City of Angels escrita por May Prince


Capítulo 5
Capítulo 4




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— Calma, Felicity – Oliver gritou atrás de mim enquanto corríamos pelas areias da baia de Starling City

— Rápido Oliver, a chuva vai cair. – o tempo estava feio e pequenos relâmpagos iluminavam o céu

— Você vai cair correndo assim – disse preocupado. Ele sempre era assim, sempre cuidava de mim e eu não entendia o motivo.

— Anda logo – gritei olhando pra trás

— Temos que ser rápidos se não a minha mãe vai me matar

— Ela não vai não, te protejo – sorri

— Então responde a minha pergunta – falou já perdendo o fôlego

— Não! – gritei parando de correr

— Não vai responder ou não vai casar comigo? – Oliver parou sorrindo na minha frente

— Oliver, só tenho 10 anos e você 12, temos muito pra viver – coloquei as mãos na cintura. E então um raio caiu do nosso lado. Gritei e sai correndo para o lado oposto, mas Oliver me seguro me mantendo no lugar onde eu estava.

— Aqui estamos seguros. – disse segurando meus braços

— Porque? – franzi o cenho

Os raios não caem duas vezes no mesmo lugar — falou se achando o esperto e eu apenas assenti

— Porque você quer se casar comigo ein? – mudei de assunto ele sorriu e me olhou nos olhos aproximando nossos rostos.

— Pra eu poder te beijar quando eu quiser – e então selou nossas bocas em um beijo curto.

O que Oliver estava fazendo afinal? Eu nunca tinha beijado nenhum menino antes. Com certeza ele viu isso na televisão e estava querendo imitar. Fechei os olhos sentindo o seu cheiro bom.

E então um raio caio do nosso lado, no mesmo lugar, me fazendo voar para um lado e Oliver para outro.

Acordei com o susto do barulho de uma trovejada iluminando o céu e o avião dando uma leve turbulência. O breu da noite deixava tudo mais sinistro.

Que sonho fora esse? Sonho não, lembrança. Mas porque diabos eu estava sonhando com aquilo? Porque diabos ele não saia da minha cabeça?

Olhei minha filha dormindo no banco ao meu lado, uma babinha até escorria de sua boca e ela sorria durante o sono. Pode ter sido a maior besteira do mundo trazê-la, mas ela estava feliz em fazer sua primeira viagem a casa da vovó e isso me deixava feliz também.

A intenção não era levá-la a casa dos meus pais, até porque se meu pai sonhasse que ela é filha do traste ele daria uma de fofoqueiro. Ou então eu poderia chegar e dizer que ela era filha do Ray.

Olhei para Melanie para ver se essa mentira colaria... É ela é a cara do pai, qualquer um que batesse os olhos nela saberia de quem ela é filha. E com certeza Melanie não ia gostar nada nada de ser chamada de Melanie Palmer, quando na verdade o nome dela era Melanie Queen, mas ninguém precisava saber, muito menos ela. Melanie Smoak estava de bom tamanho.

— Senhores passageiros, desembarque em cinco minutos no Aeroporto Internacional de Starling City.

Meu coração parou uma batida ao escutar que chegamos ao meu inferno pessoal.

Desembarquei correndo, me sentindo uma fugitiva, com medo de que alguém me reconhecesse. Peguei um carro de aluguel no aeroporto e dirigi rápido até o hotel.

No caminho admirei Starling City, ela estava muito diferente da cidade que deixei pra trás a quase 7 anos. As ruas mais iluminadas e não pacatas e sem vida como antes. Todas aquelas luzes me lembravam Ivy Town. Como eu queria estar em casa e não aqui.

— Mamãe, vovó Donna mora aqui? – Melanie perguntou olhando encantada pela janela

— Sim amor – olhei pra trás ao parar no sinal

— Você morou aqui? – me olhou

— Quando eu era pequena igual você

— Sou pequena, podemos morar aqui? – dei um longo suspiro e tomei um susto com o barulho das buzinas, o sinal já tinha aberto.

— Não amor, nossa casa é em Ivy.

— Não gosto de lá – falou fechando os olhinhos e em minutos caindo no sono.

Minha filha não gostava do meu namorado, não gostava da cidade onde nasceu, não suportava o fato de não ter um pai presente. Em que momento eu errei em deixá-la feliz? Acho que sei exatamente o que fazer para reanimar Melanie...

Quando chegamos ao hotel, peguei uma Melanie adormecida em meus braços e entreguei as chaves ao manobrista, um mensageiro* veio nos atender de prontidão. Colocou as bolsas em um carrinho e nos apresentou ao grande quarto.

Agradeci mentalmente por ter feito as reservas pela internet. Já estava tudo a nossa espera.

Deitei a minha filha na enorme cama de casal e fui arrumar algo para jantarmos.

