wanda feliz de um jeito que somente um filho poderia o fazer. Ele vira o jeito carinhoso, embora cauteloso, com o qual a feiticeira encarava o menino, apesar de tudo.

Não era idiota. Sabia que era incapaz de lhe dar um filho. Mas havia uma pontinha de esperança de que ela aceitasse a adoção ou uma inseminação artificial. Aparentemente ela havia feito uma escolha diferente no futuro. Havia conhecido um homem e se casado com ele. Um homem poderoso, pelo que entendera da conversa dos garotos.

O sintozóide suspirou. Precisava contar a verdade para os outros. Se uma joia do infinito estava em jogo, seu relacionamento com a sérvia era algo que deveria ignorar no momento. Mesmo que isso lhe doesse muito. Entretanto, para contar a verdade era preciso que conhecesse todos os fatos.

Ele atravessou as paredes do complexo, aproximando-se das crianças e se distanciando dos adultos. Após três cômodos, os encontrou reunidos na cozinha. As portas foram trancadas e as crianças o encararam.

— Visão? – chamou Max — Está tudo bem?

— Vou pular o diálogo e simplesmente perguntar: como conseguiram uma joia do infinito e como a perderam? – questionou o sintozóide.

— O que é uma joia do infinito? – tentou Astrid — Acho que nunca ouvi esse termo...

— Nem tentem me enganar. Eu ouvi a conversa de vocês no jardim.

— Que conversa? – contestou Meghan — Estivemos na sala de treinamento desde o almoço! – arriscou e o robô a encarou com um olhar de "nem se dê ao trabalho" digno de Tony Stark.

Nina observava cautelosa e discretamente Filipe quando suspirou e tomou a palavra:

— Esquece, Meghan. Não vai adiantar tentar enganá-lo.

— Não estou tentando fazer isso! Estou dizendo a verdade!

— Ele foi criado por duas das mentes mais brilhantes desse século; uma inteligência artificial que tinha um problema com a citações bíblicas e uma joia do infinito! Você não vai conseguir convencê-lo de nada com uma das suas mentirinhas!

— E você é muito melhor do que eu nisso, não é mesmo, Valentina?

— Claro que sou! Fui treinada por Natasha Romanoff!

— E eu por- – Meghan ia contestar, porém foi interrompida.

— Chega! – interveio Peter — Vocês duas estão me enlouquecendo! – ele encarou o robô — Não podemos te contar nada sobre a joia e, se você realmente ouviu a nossa conversa, sabe que não fazemos ideia de como a perdemos.

— Vocês mencionaram que ela coexiste nesse tempo. Onde ela está?

— Não podemos dizer – disse Filipe — Isso é meio que confidencial.

— Se existe uma joia do infinito nesse tempo, aqui na Terra, precisamos protegê-la.

— Acredite em mim, já está muito bem protegida.

— Por quem? Seu pai? – alfinetou e o garoto encarou o sintozóide com raiva pelo tom hostil do mesmo e um pouco de tristeza pela conversa ter chegado a esse ponto. Todos os outros pareciam estar assistindo uma partida de pingue-pongue. Ora olhavam o menino, ora o robô.

— Sim. Meu pai junto a um exército de magos está protegendo a joia. Algum problema com isso?

— Independentemente de um exército estar o ajudando, não há proteção melhor que a dos Vingadores!

— Meu pai não só venceu o Rei dos Demônios, coisa que nem o Thor conseguiu fazer, como também protegeu a joia do tempo por dois anos! Nesse período ninguém conseguia chegar nem perto da mesma!

— Filipe... – advertiu uma preocupada Liz — Lembre-se: não podemos sair por aí falando sobre o futuro! – contou, mas o garoto sequer registrou as palavras dela.

— Se ele só a protegeu por dois anos então alguém mais poderoso apareceu e a tomou dele.

— Esse "alguém" foi um titã do espaço. Titã esse que, se lembro bem, não teve problema nenhum em arrancar a joia da mente de você junto com um pedaço da sua cabeça.

— Filipe! – tentou intervir Robin.

— Asseguro que teve resistência de minha parte.

— Não! Não teve! Quem resistiu foi a minha mãe! Enquanto ela tava quase morrendo lutando contra a Ordem Negra, você tava trancado em um laboratório, tentando tirar isso da sua testa sem que você morresse. E o meu pai? Ele tava em um outro planeta, lutando com o próprio Thanos! – a essa altura os dois já estavam gritando, atraindo a atenção dos Vingadores e dos agentes, que agora se encontravam assistindo toda a discussão próximos à parede da cozinha.

