Paradigma escrita por Any


Capítulo 3
Preocupação




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A sua noite foi conturbada.

Graças a sua epifania repentina de negar todo e qualquer remédio – até aqueles que a ajudavam dormir – ela ficara acordada durante boa parte da noite, seus pensamentos se contorcendo sobre suas próprias divagações complicadas.

A sua bochecha ainda doía pelo tapa, seus olhos queimavam pelo choro e seu corpo dolorido pelo cansaço.

Mas seus olhos continuavam abertos e negavam-se a fechar.

Na manhã seguinte, Judy e Russel tinham saído mais cedo, a deixando sozinha e sem café da manhã.

Ela não sabia se deveria se sentir feliz por não ter a companhia desagradável de seus genitores ou triste por não ter um café da manhã descente.

Preferiu a primeira opção.

Escondendo a vermelhidão de seu rosto e as olheiras arroxeadas ao redor de seus olhos com maquiagem e um sorriso falso, saiu de casa.

Quando chegou a escola, se dirigiu até o campo, seus olhos, de forma preguiçosa, avaliaram todas as Cheerleaders paradas em frente a Sue Sylvester, que gritava a plenos pulmões sobre irresponsabilidades e nachos apimentados.

— Sue não está em um bom dia. – Santana sussurrou sobre ombros. – Eu não queria ser você hoje, capitã. – Zombou.

— Fabray! Venha aqui! – A voz anasalada de Sue chegou ao seus ouvidos de forma tortuosa e ela encolheu os ombros enquanto se aproximava da treinadora. – Você vai se responsabilizar por essa falta de responsabilidade dessa equipe de fracassadas. – Disse, se referindo ao episódio passando em que elas não chegaram no campo na hora certa.

Os olhos de Quinn decaíram-se para as garotas temerosas logo a frente.

Um sorriso malicioso cruzou seus lábios.

— Vocês irão dar doze voltas no campo antes de ensaiarmos.... –

— Mas capitã....

—  Todos os dias. – A interrompeu, seu peito se contorcendo em uma raiva que ela não conseguiu discernir.

— Isso é injusto! – Apontou outra garota.

A loira franziu o cenho, apertando os lábios de forma forte.

Odiava ser contrariada.

Odiava tanto que qualquer uma parecia querer enfrenta-la. Ela era melhor que cada uma delas, nenhuma tinha direito algum de opinar sobre uma escolha sua.

— Quinze voltas. –

— Capitã....

— Se vocês falarem mais alguma coisa, eu vou manda-las correr até suas pernas caírem. – A frase soou calma, como se Quinn estivesse comentando algo sobre o tempo.

Resmungando, as líderes de torcida foram em direção ao campo.

— Pareceu seu pai falando desse jeito. – Santana chamou sua atenção. – Você precisa relaxar. –

— Eu não me pareço com meu pai, em absolutamente nada. – A comparação causou um desconforto e uma leve revolta. – Agora vá, Santana. –

Enquanto observava as garotas correndo, seus pensamentos varreram a última afirmação da melhor amiga e sua mão direita foi até a sua bochecha machucada.

Não era igual ao pai, nunca seria.

***

Foi perceptível ver algo diferente.

Quando Quinn adentrou dentro da sala do clube no quinto período, seus olhos decaíram-se sobre uma certa latina amargurada, uma Brittany saltitante e um certo cadeirante feliz.

Tombou a cabeça para o lado, analisando a situação.

Artie Abrams cantava “Dancing With Myself” de forma sorridente para uma certa líder de torcida loira, que, com toda a sua desenvoltura, dançava.

Quinn piscou, a cena seria cômica se não fosse trágica.

Com seus cabelos castanhos, óculos, lábios finos e corpo magro, Artie beirava a bonitinho, mas não o tipo de garoto que chamaria a atenção de Brittany.

E Santana não parecia gostar nada disso.

— O que ela viu no aleijado? – As palavras de Santana eram rudes e soavam como rosnados pela forma furiosa em que eram proferidas.

— Maneire suas palavras Lopez, ele não consegue andar, mas seus ouvidos funcionam perfeitamente. – Quinn sorriu de lado, sentando ao lado da morena, que parecia fuzilar cada parte do corpo de Artie com os olhos.

— Digo, nós estávamos tão bem ontem. – Lembranças nublaram os olhos escuros e Quinn suspirou sobre a cantoria. – Nós até fomos ao parque, nos divertimos....

— Vocês estão fazendo isso a quanto tempo? – Perguntou de forma distraída, seus olhos fixos na entrada de Rachel Berry ao lado de Finn.

