Chapeuzinho Vermelho; a história nunca contada escrita por Semideusadorock


Capítulo 10
Capítulo 10: Suas vidas estavam em minhas mãos


Notas iniciais do capítulo

Hey cerejinhas, tudo bem?
Espero que gostem do capítulo!
Boa leitura!



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Agora que eu já sei a teorias de vocês, que provavelmente depois de eu fazer vocês refletirem sobre tal, entenderam que o cara é louco por sugerir tal coisa, vamos a história.

Posso dizer que eu sofri bastante para carregar o Nico até o chalé dele, mas para minha surpresa ele já tinha se aproximado muito dele em sua corrida e sem eu para atrasar o processo podemos dizer que algumas horas é mais do que suficiente para caminhar do chalé até o castelo.

Quando finalmente cheguei, deitei o Di Ângelo com dificuldade no sofá, tentando tomar cuidado para que ele não se machucasse. Caminhei até a fonte de água dele improvisada enchendo um balde e pegando um pano que me aparentou estar limpo, levando até onde ele estava deitado.

Me ajoelhei em seu lado e arranquei o curativo que eu o tinha enrolado me surpreendendo em ver que o ferimento tinha se curado consideravelmente bem, apesar de ainda estar bem feio e assustador de se ver.

Molhei o pano com a água e tentei limpar o ferimento, vendo-o se encolher com o arder que a água gelada causava com o ferimento, mas ele tentou não se mover muito para que eu pudesse cuidar dele.

— Você sabe fazer isso? — questionou fraco e eu neguei.

— Não, mas vi você o fazendo várias vezes e também vi um médico fazendo no castelo, deve adiantar de alguma coisa — fui sincera quanto a minha experiência com cuidados médicos e ele riu.

— Ok, qualquer coisa eu te guio — ele falou fraco, se mexendo, ficando em uma posição que fazia com que eu tivesse mais acesso ao ferimento.

— Para mim parece uma boa escolha — eu sorri nervosa.

Comecei a cuidar do ferimento dele, garantindo de seguir cada instrução que ele me passava com todo o cuidado possível, afinal a vida dele poderia estar em minhas mãos. Para os curiosos de plantão foi naquele dia em que eu decidi que aprenderia primeiros socorros, afinal nunca se sabe quando se vai precisar, não é mesmo?

O tempo parecia passar tão lentamente, as coisas pareciam bem mais sérias, mas eu tentava não pensar nisso e me concentrar em cuidar e fazer o que ele dizia, por fim eu acabei o curativo e pude lavar a mão. Tentei limpar superficialmente o corpo dele que estava todo sujo de sangue, mas ele necessitava mesmo era de um banho e o ajudei a se vestir, pelo menos com uma calça.

Nico esticou a mão me fazendo sentar no sofá, eu deveria estar horrível, eu havia chorado, suado e ainda tinha me sujado inteira de sangue.

— Eu não pensei — admitiu — quando eu vi aquele homem indo para cima de você...

— Você me salvou — disse baixo, como se aquele fosse um segredo só nosso.

A cena dele pulando e atacando o caçador, seus olhos encarando o meu com tamanha profundidade que eu não entendia como era possível, eu me liguei a ele de uma maneira que eu não entendi como poderia ser possível.

As imagens dele sendo ferido também me vieram a mente e meus olhos lacrimejaram.

— Eu fiquei tão assustada — admiti deixando que as lágrimas escorressem novamente pelos meus olhos — eu queria correr atrás de você, eu vi você sendo ferido, eu queria te ajudar...

— Tá tudo bem — ele sorriu se mexendo desconfortável, sentando no sofá e usando o polegar para limpar as lágrimas. — Você me ajudou.

Assenti suspirando.

— Pensei que não conseguiria — contei e ele assentiu me encarando. — Seria minha culpa, eu não...eu só conseguia imaginar que você não sobreviveria, eu nunca me perdoaria por tal coisa, se...

