The New Avenger escrita por Dark Sweet


Capítulo 14
Redescobrindo minhas origens ou quase isso


Notas iniciais do capítulo

Hey! Eu disse que o próximo capítulo vinha no dia seguinte das pastagens anteriores não? E agora já beira da meia noite, ou seja já é dia 10 de Janeiro.
E eu vos digo: nesse capítulo o Visão finalmente aparecesse!
Boa leitura!



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 Tony já tinha voltado da Nexus e agora ele e Bruce estavam no laboratório tentando fazer alguma coisa com o corpo naquele Berço. Provavelmente destruí-lo, claro. Clint também foi outro que já estava de volta. Tinha voltado de Seul há pouco tempo, mas ele estava sozinho. Aparentemente Steve teve um pequeno probleminha com um trem, eu acho, e Ultron pegou Natasha.

Agora o Gavião deve estar procurando um método para encontrar a amiga, algo relacionado a super espião e tudo mais. Já eu estava na sala de treinamento, batendo em um saco de areia enquanto pensava em tudo isso.

Eu devia ter ligado para meus pais assim que cheguei na Torre avisando que estava bem, mas não fiz. Não queria dar a eles esperança e no final acabar morrendo. Não parecia o certo.

Lembrando do motivo que me fez entrar nessa luta, comecei a socar o saco com mais força. Eu não usava luvas, por isso as juntas dos meus dedos estavam sangrando um pouco. Se eu me importava? Nenhum pouco. A dor emocional estava dando lugar a física. Um pouco sadomasoquista, mas tudo bem.

Acertei o saco com mais força, fazendo ele ir para mais longe que da outra vez. Um pouco cansada resolvi ir beber água e talvez comer algo. Na verdade, eu queria era uma xícara de café.

Estava aqui há um bom tempo revezando o treinamento entre correr na esteira, pular corda, o saco de areia e também tiro ao alvo. Arrisquei até a atirar algumas facas, só que eu quase arranquei meu dedo e deixei a ideia de lado.

No caminho até a cozinha eu pude escutar vozes. Franzi o cenho confusa. Era do Steve.

—Ué, gente. Ele já voltou e ninguém me contou nada? – me aproximei de onde vinha as vozes e percebi que era do laboratório. Oh, céus. Boa coisa não deve ser.

O Capitão falava sobre desligar algo e Tony não concordou com esse convite mega educado do amigo.

Escutei algo a respeito de estrangular alguém sem nem precisar ficar verde e arregalei os olhos atônita. Mano do céu! O Bruce não é agressivo assim! Me aproximei mais do laboratório para ver a cena.

Steve discutia com Tony sobre desligar algo repetidamente, me fazendo perguntar inúmeras vezes porque ele não vai lá e desliga. Basta apertar um botão ou tirar da tomada, simples. Reconheci também a voz de Clint no meio da zona.

Então meu olhar encontrou duas criaturas que não esperava ver aqui na Torre. Os irmãos Maximoff estavam perto um do outro, Steve e Clint do outro lado da sala e Tony e Bruce perto do Berço.

Dois cientistas perto de um Berço Regenerador com um andróide. Tony e Bruce perto do Berço. Tony e Bruce no laboratório. Cacete. Boa coisa não vai sair daí.

Em um determinado momento o Papa-Léguas se movimenta rapidamente pela sala e desconecta alguns cabos, resolvendo o problema.

—Não, não... pode continuar. – ele falou ironicamente. – O que estava dizendo? – o Gato a Jato largou os cabos no chão.

Como eu não sabia o que diabos estava acontecendo, decidi agir por conta própria. Ergui a mão na direção do Papa-Léguas e o acertei com o jato de energia, mas não com muita força. Isso também foi uma vingança por ter me atrapalhado no Cais de Sucata, bebê.

—Pietro! – a Malévola do Mal falou preocupada fazendo menção de ir até ele.