Wanda não sabia o que fazer. Apenas assistia o futuro filho discutir com o melhor amigo, que não tinham percebido sua presença no recinto.

— No final ele foi morto por um robô de qualquer jeito, não foi? – Visão replicou e os olhos do menino estavam marejados. Se as lágrimas eram de raiva ou tristeza, nem ele sabia.

— Pelo menos ele morreu lutando pra salvar todo mundo! Você só desistiu! – as mãos de Filipe estavam circundadas por uma fumaça esverdeada. O garoto virou as costas para o sintozóide e saiu correndo da sala, nem ligando para a mãe que tentava pará-lo.

Ao ver o filho sair da sala chorando, a feiticeira encarou o robô e suspirou, indo atrás do garoto.

Visão ouviria umas poucas e boas por fazer seu filho chorar.

— Uh, que doideira! – Izzy tentou descontrair o momento quando viu que todos os heróis se encontravam ali com expressões curiosas e as crianças pareciam todas tensas e desnorteadas, sem saber como lidar com as revelações feitas por Filipe.

— O que foi isso? – alguém começou o burburinho entre os adultos, mas as crianças nem processaram a pergunta; todas imersas demais nos próprios pensamentos.

— E o que ele quis dizer com toda aquela história de Titã louco, outro plano e salvar todo mundo? – outro insistiu. As vozes confusas ficavam cada vez mais altas e sufocantes.

Lembrar da Guerra Infinita causava dor. A maioria nem tinha nascido na época, mas saber como esses eventos afetaram tudo na linha do tempo, incomodava. Seus pais tinham conseguido reverter os danos causados por Thanos, mas mesmo assim, tinha deixado cicatrizes.

Aquilo foi o começo das suas lembranças perturbadas e caóticas da infância. O mundo não era o mesmo; as pessoas não eram as mesmas; seus pais não eram os mesmo. E aquilo doía.

— E quem diabos é o pai daquela criança? – outra voz se sobressaiu.

— Crianças?! – insistiram em uníssono.

— Nos deixem em paz! – Luke esbravejou, saindo abalado dali e segundos depois, as outras crianças fizeram o mesmo.

Era demais para eles agora. Lidar com toda aquela situação; desde seu futuro caótico, até o fato de estarem ali, em 2015, perto dos pais que não conheciam direito; o sumiço da jóia do Tempo; todas as suas memórias ruins voltando à tona; a pressão da responsabilidade de salvar o mundo e etc era demais para eles agora.

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Base dos Vingadores - 16 de agosto de 2015 - 14:20

Wanda corria pelos corredores da base atrás de Filipe. O garoto praticamente desaparecera. Não o encontrava em nenhum cômodo e Sexta-Feira se recusava a contar onde ele estava, quase como se não soubesse...

Parando no meio do corredor, sem fôlego, a feiticeira suspirou. Desse jeito nunca o encontraria. Estava na hora de tentar outra tática.

Ela fechou os olhos e se concentrou, procurando pela mente do filho. Após alguns segundos, o encontrou no hall dos heróis – um corredor que Tony montara para satisfazer o ego de todos os Vingadores, principalmente o dele, onde um holograma de cada vingador estava disposto juntamente às suas habilidades e conquistas. A Maximoff seguiu nessa direção, porém, ao chegar lá, não encontrou o garoto.

Fechando os olhos e se concentrando novamente, ela constatou que a consciência dele ainda estava ali.

Então, por que não conseguia vê-lo?

Só então acordou para a realidade. Mesmo sendo a mãe do garoto, ela não sabia quem era o pai dele, logo, não fazia ideia de quais eram seus poderes. Talvez ele apenas estivesse invisível, não querendo ser incomodado.

Suspirando, ela encarou o holograma de seu irmão, que Clint insistira que deveria ser posto, mesmo que o herói estivesse morto. Como queria que ele estivesse aqui, com ela, ajudando-a a se manter sã no meio de toda essa loucura, assim como fizera desde que eram crianças...

— Sei que está aí, Filipe – ela se encostou à parede e escorregou até o chão — Eu ouvi uma parte da discussão. Sei que está com raiva e triste ao mesmo tempo, mas saiba que estou aqui para o que precisar. Seja para conversar ou simplesmente ser um ombro para chorar... – a sérvia esperou, olhando ao seu redor. Após alguns segundos, ela suspirou e se preparou para se levantar, porém um desenho que se formava no ar a impede. Era como se o ar estivesse "rachando", se dividindo e formando um rasgo pelo qual Filipe atravessou.