Por que diabos Rachel estava agarrada ao braço dele?

— Fazendo o que? Estamos juntas? –

— Sim Santana. – Quinn revirou os olhos.

— Desde o fundamental. –

A capitã das líderes de torcida engasgou.

— O que? – Sussurrou uma exclamação. – Como eu nunca notei? –

— Você estava ocupada demais indo para aquelas clínicas idiotas para emagrecer, eu, no entanto, estava sendo uma adolescente normal. –

Quinn se remexeu na cadeira, lançando um olhar nada amigável para a melhor amiga.

Santana se levantou quando a apresentação finalmente acabou, dando passadas rápidas em direção a Brittany.

A loira não se impediu de rir, desviando o olhar.

— O amor não é lindo? –

Quinn virou seu rosto para o lado e Noah Puckerman sorria para ela, o rosto perto demais.

— Ei Puck. – Murmurou. – Você parece animado. –

O sorriso do adolescente aumentou.

— Ah, eu estou. - Se sentou ao lado esquerdo de Quinn, no mesmo lugar em que Santava estava anteriormente. – Por que eu descobri uma coisa. –

— O que, exatamente? –

— Que Rachel Berry é judia. –

— Sim.... – Quinn assentiu. – E? – Tentou ligar a empolgação de Puck com a sua descoberta.

— Bom, eu também sou judeu. – Apontou para seu peito musculoso enquanto passava a mão pelo moicano. – Digo, automaticamente somos perfeitos juntos. –

Quinn levantou uma sobrancelha, os lábios comprimidos.

Seus olhos foram puxados novamente para a cantora a alguns espaços longe, ela agora ria de algo que Sam dizia a ela.

Por que diabos todas as vezes que Quinn a olhava ela estava com algum garoto?

— Rachel não é perfeita para ninguém...

A não ser para mim mesma.

—.... Ela é uma fracassada narcisista. – A ofensa saiu de forma suave por entre seus lábios. – Você poderá se arrepender. –

Puck cerrou os olhos e lambeu os lábios.

— Você fica sexy quanto está com ciúmes. –

Quinn franziu o cenho.

— Desculpe? –

— Sabe, eu sei que você está em um novo momento com o Finn, mas eu ainda não esqueci dos nossos momentos. – Piscou. – E eu talvez pensei que nós...

— Você estava falando de outra garota a alguns segundos atrás Puckerman. –

O adolescente sorriu.

— Eu sabia que você estava com ciúmes. –

Com um bufar impaciente e cansado, a líder de torcida somente se dignou a ignora-lo, cruzando os braços.

Noah Puckerman fazia parte de seu passado nada perfeito. Um garoto legal inicialmente, até a começar a trabalhar como limpador de piscinas aos treze anos e virar um pervertido por mulheres mais velhas.

Um digno badboy e pegador.

— Ei, falando da nossa fracassada narcisista, ela está vindo. – Puck deu o seu melhor sorriso para uma Rachel Berry espalhafatosa com seus papéis.

— Quinn. – Rachel olhou para ela de forma temerosa. – Como Mr Schuester disse anteriormente, vamos ser obrigadas a viver uma tortuosa semana de treinamentos para as Regionais e como você é uma talentosa dançarina....

— Não estou interessada. –

Como se já soubesse a resposta da Cheerio, Rachel pigarreou e arrumou os ombros, pronta para mais um discurso.

— Eu sei que você não tem muita tolerância em quesito a ensinar, especialmente a Finn que demora um tanto quanto mais que os outros, mas veja, Mike torceu o tornozelo no nosso último ensaio e Brittany está ocupada com.... Santana. – Franziu o cenho ao dizer o nome. – De qualquer forma, preciso de você. –

— Então você está querendo dizer que...

— Só você e eu por quinze minutos todos os dias. –

 Só em pensar na probabilidade de ficar com Rachel durante quinze minutos todos os dias fez com que ela sentisse uma animosidade estranha dentro de seu peito.

— Uma hora. –

— Uhm? – Rachel pareceu não ouvir direito.

— Sue castigou todas as líderes de torcida por não terem vindo mais cedo no começo da semana, logo, eu preciso estar todo dia aqui uma hora antes das aulas começarem por um mês, para ter certeza de que todas irão vir e fazer as atividades. – A voz de Quinn soara calma e explicativa. – E como eu não me importo com Sue, eu estou disponível. –

Aquela fora a primeira conversa que Quinn e Rachel tiveram sem que uma xingasse a outra.

