All night long escrita por Grimmliz


Capítulo 1
A noite é uma criança levada;


Notas iniciais do capítulo

Olárrrrr.
Nem sei quanto tempo faz que escrevi sobre One Piece, acho que foi uma vida atrás. Mas eis que trago uma ZoNami, que foi um otp que me atingiu como uma pedrada e eu amei jfgkjj ♥ Quando eu penso no Zoro (tipo, o tempo todo), eu imagino ele com uma pegada muito hard; mas quando vou escrever, só sai fluffy, e eu não sei lidar com isso. Que coisa, não? Então, enquanto eu não descubro uma forma de fazer esse homem agir com todo seu vigor, eis essa humilde fanfic. Espero que gostem e perdoem minha sinopse escrota ♥ rs



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Nami caminhava pisando firme conforme avançava pela floresta. Estava exausta depois da tempestade que enfrentaram para chegar àquela ilha, e como se não fosse suficiente, Luffy havia decidido limpar boa parte da despensa a fim de sanar seu apetite infinito, consumindo as provisões que deveriam durar, ao menos, por mais algumas semanas. Sanji dera uma bela lição no Capitão, mas alguns socos e xingamentos não fariam a comida voltar. Sendo assim, lá estavam eles, divididos, à procura de animais, frutas e o que mais pudesse servir para que não passassem fome pelos próximos dias.

Os grupos foram divididos no palitinho, e embora ela preferisse um milhão de vezes ter permanecido no navio, desta vez, Nami não se dera tão mal assim. Estava fazendo dupla com Zoro, o que era muito melhor do que sair com o covarde do Usopp, o cozinheiro pervertido, ou Brook, com sua necessidade constante de pedir para ver sua calcinha. Zoro poderia ser um idiota sem noção de direção, mas sabia que com ele estaria segura; o que não diminuía em nada sua frustração, nem a força suas pisadas.

— Espero que não pretenda comer carne nos próximos dias, já que seus passos de elefante estão espantando os animais.

A navegadora interrompeu seu andar, cruzando os braços sob os seios volumosos ao se virar para o espadachim que vinha logo atrás dela, silencioso até então. Este estava atento ao redor, preparado para qualquer perigo que pudesse se apresentar. Mal sabia ele que o maior deles estava bem à sua frente, e bastante furioso com seu comentário inadequado.

— Passos de elefante, hein…?

Zoro parou ao sentir o olhar de Nami, que prometia dor e morte — na pior das hipóteses —, percebendo de imediato o erro que havia cometido. Nenhum dos tripulantes se arriscava a desafiá-la, muito menos quando ela demonstrava claros sinais de irritação. Uma pena que ele não fora esperto o suficiente para segurar a maldita língua, e que seu humor também não estivesse em seus melhores dias.

O espadachim imitou Nami, cruzando os braços sobre os músculos do peitoral, a cicatriz cortando-o de ponta a ponta, um lembrete constante da batalha travada com Dracule Mihawk. O rosto fechou-se numa carranca.

— Não desconte sua frustração em mim. Sabe tão bem quanto eu que essa sua barulheira vai atrapalhar na caçada. Por isso preferia ter vindo sozinho.

Nami substituiu sua irritação por descrença, ostentando uma expressão de superioridade ao respondê-lo.

— Sozinho? E quantas voltas na ilha seriam necessárias até que conseguisse achar o navio?

Tsc.

Nami sentiu o sangue ferver com a indiferença dele.

— Pois bem, se você se acha tão superior a esse ponto, espero que tenha sucesso encontrando o caminho de volta. Sozinho.

Com isso, lhe deu as costas, seguindo a frente com ainda mais irritação.

A mata não era tão fechada, mas as árvores eram grandes o suficiente para cobrir todo o local com sombra, embora não diminuísse em nada o calor do sol, que deixava a floresta abafada. O terreno era irregular, com raízes e buracos camuflados. Enfurecida como estava, Nami não prestou muita atenção pelo caminho que seguia, e principalmente, onde pisava. Quando se deu conta, já era tarde demais, e tudo que restou foi seu grito ecoando pela floresta, enquanto rolava barranco abaixo.

