He's a god and my best friend escrita por sawada san


Capítulo 3
III - O quê é um Loki?


Notas iniciais do capítulo

Olá, como estão?

Agradeço a paciência de vocês, com o fim do ano e tal acabei deixando a história de lado, mas cá estou com mais um capítulo. Boa leitura!

Sei que estou meio adiantada mas feliz natal! Ou boas festas!



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A Mrs. Hess, nossa professora de literatura, estava empolgada ensinando sobre a era romântica da literatura britânica. Explicava como a emoção estava acima da razão, a natureza acima da indústria e o individual sobre a sociedade. Como exemplo, usou a obra de Mary Shelley, Frankenstein. Todos se surpreenderam com o uso da história do monstro para explicar as três características, mas a supresa logo passou quando o sinal qua indica a hora do almoço soou.

O refeitório estava uma confusão, como sempre. Após alguns minutos de procura, localizei meus amigos. Enquanto almoçávamos eu analisava todas as mesas do salão, meu objetivo era encontrar o casal-não-casal. Depois daquela tarde não vi mais o namorado, que supostamente se chama Loki, mas a Rebecca eu vejo algumas vezes, fingindo que trabalha.

Algo pequeno e redondo acertou meu rosto. Olhei confusa ao redor, até me deparar com Belle e Dan vidrados em mim e uma azeitona no chão.

"Por quê?"

"Ah, não sei. Talvez porque voce não tá falando com a gente, nem comendo, nem dormindo! Além de ficar olhando pra todos os lados o tempo todo." Belle me interrompeu com uma bronca.

Olhei para o Dan em busca de ajuda, mas ele parecia tão confuso quanto eu. Não era comum da Belle dar sermão, ou pelo menos a tentativa de um. Dan alternava o olhar entre Belle e eu, parecia tentar decidir quem merecia sua defesa. Finalmente ele deu de ombros e deu sua opinião:

"Ué, você tá com olheira mesmo."

Suspirei. Parecia que meus amigos haviam armado um complô contra minha pessoa.

Depois da aula a tarde arrastei eles para a biblioteca. Dan havia falado que Loki era um deus da mitologia, certo? Pois bem, vamos dissecar a seção de mitos. Minutos depois estávamos com alguns livros de mitologia geral e apenas um sobre a nórdica, que pobreza.

Espalhamos os livros sobre a mesa e cada um pegou um. Tanto Belle quanto Dan não entendiam a razão para eu estar tão obstinada a entender sobre um deus mitológico e eu também não me preocupei em explicar. Os acontecimentos foram estranhos, Rebecca havia pedido para eu guardar segredo e parecia anormal demais para ser verídico.

Toda a procura não se resumia à questão do deus nórdico, e sim do nome. Eu havia perguntado para algumas pessoas sobre ele, entretanto a maioria respondia com as mesmas palavras: o que é um Loki? Poucos eram aqueles que falavam sobre a mitologia. Após quase ter desistido de minha busca, percebi que estava curiosa sobre o personagem, deve ser um herói para uma mãe querer nomear seu filho em sua homenagem.

Um "baque" chamou a atenção de todos a nossa volta na biblioteca. Indignada olhei para o Dan, que havia jogado seu livro na mesa.

"Desisto! Uma hora esse tal Loki é um gigante, depois um deus, depois uma águia? Decida-se cara" ele reclamava enquanto levantava. "Eu vou estudar para o quiz de matemática de amanhã. Vocês que se ferrem depois."

Batendo os pés, Dan nos deixou igual duas retardadas na mesa, mais uma mini plateia. Nem um pouco exagerado, nem um pouco dramático. Enquanto eu ainda estava perplexa pelo piripaque do menino, Belle continuava pesquisando nos livros.

Logo minha amiga lembrou que havia alguns trabalhos e tarefas para terminar e voltou para o quarto. Restando somente minha pessoa rodeada de alguns livros sobre mitologia. O interessante que descobri é que Loki não é um herói, está mais para vilão do que bom moço. Grande spoiler, no final da história ele é o responsável por trazer a destruição aos que um dia viveram com ele. Um dos livros o descrevia como "belo e bem-feito de corpo, mas de temperamento caprichoso e maus instintos". O engraçado é que um livro sobre mitos não errou ao descrever uma pessoa que conheci recentemente, aquele namorado-não-namorado se encaixa perfeitamente na descrição. Tudo bem que o "belo" está um pouco fora de contexto, mas ele também não é feio.

