Quando chegou a Metrópolis, Kara encontrou seu primo e o atualizou sobre toda a situação. Kal El ficou radiante ao saber da gravidez mas não demorou para um semblante preocupado aparecer em seu rosto. Após explicar o plano com J’onn, ele pareceu mais calmo e Kara mudou o foco para a busca por Mon El:

— Então vocês acham que ele pode estar na Zona Fantasma?—  Kara confirmou.

— Eu lembro que você me contou que tem uma saída na Fortaleza da Solidão. Mas sem um jeito de controlar quem passa, não podemos arriscar usá-la. Por isso vim até aqui, preciso de outro jeito de entrar lá.

— Certo. Deixe me pensar. — Ele franziu o cenho por um tempo até que seu rosto pareceu se iluminar.

— Eu lembrei de uma coisa… São cristais. Meu pai os criou para que pudesse entrar na Zona a qualquer momento.

— Isso é perfeito! —  Kara se animou.

— Mas tem um problema… Segundo os registros da fortaleza, apenas um desses cristais está na terra e ele foi separado em alguns pedaços pela superfície terrestre. 7 no total. Acredito que foi uma medida de segurança, já que na Zona Fantasma estão muitos dos criminosos mais perigosos do espaço.

— E como podemos encontrá-los?

— Pelo o que eu saiba, eles emitem um tipo de energia muito parecido com a da própria Zona.

— Certo… Winn pode procurar por fontes dessa energia.

— Não acho que seja tão fácil Kara. Como os pedaços são pequenos, dificilmente Winn conseguirá localizar pelo computador. Acredito que será necessário um trabalho mais…manual.

— Como assim?

Minha sugestão é que vocês mandem equipes de busca por todo o planeta. Talvez Winn consiga detectar uma localização mais próxima para que as equipes tenham por onde começar .

— Ou seja, não será um processo rápido.—  Disse Kara com a voz chateada.

— Sinto muito prima, mas é a única forma que eu conheço de entrar .

— Bom, pensando pelo lado positivo, pelo menos tem um jeito né. Acho que é nossa única opção.

— Tenho certeza que vão conseguir e talvez não demore tanto.

— Eu espero Kal.— Ela suspirou.— Obrigada.—  Disse enquanto o abraçava.

— Sempre que precisar Kara. E pode me chamar se necessitar de ajuda em National City.—

Ela acenou com a cabeça e levantou vôo.

Após retornar, Kara explicou como funcionavam os cristais e o que teriam de fazer. Enquanto Winn partiu para o computador em busca de vestígios, Alex e J’onn começaram a alistar os agentes que iriam ajudar nas buscas. Foram selecionadas 50 pessoas para a missão, divididos em grupos de 10, cada grupo atuando em um continente onde Winn tinha localizado energia similar a Zona Fantasma.

Kara tentaria ajudar o grupo do continente americano para acelerar o processo. Era a maior distância que ela arriscaria voar pois não sabia como seu corpo se comportaria durante a gravidez .

Com o plano em andamento, três meses se passaram.

As equipes que estavam na África e na América, já tinham encontrado 3 dos 7 fragmentos e partiram para os pólos. Kara estava otimista, mesmo com a espera, tudo parecia estar indo bem. O esquema das trocas com J’onn transformado em Supergirl também estava funcionando melhor do que esperado e Kara finalmente estava conseguindo curtir sua gravidez. A barriga estava maior e as roupas já não serviam como antes. Alex se revelava cada vez mais uma tia coruja e não deixava de supervisionar a irmã todo o tempo.

Kara estava almoçando com Lena. A amizade das duas estava totalmente restabelecida, o que deixava a heroína muito feliz.

— Então faltam 4 fragmentos? —  Lena perguntou enquanto saboreava um pedaço de sobremesa.

— Sim… Sinceramente, eu só queria que encontrassemos ele antes do bebe nascer.

— Como acha que ele reagirá quando descobrir? —  Lena tentou descontrair.

— Eu espero que feliz.— Kara riu.

— Mal voltando de um tempo perdido no espaço e descobrindo que vai ser pai. Por favor, Kara, me deixe ver esse momento.— As duas gargalharam e logo Kara ficou pensativa.

— O que foi? —  Lena perguntou.

— Nada.—  Kara disse mexendo no cabelo. —  É que eu nunca poderia imaginar que tudo isso aconteceria quando o encontrei naquele pod. Sinceramente, eu não imaginava que seria capaz de ser tão feliz com alguém. Depois perdê-lo daquele jeito e descobrir que um pedaço dele estava crescendo dentro de mim. Eu achava que a vida fazia sentido antes, mas agora parece que tudo o que importa é meu filho, eu não achei que pudesse amar tanto assim.

— Você quase me faz querer ter um bebê, Kara. —  Lena riu mas logo parou quando notou uma expressão de dor no rosto da amiga.

— Kara, está tudo bem? — Kara se curvou com as mãos na barriga. —  Kara?

— Uma dor… Tem alguma coisa errada com o bebê, Lena… —  Ela caiu de joelhos e Lena correu para ampará-la. Ela desmaiou em seus braços enquantos clientes curiosos se aglomeravam em torno delas. Lena pegou o celular:

— Alex? Estou com a Kara, há algo errado, venha para cá!