Pedi comida na minha lanchonete preferida de toda Starling, Big Belly Burguer.

— Filha, acorda – sacudi seu corpinho e ela resmungou, suspirei - Melanie acorda pra comer, filha

— Não to com fome, mamãe.

— Aé? Então quem vai comer essa porção de batata frita? – finge tristeza – Poxa, vou ter que comer tudo sozinha. – me levantei da cama saindo do quarto.

— Mamãe – gritou – Tem hambúrguer também? – gargalhei

— Ué, você disse que não estava com fome – sorri a pegando no colo enquanto ela vinha na minha direção correndo

Surplesa! – sorriu amarelo – To com muita fome – passou as mãozinhas na barriga

— Você é terrível, garota!

Comemos rindo e brincando, dei um banho na minha filha e depois tratei de dormir. Amanhã era sábado e seria um dia longo.

Eu reencontraria Oliver Queen.

(...)

Acordei com a campainha tocando desesperadamente. Quem seria àquela hora da manhã?

Olhei para o meu celular, 7:30. A camareira não era, deixei claro para que viesse apenas quando saíssemos para almoçar.

Deitei e fechei os olhos agarrando Melanie que estava desmaiada. Esperei a pessoa desistir, mas não... O som da campainha deixava qualquer um de cabelo em pé.

— Argh! – reclamei me levantando.

Fui em direção a porta sem me importar se eu estava apenas de calça de dormir e regatinha sem sutiã.

Abri a porta pronta pra xingar quem quer que fosse e estagnei ao ver quem era.

— Mãe!

— Bebê – Donna Smoak gritou levantando os braços e se sacudindo de alegria ao me ver. – Que saudade! – me puxou para um abraço.

Merda! Eu esqueci de avisar a minha mãe que eu já estava em Starling City, como ela descobriu afinal?, pensei

— Mamãe, que saudade! – retribui o abraço apertado – Como à senhora soube?

— Sem ”senhora”, pelo amor de Deus. – entrou fechando a porta atrás de si - Liguei para seu escritório ontem de tarde e o maravilhoso Ray disse que você estava vindo pra cá. – revirei os olhos no “maravilhoso” - Ontem de noite eu te mandei mensagem avisando que iríamos tomar café juntas.

— Não mandou mensagem não – olhei meu celular que estava na minha mão

— Mandei sim, querida. Lyla me ensinou. – esticou o celular me mostrando. Gargalhei.

— Você esqueceu de apertar “enviar”,  mãe.

— Oh! Agora ta explicado. – sorri pra ela

— Como me achou aqui?

— Esse era o hotel mais óbvio para a diretora da Palmer Tech. – se jogou no sofá

— Ta me chamando de exibida?

— Não bebê, to dizendo que tem condições e não te julgo por isso, muito pelo contrário... Dou graças a Deus! – se levantou e foi até o frigobar pegando uma cerveja. Meneei com a cabeça. Minha mãe era única! – Com quem deixou a minha outra bebê?

— Melanie ta ali no quarto – apontei para a porta fechada.

— É O QUE? – e saiu correndo em direção a porta, fui atrás dela a impedindo de entrar.

— Deixa ela dormir, mãe. Ela estava muito cansada e tristinha, prometi que a deixaria dormir até a hora que quisesse. – me sentei no sofá e bati pra minha mãe sentar ao meu lado, assim ela fez.

— Vocês deviam se mudar pra cá! – falou dando um gole na cerveja

— Mãe, não são nem 8:00 da manhã ainda e você bebendo.

— Querida, muita coisa mudou desde que você foi embora.

— Você virou uma alcoólatra? Nunca demonstrou isso nas semanas que ficava em Ivy comigo.

— Desses sete anos eu ficava duas semanas com você no ano, a não ser quando Melanie nasceu que fiquei 4 meses. – colocou os pés na mesa de centro – Eu era a mãe e a avó que eu precisava ser, aqui eu sou a esposa do casamento em crise.

— Em crise?

— Querida, to falando demais – se levantou – Vou lá na padaria comprar algo para tomarmos café

— Você vai sentar essa bunda aqui e me contar o que está acontecendo e...

— VOVÓOOO – o gritinho seguido de uma corrida tomou conta do recinto.

Salva pelo gongo!, pensei

— BEBÊEEE – minha mãe correu de encontro e ela e as duas se abraçaram. Vi lágrimas escorrerem do rosto da minha mãe.

Me senti mal por ver a estrago que eu estava fazendo na vida das duas pessoas mais importante do mundo pra mim. Minha mãe estava sofrendo por algo que ela se recusava a me contar, e minha filha estava mal com a vida que estava lhe dando.