Os olhos do garoto estavam vermelhos e inchados, tal como suas bochechas, pelas quais ainda escorriam as lágrimas. Ele encarou a mãe e se jogou nela, enroscando seus bracinhos no pescoço da mesma e escondendo sua cabeça em seu colo.

A feiticeira suspirou e abraçou o menino, acariciando seus cabelos e cantando uma música que sua mãe cantava para ela e o irmão quando estes eram pequenos. Isso pareceu acalmá-lo e, após alguns minutos, o choro forte se tornou pequenas lágrimas deslizando suavemente por suas feições com vários segundos de intervalo entre elas.

— Obrigado, mamãe – ele disse, sem se mover e, aparentemente, sem perceber o que usara para se referir à sérvia, mas não que ela ligasse para o adjetivo.

— De nada, querido – ela continuou a acariciar seus cabelos.

— Senti sua falta – ele admitiu e antes que a Maximoff pudesse responder, ela notou que o garoto caíra no sono de exaustão. Então, ela se levantou, com ele ainda em seus braços, e o levou para seu quarto.

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Base dos Vingadores - 16 de agosto de 2015 - 14:40

Pela primeira vez em tempos, queriam ficar sozinhos. Não sozinhos sem os adultos; sozinhos. Cada um num canto, lidando com suas próprias coisas. Nem os gêmeos ou os mais novos estavam juntos.

Pendurado numa das árvores do jardim, Azari acariciava um esquilo e refletia; na sala de treinamento, Meghan estourava outro saco de pancadas; na beira da piscina, Liz tinha a barra da calça levantada e mexia os pés de maneira ritmada dentro d'água; no terraço, Torunn olhava para o céu e pedia forças aos seus ancestrais; no laboratório, Olivia observava amostras despretensiosamente para tentar ocupar a cabeça; enquanto isso, James estava na sacada de seu quarto; Robin estava jogada em sua cama, sem forças para nada; Emma estava escondida atrás de um sofá na sala de estar principal; no jardim de inverno, Astrid relia seu livro de feitiços na tentativa de achar uma solução; Francis jogava video game na sala de TV; Peter desenhava em seu caderno; num corredor qualquer, Katy estava deitada no chão, com as pernas para cima, apoiadas na parede; Lucy fazia as unhas, mas suspirava de preocupação algumas vezes; Ben decidiu que a melhor coisa a fazer era encher a banheira e se afundar lá dentro; Izzy sem que percebessem, saiu da base, indo em direção à cidade; Luke estava na sala dos computadores, observando as varias visões que as câmeras ali lhe davam; Valentina fazia um sanduíche; Max estava no depósito de equipamentos do pai, procurando algo que nem sabia o que era.

Assim, todos sozinhos, tentando ocupar suas mentes e espantar os seus próprios fantasmas.

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Base dos Vingadores - 16 de agosto de 2015 - 17:30

Astrid folheava o velho e grosso livro asgardiano de feitiços que havia herdado e sequer sabia como.

Desde seus cinco anos, mais ou menos, quando sua mãe e seu pai traíram a confiança de todos e sucumbiram às suas naturezas... encantadoramente trapacearias ao tentar tomar o trono de Asgard e Encantor e Loki foram trancafiados e mortos na prisão, Astrid tinha aquele livro.

Era de sua mãe e lembrava-se das vezes que entrara na biblioteca do palácio real de Asgard e a encontrara lendo aquele livro, praticando os feitiços. Mas toda vez que a via, Amora deixava o livro de lado, pegava a filha no colo e a levava para seu passatempo preferido – pregar peças em Loki e assistir toda a sua indignação se transformar em um orgulhoso sorriso bobão ao ver carinha petulantemente fofa da filha após as pegadinhas – ou apenas ficava com ela no colo, fazendo cafuné e recitando feitiços.

Astrid sorriu. Sentia falta da sua família daquele jeito. A ambição dos pais pelo trono de Asgard acabou com tudo aquilo.

Nunca admitiria, mas às vezes queria que aquele lugar explodisse. “Tia Hela ficaria orgulhosa”, pensou.

A garota balançou a cabeça, tentando afastar aquelas pensamentos que a atrapalhavam estar completamente concentrada no que lia.

Releu novamente a página que falava sobre um feitiço para viajar no tempo e:

— É isso! – Astrid disse num sussuro surpreendido.


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Notas finais do capítulo

e por favor, comentem o que acharam, mandem teorias - acho muito fofo quando fazem isso hahaha - e etc! isso é muito importante para a continuação da fanfic!
té mais,
~ Cookie



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