Zoro que não havia se afastado muitos metros do local onde haviam se separado, ainda hesitante em manter seu orgulho, ou seus olhos sobre a ruiva, ouviu o grito de Nami, e sem pensar duas vezes correu na direção do som, uma das mãos pousada sobre a empunhadura das katanas, um movimento natural de quando se colocava em ação.

— Nami! Ei Nami?! Onde você se meteu...

O espadachim olhou ao redor, mas não havia sinal de ataque ou algo do gênero. Decidiu avançar, e foi então que ele viu o barranco, e o sinal de deslizamento na beirada. Aproximou-se com cuidado, firmando os pés aos poucos, e a viu logo abaixo, a uns bons dez metros, com folhas e terra enroscadas em seu corpo. Zoro poderia ter rido, e contado vantagem, é claro; entretanto, apesar da navegadora não mostrar-se ferida, estava desacordada, e isso não o agradou nem um pouco.

Roronoa Zoro resmungou impropérios, enquanto deslizava ele mesmo barranco abaixo, com toda a habilidade que possuía, a fim de não se tornar um peso morto ao lado de Nami. Analisou-a cautelosamente, com um zelo que se poderia dizer inimaginável para um homem do porte dele, antes de movê-la, tirando parte da sujeira que a cobria, para então pegá-la no colo, segurando-a contra o peito.

— Sua idiota.

Ralhou ele a meia voz, enquanto seguia por outra trilha, a única disponível, já que seria um tanto complicado subir por algo tão íngreme carregando Nami nos braços.

Nami acordou com uma gota d’água insistente numa das faces. A cabeça doía, e um local e outro do corpo também; nada insuportável. Entreabriu um dos olhos, fazendo careta, enquanto se movia, desencostando-se da árvore. Demorou algum tempo para que a visão pudesse se acostumar com a bruma que invadia a escuridão da floresta, dando um toque aterrorizante ao ponto de claridade logo à frente. Parecia ser uma fogueira.

— Enfim acordou.

A voz grave e profunda percorreu a névoa até chegar a Nami, que arrepiou-se brevemente, não só pela fala vinda do nada, mas pelo frio que ameaçava congelar seus ossos. Mais cedo o calor fizera-a optar por roupas que cobriam pouco de seu corpo repleto de curvas, mas ao que parecia, havia sido uma péssima escolha para o clima noturno.

— Zoro?

O espadachim surgiu à frente dela, e da posição que se encontrava — do chão —, sentiu-se como uma criança. Nunca havia reparado em quão grande Zoro havia se tornado. Ele sempre se empenhara em desenvolver os músculos, algo que desconfiava não ser somente pela espada; mas depois daqueles dois anos, Zoro retornara diferente, mais maduro em alguns aspectos, embora outros não diferissem muito, ainda que algo fosse imutável: Nami sabia que sempre poderia confiar sua vida ao companheiro.

— Estou aqui.

Zoro sentou-se ao lado dela, mantendo a distância de um braço.

— O que houve?

— Ao que parece você rolou barranco abaixo.

Nami lembrava-se vagamente do ocorrido.

— Onde estamos?

Argh!

A navegadora ouviu o ruído vindo da garganta dele, assim como sentiu a tensão dos braços, quando Zoro desviou o rosto, escondendo a expressão. Nami apenas suspirou, já sabendo a resposta, ainda que perguntando em tom conformado.

— Você não tem ideia, não é?

— Homens se deixam guiar por seus destinos.

— É claro, eu deveria imaginar…

A ruiva olhou para cima. As copas das árvores atrapalhavam a visão das estrelas, e a noite não era exatamente adequada para que saíssem à procura do caminho correto, mesmo com as ótimas habilidades de orientação da navegadora.

— É melhor passarmos a noite aqui.

— Hm.

O grunhido em concordância foi a única resposta de Zoro, que já estava de olhos fechados e braços cruzados, se preparando para dormir em sua típica posição; claro sinal de que essa sempre fora a intenção.

Nami procurou imitá-lo, mas mesmo encolhida e com a fogueira próxima, não conseguia se aquecer adequadamente.

— É por isso que deveria usar mais do que biquines.

O comentário de Zoro veio acompanhado do olhar dele. Ao que parecia seu desconforto era bastante óbvio.

— As roupas que uso ou deixo de usar não são de sua conta.