— Que legal vovó! – Melanie bateu palmas em comemoração

— O que é legal querida? – minha mãe perguntou

— Você aqui ué – sorriu abobalhada

— Vamos tomar café minhas loirinhas? – minha mãe falou beijando a neta – A sua mãe nãol porque ela pinta! – Melanie gargalhou

— Parem com a implicância comigo – dei língua pra minha mãe que sorriu.

Peguei Melanie e nos arrumamos. Coloquei um vestido florido e uma rasteirinha branca, Melanie quis usar a mesma coisa.

— Mãe, não é melhor tomarmos café no quarto? – perguntei enquanto Melanie apertava o botão pra chamar o elevador

— Deixa de bobagem, bebê – acariciou meu braço – Ninguém nunca anda por aqui.

Assenti pegando a mão da minha filha e entrando no elevador.

(...)

— Posso ir brincar com ela? – apontou para uma menina morena que estava sentada sozinha em uma as mesas da padaria que ficava em frente ao hotel

— Sim – falei – Mas não saia dali.

— Ta, mamãe – e saiu correndo para a menina.

— Me fala, - disse por fim olhando a minha mãe – Onde está Oliver?

Dizer aquele nome me deixava nervosa e de coração acelerado. Fazia anos que eu não o pronunciava e tentava a todo custo não pensar.

— Achei que você nunca ia perguntar – sorriu bebericando o café.

(...)

Deixei Melanie e minha mãe na piscina do hotel e fui em direção ao endereço que me foi passado.

Eu conhecia como a palma da minha mão, era o mesmo local de anos atrás. Oliver ainda trabalhava na mesma academia e isso me deixava indignada.

Teria ele não mudado de vida? Quando éramos casados chegamos a ir comer na casa a minha mãe porque o dinheiro que ele conseguia nas aulas era o suficiente para pagar as contas, mas as vezes para as compras do mês faltava. Eu não trabalhava, porém as vezes ganhava algo consertando uns computadores. Será que ele ainda vivia desse mesmo jeito?

Eu não queria acreditar, hoje em dia academia é algo super valorizado. “Modinha” como muitos costumam dizer. Eu mesma praticava aulas 3 vezes por semana.

Parei ao olhar a fachada da academia, bem diferente de antes. Passou por uma bela reforma pelo visto, se me mostrasse eu não reconheceria.

Henri Ducard, mais conhecido como mestre Ra's Al Ghul nos ringues e por seus alunos, é dono da Academia Liga, ela funciona desde sempre mesmo em situações precárias na época em que eu era mais nova. Quando eu e Oliver estávamos juntos ainda, a academia dava apenas aula de luta, e de lá saiam monstros – lá foi onde Oliver aprendeu a lutar, mas por minha causa ele nunca foi para os ringues. Hoje pelo visto tinha não só luta, mas também vários outros tipos de exercício. Ra’s conseguiu expandir seu negócio.

Respirei fundo e tomei coragem para sair do carro. Peguei o envelope do divorcio que estava no banco ao meu lado e enfiei na bolsa. O envelope pareceu pesar.

Eu estava nervosa e de coração acelerado.

Entrei na academia e me dirigi a recepção.

— Boa tarde! – sorri para a moça morena e muito bonita sentada atras do balcão  - Gostaria de uma informação.

— Boa tarde! – ela sorriu – Sou , McKenna, em que posso ajudar?

— Gostaria de falar com Oliver Queen, por favor – cocei a nuca e de simpática ela fez cara feia.

— Oliver não está – falou duro - Não tem hora para voltar. Quer remarcar alguma aula?

— Não, ficarei esperando  - Me debrucei no balcão e apontei para dentro da academia - Lá dentro - sorri forçado

— Desculpe senhora, mas as ordens que recebo são de não deixar ninguém entrar até que a aula comece – fez careta - Ou vai fazer algum outro exercício? Pelas roupas eu creio que não. - me olhou de cima abaixo

— A não, não sou aluna, florzinha – sorri debochada enfiando a mão na minha carteira e tirando a identidade onde dizia que eu era uma Queen e estendi pra ela – Sou a esposa dele, a Srª Queen.

 

 

 

*Mensageiro: responsável por levar as bagagens dos hóspedes, guia-os aos aposentos, abre a porta, apresenta o quarto, verifica os equipamentos etc.


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Notas finais do capítulo

Como prometido. o/
O que acharam?

Vou responder todos os comentários o outro capítulo.

Me digam o que acharam por favor.
No próximo cap a coisa ferve, prometo rsrsrs

Entendam: Aqui no Brasil pelo menos, as pessoas tem dois documentos, a ID de solteira e de casada (não sei como funciona nos EUA). Felicity estava usando a dela de solteira esse tempo todo, inclusive para registrar Melanie. Melanie Smoak e não Melanie Queen (por enquanto rs). Mas a ID com o nome de casada ainda existe como vimos agora pouco.

Comenteeeeeem!
Beijos!



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