Com o sol já totalmente se posto, percebi que estava atrasada para o jantar, algo bem comum no meu dia-a-dia. Na saída da biblioteca vi Rebecca conversando com uma senhorinha, deveria ser a bibliotecária. Minha vontade era sentar com ela e perguntar como ela havia entrado naquele relacionamento, quem era o tal do Loki e porque parecia comum para eles carregar um teaser e ser desmaiado por um. Claro que ficou só como vontade. Não possuo cara de pau para tal ato.

"Ei, menina do piano!" Mas Rebecca possui cara de pau para isso, não sei se felizmente ou infelizmente.

Com a boa educação que meus pais me deram andei até a monitora, cumprimentando ela e a senhorinha.

"Tia Ruth essa é menina de quem falei" a monitora fez minha propaganda para a senhora, por alguma razão desconhecida.

A velinha era menor que eu, cheinha mas não ao ponto de ser considerada gorda, cabelos loiro escuro, curto e volumosos. Por trás do óculos de armação fina havia um par de olhos azuis que pareciam sorrir. A dona Ruth parecia encantadora.

"Minha querida já ouvi falar sobre como seu piano é maravilhoso, mas ainda não sei como você se chama" a senhorinha se pronunciou.

"Anna Stein" respondi com um sorriso amarelo.

"Stein?" Dona Ruth perguntou admirada, "minha filha conheço seu pai! Sua avó era como família para mim e minhas irmãs."

Agora eu estava surpresa, não esperava que alguém conhecesse minha família, principalmente porque estou longe de onde moro e até onde sei não possuo parentes em New York. Apenas sorri para dona Ruth, ela parecia legal, mas ainda não entendi o motivo pelo qual Rebecca fez propaganda do meu piano para ela.

A senhorinha pareceu evocar seu lado vó e nos expulsou da biblioteca, afirmando que mais um pouco ali perderíamos a hora do jantar. Sem querer irritar uma pessoa doce que de repente virou assustadora, a monitora e eu fomos para o refeitório. Rebecca desandou a falar no caminho da biblioteca para o refeitório e da fila para a mesa onde Belle e Dan estavam. Ela falou sobre como ser monitora era chato, explicou que a dona Ruth é sua tia avó, que alguns primos dela estudam aqui, como sua vida tá tediosa já que quem divertia suas tardes era o namorado-não-namorado e que se seus supervisores descobrissem sobre esse relacionamento ela teria grandes problemas. Resumindo: Rebecca falava demais.

Quando sentamos na mesa meu querido amigo magrela arregalou os olhos para a monitora.

"Caramba, eu não sei seu nome mas te amo!"

Belle e eu nos entreolharmos e encaramos ele, esperando uma explicação para a súbita declaração.

"Gente ela é a pior e melhor monitora que tem! Sabem em que momento eu pego as meninas? No turno dela!" Ele ria enquanto falava e então passou a repetir o quanto seria eternamente grato a ela.

Nos minutos restantes do jantar ficamos os quatro conversando. No final, Rebecca é uma pessoa bem legal. Na saída do refeitório esperei meus amigos se afastarem um pouco para perguntar sobre o tal Loki. Ao contrário da monitora que eu sempre via aos arredores do colégio, não vi mais ele. Na verdade as duas únicas vezes em que o vi foram lá na sala do piano.

Ao expor esses pensamentos à monitora, ela teve uma reação diferente do normal. Adotou uma expressão preocupado e certificou se haviam alguém por perto antes de responder.

"Ele quase nunca vem pra cá, são tipo umas paradas rápidas dai ele volta a fazer seja lá o que for que seu pai pediu. Mas," Rebecca fez uma pausa que deveria dar um tom dramático à fala, mas só me fez revirar os olhos "se eu fosse você não ficaria perguntando sobre esse nome por aí, tem muita gente aqui que não gosta nem um pouco dele."

Terminada com a frase dramática, ela deu boa noite e foi embora. Deixando alguém, eu, mais curiosa sobre todo o "mistério" que envolvia a porcaria de um nome mitológico.

 


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Notas finais do capítulo

Até o próximo!



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