Como Poderia Ser? escrita por lapizeira lazuli


Capítulo 2
O Caso Do Akumatizado Incomum




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Foi cada vez mais fácil a aprender a lidar com a nova vida de super heroína que estava levando. Mais fácil para aprender a lidar com Chat Noir e sua metralhadora de trocadilhos, sem contar com os usuais flertes, mesmo que não fossem a sério. Será que colocar uma fantasia com uma máscara a mudava tanto assim? Ele era alguém tão certinho e perfeitinho como Adrien que era tão difícil pensar que ele era o Chat noir, realmente como se fossem pessoas diferentes. Ainda conseguia se supreender com algumas atitudes por parte dele e também por sua. Era incrível o que um kwami fazia com sua personalidade um tanto quanto insegura.

Hoje, por exemplo, ela acabou tendo que fazer trabalho em equipe com Sabrina e Chloé, foi sim surpreendente como Sabrina ficou animada por ter alguém com quem fazer o trabalho já que, por sinal, Chloé não tinha a menor iniciativa para fazer o trabalho, ou qualquer indício de que iria fazer o trabalho um dia. O pior, Marinette pensara, é que Sabrina pensa que seu dever de boa amiga para com Chloé é fazer todos os seus trabalhos e ela acha que o mesmo se aplica à todos.

Ela vira também quando Chloé fez um garoto ruivo, Nathaniel o nome dele, da sua sala cair no chão e revelar todos os seus desenhos o expondo que ele gostava dela. Marinette ficara surpresa com aquilo, ela não o conhecia direito, na verdade mal tinha trocado duas palavras com ele mas parecia ser alguém legal.

Marinette percebeu a maneira como Nathaniel ficara completamente envergonhado com a Chloé exibindo algo tão particular para ele.

Mais tarde, na biblioteca, ela e Sabrina já estavam planejando como seria o trabalho; sua mais nova colega de trabalho estava animadíssima por ter com quem dividir o trabalho, já falando o quanto seriam amigas.

Até que o ataque começa.

Estantes e mais estantes de livros começam a cair, olha na direção de onde vem o ataque: um garoto com uma roupa listrada em preto e branco ao longe com algo no braço. Parecia estar atacando algo específico mas não sabia o que ou quem era. As pessoas já começaram a correr para sair da biblioteca. Melhor assim.

Não tarda muito para que consiga ver o movimento do familiar uniforme preto pulando de um lado para o outro para lutar contra o akumatizado.

Estava na hora de ajudar-lo.

 

...

 

Parece que esse akumatizado era Nathaniel, o garoto que Chloé humilhou mais cedo, eles tinham ido até a casa dela e, é claro, esse akumatizado tinha ela como vítima sendo a única razão para isso ter acontecido.


Pelo visto teriam de fazer guarda na casa de Chloé por causa da imensa pretensão ao "Ilustrador do Mal" tentar atacar-la novamente. Ela até que ficaria junto ao Chat Noir pensando em um plano mas, tinha combinado com Sabrina para fazer o trabalho mais tarde.

— Chat, preciso que tome conta da Chloé sem mim. - diz ela já na varanda da mansão da protegida.

— Espera! - diz ele se aproximando - Onde você vai?

— Tenho trabalhos a fazer, - diz esperando que ele entenda - te vejo mais tarde. - Chat Noir se curva numa reverência e beija sua mão com um misto de sorriso no rosto.

Ele assiste Ladybug jogando seu iô-iô e se pendurando de prédio em prédio ao longe com um olhar sonhador de admiração. Isso queria dizer que Marinette tinha coisas a resolver. Ele inspira fundo o ar fresco e entra para o quarto onde Chloé estava reclamando sobre o como aquele secador gigante de cabelo que o Ilustrador do Mal tinha prejudicado seu cabelo e como iria fazer o trabalho.

 

...


A surpresa a aguardava em casa, não muito tempo depois de ter se destransformado e chegar em casa, Nathaniel, ainda akumatizado aparece em sua porta.

— Marinette... - diz ele.

— Nathaniel?! - ela se assusta com a presença repentina dele - O que você está fazendo aqui? - ela se afasta quase na defensiva. Ele ainda era um akumatizado impulsionado pela raiva idependente do que era Nathaniel.

— Eu queria te convidar para comemorar meu aniversário.

Ela se afasta sem saber como reagir.

— Haan, huum... - diz ainda muito surpresa com o que poderia acontecer, qualquer coisa que ela falasse para ele poderia deixa-lo ainda pior e era bom não arriscar, se tratando de um akumatizado. Mas Marinette não encontra palavras.