— Vai ficar me olhando com esses olhos grandes? Eu não tenho o dia inteiro Hobbit. –

E lá se ia uma conversação madura.

Parecendo não se importar com o último comentário maldoso da Cheerleader, Rachel assentiu e sorriu.

— Posso participar? –

As duas garotas olharam ao mesmo tempo para o garoto de moicano, que sorriu de lado, piscando para a judia.

— Não vejo problema algum Puck. – Rachel sorriu, a expectativa brilhando sobre os olhos castanhos sonhadores.

Ah, mas Quinn via.

Via problemas, vários deles.

Mas, sua atenção se desviou para uma movimentação estranha atrás de Rachel, e os olhos avelãs captaram uma confusão generalizada, que começava com Santana.

Quinn observou de forma minimalista as expressões faciais de Santana, a forma como seu rosto parecia transparecer tantos sentimentos conflituosos que ela mesma não os entendeu, mesmo que conhecesse a latina á anos.

Mas ela conseguiu captar algo.

Era sutil, suave e transparente. Beirava entre os olhos da latina e significava tudo o que ela estava sentindo e toda a sua fragilidade quanto a situação.

A loira não entendeu o motivo da briga, e não procurou saber, somente pegando a morena pelo pulso, a puxando da roda de pessoas, ignorando os protestos de Santana contra ela ao retira-la da sala do coral.

Empurrou o corpo da melhor amiga entre os armários.

— O que está acontecendo? –

A respiração de Santana estava erradica, suas mãos em punhos, seu rosto comprimido.

— Aquele…Aquele aleijado! Quatro olhos! Ridículo nerd! – Esbravejou, enraivecida. – Ele simplesmente.... –

— Ele está com Brittany não está? –

— O inferno que está! – Gritou.

Quinn fechou os olhos, desejando paciência.

— Eu não estou entendendo Santana. – Murmurou.

A latina socou o metal que compunha o armário, bufando.

— Ela.... Ela desistiu. – A sua voz soara fraca dessa vez. – Desistiu de me esperar. –

— Esperar o que exatamente? –

Santana olhou para o corredor, os olhos demonstrando insegurança.

— Eu prometi que um dia seríamos verdadeiras sobre tudo, mas eu não estou pronta. –

— Ela só está com raiva. –

— Artie não tem vergonha de estar com ela. –

— Por que é mais fácil! – Quinn exclamou. – Brittany está sendo injusta com você. –

— Ou eu covarde demais. –

As duas ficaram em silêncio, ainda escutando a discussão na sala do clube.

— Eu entendo você. – Quinn colocou suas mãos sobre os ombros de Santana. – E eu estou aqui contigo. –

Santana suspirou e sorriu de forma amarga.

— Não você não entende. –

Quinn franziu o cenho quando viu Santana dar alguns passos para atrás.

— Você sempre observou ela de longe, com seu amor unilateral. – Santana debochou. – Mas Brittany me amou de volta, ela me fez promessas, eu tive esperanças, era algo sólido Quinn. – Olhou de forma amargurada para a amiga. – Eu provei da perfeição e não quero mais parar. –

Santana fixou seus olhos para algo atrás de Quinn, que se virou, curiosa.

Rachel as encarava genuinamente preocupada, observando a discussão delas de longe.

— Eu.... Eu preciso ir. –

— Santana.... – O nome saiu sussurrado por entre seus lábios.

Mas a latina saiu por entre os corredores, deixando Quinn sozinha.

— Está tudo bem? –

A pergunta de Rachel parecia tão ironicamente errada que Quinn quase riu de sua própria infelicidade.

A loira somente se virou, respirou fundo e andou em direção a Rachel.

— Vamos. – Indicou com a cabeça o caminho de volta para o Glee. – Temos trabalho a fazer. –

***

— Então.... O que vocês acham? – Rachel distribuiu os papéis pelos colos de Quinn e Puck. – Eu tentei ao máximo melhorar as harmonias para que ficassem simetricamente boas musicalmente. – Colocou as mãos na cintura, observando os dois atletas se embaralharem com a quantidade de papéis.

Quinn e Puck estavam tentando se organizar sobre os estofados do auditório, enquanto Rachel, em pé em cima do palco, os observava de forma ansiosa e animada.

— Ah.... Berry, onde está a minha parte? – Quinn levantou uma sobrancelha de forma questionadora.