—Não me viu chegando? – falei para o Papa-Léguas. Passei pela bruxa e joguei um sorriso cínico. – Parece que finalmente o Coiote pegou o Papa-Léguas, não é mesmo? Eu sempre acreditei que um dia esse momento chegaria. – disse sorrindo enquanto olhava o ligeirinho superiormente. – Tony, parece que sua ilustre Torre está com problemas na segurança. Como foi que esses irmãos Máximo entraram aqui? – olhei para o bilionário.

—A minha Torre está em perfeito estado, Pirralha. Acontece que o Capitão trouxe os inimigos para cá. – encarei o Soldado.

—Ué, Steve. Você foi para o lado sombrio da força? – perguntei atônita.

—Não sou quem quer dar vida a essa coisa! – olhei para Tony com os olhos arregalados.

—Vocês querem dar vida a essa coisa? Bruce! Tony! – os repreendi. – Mas e Ultron? Ele já não basta como vilão? E esses dois aí? – perguntei olhando para o ligeirinho e a bruxa.

—Melinda, dessa vez pode dar certo. Sabe que não podemos vencer Ultron sozinhos. – Bruce explicou me encarando, fazendo-me repensar o assunto.

—Podemos dar uma chance a eles, Capicolé. – olhei para Steve.

—E se esse projeto fracassar? Aí sim que não poderemos salvar o mundo. – olhei de Tony para Steve.

—Ah! Vocês querem me deixar maluca? Pelo amor dos meus saltos! – passei as mãos pelo cabelo. – Eu não sei o que eu faço. – olhei para eles. E agora? Time Homem de Ferro ou time Capitão América?

Tony aproveitou esse momento para tentar religar as coisas. Steve prevendo o que o amigo iria fazer, jogou o seu escudo por toda a sala. Wanda tentou fazer alguma coisa, mas Bruce imobilizou ela pelo pescoço.

—Vai, me irrite de novo. – arregalei os olhos. Gente do céu! Esse não é o Bruce!

Ela mexeu suas mãos, o que fez com que Banner se afastasse cambaleando. Stark vestiu parte da sua armadura e tentava religar tudo e se defender de Steve. Clint tentava impedir que Tony religasse tudo e eu ainda estava parada tentando saber de qual lado eu lutaria.

Bruce ainda possesso foi em direção à Wanda, mas antes que ele a alcançasse senti um vulto passar por mim e levar a bruxinha para perto de Steve que já estava com seu escudo a postos.

Então, Thor apareceu no laboratório. Capa, Mjölnir e cabelo a la comercial L'Oréal Paris. Ele pulou no Berço Regenerador e ergueu seu martelo, fazendo com que pequenos raios aparecessem em torno dele e logo após atingiu o Berço com eles.

—Melinda! Acerte o Berço com seus poderes! – Thor falou sem tirar os olhos do que estava fazendo.

—O que? – disse assustada.

—Acerte! Eu preciso da sua ajuda! – olhei para Thor ainda repensando sobre tal ato. Então dei de ombros.

Ergui minhas mãos e acertei o Berço Regenerador com os jatos. Já que eu não me decidia entre team Capicolé ou team Homem de Lata, vou ser team Cachinhos Dourados. Pronto, resolvido.

Eis então que a estrutura é rompida jogando Thor para bem longe por algo que surge do Berço. Esse algo se levanta e fica sobre ele.

—Cacete! – falei empolgada com uma mistura de incredulidade. Esse alguém era vermelho e não tinha nenhum pano para cobrir o corpo. Se eu tivesse vergonha, teria cobrido meu rosto, claro. Porém, como eu não costumo ter um pingo de vergonha... – Ele está pelado, não está? – falei tentando ir mais para perto.

Ele olhou para todos os presentes. Steve, Tony, Bruce, Clint, Bruxa Má Do Oeste, Papa-Léguas, eu.

Epa! Ele está me encarando! Não um encarando como se estivesse a fim de mim, e sim, como se fosse me atacar. Já ficando em alerta, observei ele olhar ao redor, parando em Thor.

