San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.2) escrita por Biax


Capítulo 67
143. Sentimentos Confusos + Oito ou Oitenta


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoinhas.

Desculpe por não ter postado ontem, só consegui escrever agora de manhã. Eu consegui entrar na faculdade ~UHUUUU e ontem foi meu primeiro dia. Comecei a cursar Tradutor e Intérprete :')

Por causa disso, talvez eu precise mudar o dia de postagem para sábado, mas ainda não tenho certeza. Preciso me acostumar com a rotina e tal. Se ficar difícil escrever durante a semana, eu escreverei no sábado e postarei no mesmo dia, okay? Mas vocês vão ficar sabendo.

Boa leitura!



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Resolvi ligar para a minha mãe, já que fazia tempo que não nos falávamos. Não demorou muito para que ela atendesse. Ela começou me perguntando como estavam as coisas, se eu estava bem, se as notas estavam boas, se tinha ido bem nas provas, como meus amigos estavam, o que eu fiz no fim de semana...

Enquanto eu explicava um pouco sobre as provas, fiquei pensando se era uma boa ideia dizer que eu estava “namorando”. Era muito provável que, se eu dissesse, ela e meu pai corressem para cá para tentar me convencer de que ainda não estava na hora para isso, e que eu deveria me concentrar nos meus estudos antes de pensar em namorar. Eles sempre falaram isso.

E é claro que eu sabia, não estava nos meus planos ficar com meu melhor amigo, mas aconteceu. E até agora, meus estudos não foram prejudicados. Muito pelo contrário, até.

De qualquer forma, achei melhor não contar. Eu não sabia se eles ficariam bravos e fizessem algo sem pensar. Não sei se seriam tão extremistas ao ponto de me tirar da escola, mas eu não tinha como saber. Então era melhor deixar tudo do jeito que estava, pelo menos por agora.

Minha mãe me contou que estava tudo bem lá em casa, que a Ana tinha voltado ao seu estado natural. Menos o cabelo, ainda estava azul, e eu pensei na hora que ela e Bia se dariam muito bem. A conversa não durou tanto tempo e logo desliguei o celular. Ao mesmo tempo, a porta do quarto abriu e Lili entrou.

— Estava falando com a sua mãe?

— Sim, fazia um tempo que eu não ligava. Tudo bem?

Ela veio se sentar na cama, de frente para mim. — Sim, sim. Tudo bem.

Cruzei os braços, encostando da cabeceira da cama, apenas aguardando o momento em que ela começaria a falar. Reconheceria aquela cara de culpa de qualquer distância.

Lili começou a cutucar a cutícula das unhas. Me olhou, abrindo a boca. — Eu... fiquei com o Viktor.

Minhas sobrancelhas se ergueram pela surpresa. — Hein? Como assim? Do nada?

— É que... — Ela levantou as mãos, como se não soubesse o que fazer com elas, as juntou, cruzou os dedos e as deixou no colo de novo. — É difícil explicar.

— Então explica desde o começo, ué.

— Okay. — Puxou o ar pelo nariz e soltou devagar. — Ontem teve uma festa na casa dele, coisa dos pais. Eles nos chamaram e fomos, assim, de boa, sabe? Tinham muitos adultos, então eu fiquei com o Alex e com a Gabriela, a irmã dele, brincando na sala. Depois ele ficou lá com a gente e... bom, ele estava muito bonito, eu precisava admitir isso. Mas tá, eu pensei isso na hora, mas também não tinha intenção nenhuma de nada. Eu sabia que ele estava ficando com uma menina.

— Sério?

— Sim, aqui da escola.

— Ué, eu nunca vi.

— Claro que não, né, Bru. Agora você só tem olhos para o James. E afinal, o Viktor acaba atraindo meu olhar sem que eu queira, porque eu conheço ele bem, é normal. Acho que aquela garota é do terceiro, mas não tenho certeza, só não é da mesma sala que a dele. E convenhamos, os dois faziam um casal difícil de não olhar. Era tipo o casal perfeito, sabe?

— Sei...

