Cinco Sentidos escrita por Biax


Capítulo 3
Paladar


Notas iniciais do capítulo

Olá! :33

Vamos lá morrer um pouquinho! Boa leitura!



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Ouvi barulhos de chaves na porta e olhei para ela. Castiel surgiu, a abrindo, entrando e a fechando.

— Onde você estava? Eu chego aqui e você não está — resmunguei.

Ele largou as chaves no balcão da cozinha e levantou uma sacola que estava em mãos.

— Ah, foi no mercado?

— Fui. Decidi de última hora.

— Comprou o quê? — Levantei e andei até ele. Fui tentar pegar a sacola, mas ele segurou meu pulso.

— Não senhora. — Deu um sorriso de lado.

— Por quê? — Fiz bico.

— Daqui a pouco você descobre. — Me puxou até o sofá e me fez sentar de novo. — Seja uma boa menina e espere aí.

— O que você vai fazer? — perguntei, enquanto ele sumia no corredor do quarto.

— Seja paciente.

Encostei no encosto do estofado e cruzei os braços, esperando. Alguns minutos depois, Castiel voltou, descalço e sem sua jaqueta. Deixou a sacola na mesinha de centro e pegou seu celular do bolso da calça jeans. Mexeu nele e o colocou no sistema de som.

Logo um ritmo conhecido começou a tocar baixinho nas caixas de som. Pearl Jam.

Castiel empurrou a mesa de centro para a parede e estendeu a mão para mim. Assim que a peguei, percebi que ele tinha algo enrolado no pulso. Ele me puxou, me fazendo ficar de pé, então desenrolou o tecido do pulso, uma bandana.

Lancei um olhar desconfiado, não que tivesse adiantado. Ele me virou, e logo colocou aquele tecido sobre meus olhos.

— Castiel... — Ele amarrou a bandana na minha cabeça.

— Relaxa, garotinha. Eu só quero brincar. — Me virou de volta.

— Esse é o meu medo. — Dei risada.

— Senta. — Puxou minhas mãos para baixo, então me sentei no chão, cruzando as pernas.

Comecei a ouvir o barulho da sacola. Parecia que ele estava tirando as compras dela e colocando em cima da mesinha.

— É o seguinte... Comprei algumas coisas, e vou dá-las na sua boca. Você vai comer e vai ter que acertar o que é, enquanto eu passo essa mesma coisa em você.

— Quê?! — Comecei a rir. — Castiel, você sabe que eu sou péssima para adivinhar sabores...

— Eu sei. — Ouvi ele dando aquele sorriso dele.

Opa. Ele ia levar isso a sério. — M-mas e se eu não acertar?

— Bom... aí eu vou ver na hora até quando vou te sujar. Mas não vai ser tão fácil assim.

— Como assim? — Ouvi uma tampinha sendo aberta, e depois ele segurou minha mão com a palma para cima.

— Vamos começar com algo simples. — Ele disse enquanto eu sentia algo meio líquido sendo colocado em minha mão.

Engoli seco, cheia de expectativa e curiosidade.

— Abre a boca, e não vira a mão.

Segurei o riso e abri a boca. Ele tocou meu queixo, me fazendo erguer a cabeça, então senti aquele líquido em minha língua, e no mesmo segundo um gosto doce. Saboreei aquele doce, voltando à posição inicial.

Castiel voltou a segurar minha mão e a levantou, e tomei um susto quando o senti passar a língua onde ele havia colocado o líquido. Eu não sabia o que fazia primeiro.

Castiel riu. — Vai, adivinha.

Tentei prestar atenção no sabor que estava em minha boca, mas a sensação dele lambendo minha mão atrapalhava meu cérebro.

— Ainda não? Vou te sujar mais... — ameaçou.

— Ah...! Calma, calma! — Engoli, sentindo o sabor, tentando lembrar do que era. — Calda de... é... caramelo?

— Finalmente. — Riu e deu um beijo rápido em minha boca.

— Isso não é justo.

— Quem disse que é para ser justo? — Revirei os olhos. Não que ele fosse ver. — Vamos para o próximo...

E assim foi indo. Demorou para eu adivinhar cada coisa? Demorou. Mas com certeza ele estava se divertindo à beça.

Castiel sujou meu pescoço de leite condensado — e provavelmente deixou umas marcas de presente —, sujou minha clavícula de doce de leite, meu antebraço de geleia de morango, meu joelho de pasta de amendoim e meus dedos de nutella.