Então o homem vermelho atacou o Deus do Trovão, que mais rápido que um gato fugindo de água, arremessou o inimigo para fora do laboratório. O corpo atravessou a parede de vidro e então ele parou lindo e pleno em frente a outra parede de vidro, observando a cidade.

Thor se aproximou, Steve também, mas o deus fez um gesto pedindo para ele não atacar.

Um a um foi para perto dos dois gostosos, pulando do laboratório para a sala. Fiz o mesmo, até porque não queria ficar fora do balacobaco.

O Ralâmpago McQueen versão humanizada virou-se e veio voando até a gente. Só agora percebi que tinha uma roupa em tom grafite cobrindo o corpinho dele.

Ele parou na frente de Thor e encarou o Deus.

—Sinto muito, isso foi estranho. Obrigado. – ele olhou Thor de cima a baixo, parando o olhar na capa magnífica dele e então, como num passe de mágica, fez uma capa quase igual, mas na cor amarela puxado para a dourada, aparecer nele. Franzi as sobrancelhas me dando conta de algo elementar, meu caros Watson.

—Quais as chances de vocês terem feito um Jarvis versão humana? Porque se foi isso que aconteceu, Tony e Bruce, vocês estão de parabéns. – cruzei os braços esboçando um sorriso.

Esse... ser falava como o Jarvis, com direito a sotaque britânico e tudo. E eu não sei se vou conseguir não agarrá-lo. Sotaque britânico é meu ponto fraco.

—Thor. Você ajudou a criar isso? – Steve perguntou.

—Eu tive uma visão. – Cachinhos Dourados respondeu. – Um vórtice que suga toda esperança de vida, e no centro... está aquilo. – apontou para um troço brilhante na testa do mais novo amiguinho.

—Aquela gema? – Bruce falou se aproximando sorrateiramente.

—É a Joia da Mente. Uma das seis Joias do Infinito. O maior poder do Universo. Inigualável em sua capacidade destrutiva. – Thor explicou. Oh, céus.

—E por que traria... – o deus cortou Steve:

—Stark está certo. – soltei um assobio.

—Agora ferrou de vez. – disse em relação a Thor estar concordando com Tony. Que coisa, não?

—Definitivamente é o fim dos tempos. – Bruce concordou comigo.

—Os Vingadores não vão vencer Ultron. –

—Sozinhos não. – o Red corrigiu andando pela sala.

—Ahm, certo, ok, beleza, tudo bem. – falei atraindo os olhares de todos. Talvez por eu estar estranha, mas eu tinha motivos, ok? Suspirei olhando para o Asgardiano. – Agora, Thor, pode me responder uma perguntinha bem rápido? Pode? Ah, ok. Eu agradeço. – cruzei os braços. – Por que eu tive que te ajudar a criar... esse Relâmpago McQueen de pernas? Quando você pediu minha ajuda pareceu que isso só funcionaria com a minha ajuda. Só que... – minha voz sumiu.

—Eu entendo sua confusão, Melinda. – ele respondeu se aproximando. – Eu realmente precisava dos seus poderes para fazer funcionar, só que tem outra coisa por trás. –

—Outra... coisa? O que? – murmurei confusa. Thor segurou minhas mãos, me levando até o sofá que tinha ali, me fez sentar no móvel e ele sentou na mesinha de centro.

—Tem a ver com seu pai. – franzi as sobrancelhas.

—O Michael? Mas o que ele... – Thor me interrompeu:

—Não. O seu outro pai. – ainda bem que ele me fez sentar, porque eu provavelmente teria caído igual fruta madura no chão.

—Meu... pai? O... Richard? – ele assentiu. – Mas o que... o que... – tentei falar alguma coisa, mas nada saia.

—Você não ganhou os seus poderes apenas por causa do reator de energia, mas também pelo artefato que foi usado para alimentar toda aquela energia. – balancei a cabeça. Eu estava mais perdida que surdo em um jogo de Bingo!