— Então... Bom, nós ficamos conversando enquanto as crianças brincavam de carrinho. Ele me disse que estava ficando com aquela garota já fazia uns meses, mas que uns dias antes resolveu terminar porque percebeu que aquele namoro não ia dar em nada. Ele sentia que a menina não estava com ele por... sei lá, amor, por gostar. Parecia que ela gostava de estar ao lado dele pela aparência. Tipo, eles tinham uns momentos bonitinhos e tal, mas na maior parte do tempo eles só pareciam um casal de revista.

— Uau... Ele estava chateado com isso?

— Não sei, um pouco, eu acho. Ele me falou que começou a se interessar por ela porque ela era bonita, claramente, e depois que foi se aproximando percebeu que ela era mais do que só beleza. E apesar disso, ele não conseguiu mais deixar esse detalhe de lado, já que ela parecia gostar de desfilar pela escola com ele. Enfim... Ele resolveu terminar, ela ficou muito brava, muito mesmo. Fez drama, ficou brava, chegou a arranhar o braço dele com as unhas, não sei se por querer.

— Caramba... — sussurrei, chocada. Nunca achei que ele passaria por algo assim.

— Pois é. Ele ficou chateado por ter que fazer aquilo e por ela ter reagido daquela forma, já que ele achava que ela era mais... madura, digamos assim.

— Hm... E aí?

— Ah... Eu fiquei chateada por ele, sabe? Ele não merecia passar por isso. E... de alguma forma a conversa começou a virar uma comparação dos relacionamentos que tivemos... Depois começamos a falar de nós. Ele disse que sentia falta da minha tranquilidade, com isso de ciúmes e tal. A essa altura já estávamos de mãos dadas no sofá. — Ela sorriu, passando as mãos no rosto.

— Eita. — Acabei rindo também.

— E... ficamos ali, encostados um no outro, conversando até tarde. As crianças já estavam morrendo de sono e o Alex pediu para dormir com a Gabi, então o Viktor arrumou a cama para os dois no quarto dela. Colocamos os dois para dormir, e foi a coisa mais fofa do mundo eles abraçadinhos. Eu já estava com um frio no estômago... Saímos do quarto e ele me puxou para o quarto dele...

Paralisei com os olhos arregalados e ela me lançou um olhar censurado.

— Não fizemos nada, sua bocó. Nada do que você está pensando, quero dizer. Nos beijamos só. Ficamos deitados na cama dele, conversando, acabamos dormindo e eu acordei no outro dia. Eu... fiquei feliz. Me deu uma certa nostalgia de estar ali com ele. Acordar ali, sabe?

— Sei... E depois?

— Deixei ele dormindo, porque eu estava meio confusa e queria pensar sobre aquilo sozinha. Peguei o Alex e fui para casa. Acho que ele também quis pensar, porque não foi lá me procurar. Ainda não nos falamos desde ontem... E agora, Bru? Eu não sei o que fazer.

— Mas por que você tá aflita assim?

— Porque eu não sei o que eu quero. Não sei se quero continuar e até voltar a namorar, não sei se finjo que nada disso aconteceu...

— Você ainda sente alguma coisa por ele, não sente?

— Eu não sei se isso é só nostalgia ou se eu realmente sinto algo.

— Hm, bom... Não é como se você fosse perder algo ficando com ele. Mas é melhor você pensar mais, né?

— Acho que sim. — Deu de ombros. — Mas e aí, como foi lá com o James?

— Foi bem legal, muito animado...

Comecei a falar tudo o que tinha acontecido desde que chegamos lá. As risadas, as conversas, os adultos meio bêbados, pulei a parte da noite e contei o restante do domingo.

— Mas e de noite? Vocês dormiram juntos?

É, eu sabia que ela ia perguntar. — Sim, dormimos juntos.

Lili me encarou e depois de um tempo relaxou. — Tá bom, não aconteceu nada, já entendi.

— Isso aí.

Ela ficou com uma cara de tacho. — Vamos comer?

— Vamos.

Fomos para o refeitório, encontrando os meninos no caminho. Bebê parecia mais alegrinho do que o normal, mas não disse nada. Fiquei curiosa para saber o que tinha acontecido enquanto estive fora.