— Meu arsenal está acabando. — Ele anunciou. — Tenho só mais uma coisa.

— Não sei se fico triste ou feliz.

— Bom, se estiver triste, não precisa acabar aqui, mas deixemos isso para depois... Deita.

— Deitar?

— É.

— Okay... — Sentei mais para frente e deitei para trás.

Castiel levantou, indo para algum lugar, e logo voltou. Ouvi um pote sendo aberto. Ele segurou a barra da minha regata e a subiu, deixando minha barriga de fora.

— Ai meu Deus viu... — sussurrei, rindo.

Ouvi sua risada soprada, e dei um berro quando senti algo gelado acima do meu estômago. Ele começou a rir muito, e em um reflexo levei as mãos até a cabeça.

— Ei! — Ele segurou meus pulsos no ar. — Não é para tirar.

— Eu não ia tirar! Vai logo, esse troço tá gelado!

Ainda rindo, largou minhas mãos. — Abre a boca.

Fiz o que ele mandou enquanto sentia aquele troço gelado derretendo e escorrendo pela lateral do meu corpo. Castiel deu uma colherada na minha boca.

— É sorvete! — Já anunciei.

— Ah, vá. — O senti abaixar. — Mas de quê? — Então começou a lamber o sorvete que escorria. Comecei a rir, já que ele estava me fazendo cócegas. Tentei me concentrar no sabor.

— É... sorvete de... flocos?

— Não. — Sua língua brincava para cima e para baixo, para os lados...

Pelo menos não estava mais gelado, porém, ele tacou mais sorvete no mesmo lugar e eu tremi, choramingando.

— Eu não sei! Baunilha? Chocolate branco? Com pedaços de chocolate?

— Não. — Sentia ele rindo. Mais uma colherada de sorvete. — Ops, sujei sua blusa.

— Ai, Castiel! Você vai lavar!

— Não tem problema. — Ele levantou mais o tecido. — Eu tenho máquina de lavar roupas. — E voltou a lamber.

— Eu não sei do que é. Eu desisto, me rendo!

— Tem certeza? Vai sofrer as consequências.

— Que consequências? Você não disse nada disso antes.

— É porque eu ainda estou pensando nelas. — E minha venda foi tirada. Me sentei, vendo o tanto de embalagem que tinha na mesinha, e vi o bendito sorvete.

— Sério? Cookies and Cream? Como eu ia adivinhar isso?!

— Ué, adivinhando. — Riu, lambendo a colher.

— Quem vai sofrer as consequências agora é você. — Peguei a colher dele, recebendo um olhar provocativo e curioso.

Deixei a colher no sorvete, já meio derretido, e me virei para ele. Peguei a barra da camiseta dele e a subi, e o fiz tirá-la.

— O que você vai aprontar? — perguntou rindo.

Deixei a roupa no chão, peguei o pote e me levantei. Me ajoelhei atrás dele e dei uma boa colherada no doce, e coloquei em sua nuca.

— Ah! — reclamou, curvando as costas, enquanto eu ria sem parar. — Tá escorrendo! — Se tremeu todo.

Tentei parar de rir e comecei a lamber onde o sorvete tinha escorrido, de baixo para cima. Puxei seu cabelo e terminei de limpar a pele da nuca.

— Olha, até que está bom assim, pode continuar.

Eu ri. — Até parece. — Soltei seu cabelo e comi o sorvete da colher. Castiel se virou, me olhando com os olhos semicerrados. Então pegou o pote de mim.

— Então eu vou tacar sorvete até no seu cabelo.

— Sai fora!

Ele riu e me puxou contra ele pela cintura, e deu um beijo em meu pescoço. — Você ainda está com gosto de leite condensado.

— Por que será, né? Não limpou direito.

Deu um sorriso de lado. — Não por isso. — Deixou o pote de lado e apoiou minhas costas, me jogando no chão.

Fiquei rindo enquanto ele voltava a beijar meu pescoço, mais fazendo cócegas do que outra coisa.


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Notas finais do capítulo

Olha, preciso confessar uma coisa. Eu já escrevi com o Castiel antes, mas isso foi antes de conhecer ele melhor, então eu tinha uma visão meio "errada" dele.

Eu gostei bastante de escrever com ele. Engraçado porque eu nunca pensei que escreveria uma one CastielxDocete xD

Foi bem divertido escrever e espero que vocês tenham gostado!

Até amanhã com a audição!



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