Havia suor em sua testa.

Os cabelos lisos estavam bagunçados e a maquiagem que uma hora brilhava em seus olhos agora não era mais que um borrão no rosto dela.

Contudo ainda era ela.

Quando Evan observou-a se aproximando dele, o microfone em frente ao rosto e a luz em suas íris azuis, foi impossível não detectar cada detalhe. Não somente no rosto, mas em sua voz, seu lindo gingado ao cantar. Havia milhões de pessoas naquela plateia, as vozes maiores do que ele podia escutar; ainda assim, ele só ouvia Avril e sua divina voz que cantava para ele.

Obviamente, ele cantou com ela. Não podia ouvir a própria voz – essa era sufocada pela amplificação da voz dela – e sabia que provavelmente ela também não escutava; no entanto, apenas ter ideia de que os dois estavam juntos no meio da multidão era o bastante, e talvez até mais que o suficiente.

Por Deus, e quando ela sorriu? Um sorriso mínimo, discreto, tímido, reluzente e para ele?

Não existia palco. Não existia público. Não existia o resto da banda. Porque só existia Evan e Avril, a guitarra e o microfone, a melodia e a letra, duas vozes singulares e perdidas.