City of Angels escrita por May Prince


Capítulo 15
Capítulo 14




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/746015/chapter/15

1 semana completa em Starling City,  e parecia que eu estava a mais de um mês. Melanie recebeu alta do hospital depois de passar dois dias internada. Hoje era sábado e Oliver estava me pressionando para contar a ela sobre a paternidade.

Nós dois ainda não tínhamos conversado sobre o beijo na academia, mas na verdade eu não sabia se eu queria conversar sobre isso. Admitir que trai Ray era horrível. Acho que era melhor focarmos na única coisa que tínhamos em comum: Melanie.

Depois que Oliver flagrou eu e Ray nos beijando no corredor, na verdade o Ray me beijando, ele ficou distante. Só falava comigo sobre Melanie e mais nada. Isso de uma forma assustadora estava me incomodando. Ele chegou a cogitar que me daria o divórcio caso eu aceitasse registrar Melanie no nome dele ainda essa semana. E eu apenas desliguei o telefone. Eu devia ter aceitado a proposta, não devia?

Eu e Ray também ainda não tínhamos conversado, ele estava bem estressado porque eu ainda não havia parado para dar uma “atenção especial” a ele. Ele não entendia que minha filha estava doente e eu não podia ficar longe dela.

Moira e Thea Queen foram todos os dias ver Melanie no hospital. Elas disseram que Oliver contou a Robert sobre a neta, porém o mesmo alegou que deveria ser feito um exame de DNA, pois eu poderia estar dando um golpe. Ele não entendia que dinheiro eu já tinha? Não sei o que farei se ele insultar minha filha na minha frente.

Sara estava se sentindo culpada pelos últimos acontecimentos, ela disse que se registrasse Melanie como sua sobrinha na academia nada aconteceria. Mas eu expliquei a ela que Melanie teria passado mal em qualquer outro lugar, e meu coração ficava aquecido em saber que ela estava com Oliver e não com um desconhecido qualquer.

Ray se acomodou no loft e isso estava me incomodando. Tive que colocar minha filha pra dormir no quarto com a minha mãe, pois ele se recusou a dormir no sofá, e longe de Melanie eu não conseguia dormir. Eram 5 da manhã e eu ainda não tinha conseguido pregar os olhos. Por mais que eu pedisse, Ray não se afastava.

— Vou ver Melanie – falei me levantando da cama

— Querida, ela está com a sua mãe. Nada vai acontecer com ela – ele falou segurando meu braço ainda de olhos fechados – Volte a dormir

— Eu quero a minha filha – falei tirando o braço dele de mim

— Felicity...

— Não! – me levantei – Você não tem filhos, você não entende

— Eu entendo que você mima demais ela, Felicity

— Ela só tem a mim – cruzei os braços – E eu sempre farei de tudo por ela.

— Mimar não entra no pacote de educação.

— Se eu mimo ou não a minha filha isso não te diz respeito – alterei a voz

— Serei o pai dela, na verdade já sou como um. E muita coisa tem que mudar na criação dela, amor. Que tal um colégio interno? Lá ela aprenderá a ser uma dama da alta sociedade estadunidense

Agora ele foi longe demais. Eu fugi do último homem que tentou controlar a minha vida. Quem Ray pensa que é?

— Aé?

— Claro!

— Ray, - falei calma me aproximando, como um animal preparando o bote – Eu amo o que nós temos, fomos felizes por muito tempo como amigos e nos entendemos como casal. Mas não se atreva a se meter com a Melanie. Decidir a vida dela. Ela é minha filha, não sua. – rosnei – Oliver é o pai dela, não você.

Ele me olhou de olhos arregalados, provavelmente não esperando essa fala de mim. Mas aí eu entendi que a sua reação não foi pelas minhas palavras. Não foi por eu ter sido rude ou grossa com ele. A reação dele foi pelas palavras que vieram a seguir.

— O príncipe é meu papai? – a vozinha de Melanie tomou conta do quarto. Meu semblante imitou o de Ray. Arregalei os olhos e me virei dando de cara com uma Melanie vestida com pijama de unicórnio me olhando com um de seus maiores sorrisos no rosto.

— Meu amor... – comecei. Como eu ia contar isso pra ela?

— Ele não é seu pai, é outro Oliver... – Ray começou

— Não se mete – olhei pra ele de cara feia. Eu já estava estressada com ele sem ao mesmo ele aparecer em Starling, agora então... Acredito que eu esteja no limite da TPM, nunca me estressei com ele dessa forma.