—Olha, Thor, eu não estou entendendo nada. Meu pai, meus poderes, reator, artefato. O que você quer dizer? Pode falar, eu aguento. – falei confiante.

—Parte dos seus poderes vem do Tesseract. – ok, eu não estava preparada. E novamente eu agradeci por Thor ter me feito sentar, porque nesse momento o chão sumiu. Evaporou.

—Do... Tesseract? Aquele... cubo azul que foi usado para abrir o portal no ataque alienígena? – perguntei atônita.

—Sim, esse mesmo. Me desculpe falar isso assim, mas... – o interrompi:

—Só que isso continua não fazendo nenhum sentido, Thor. Por que parte dos meus poderes viriam do Tesseract? – passei minhas mãos pelo cabelo.

—O laboratório do seu pai tinha parceria com quem? – forcei um pouco a memória.

—Com a... as Indústrias Stark. – olhei rapidamente para Tony.

—E com a S.H.I.E.L.D. – Stark falou. – Lembro-me vagamente do seu pai e Fury fazendo negócios. –

— A S.H.I.E.L.D. teve o Tesseract em mãos ainda no início da fundação. Howard o encontrou no oceano enquanto procurava por mim. – Steve explicou cruzando os braços.

—O Tesseract contém uma das seis Joias do Infinito. Por isso, você foi crucial na criação do... –

—Relâmpago McQueen de pernas. – sussurrei olhando para o dito cujo.

—Melinda, eu realmente sinto muito por estar lhe contando tudo isso assim, dessa forma. Mas acontece que... –

—Não, está tudo bem. Está... tudo... bem. Talvez, quando tudo isso acabar e eu estiver viva, vou voltar rapidamente para o terapeuta. Acho que não vou conseguir largar meu antidepressivo tão cedo! – suspirei e sorri, levantando. – Vamos voltar para o assunto Ultron, tudo bem? E essa coisa que Thor e... eu ajudamos a criar. Meus problemas familiares a gente resolve depois, ok? Ok! – respirei fundo. – Por que a sua visão fala como Jarvis, Homem de Lata? Você tentou criar o IA versão humana? –

—Nós... reconfiguramos a matriz do Jarvis... para criar algo novo. – Tony respondeu vendo que eu realmente não queria falar a respeito do assunto. Pelo menos não agora.

—Acho que já cansei de coisas novas. – Steve retrucou. Certo. Estávamos voltando ao normal.

—Relaxa, Cap. Ao que parece o Red não quer destruir o mundo, né? – falei tentando ver o lado positivo.

—Red? – Thor indagou.

—É o nome do passarinho vermelho do Angry Birds. Acho que não tem isso em Asgard, desculpe. – respondi fazendo um gesto de dispensa.

—Vocês acham que sou filho de Ultron. – o cara vermelho falou.

—E quem é a mãe? Caso tenha dúvidas da sua origem materna vai ter que contar com a sorte. Duvido que nosso teste de DNA funcione com você. – falei cruzando os braços.

—E não é? – o Capicolé falou provavelmente não dando a mínima para a minha fala. Acho que eu estava fazendo muitas piadas, mas foda-se! Gosto de falar demais.

—Não sou Ultron. Também não sou o Jarvis. Eu sou. – franzi o cenho confusa com esse papo. Eu estava perdida, admito.

—Eu vi a sua mente e vi aniquilação. – a Malévola falou aproximando do recém nascido.

—Então veja outra vez. – desafio! Gosto disso!

—Eu senti um climinha entre vocês dois. – disse sorrindo.

—A aprovação dela não significa nada para mim. – Clint falou afiado.

—Os poderes deles. Os horrores que vivenciamos. O próprio Ultron. Tudo veio da Joia da Mente. Não há nada comparado ao que pode fazer. Mas com ela do nosso lado... – Thor falou. Espera aí! Os irmãos Maximoff vão lutar ao nosso lado?

—E está? – Steve falou. – E você? Está do nosso lado? – encarou Tony.

—Não acho que seja tão simples. – a visão de Thor voltou a tomar a palavra.

