Havia se passado um mês desde que Mon El foi obrigado a deixar a Terra pelo efeito do chumbo. Kara passou por todos os estágios de luto, já chorara demais e estava tentando recompor sua vida e seu coração. Os agentes do DEO seguiam as buscas para tentar localizar o paradeiro do Daxamita, mas manter uma esperança que aos olhos de Kara era falsa, só fazia a heroína sofrer mais. Por isso, decidiu que tentaria seguir em frente, mesmo sabendo que nunca amaria alguém como amou Mon El.

Era noite e Kara estava esperando Alex. A irmã estava dando todo o apoio e dormia com ela sempre que podia.

Ouviu barulho na porta e viu Alex entrando com pizza e guiozas, foi recebê-la com um abraço e as duas sentaram para começar o filme e jantar.

Durante a sessão, Kara levantou correndo e foi ao banheiro, quando voltou, Alex a observava com um olhar curioso:

—O que foi? Precisei vomitar, não estou muito bem ultimamente.

—Desde que você veio para Terra, foram pouquíssimas as vezes em que te vi vomitar Kara, não é melhor descobrirmos a causa disso ?— Alex se mostrou preocupada.

— Imagina Alex, eu só não ando muito bem do estômago, nada demais, prometo comprar um antiácido para resolver o problema, ok?

Alex ficou pensativa e de repente pareceu surpresa:

— Kara, me diz uma coisa, há alguma possibilidade de você estar grávida?— Kara cuspiu o suco que estava tomando e arregalou os olhos.

—O que? Alex, está maluca? Claro que não!

—Tem certeza Kara? Eu venho observando que você está um pouco mais sensível que o normal, achei que fosse pelo o que aconteceu, mas juntando isso com enjoo e vômito...

Kara estava mais pálida e parecia envergonhada:

— Bem, quer dizer, talvez haja uma possibilidade mínima, eu...,bem...

— Pode falar Kara— Alex segurou sua mão .

— Tudo bem, bom... Uns dias antes da confusão com os Daxamitas, eu e Mon El estávamos... Você sabe... Enfim... E quando acabou, percebi que o preservativo tinha estourado.— Kara estava com um semblante preocupado.

— E você não me contou nada ?

— Me desculpe Alex, a verdade é que quando percebi o que tinha acontecido, não deu tempo nem de discutirmos por que fui chamada pra apagar um incêndio, logo depois começou o problema com os pais de Mon El e eu acabei me esquecendo totalmente.— Ela parou um instante:

— Meu Deus Alex! Eu posso estar grávida!—Kara estava ofegante, começou andar de um lado pro outro e murmurar consigo mesma, até que Alex se colocou na frente dela:

—Kara, se acalma, primeiro precisamos saber se é isso mesmo. Vamos apelar pro método humano, vou até a farmácia buscar um teste. Tente se acalmar, eu volto em 5 minutos.— Kara assentiu e voltou pro sofá enquanto Alex saia do apartamento.

—Será que eu realmente estou grávida? E sem Mon El, o que eu vou fazer?— Kara falava enquanto pousava a mão na barriga quase que instintivamente. As memórias dos momentos com ele voltaram a sua mente e ela não conseguiu conter as lágrimas. Ficou assim até a irmã retornar com o teste e entregá-lo a ela:

—Saiba que eu estou com você Kara, independente do resultado, nós estamos juntas nessa.E se der positivo, eu serei a tia mais coruja do universo!— Kara sorriu mas logo a expressão de preocupação retornou ao seu rosto:

— O que foi?—Perguntou Alex.

— Alex, se eu estiver grávida, eu terei de tomar uma decisão.

— Como assim?

— A Supergirl não pode continuar salvando a cidade grávida Alex, é inviável e eu teria de me afastar dos meus deveres. Mas seria egoísmo, como posso abandonar National City por 9 meses? .

—Você quer dizer que ...

—Não sei Alex, eu preciso pensar.— Alex a encarava atônita.

— Kara, você já desistiu do amor da sua vida pelo bem da cidade, você não pode abrir mão de tudo. Antes de ser a Supergirl, você é Kara Danvers, e você sempre sonhou em ser mãe.

Kara apertou os olhos para conter as lágrimas e se dirigiu ao banheiro. Quando voltou, colocou o teste em cima da mesa:

— Quanto tempo leva?

— Na caixa diz que 5 minutos.

—Vem aqui.—Alex a chamou e Kara se aconchegou em seu colo enquanto esperavam. Ficaram em silêncio até o despertador tocar. As duas se olharam e Kara pegou o teste. Instantaneamente seus olhos encheram de lágrimas e ela ficou paralisada:

— E então? Fala logo Kara!

— Você tinha razão.

— Sobre a gravidez?

— Também, mas principalmente sobre não abrir mão de tudo. Eu não vou abrir mão desse bebê Alex, eu já o sinto aqui e já o amo mais do que a mim mesma, eu não vou desistir dele—Ela disse com a mão na barriga de forma protetora. Alex sorriu, abraçando- a fortemente, e as duas começaram a rir. Kara sentia como se seu coração estivesse completo novamente, faria de tudo para proteger seu filho. Mon El teria orgulho da mãe que ela seria.