A semana passou depressa, fazendo Luna desanimar com a investigação que não conseguiu encontrar nenhum vestígio do sumiço do colar ou quem enviou aquela carta. Ela resolveu não pedi ajuda a Harry, afinal aquele era um ano de paz que o garoto tanto merecia, não queria incomodar sobre algo referente a ela, o problema era dela e iria resolver do seu jeito.
Luna estava sentada numa mesa afastada da biblioteca, enquanto ouvia atentamente os resmungos de Gina sobre seu namoro com Dino, pelo qual só piorava a cada dia.
– Estou cansada dele. - A ruiva falou entristecida. - Os ciúmes exagerados, as brigas bobas que só estão destruindo nosso relacionamento, me destruindo.
– Vocês precisam conversar e esclarecer o que está havendo, o motivo dele ter tanto ciúmes. - Luna disse respirando pesado.
Quem dera o maior problema dela fosse esse. Alguns dias atrás o único problema era Draco Malfoy e agora diante da situação atual, isso virou algo insignificante.
– Que conversa? - Indagou chorosa. - Não consigo ficar um segundo perto dele que começa as discussões.
– Talvez ele não seja o cara certo. - Ela começou sendo cautelosa. - Você está infeliz e quando algo que era para deixar feliz, algo que completa, que traz paz, faz o oposto é sinal que é melhor separar.
– Mas eu amo ele, Luna. - Confessou num sussurro.
– Isso é relacionamento abusivo e não é saudável. - Ela respondeu deixando Gina pensativa. - Tenho que ir. - Disse dando um abraço na ruiva que aceitou prontamente e foi embora.
No caminho pelos corredores encontrou o trio conversando sobre algum assunto engraçado já que sorriam. Ela quis passar desapercebida, porém não conseguiu evitar que a vissem.
– Oi Luna. - Harry disse sorrindo, se aproximando dela.
– Oi. - Respondeu olhando seus próprios pés.
– Quer dar uma volta comigo? - Perguntou incerto estava constrangido pelo comportamento dela.
– Claro. - Disse forçando um sorriso.
Ambos caminharam pelo terreno do castelo. O tempo nublado sem chuvas, apenas nuvens carregadas que trazia alguns ventos frios, mas suportáveis. Os dois pararam em frente ao lago negro e permaneceram em silêncio.
– O que queria me dizer? - Luna indagou encarando o garoto com curiosidade.
– Me desculpa pelo beijo. - Falou corado. - Sei que tínhamos combinado que era mentira, mas...
– Não precisa se desculpar. - Luna o cortou. - Pensei que tivéssemos esclarecido isso.
– Sim, mas você está estranha comigo, depois disso quase não estamos falando um com outro e sinto que está distante e não quero perder sua amizade. - Ele respondeu nervoso.
– Você não vai perder. - Disse com convicção. - Não estou assim por causa do beijo.
– Então, por quê? Sabe que pode contar comigo para qualquer coisa e se eu puder ajudar.
– Não quero envolver você nisso, é meu problema. - Indagou olhando o lago. - Você merece um ano normal, em paz.
– Eu estou acostumado em não ser normal. Sempre tive apoio dos meus amigos quando eu mais precisei, acho que se não fosse por eles, eu não estaria mais aqui. Mesmo não sendo problema deles me ajudaram, lutaram comigo, sem eles, eu não teria conseguido. Você também me ajudou muito Luna, me deu conselhos, me ajudou quando me sentia mais sozinho que nunca, quando parecia não haver mais esperanças, quando todos me viraram as costas achando que eu tivesse enlouquecido, se não fosse você e suas palavras...eu quero ajudar você, é para isso que servem os amigos.
Ela não conseguiu dizer nada, apenas o abraçou fortemente.
– Eu vou contar tudo.
***
Hermione tinha voltado da biblioteca, segurou tantos livros que fizeram seus braços ficarem doloridos. Entrou no salão comunal que dividi com Zabini, mas a cena que viu fizera todos os livros caírem no chão fazendo um barulho ensurdecedor.
Pansy soltou um grito agudo caindo do sofá, enquanto Blaise levantou num sobressalto. Os três ficaram em silêncio, enquanto Hermione ficou numa luta interna consigo mesma se saia ou seguiria para o quarto. Entretanto, resolveu escolher a primeira opção.
– Hermione, não é nada disso que está pensando. - Blaise falou a primeira coIsa que veio na mente deixando tudo mais constrangedor.
Ela não respondeu nada, tampouco prestou atenção na sonserina que vestia somente calcinha e sutiã.
Ela virou os calcanhares e foi embora dali fazendo questão de bater a porta com força. Zabini quis ir atrás dela, mas desistiu quando percebeu que só estava usando uma cueca box preta.
Hermione passou pelos corredores sentindo seu coração doer como se alguém tivesse o arrancado do seu peito. Por que tinha ficado abalada daquela maneira? Não existe nada entre eles. Então, porquê seu coração ficou tão despedaçado? Está se apaixonando. Ela balançou a cabeça tentando afastar aquela conclusão que deixou tudo ainda mais difícil. Ela sentia raiva de Zabini e uma vontade imensa de chorar. Seus olhos estavam marejados quando entrou no lugar que sentia paz naquela escola, seu único refúgio, a biblioteca.
Porém, ela avistou alguém sentado sobre um banco perto da porta. Ele escrevia no pergaminho parecendo escolher cada palavra, mas quando observou seu braço que tinha suspendido o casaco até o antebraço, arregalou os olhos espantada, ela não podia acreditar que isso estava acontecendo.