—É melhor simplificar logo. – Clint ameaçou de leve. Seguindo o conselho barra ameaça de Barton, ele começou a explicar:

—Eu estou do lado da vida. Mas Ultron não está. Ele terminará com tudo. –

—O que ele está esperando? – Tony perguntou.

—Vocês. – o Ralâmpago McQueen respondeu.

—Onde? – questionei.

—Sokovia. E também está com a Nat. – Clint respondeu.

—Se estivermos errados sobre você... Se você for o monstro que Ultron criou... – Bruce falou calmamente, ficando frente a frente com a visão do Deus do Trovão.

—O que farão? – eita. Tensão, define. Todos estávamos apreensivos. Se ele realmente fosse o monstro que Ultron criou, não teríamos chances. – Não quero matar o Ultron. Ele é único. – ele começou a caminhar pela sala. Será que o coitado é hiperativo? – E ele está sofrendo. Mas esse sofrimento se espalhará por toda a Terra. Então ele deve ser destruído. Cada forma que ele fez, cada traço de sua presença na internet. Temos que agir agora. E nenhum de nós conseguirá sem os outros. – olhei para os Maximoff.

—Acho que isso inclui até vocês. – resmunguei cruzando os braços.

—Talvez eu seja um monstro. – o Red falou olhando para suas mãos. – Acho que não saberia se eu fosse. Não sou igual a vocês e não sou o que vocês queriam. – ele deu as costas para a gente. – Talvez não tenha como fazê-los confiar em mim, mas nós temos que ir. – todos encarávamos a cena embasbacados.

O Ralâmpago McQueen versão humanizada segurava o Mjölnir de Thor. Tipo, sem nenhum esforço! O até então dono do martelo segurou o Mjölnir, fazendo o Red se afastar. Thor deu uns tapinhas no martelo, envergonhado, talvez.

—Caramba! Parece que você tem um grande concorrente ao Mjölnir, hein, Thor? – comentei com um sorriso divertido.

—Muito bem. – Thor falou sem graça. – Bom trabalho. – ele passou por Tony dando uns tapinhas no ombro do Homem de Ferro e saiu.

—3 minutos. Peguem o que precisar. – Steve falou tentando abafar o caso. Todos se afastaram a fim se prepararem, menos eu, claro.

—Ahm, Steve? – ele me encarou.

—Sim? –

—Você... ligou para a Amy? – perguntei me aproximando.

—Não. Eu não queria dar... falsas esperanças, talvez. – assenti. – Você ligou para seus pais? –

—Não. Eu também não quis... dar falsas esperanças, talvez. – ele assentiu.

—Como você está? Em relação ao... –

—Bem, Capicolé. Eu estou bem. Talvez pela adrenalina já que, provavelmente, estamos indo para o confronto final contra Ultron. Vamos deixar esse assunto para depois, ok? – ele assentiu, compreendendo.

—Vá se arrumar. Tem dois minutos. – revirei os olhos.

—Falar isso é fácil. Você já está pronto. – ele sorriu em resposta.

Em poucos minutos todos já estávamos prontos. Armas a postos, uniformes prontinhos e bonitinhos, pontos de comunicação funcionando e a imensa vontade de salvar o mundo.

E eu estava com uma enorme caneca de café. Sim, eu não iria correr o risco de morrer sem beber minha bebida favorita pela última vez.

—Papa-Léguas, Bruxa de Blair. Vocês poderiam vir aqui um minutinho? – perguntei olhando para os irmãos Maximoff. Eles se entreolharam, mas vieram até mim. – Olha, já que vamos ter que lutar no mesmo lado, acho que teremos que nos entender, não é? Porque uma coisa que meu pai costuma dizer é: se fazemos algo com raiva dos outros, as chances desse algo der errado são muitas. Eu sei, Michael Hunters é um homem sábio. Eu não quero que a missão dê errado. Ninguém quer, na verdade. – suspirei e encarei os dois, que, possivelmente, não estava entendendo patavinas. – O que eu quero dizer é que eu não confio em vocês ainda, principalmente em você depois de ter mexido com a minha cabeça. – olhei para Wanda que arqueou a sobrancelha. – Mas eu estou disposta a deixar esse grande detalhe de lado hoje. E você também, por ter me acertado naquele cais. Minhas costas doeram para cacete, sabia? – o ligeirinho deu um sorriso.