O Ilustrador do Mal parece perceber a hesitação dela e seu... medo? Não sabia dizer. Ele se afastou de repente percebendo a maneira em que tinha feito tudo aquilo. Se endireita, dando espaço para Marinette, que por sua vez também fica surpresa com sua atitude.

Um momento de silêncio entre ambos acontece. Ela o olha, essa foi a coisa mais humana que já vira qualquer akumatizado fazer durante todo o tempo em que esteve lutando para deter-los.

Suspira.

— Tá bem, eu aceito comemorar o seu aniversário, mas você tem que parar de machucar as pessoas daquele jeito. - diz ela se rendendo. Espera, aquilo foi um sorriso no rosto dele? Um akumatizado dando um sorriso não-maléfico? O que será que tinha de diferente nele?

— Obrigado mesmo! - ela vê seu sorriso aumentar com um toque de animação - Espera um minuto... - ele ergue o braço e desenha algo na tela presa lá. Surgue um cartão no ar que cai nas mãos da garota, nele tinha uma foto de um ponto turístico da cidade, no verso um horário escrito.

O Ilustrador abre a porta passando pela Sabrina que estava prestes a bater na porta, ela olha o garoto fantasiado praticamente saltitando, franze a testa e olha pra Marinette, perdida.

— Aquele não era o cara que atacou lá na biblioteca? - diz ela um tanto incrédula.

— Parece que sim... - responde ainda olhando para fora da padaria tentando entender o que acabou de acontecer ali. Mas o que ela estava pensando? Que podia simplesmente impor uma condição para alguém possuido pela raiva e sentimentos ruins? Por que ele simplesmente não a forçou a fazer isso? Qualquer coisa que der errado quando ela encontrar ele, pode sair em um grande desastre.

Aparentemente, Sabrina tinha feito o dever dela de Geografia sem que ela tivesse pedido, por causa desse conseito estranho e abusivo que Sabrina tinha de amizade. Não deu muito tempo das duas fazerem muita coisa sobre a apresentação que teriam de fazer. Marinette pediu para terminar amanhã e explicou que tinha um aniversário para ir mais tarde. Sabrina aceitou terminar no dia seguinte, feliz por não ter sido tratada como se fosse nada e foi-se embora.

 

...


Estava na hora de botar seu plano em prática, já tinha avisado ao seu parceiro de crime sobre o que ele tinha de fazer. Tinha avisado para os pais que iria sair e estava muito nervosa. Já tivera seu ataque de insegurança do dia e a Tikki teve que acalma-la, como têm sido desde do dia em que se conheceram: dizendo palavras para ter coragem ou o como tudo iria dar certo no final com a voz excessivamente aguda que Tikki tinha.

Agora não é hora para ficar nervosa, pensou.

Marinette inspira o ar fresco da noite recém-chegada, tentando se acalmar. Estava na hora.

Quando chega no lugar combinado, consegue ver logo o Ilustrador do Mal com suas roupas em destaque com cabelo colorido. Ele a vê e acena.

— Oi, Marinette.

— Oi, - diz ela se aproximando de vagar. - então, o que você pensou?

— Ah, - olha para a ponte logo atrás dele, cadeados. - tava pensando em ficar por aqui mesmo e aproveitar o meu aníversario.

Ambos andam em direção à ponte e desviam de uma tábua de madeira pretuberante. Ali estava estranhamente deserto, menos mal. Vai ser mais fácil assim.

Marinette deixa sua mente vagar de volta à algumas horas atrás. Quando ela e Sabrina estavam planejando o trabalho:

— Agora que somos amigas, podemos fazer não só esse mas como todos os próximos trabalhos juntas! Vai ser incrível! - disse Sabrina, quando as duas estavam no quarto de Marinette. Havia vários livros espalhados no chão com explicações sobre física de partículas.

— É... - concorda sem conter um sorriso. Era muito bom ver-la desse jeito e pensar que estava ajudando em algo. Talvez um novo início mesmo... Seu celular!

Quando Marinette percebe, ela e o Ilustrador estavam na ponte dando vista para o rio. Esperava que não tivesse perguntado nada e assim concluindo, resolveu puxar assunto.

— Eu tava pensando naquele cartão postal que você fez pra mim mais cedo. Parece ter muito talento para isso. - olha para o tipo um tablet que fica grudado no braço dele, onde ele consegue fazer tudo o que desenha se materializar em sua frente.

Ele parece ficar surpreso com o elogio e dá um sorriso fechado, pega a caneta e põe-se a trabalhar em um novo desenho.