— Mamãe, Oliver é meu papai? – os olhinhos dela se encheram de lágrimas e o meu também.

Eu fui egoísta com a minha filha por quase 7 anos, eu escondi ela de ter uma vida feliz e saudável ao lado de uma família que sempre estaria lá por ela. Privei minha filha de fazer uma apresentação para o pai dela na escola no Dia dos Pais. Acredito que essa doença dela seja minha culpa. Talvez essa doença só tenha vindo para trazer tudo a tona. Eu simplesmente não podia mais mentir pra minha filha.

— Vem aqui – fui até ela e a peguei no colo, sai do quarto em direção as escadas – Você não deveria estar dormindo?

— Eu fui fazer xixi e te ouvi – riu sem graça – Oliver é meu pai?

— Olha, vamos ir sair? Vou te levar em um lugar, acho que você vai gostar. – ela assentiu – Lá nós vamos conversar, eu e você.

— Aí você vai me contar sobre meu pai?

— Vou, meu amor. – sentei-a na bancada da cozinha e peguei seus remédios e enfiei em uma bolsinha. Eu não sabia quanto tempo eu ia demorar na rua, precisava ser precavida. – Vamos tomar café lá, ok? – ela assentiu e coçou os olhinhos. Melanie estava morrendo de sono.

Subi com ela e lhe dei um banho rápido, ela estava na fase unicórnio, pra onde ia colocava um arco de chifre na cabeça. Tomei um banho rápido e coloquei um vestido qualquer.

— Aonde vocês vão? – Ray apareceu de braços cruzados na porta do banheiro onde eu terminava de fazer meu rabo de cavalo.

— Melanie precisa saber a verdade.

— E você vai correndo para o outro? – falou se aproximando

— Não Ray, o outro é você. – virei e fiquei de frente pra ele com um olhar desafiador – Você sabe... Sou uma Queen.

— Você é casada com ele? – fez cara de indignado.

— Não se faça de indignado, Raymond, Oliver me contou a verdade. Você sempre soube que eu era casada, desde quando Melanie era um bebê. Porque nunca me contou que sabia?

— Felicity...

— Não, você fica pra depois... – sai em direção a porta do banheiro – Primeiro a minha filha.

Escutei algo se quebrando no banheiro, mas não me importei.

— Vamos meu amor? – desci as escadas e peguei a bolsa ao lado dela no sofá.

Ela não falou nada, apenas andou ao meu lado até o carro.

O caminho foi silencioso, Melanie estava muito pensativa. Estava de cenho franzido e braços cruzados. Oliver ficava assim quando pensava demais.

Parei em frente a pequena casa e rezei para que ele estivesse lá. Desci do carro e abri a porta para Melanie, ela me olhava confusa. Respirei aliviada quando vi a Ducati escondida atrás da casa.

— Quem mora aqui? – perguntou

— Eu morei aqui a muito tempo – olhei pra ela e sorri -  Seu pai mora aqui.

Seus olhinhos se encheram de alegria e entendimento, ela pegou minha mão e me puxou em direção a porta. Girei a maçaneta. Trancada.

Olhei para o jarro de plantas no chão e me agachei. Levantei o jarro e peguei a chave cópia.

— Uau, você sabe os esconderijos – ela riu

— Sei sim, meu amor.

— Meu pai já voltou da viajem dele de trabalho? – pegou minha mão enquanto eu abria a porta com a outra

— Na verdade, meu amor, ele nunca foi a lugar nenhum. Nós que fomos, eu e você, nós fomos para Ivy Town.

Entrei na casa silenciosa e olhei a cozinha, estava tudo absurdamente silencioso e calmo. Oliver devia estar dormindo. Me aproximei da porta do quarto e ouvi o barulho de água caindo.

Meu coração parou uma batida, e se ele estivesse com alguma mulher?

Respirei fundo na intenção de acalmar meu coração e jogar o nervosismo pra longe.

— Mamãe, é você e Oliver? – ela apontou para uma foto na estante da sala— Você está de noiva... Você se casou com Oliver? Então você não pode se casar com Ray e... – parou uns segundos olhando para a foto, foto do casamento em que eu estava grávida de Connor - Mamãe, o príncipe é mesmo meu pai? – ela me olhou com os olhos cheios de lágrimas e eu apenas assenti.

Melanie saiu correndo pela porta de saída e eu dei um passo para ir em sua direção. Uma mão segurou a minha e eu olhei pra trás assustada. Oliver estava devidamente vestido, cabelos molhados e os olhos surpresos. Ele definitivamente não esperava essa recepção matinal.