—Bom saber. – revirei os olhos.

—Você sabe que aquele não foi o seu pior medo, não sabe? – olhei para Wanda, que me encarava séria.

—Eu tinha algumas dúvidas. – falei com sinceridade. Um suspiro escapou pelos meus lábios.

—Eu não tive coragem de mostrar o seu verdadeiro medo. – franzi as sobrancelhas bebendo um pouco do café.

—Por quê? – indaguei curiosa.

—Seu medo é um dos piores que já vi, Melinda. Não era justo te fazer sofrer com ele. Você não tinha feito nada para mim. – fiquei calada por um momento. Sinceramente, eu não sabia muito bem de que medo ela estava falando. Até porque, a algum tempo atrás, eu achava que não tinha medo de nada, mas agora?

—Eu estou começando a gostar de você um pouquinho. Mas se você optou por mostrar algo mais leve por mim então por que fez aquilo com eles? – apontei com a cabeça para Steve, Natasha e Thor. – Os Vingadores fizeram algo para vocês? – ela suspirou.

—Não tive muita escolha. Eu estava com raiva de Stark, acabei culpando o restante do time por essa raiva. – raiva do Tony, é? Em outro momento vou perguntar o porquê.

—Ok, ok. Estamos bem? Digo, por ora? – perguntei sorrindo. Eles assentiram. – Olha, ligeirinho, bem que a gente podia brincar de Papa-Léguas e Coiote quando tudo isso acabar. O que acha? – ele arqueou a sobrancelha.

—Está me chamando para sair? – revirei os olhos.

—Não, estou te chamando para brincar de Pique-Esconde. – ironizei e bebi mais do meu café. – Qual o problema desses homens de hoje em dia? Eles não sabem flertar? – perguntei indignada.

—Está dando em cima do meu irmão na minha frente? – Wanda falou com uma pitada de incredulidade.

—Estou. Por quê? Vai usar seu Abracadabra? Relaxa. Se você estiver com ciúme pode vir também, não tenho problemas em ser dividida para duas pessoas. – sorri com malícia.

—Estão prontos? – Steve perguntou nos encarando.

—Faz séculos, Capicolé. – disse terminando meu café e deixando a caneca em qualquer lugar enquanto caminhava até ele e Tony. – Só que eu decidi não atrapalhar o flerte de vocês dois. São poucos os homens que ainda sabem flertar nesse mundo. – falei jogando um olhar rápido para o Sonic e entrando no Quinjet.

Quando todos já estávamos no avião, Bruce colocou a banheira para voar. E naquele momento, me veio novamente a culpa de não ter ligado para meus pais. Respirei fundo e dissipei esse pensamento.

Você vai voltar viva, Melinda. Você vai. E se não voltar, pelo menos fez algo útil com esses poderes. Salvou pessoas em vez de matá-las, como, geralmente, acontecia.

—Ultron sabe que estamos indo. – Capitão falou atraindo a atenção de todos. Parece que agora era hora do discurso pré-batalha. – É provável que estejam prontos para atacar. E estamos preparados para isso, mas as pessoas de Sokovia não estão. Então, nossa prioridade é tirar todos de lá. Tudo o que eles querem é viver em paz, mas isso não acontecerá hoje. Podemos dar nosso melhor para protegê-los. E terminar nosso trabalho. Vamos descobrir o que Ultron está construindo, encontraremos Romanoff e limparemos o campo de batalha. Vamos manter a luta entre nós. Ultron acha que somos monstros, que somos o problema da Terra. Não se trata apenas de vencê-lo, mas de fazer o que é certo. – ninguém falou nada, então para aliviar um pouco o clima, eu fiz o que eu sabia fazer de melhor: falar demais e fazer piadas em momentos inoportunos.