Jantamos, conversando. Daquela vez, consegui ver Viktor passando por nossa mesa, dando uma olhadinha discreta para Lili. Algo me dizia que ele já tinha pensado no que acontecera e estava disposto a tentar algo a mais, mas acho que Lili ainda queria evitar contato, já que nem o procurou quando falei que ele tinha a olhado.

Depois de comer, ficamos um tempinho no jardim, em uma das mesas. James e eu contamos alguns acontecimentos engraçados da festa da avó dele e Júlio dava risada tentando imaginar Marcos todo animadinho dançando sertanejo.

Em um momento, Bernardo cutucou minha perna com o pé e deu uma leve inclinada com o rosto, querendo conversar comigo a sós. Levantamos e nos afastamos dos outros, com ele me puxando pela mão. Eu estava torcendo para que tivesse acontecido algo com o Carlos, coisa que só podia ser.

— Como foi seu fim de semana sem mim por perto? — perguntei, assim que paramos em uma mesa vazia.

— Foi maravilhoso, podia ter durado mais, mas me contento com dois dias sem ver a sua cara feia.

Sorri. — Idiota.

Ele riu. — Tudo bem, foi muito difícil, chorei o dia e a noite toda.

— Não dá pra você ser um meio termo? É oito ou oitenta?

— Lógico, qual a graça se for meio termo?

— Ai, tá bom, fala logo, criatura. Você ficou com o Carlos de novo?!

Bebê cruzou os braços. — Oxe, tá sabendo mais do que eu, por acaso?

— Nossa, como você gosta de enrolar.

— Só gosto de enrolar você. — Me puxou para um abraço. — Tá, tá. Eu fiquei com ele de novo.

— Ah! — Dei um gritinho contido, me afastando dele, vendo suas bochechas ficando levemente coradas.

— Precisa disso?

— Claro! Conta como foi!

— Não teve nada demais. Ontem à tarde ele foi lá me devolver o cd, ficamos conversando, nos beijamos algumas vezes, conversamos mais, demos outros beijos e jantamos juntos. E nos beijamos de novo depois antes dele ir pro quarto dele.

— Nossa, estou impactada com tantos detalhes.

Ele ficou sério. — Você tá andando muito comigo hein, pode parar com essa ironia aí.

Dei risada. — Besta. Você tá gostando dele?

— Não acha que tá cedo demais pra isso?

— Como assim cedo demais? Eu fico com alguém quando eu já gosto da pessoa.

— Nem todo mundo é assim, queridona. Ele é legal, gosto da companhia dele, mas não quer dizer que eu esteja apaixonado.

— Ah... Okay. Então ele também gosta da sua companhia.

— É meio óbvio, eu acho.

— Pelo que eu percebi vocês são parecidos. São chatos e sarcásticos.

— Isso é verdade.

— Ah, mas... fico feliz por vocês se darem bem. É legal te ver assim.

— Assim como? Com os olhos?

Ignorei aquela última parte. — Você tá mais animado, ué. Dá pra perceber.

— Hm... Vou ter que começar a prestar atenção. Ninguém pode saber que eu tenho sentimentos.

— Por quê? — Fiz uma careta confusa.

— Tô brincando, bocó. Como se eu ligasse o que pensam de mim.

— Menos eu, você liga para o que eu penso.

— E quem disse?

— Eu estou dizendo e tenho certeza.

— Se você acha. — Deu de ombros, bancando o insensível, mas sorriu e me puxou de novo para me abraçar.

— Tá vendo? Você me abraça quando tá feliz. Ou quando tá triste, o que não é o caso.

— Tá bom, eu não te abraço mais, chata. — Me afastou bruscamente.

— Não é assim que funciona não, meu filho. — Passei os braços por sua cintura e o apertei. — Não vai se livrar de mim fácil assim.

Ele deu risada. — Não sei se fico feliz ou triste com isso.

— Vai cagar.

Depois daquela ceninha voltamos à mesa, e logo subimos para dormir.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acham que a dona Lili deve fazer?

Felizes pelo Bebê? Tão fofinho esses dois :3

Espero que tenham gostado! Até mais o/



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