Tom era meu senhor, mas ainda mais, era meu protetor, e confiava nele de corpo e alma. Faria qualquer coisa que ele pedisse, e o que não pedisse, se eu percebesse que seria bom.

Um ano depois que cheguei a sua casa, já com oito anos, percebi que tinha um tipo de música que ele ouvia mais que os outros. Darel ensinou-me quando estive na biblioteca que era a ‘música clássica’. Eu quis cantar isso para Tom, mas esse tipo de música quase não tinha voz.

Entrei em um impasse até perceber que o piano que Tom mantinha na sala fazia muitos sons parecidos com os das músicas. Então passei a, enquanto ele saía para trabalhar, tentar colocar minha voz naquelas teclas, fazer com que o piano cantasse de forma tão bela quanto eu.

Foi... Fácil. As teclas respondiam a meus dedos melhor do que qualquer conversa com outro humano que eu já tivera, em uma melodia vernácula que, com alguns dias, tomara forma, e em algumas semanas, eu já podia tocar as três músicas favoritas de Tom.

Ele ficou maravilhado! Meu peito se encheu de alegria ao ver seu rosto tão feliz. Quis aprender ainda mais. Ser ainda melhor.