— Eu vou – ele falou – Fica aqui, bebe uma água, se acalma – assenti – Eu vou.

POV OLIVER

Me apressei em por a roupa quando escutei a porta da minha casa abrindo. Eu sabia que só quem tinha acesso era minha mãe e Thea. Porém outra pessoa sabia onde ficava a chave cópia. Felicity.

Com o pensamento de que poderia ser ela eu me apressei. Meu coração parou uma batida quando vi Melanie em frente a um quadro meu e de Felicity, em nosso casamento, e com os olhinhos cheio de lagrimas.

— ... Mamãe, o príncipe é mesmo meu pai? – ela ainda não tinha percebido minha presença ali, nem ela e nem a mãe. Felicity apenas assentiu e Melanie sair correndo porta afora.

Fiquei um pouco surpreso com a reação dela, eu achei que ela ia gostar de saber que era minha filha, mas ela simplesmente fugiu.

Felicity ameaçou ir atrás, mas segurei seu braço a impedindo. Ela olhou pra mim e seus olhos estavam marejados, assim como os meus. Ela tremia.

— Eu vou – falei baixo – Fica aqui, bebe uma água, se acalma – ela assentiu – Eu vou – e sai pela porta.

Andei pela grama da casa e encontrei Melanie sentada em baixo de uma arvore. Me sentei ao seu lado sem falar nada.

Ficamos em silencio por uns minutos até que eu resolvi me pronunciar.

— Quer falar? – sussurrei

— Mamãe me disse que o papai estava viajando a trabalho e que ele iria voltar para me ver, ela me disse que ele me ama e que estava com saudade de mim. – falou baixinho olhando para as mãos

— Ela disse isso?

— Sim – me olhou – Ela mentiu.

— Porque acha que ela mentiu?

Eu tinha que entender o que estava se passando na cabecinha dela, ela era só uma criança de 6 anos.

— Meu papai não está viajando, meu papai não queria me ver, meu papai não me ama e nem sente saudade de mim – ela soluçou e olhou para as mãozinhas novamente. A ideia de Melanie pensar que não era amada por mim me doía. Amei essa menina desde o reconhecimento de que era a minha filha, senti um instinto de proteção por ela desde o primeiro momento em que Felicity tocou no seu nome.

— E porque você acha isso? – perguntei

— Porque – soluçou limpando as lágrimas – Porque você não está viajando, porque você nunca foi me ver – me encarou – Se nunca foi me ver é porque não me ama. – começou a chorar mais ainda e fiz a única coisa que eu podia naquele momento. A embalei em meus braços e ela deixou ser acalentada por mim.

— Mas é claro que eu te amo, Melanie. Mas que a minha vida – beijei o topo da sua cabeça – Eu só não sabia que você existia. – ela me olhou confusa - Quando você ainda estava na barriga da sua mãe, nós brigamos e então ela foi embora.

— Embora pra Ivy Town? – perguntou se acalmando do choro

— Isso – limpei umas lágrimas de seu rosto – Sua mãe queria condições melhores de vida e eu não podia dar muito a ela. E então, ela foi embora e eu trabalhei muito pra comprar a academia.

— Você foi atrás dela depois? – Essa menina é muito esperta!

— Fui – suspirei com a lembrança – Quando eu cheguei em Ivy Town um homem me mandou embora e então eu não pude chegar perto nem de você e nem da sua mãe.

— Esse moço ruim é tipo o Jafar?

— Quem é Jafar? – franzi o cenho

— É o moço ruim do Aladim que fez mal pra todo mundo pra poder ficar com a princesa.

— Sim, era tipo o Jafar – Felicity ia me odiar por colocar Ray como vilão da história, mas eu nem me importava. Queria que ele se fodesse e o que era dele estava bem guardado no meu punho. – E então eu voltei para Starling sem saber que você era minha filha. Mas quando eu soube te amei em cada segundo, minha princesinha.

— Oliver – ela levantou e ficou de frente para mim

— Sim?

— Você promete que nunca mais vai ficar longe de mim? – perguntou com os olhos cheios de lágrimas – Eu sempre quis ter um papai.

— Eu prometo, minha princesinha – a puxei para um abraço e chorei junto com Melanie – Eu nunca mais vou deixar você sair da minha vida. Nunca! – falei beijando seus cabelos.

— Eu te amo, papai – disse entre soluços. Ouvir aquilo me fez ficar paralisado. Ser chamado de “papai” era um sentimento único, uma emoção inexplicável. Admito que achei que iria demorar um pouco para que ela me chamasse de papai. Mas aquela surpresa me deixou imensamente feliz.