— Obrigado, você também desenha, né? - pergunta. Muito além dessa bela noite agradável, lá dentro da cabeça da vítima de um pobre garoto pela humilhação, vêm uma voz; não, ela não veio, essa voz voltou. Ela dizia uma ordem e uma ameaça. "O que você está fazendo? Pegue os miraculous primeiro! Se você não cumprir sua parte do acordo, não me servirá mais!" Seu braço que estava usando para desenhar desvia seu percurso da linha como se alguém tivesse o empurrado, o menino usa seu braço confiável para segurar o outro. E murmura - Eu ainda vou pega-los para você. - olha para o desenho e solta um ruído de frustação. Teria que recomeçar o desenho.

Marinette, levou um susto com o descontrole eminente do braço do akumatizado e, novamente, não soube como reagir.

O celular dela! Com a visita da Sabrina, tinha esquecido que tinha que fazer algo importante o quanto mais cedo e rápido.

— Eu... - ela olha pros lados. Pensa! - Eu vou ao banheiro e já volto. - arrasta discretamente seu celular pra dentro da bolsa onde Tikki já estava e se trancou no banheiro. No máximo, iria pensar que tivera esquecido de trocar o absorvente. Coloca a bolsinha em cima da pia, Tikki sai logo e em seguida, Marinette pega seu celular e começa a falar baixo com a kwami. Ela ainda tinha que arranjar um jeito de tirar essa maldita borboleta preta do Nathaniel. Ambas consideraram rapidamente alguns planos.

A humana começa a ter um dos seus ataques de insegurança dentro do banheiro tendo que se segurar muito para não ser escutada. Até que ela para de se segurar, afinal, estava num banheiro. Senta no vaso e pega o celular e respira fundo. Sentiu o que precisava sair dela estava saindo naquele momento.

— Você tá bem? - pergunta. Mas o que foi aquilo? Parecia que o Ilustrador tinha perdido o controle de si de uma forma bizarra.

— Sim, sim. Eu tô bem - diz parecendo se convencer mais disso do que ela.

O garoto de vestes de cores opostas e pele lilás ao seu lado apaga o borrado e faz um rápido rabisco, logo surge um poste de luz perto deles.

— Não sei se você deve saber mas é mais difícil do que parece enxergar alguma coisa com pouca luz, ainda mais pra desenhar. - comenta ele.

— Faz sentido.

Ambos ficaram conversando sobre coisas e coisas que eu, como narradora vou pular essa parte da conversa. Só saiba que ela apenas passou a saber algumas coisas sobre ele que nunca imaginou que iria saber um dia, incluindo algumas coisas um pouco melancólicas sobre ser sozinho e ver todos a sua volta com alguém. A garota de nome esquisito fez uma observação mental de falar com Nathaniel no dia seguinte na aula. Por mais que a conversa estivesse fluindo, não deixou de continuar nervosa e de vez em quando olhar em volta.

Será que demoraria muito para chegar?

Assim que Marinette saiu do banheiro, um tanto agitada, voltou para seu quarto onde Sabrina estava riscando num papel.

— Acho que seria melhor se a gente dividisse melhor os slides em tópicos, e depois colocar aquelas imagens que você salvou no teu notebook como ilustração dessa parte daqui. - ela aponta para uma parte do rascunho, Marinette olha.

— Boa ideia. - responde, tentando não pensar o que tinha acontecido no banheiro.

— Sabe, Marinette... - hesita - Muito obrigado mesmo por estar fazendo o trabalho junto comigo, de verdade mesmo! Eu gosto da Chloé... pelo menos eu acho; sempre foi toda minha vida fazendo absolutamente tudo por ela. - diz tudo de uma fez, supreendendo a si mesma - E... e isso às vezes me cansa. - diz Sabrina parecendo um pouco triste - Não quero perde-la. - desabafa.

Sabrina tira os óculos, os limpam com um paninho que trazia em sua bolsa e os coloca de volta no rosto com a cabeça abaixada.

—Ei, tá tudo bem. - ela se inclina no chão e ambas se abraçam.

Pouco tempo depois e um pouco mais de conversa, Marinette sente alguém andando pela ponte.

— Marinette! - uma voz familiar a chama e ambos se viram, se deparando com a presença de ninguém menos do que Adrien.

O Ilustrador sente uma frustação por ele ter interrompido. Mas o que poderia esperar? Eles estavam em lugar público, obviamente teriam pessoas perambulando pelo lugar. Ele balança a cabeça tentando afastar o pensamento, tinha de cumprir sua parte do acordo. Sem ataques.

Inspira fundo.

— O que está fazendo aqui? - pergunta sentindo o coração acelerar.

— Só tava dando uma volta por aqui, é bom respirar o ar da noite.