— Eu estou bem Thalia, nada disso foi sua culpa, aquele psicopata vive aqui a anos, eu sempre me culpei pelos crimes dele, me sinto aliviado por saber que nunca fiz nada...

Deixei que meus olhos fitassem o dele, meu coração ainda apertado com tudo aquilo que havia acontecido e antes que eu pudesse raciocinar meus lábios se selaram ao dele. Eu nunca havia beijado, me sentia perdida em fazer isso.

Sua mão foi para a minha cintura e ele me puxou mais para perto, retribuindo o beijo, quase sentia o calor saindo da sua pele, minhas mãos foram hesitantes para seu cabelo o puxando para mim, mesmo que o medo de o machucar estivesse me fazendo tentar não me mexer muito.

Ele separou o beijo quando o ar foi necessário, todavia ele não se afastou, deixou que minha testa ficasse encostada com a dele, sua respiração calma e tranquila.

E sim, meu primeiro beijo foi esse que eu estou narrando a vocês, com o boy machucado e todo fudido, eu soada, toda suja de sangue com o rosto vermelho e inchado de lágrimas, mas tirando todo o contexto a minha volta, até que foi um bom primeiro beijo, afinal ele beija muito bem.

— Você me contou umas histórias — comentei abrindo os olhos, o encarando, desencostando nossas testas — era tudo mentira?

— Não, eu apenas as adaptei para a parte em que eu não sou um lobisomem nos relatos.

— Então é mesmo assim que se chama? — perguntei rindo e ele deu de ombros.

— É o nome popular, mas oficialmente entre matilhas é licantropo o mais comum a ser usado — confidenciou se afastando, se acomodando no sofá levando a mão ao ferimento, tomando cuidado para o curativo não sair do lugar.

— Isso não faz o mínimo sentido — admiti e ele riu, soltando um gemido de dor logo em seguida, se mexendo novamente.

— É complicado, eu vou explicar para você tudo que quiser, mas se importaria se eu dormisse um pouco, estou me sentindo exausto — ele pediu e eu assenti.

— Descansa, vou preparar uma sopa para comermos e você pode me contar toda a sua história.

Ele assentiu e logo adormeceu. Sorri e me levantei, tentei me livrar o máximo possível da sujeira em meu corpo, mas me concentrei mais em cozinhar. Achei uns restos de um alce morto e tratei de cozinha-lo para por junto com a sopa.

Estava escurecendo, mas eu me forcei em cozinhar, tentei fazer uma grande fogueira e focar me mexer a sopa, mas o beijo estava na minha mente. Lembro como se fosse ontem como esse beijo aconteceu, lembro de sentir meus lábios formigarem por não sei quanto tempo, de minha mente viajar de tal maneira que eu não entendia como era possível.

Naquele momento, mexendo a sopa a possibilidade de que eu pudesse estar apaixonada me veio à cabeça, eu não tinha noção de como era me sentir daquele jeito, sentia meu corpo todo quente e tudo simplesmente parecia surreal, minha preocupação com Nico, mesmo que ele já aparentasse estar bem melhor fazia que meu interior se corroesse.

É uma sensação tão diferente, tão surreal.

Quase mágica, parece que a qualquer momento seu corpo vai explodir em fogos de artificio, e entrar e descobrir esse sentimento como eu descobri, com o Nico talvez a beira da morte me causou pânico, eu não sei como consegui me sustentar em pé, cuidar do que ele precisava com tantas coisas passando pela minha mente, inclusive a notícia de que ele era um ser surreal, um ser sobrenatural.

Você, leitor/ouvinte, já se sentiu deste jeito? Como se tudo pudesse desmoronar? Seus sentimentos a flor da pele e você nem ao menos sabe direito o que está acontecendo? Eu sempre achei que nunca sentiria algo do tipo, que nunca descobriria o motivo das pessoas sempre falarem desse sentimento, escreverem sobre ele em poemas, expressa-los em artes.

E eu descobri...e você?


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Notas finais do capítulo

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