— Eu também te amo, filha.

— Eu também quero falar pra mamãe que eu amo ela. – falou deitando a cabeça no meu ombro.

— Então vamos – me levantei com ela em meu colo e fomos em direção a casa. Pensar que era pra Melanie ter crescido ali, ter corrido por toda aquela casa, ter destruído a decoração, ter dado os primeiros passos... Me revoltava pensar em tudo que perdi. As primeiras palavras, a cor favorita, o primeiro aninho. Eu só conseguia pensar que Ray Palmer era o culpado de eu ter perdido parte da vida da minha filha.

— Que cheiro é esse? – perguntei me apressando eu ir até a cozinha devido ao forte odor de queimado que vinha de lá.

— Mamãe deve estar inventando – Melanie riu. Era bom saber que ela estava rindo novamente.

— Hey – ela falou olhando pra gente e depois para algo queimado na frigideira com decepção – Está tudo bem entre vocês? Porque comigo e com o café da manhã Melanie não está não.

— O que você estava tentando fazer? – perguntei

Ela ficava tão bem ali, naquela casa. Mexendo nas coisas que compramos juntos com muito esforço. Aquela casa era dela. Tão dela quanto minha.

— Uma omelete com espinafre – ela fez careta para a panela novamente

— Felicity Smoak, você falhou com esse omelete –  falei rindo, e Melanei me imitou

— Falhou mesmo, papai – riu e Felicity levantou uma sobrancelha

— Papai, já? – Felicity fez careta – Você não vai roubar o coração da nossa filha de mim.

Ouvir ela falar aquilo me fez abrir um sorriso. Nossa filha.

— Digamos que eu já tenha roubado – ri e ela me deu língua

— Mas, mamãe – Mel falou se jogando nos braços da mãe e sussurrando algo em seu ouvido.

Felicity fechou os olhos e disse: - Eu também te amo, filha. Me desculpa por tudo, tudo bem? Perdoa a mamãe? – olhou para a menina

— Pelo que? – a pequena franziu o cenho. Tão igual a mim.

Sorri involuntariamente.

— Deixa pra lá – sentou a pequena na mesa e pegou um cereal e leite. Era tão bom ver como ela se movia, ela sabia onde estava tudo. Cada pote, cada talher. Era tão certo elas duas ali. – Come isso. – serviu a filha e olhou pra mim – Fiz bacon, era pra comer com omelete, mas não deu certo.

— Você se contenta com uma xícara de café e torradas?

— Sim – sorriu se sentando ao lado de Melanie, nem reparei que a mesa estava posta com uma garrafa de café, manteiga, requeijão, leite, torradas e bacon.

Me servi e fiquei encarando as duas. Eu sabia que eu e Felicity precisávamos conversar, sabia que tínhamos nos beijado... Na verdade teríamos feito mais coisa se o telefone não tocasse.

Tínhamos muito que conversar. Mas por ora eu queria ficar nessa ilusão de que a minha família tinha voltado pra mim. Ilusão de que Felicity e eu ainda estávamos casados e felizes e que tínhamos uma linda filha que cresceu em um lar de amor. Porque aquele café da manhã transparecia isso. Uma família completamente feliz. Esse café da manhã em meio a risos e brincadeiras só me fez ter mais certeza do que eu queria.

Queria as duas de volta para mim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Tudo bom, meus babys?
QUASE que eu não posto hoje. kkkkkkk
Fiquei o final de semana inteiro sem internet no computador. Voltou nesse momento e to aproveitando pra postar logo antes que caia de novo rs

O que acharam?

Felicity ta começando a pegar ranço do Ray, ein.

Comenteeeeeeeem!
Recomendeeeemmmm!! ♥

Sobre Dinastia: Prometo que no próximo cap já veremos um Oliver apaixonado. NÃO ME MATEM kkkkk

A foto que a Melanie "viu" não quer carregar:

https://scontent.fsdu11-1.fna.fbcdn.net/v/t34.0-12/24824533_1509581272461769_2131614771_n.jpg?oh=bf70f929a241b6724e312582d44921f1&oe=5A276CF3

Comenteeeeeeeem!
Recomendeeeemmmm!! ♥


Querem spoiler? Segue o gif do próximo cap. ;)

https://33.media.tumblr.com/0ed987e464e395a144ee0610272851cb/tumblr_njpwekOe6l1tklirzo6_250.gif

Beijos!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "City of Angels" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.