— Aqui. – Rachel tirou atrás de si, mais três folhas – que Quinn sinceramente não sabia de onde a judia tinha tirado. – Junto com as minhas. –

— Sexy.... – Puck sussurrou.

— O que? – Quinn piscou.

— Vamos fazer duetos juntas Quinn, sua voz é suave e faz com que apague as imperfeições não admitidas da minha voz. – Rachel sorriu.

Quinn franziu o cenho.

— Ou seja, eu vou ser somente parte do coral. –

— Oh! Não, não. – Rachel negou. – Nossas desavenças não são tão significativas para mim fazer algo tão horrível. –

— Certo.... – Quinn franziu o cenho novamente.

— E a minha parte, qual é? – Puck perguntou. – Eu vou fazer um dueto com você também? – Um sorriso cresceu pelos lábios finos do judeu.

— Eu ainda vou decidir a sua parte. – Rachel murmurou, distraída.

— Oh.... – O adolescente se afundou na cadeira estofada, amuado.

— Venha Quinn, quero mostrar uma coisa. –

A loira subiu ao palco, observando quando Rachel colocara os papéis no chão, se posicionara em sua frente.

— Pegue na minha cintura. –

— O que? – Quinn piscou várias vezes, cruzando os braços de forma protetora.

— Preciso mostrar a Puck os passos de dança que ele terá com seu futuro par. –

— Por que você não mostra a ele sem que eu esteja incluída nisso? –

Rachel revirou os olhos.

— Por que o aprendizado visual é mais eficaz. –

Os olhos da loira decaíram sobre o jogador de futebol, que deu de ombros.

— Ei, eu realmente não me importo. – Suas duas palmas se juntaram. – Vocês duas podem ficar fisicamente perto o quanto vocês quiserem. – Piscou, dando um sorriso malicioso enquanto tombava a cabeça.

— Sua perversão me enoja. –

— É somente parte do aprendizado, não é? –

Rachel riu baixo sobre a discussão.

A loira cerrou os olhos, enquanto de forma desajeitada, colocava suas mãos sobre a cintura da cantora.

— Eu vou mexer os quadris desse jeito e você precisa seguir com seus braços enquanto me rodopia. –

Quinn assentiu, concentrada, escutando o cantarolar improvisado de Rachel enquanto elas giravam sobre o palco.

— Quinn, você está muito tensa, relaxe um pouco. – Rachel massageou seus ombros de forma gentil.

— Isso Quinn, relaxe.... – Puck murmurou, o sorriso pervertido ainda reinando sobre os lábios.

— Puckerman, eu vou arrancar seus olhos com uma pinça! – Quinn disse entredentes.

A gargalhada do judeu soou divertida enquanto as bochechas da loira se mostravam vermelhas.

Rachel acompanhou o garoto, observando o quanto a líder de torcida ficara envergonhada com aquilo.

— Eu deveria ter ficado no campo. – Resmungou sobre as risadas.

O ensaio estava sendo constrangedor, com os comentários de Noah e as insistências de Rachel, aquilo estava se tornando uma bela batalha contra tudo o que estava tentando esconder de si mesma.

Mas, ela nunca esteve tão leve quanto naquele momento.

***

— Isso Puck, agora dê três passos para atrás. –

Quinn olhava de forma entediada para o casal, seus olhos captando cada movimento da garota de casaco vermelho e saia quadriculada.

— Você é horrível Puck. – Resmungou, ao ver que já tinham se passado vinte minutos e eles não tinham saído do primeiro movimento.

—Isso é uma palavra forte para definir alguém tão bonito, você não acha? – O garoto agarrou a cintura de Rachel de forma abrupta, colando o corpo da judia contra o seu. – Rachel? –

— Agora ela acha você um pervertido. –

A morena, com os olhos arregalados pela surpresa, gaguejou e pigarreou ao mesmo tempo.

Não era nenhum mistério que Puck estava tendo tantas “dificuldades” a aprender o movimento inicial, que se consistia em corpos pertos demais e toques, para somente ter algum contato com a cantora.

— Eu acho.... – Rachel piscou várias vezes, se soltando do garoto. – Que precisamos nos apressar. – Olhou para o relógio de pulso que usava. – Faltam somente dez minutos para o primeiro período. –

— Ótimo. – Quinn disse, chamando a atenção dos dois judeus. – Então posso me adiantar e ter meu primeiro momento feliz do dia e me ver livre de vocês dois. – Sorriu sem os dentes de forma forçada enquanto se levantava.

— Você é uma vadia cruel Fabray. – Puck passou a mão pelo moicano enquanto observava a loira subir as escadas do auditório.