—Caramba, Cap. Você falou bonito agora, hein? Meus ovários estão chorando de emoção. – para dar mais ênfase à frase, passei minha pelo rosto, como se limpasse uma lágrima. Rosto e ovários. Tudo a ver, Melinda. Parabéns. – Vem cá. Você costuma ter anotado esses discursos ou sai tudo no improviso? –

—Você é uma peça rara, Melinda. – Clint comentou rindo.

—Desculpa, gente. É que fazer essas piadinhas me ajuda a acalmar, sabe? – falei coçando a nuca.

—Que bom que você está aqui para fazer isso. Geralmente esse posto é do Stark, mas acho que as piadas estão indo embora junto com a juventude. – ele completou me fazendo rir.

—Minhas piadas continuam aqui, Gavião. Eu apenas deixo-as saírem no momento certo. – Tony veio até mim. – Sabe, se você fosse mais velha e eu não amasse a Pepper, chamaria você para sair enquanto bolávamos um plano para dominar o mundo. – ele deu um sorriso arrogante.

—E conseguiríamos com sucesso. – retribui o sorriso. – Eu sou bastante divertida, disso eu sei. E sobre a Pepper, se você deixasse ela de lado eu faria de tudo para conquistar aquela mulher. –

—Posso fazer uma pergunta? – ele pediu me fazendo arregalar os olhos um pouco.

—Aproveita que estou surpresa por você pedir permissão para perguntar algo e faz. – dei de ombros.

—Você é lésbica? –

—Tony! – Bruce e Steve repreenderam o amigo pela pergunta nenhum pouco discreta na opinião deles.

—O que? Eu só estou curioso. Então? – Stark me encarou.

—Sou. Por quê? Tem alguma amiga sua interessada em mim? Talvez a gostosa da Maria Hill? – sorri cruzando os braços.

—Espera. Você é lésbica? Mas e o Sam? – Steve indagou um pouco confuso. O restante das pessoas também pareciam confusos, como se essa ideia nunca tivesse passado pelas suas lindas cabecinhas.

—Eu sou bi, gente. Vocês não perceberam? – soltei uma risada. – Isso foi engraçado. A cara de vocês foram super engraçadas – disse ainda rindo.

—Você transou com o Falcão? – Tony questionou surpreso.

—Sim. Na festa dos Vingadores. – respondi.

—Vocês transaram na minha Torre? – sua voz não estava em um tom amigável.

—Sim, Cabeça de Lata. Qualquer lugar plano serve para fazer esse tipo de coisa. Eu falo isso porque ainda não testei os lugares não-planos. – expliquei séria então suspirei, me dando conta do que fiz. – Acho que eu não devia estar aqui. Acabei tirando o foco de vocês da missão e tudo mais. –

—Não precisa se preocupar com isso. Até que é bom para... descontrair, sabe? E se morrermos lá, pelo menos tivemos um bom momento  para recordar no momento de dor e sofrimento. – revirei os olhos com a fala de Tony.

—Até parece que quando alguém estiver perto da morte vai pensar: "pelo menos o último momento da minha mísera vida foi rodeado de risadas causada por uma adolescente desastrada. Melinda Hunters, você foi um anjo na minha vida". Ah, claro, Tony, com certeza. –

—Você é uma peça rara, Melinda. – Barton repetiu rindo.


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Notas finais do capítulo

Hey! Então? Vocês já sabem como funciona. Gostou? Comenta. Não gostou? Comenta também. E assim vai.
Encarem esses diálogos e piadinhas da Melinda como uma forma de descontração, ok? Afinal, deve ser muito chato você ter que ir à uma missão e salvar o mundo e tal, e ter aquela tensão toda e nenhuma piada pra rir. Nesse momento serve até a piada da ervilha, na minha opinião.
Enfim, até a próxima, bebês do meu berçário!



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