Nino -on-

Flashback -on-

Vivia em um vilarejo, mas estava sempre na cidade, pois meus pais eram trovadores e menestréis, íamos para tavernas, hospedagens e casas de shows bem movimentada para fazer nossas apresentações e ganhar alguns trocados. Meu pai toca alaúde, minha mãe flauta transversal e eu toco lira. Foi em uma dessas estalagens que conheci Adrien, naquela altura não sabia que ele era o príncipe. Mas já eramos bons amigos.

Fiquei sabendo em um dia que estava em uma taverna, que tinha um pequeno palco preparado de improviso, pois naquele dia o lugar iria receber os guardas reais, eu e minha família fizemos a apresentação, uma das melhores diga-se de passagem, mas parece que os soldados estavam bêbados demais para apreciar.

Na saída, eu estava conversando com Adrien enquanto meus pais arrumavam os instrumentos, até que, fomos abordados por alguns guardas

—Gracinha, você fica linda tocando essa flauta, quer tocar outra coisa?- Um dos guardas disse olhando para minha mãe

—O senhor poderia demostrar mais respeito com uma mulher- Meu pai disse erguendo a voz

—Ah! Machão com quem pensa que está falando?- Disse o soldado se aproximando do meu pai com pose de "macho alfa"

Eu me aproximei, com raiva e com a tentativa de ajudar meu pai, dar um soco naqueles guardas. Como eles podem ter insultado minha mãe daquele jeito? Com o rosto completamente vermelho de raiva, até que Adrien segurou meu ombro e se aproximou

— Seja um joão-ninguém ou um rei, é necessário demonstrar respeito e humildade a todos, pois nunca se sabe quando o karma vai aparecer, no seu caso, por exemplo, o karma foi instantâneo.

Os guardas se jogaram no chão e começaram a implorar misericórdia para...o príncipe. Adrien fez um simples movimento com a mão que os expulsou de lá. 

O príncipe Adrien veio até mim, olhei rapidamente para meus pais e eles estavam boquiabertos

—Desculpe Nino, eu pretendia te contar, mas não sabia como...- Meu rosto de surpresa deu lugar a um sorriso

—Hey bro!- Eu coloco a mão no ombro dele- Não se preocupe com isso e muito obrigado por aquilo que acabou de fazer, fico te devendo uma. E então vai estar por aqui amanhã?

Nos dois rimos, e ficamos mais amigos que antes.

Outra grande amiga que eu tinha era Alya, a qual conhecia desde criança, nos dávamos muito bem, ela era filha dos donos da única hospedagem da cidade,...mas ultimamente...tenho sentido saudades dela, mais que o normal, principalmente, agora, que não a vejo muito.

Tudo começou quando eu estava na hospedagem da família da Alya, até que Adrien chegou na porta com joias no corpo e um saco cheio de coisas, logo ele correu até mim. Dizendo o que tinha acontecido, e seu plano. A princípio ri, ele queria ser uma espécie de Robin Hood dos mares, não demorou muito para perceber que ele estava falando sério.

Concordei, não só por ser um bom amigo, mas porque achei que seria divertido fazer algo mais do que apresentações para pessoas que não sabiam o que estavam escutando. Não demorou muito para conseguirmos uma caravela, e alguns homens que queriam dinheiro fácil. E partimos pelo mar.

Descobrimos lugares, pessoas, íamos por toda superfície que podia ser explorada, arranjamos fãs, e a lealdade de alguns homens que substituíram os que só queriam dinheiro. E assim seguimos viagem. Não sei ao certo se nossa primeira aventura talvez 4 a 6 meses? Quando se está no mar não se sabe ao certo quanto tempo se passa. 

Mas quando voltei, para levarmos dinheiro para a vila, que embora muito bonita era pobre, e sofria com os impostos, como muitas vilas que visitamos também, mas é claro aquela era especial. A vila que ele tinha crescido e onde estava uma grande amiga?