— Quinn! Espere, eu vou com você. – Rachel disse, começando a recolher suas partituras. – Preciso falar com você sobre uma coisa.... –

A loira franziu o cenho, virando-se para atrás.

Sobre o que Rachel exatamente queria falar com ela?

A judia, com passos apressados e atrapalhados, começou a subir as escadas em direção a Quinn, que a esperava de forma paciente.

Mas, os pés de Rachel se apoiando de forma errada entre as escadas e seus olhos distraídos com a organizações dos papéis em seus braços formaram um conjunto perigoso.

Em um deslize, os pés de Rachel deram um passo em falso e seu corpo se desiquilibrou.

Em segundos, a judia rolava sobre as escadas.

— Rachel! – O grito de Puck acordou Quinn de seus pensamentos, seu corpo pesado demais para fazer alguma coisa.

A líder de torcida desceu as escadas da forma mais rápida que conseguiu, se ajoelhando ao lado do corpo desacordado da judia.

— Puck! Vamos levar ela até a enfermaria. – Os olhos avelãs jorravam preocupação e ela lançou um olhar desesperado para o ex-namorado. – Rápido. –

***

Rachel acordou vagarosamente, a luz entrando em seus olhos de forma incômoda.

Sua cabeça tombou para o lado, confusa ao ver que não se lembrava onde estava e nem de como chegara ali.

Mas, algo chamou sua atenção. Uma certa líder de torcida estava ao seu lado, sentada no sofá desconfortável logo ao lado de sua maca.

Ela tinha seus olhos fechados franzidos em uma preocupação silenciosa, sua respiração profunda e calma e seus lábios levemente separados.

— O que.... – Rachel se levantou rápido demais, a tontura deixando seus pensamentos confusos e embaralhados.

— Oh querida, não se levante tão rápido. – Mãos gentis foram até seus ombros, a empurrando de volta para se deitar. – Você bateu a cabeça muito forte, precisa descansar. –

— Bati.... Minha cabeça? – Suas mãos foram até a sua cabeça, que somente agora ela notou que estava doendo.

— Sim, no auditório. – A enfermeira sorriu para ela, as rugas ocasionadas pela velhice se realçaram. – Noah Puckerman e Quinn Fabray foram os responsáveis por trazê-la aqui. –

Seus olhos se fixaram novamente para a Cheerio adormecida.

A enfermeira seguiu seu olhar para logo depois sorrir de forma preocupada.

— Ela está aqui desde o começo e se nega a sair. –

O rosto de Rachel se transfigurou em pura confusão.

— A quanto tempo estou desacordada? –

— Quatro horas. –

— E ela.... Ela ficou....

A enfermeira riu enquanto assentia, suas mãos trabalhando de forma rápida sobre o corte em sua cabeça.

— Parece difícil de se acreditar, mas sim. – Murmurou. – Ela parece se preocupar bastante. –

Observando Quinn de perto e com tanta atenção, era possível ver o quanto ela estava cansada e por mais que Rachel estivesse lisonjeada por tanta preocupação, ela simplesmente não conseguia entender.

— Foi somente uma batida forte na cabeça, ela irá doer por alguns dias, mas nada que alguns analgésicos não resolvam. – A enfermeira continuou a falar. – Descanse bastante e tome mais cuidado, sim? –

— Em relação a Quinn. – Rachel perguntou novamente, causando um sorriso na enfermeira. – Não deveria ser proibido ela estar aqui....

— A treinadora das Cheerios, Sue Sylvester, a liberou. –

— Por que ela faria isso? –

Com um suspiro, a mulher de olhos castanhos somente negou com a cabeça.

— Querida, eu não sei. –

Com um resmungou sobre responsabilidade, Rachel se pôs de pé.

— Eu estou indo. – Rachel afirmou, seus olhos decaindo para a loira. – E.... Não acorde ela até eu estiver pelo menos a três metros daqui certo? –

A mulher franziu o cenho, mas assentiu, sem questionar.

Saindo da enfermaria, Rachel tentava não pensar no rosto adormecido da líder de torcida.

Poderia ser tantas coisas, dever, obrigação ou até um mandato de Sue.

“Ela está aqui desde o começo e se nega a sair. ”

Quinn ficara realmente preocupada com ela ou sua mente recheada de sonhos maiores do que ela mesma estavam bagunçando cada pedacinho dela mesma.

Bom, parece que até Quinn Fabray era gentil.


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Notas finais do capítulo

Decidi dar uma chance :/