— Como se eu ligasse.

Aquele era um ótimo motivo para mais discussão, mas Nami não estava exatamente inclinada no momento, e seus dentes batendo não eram incentivo.

— Venha aqui.

Nami fitou Zoro, perguntando-se o que aqui significava. O espadachim havia descruzado os braços, oferecendo um lugar junto dele para que ela se aconchegasse. As faces de Nami coloriram-se com um leve rubor.

— O-O que você… aí?! Junto com você?!

Zoro compreendeu a confusão dela, e saiu em defesa de suas intenções de imediato.

— Não me entenda errado, sua idiota! Você está tremendo de frio, o que espera que eu faça?

— Que me dê sua roupa, como um cavalheiro!

Zoro riu, debochado.

— Não sou o cozinheiro de merda, que lambe o chão que você pisa. Também estou com frio. Se quiser dessa forma, tudo bem; se não, sinta-se à vontade para congelar.

A navegadora deveria esperar uma resposta como aquela, afinal, ele realmente não era como Sanji, nem como os demais. Zoro era apenas… Zoro.

Antes que pudesse elaborar uma resposta a altura, a vegetação próxima foi remexida, e tendo seu orgulho cegado pela covardia, cobriu toda distância até Zoro, agarrando-se a ele, sem se importar com quão coladas suas curvas estavam à forma dele.

— Você muda rápido de opinião.

— Cale a boca.

Os olhos de Nami não se moveram da direção do arbusto, mas nada além de um pequeno animal noturno, de uma espécie que ela nunca vira antes, deixou seu esconderijo, seguindo para longe deles. A ruiva sentiu-se uma tola, tentando voltar à posição anterior, quando Zoro enlaçou o ombro dela, trazendo-a para seu peito.

— E-Ei!

— É a sua vez de calar a boca. Durma logo. Se algo se aproximar eu saberei, e não há nada que eu não possa fatiar.

Apesar da rispidez em sua voz, o toque de Zoro era acalentador, e mesmo a contragosto, acabou relaxando contra o corpo do espadachim. Nami podia sentir os músculos sob as roupas do ex-Caçador de Piratas, firmes, perfeitamente delineados. Não era como se nunca tivesse estado tão perto assim dele, mas jamais apenas os dois. A ruiva sentiu o rosto se aquecer levemente diante do pensamento, que ela afastou com algum esforço, focando-se apenas no fato da proximidade de Zoro cumprir perfeitamente a função de afastar o frio.

Antes que percebesse, embalada pela respiração calma e controlada do espadachim, o subir e descer de seu peito, e a sensação de segurança do toque dele, Nami caiu no sono.

A ruiva foi a primeira a acordar, e de imediato, desejou poder estar sonhando, mas ela não teria tanta sorte assim, e aquilo só poderia ser classificado como um pesadelo.

Toda a tripulação se encontrava em um semi círculo, observando-os com sorrisinhos variando da diversão a significados menos inocentes. Então, ela percebeu o quão emaranhada estava nos braços do espadachim, e como aquilo deveria dar a ideia errada. Nami se afastou no ato, sem delicadeza alguma, fazendo um Zoro mal humorado acordar com o movimento.

— O que foi dessa vez?

A ficha caiu ao fim da pergunta, e ele se sentiu quase tão embaraçado quanto a navegadora ao visualizar todos os Chapéu de Palha.

Os dois foram poupados de explicações pelo surto de Sanji, que agarrou o espadachim pelo colarinho e iniciou uma discussão sem sentido, como se Nami fosse propriedade dele. Zoro agradeceu internamente àquele maldito, por mais que odiasse admitir; ainda que uma parte dele se enfurecesse cada vez que o cozinheiro dava a impressão de deter algum direito de posse sobre a navegadora.

E Nami, que observava aos dois — já junto aos demais — com indiferença fingida, jamais assumiria em voz alta que, nos braços do Zoro, ela tivera uma das melhores noites de sua vida.


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Notas finais do capítulo

É isso gente, desculpa qualquer coisa jgkfgjkfj
Espero que tenham gostado, e qualquer opinião é muito bem vinda.
Eu nunca sei o que falar no final, então é isso.
Beijos ♥

Capa: Fanart pega no google, créditos ao artista original.