Quando voltei Alya, estava diferente, estava linda, verdade vi varias moças bonitas na viagem, mas o que ela tinha que me despertava um interesse tão grande? Quando parti de novo, senti mais falta dela, e enquanto Adrien e os outros homens iam aos bordéis eu ficava na caravela pensando... em casa, nos meus pais, em Alya.

Nesta última viagem, em que Adrien pensou ter capturado uma sereia, eu vi ela, acho que não vou suportar deixa-la mais uma vez.

Nino -off-

Alya -on-

Sou a única filha de uma grande família dona da única hospedagem de uma pequena vila que não ficava muito longe da cidade, mas recebíamos nobres de passagem, caçadores e viajantes, nossa vila podia ser pobre, mas era bonita e atraia algumas pessoas. 

Quando era criança brincava muito com meninos, principalmente com meus irmãos mais novos e Nino, filho de nossos vizinhos, que eram trovadores, e desde que o vi senti algo diferente, na época não sabia o que era, mas ele era diferente. 

O tempo foi passando e eu descobri que aquilo que sentia era amor, mas o meu medo de estragar uma amizade não me deixou confessar esse sentimento. Conheci o príncipe Adrien, a princípio não sabia como trata-lo então decidi fazer o mesmo que Nino e agir com naturalidade.

Até que um dia Adrien aparece na porta da hospedagem e propõem um esquema maluco, e muito corajoso, acho que isso atraio Nino, e ele foi embora, a primeira viagem dele foi a mais demorada,  e quando voltou acho que iria chorar de felicidade, porém a fama da caravela Chatnoir se espalhou rápido, e ele ficou cercado de admiradores e admiradoras, que me fez ficar morrendo de ciúmes, felizmente ele não deu muita bola para elas e veio direto me cumprimentar.

—É tão te ver Alya, você está mudada!- Comentou sorrindo

É por você pensei mas acabei soltando um gago e tosco obrigada

Não demorou muito, ele partiu em viagem...E quando voltou percebi que... Não iria aguentar esse amor sem falar para Nino.

Flashback -off-

Hoje Nino e Adrien bateram na minha porta com uma garota linda e fofa, de cabelos pretos azulados, olhos azuis e ... Pelada... Essa não, o que aquele príncipe fez com ela?

Mas depois de conversar um pouco com ela, acho que não gosta muito do capitão do Chatnoir, e acabei contando o meu segredo. 

Marinette me apresentou a um pássaro, o que foi bem estranho, mas tem louco pra tudo.

Descemos e vimos os rapazes distribuindo dinheiro para os moradores pagarem seus impostos.

—O que eles estão fazendo?- Marinette perguntou.

—Estão distribuindo dinheiro.

—Dinheiro? É aquilo utilizado para fazer trocas, moedas diferentes com diferentes valores?

—Ahhhh, sim- Ok, foi a primeira vez que vejo alguém define dinheiro, não sendo meus pais.

—Porque eles estão fazendo isso?

—Eles estão bancando o Robin Hood.

—Robin Hood?

—Sim, lembra? Aquela lenda em que um homem, indignado com que aconteceu com ele e com a sua vila depois de voltar da guerra mesmo sendo chamado "Herói de Guerra" então decidiu roubar dos ricos para dar aos pobres... - Ela me encarava com olhos de fascínio e com o rosto bem próximo desviava para os meninos e a mim de novo-...Porque os impostos eram altos e injustos demais, a nossa situação é parecida, tirando o fato de que não houve guerra. E ele vivia fugindo dos guardas, vivendo na floresta com o seu grande amor Marian.

—Que legal, corajoso...- Com canto de olho vejo Nino se aproximando

—Alya posso conversar um pouco com você?

—Claro!- Rapidamente Marinette colocou as mãos sobre as minhas e com o olhar me disse "Boa Sorte"

Eu e Nino fomos para o jardim...