— E aí, chegou a começar a fazer o trabalho?

— Que trabalho?

— Ué, aquele que a professora de Química passou, a apresentação, lembra?

— Eita, caramba! Tinha um trabalho? Tô lascado... - diz, parando para pensar.

Assim, os três seguiram conversando. Se levantaram e começaram a andar para esticar as pernas.

Não demorou muito para um dos dos braços do akumatizado se descontrolar de novo. A voz em sua cabeça tinha voltado e dessa vez não o daria outra chance. Ele começou a cambalear, com cada vez com menos controle sob si próprio.

— Me deixa! - grune entre os dentes - Me solta!

"Você falhou comigo, Ilustrador do Mal", diz a voz "seu ingrato! Eu te amparei e de dei poderes para se vingar daquela idiota que te humilhou, e é assim que me agradece? Não te dei a habilidade de criar o que quiser para um mero encontro estúpido!".

Adrien é o primeiro a perceber, vira a cabeça em seguida, cutuca com seu cotovelo na Marinette e ela também percebe.

— O que aconteceu? - pergunta seu amigo.

Ambos tentam se aproximar, porém o controle já não estava com o jovem a sua frente. Não mais.

Duas mentes lutando pelo controle e era óbvio quem iria ganhar.

— Não tem outro jeito - diz Marinette para Adrien, que concorda com a cabeça.

Aquele lugar não estava vazio por acaso. Tinha sido esvaziado.

— Tikki, - abre sua bolsa enquanto o garoto listrado está fora de controle - transformar!

Em uma explosão de brilho vermelho e bolinhas pretas, a heroína de collant apertado e máscara surge em seu lugar; com direito a musiquinha e fundo rosa. Enquanto a coitada da kwami se dividia em dois para se fundir ao par de brincos, tirando o branco frio dos mesmos.

Uma coisa que vale ressaltar sobre essa transformação musical doida: quando se assistida por aquele portador do miraculous de gato, acontecia uma admiração gigante vindo do mesmo. Adrien passava pela transformação, mas ver-la de fora, assistir ao show era algo completamente diferente. Tudo isso se passou em apenas uns instantes.

Assim que Ladybug aparece, Adrien pensa se não seria melhor se ele assumisse seu alter-ego também.

Ladybug se aproxima do Ilustrador do Mal ainda desgovernado, tropeçando para lá e para cá na ponte até que, antes dela chegar perto o suficiente para fazer qualquer coisa, ele tropeça na tábua protuberante que tinham desviado mais cedo e caí.

Hawk Morph havia vencido.

A última coisa que o Ilustrador viu foi um uniforme vermelho de bolinhas pretas, esticou o braço esquerdo com a sua visão embaçada.

— Brincos... - sua voz fala fraca - Eu... - sua respiração estava acelerada como nunca tinha ficado em toda a sua vida, ar lhe faltava nos pulmões. Resultado: estava arfando - Eu preciso... brincos. - e apagou.

Aos poucos toda a magia presente nele começou a murchar como uma fruta podre em decomposição acelerada. Sua pele, aos poucos passava de lilás à um cinza pálido, marcas negras em volta dos olhos do menino começam a emergir. Não como uma máscara pintada ao redor dos olhos, como antes, agora eram como olheiras hiper-profundas.

Ladybug perde o controle sob seu queixo, que caí também, soltando um som numa mistura de horror e perplexidade. Nunca, em hipótese alguma, algo do tipo havia acontecido antes. Lágrimas começaram a acumular nos seus olhos azuis.

Adrien, por sua vez, também estava chocado com a situação toda. Mas a diferença é que ele tinha percebido algo que ela não tinha.

— My lady, - experimentou - ele deixou a caneta dele cair. - diz enquanto a pega - Tavez... ainda dê pra salva-lo se você purificar. - estica o braço a oferecendo antes de olhar uma última vez, se sentido mal. Os cabelos agora estavam sem as cores vivas de antes e lábios secos. Ele sentia nervoso só de olhar para o garoto. Marinette não respondia, estava em choque e chorando - Mari... - abaixa o tom de voz - você precisa tentar fazer isso. Não sabemos o que pode acontecer com ele. - coloca a mão no ombro dela afim de passar confiança, mesmo ele mesmo estando muito incerto o quanto à o que iria acontecer.

Dessa vez não foi a Ladybug quem respondeu ao toque no ombro, mas sim, Marinette. Aquela quem não queria que ninguém se machucasse, aquela quem ficou chocada com o que aconteceu, não havia coragem no olhar dela quando virou a cabeça e pegou a caneta da mão de Adrien. Uma lágrima escorre pelo rosto dela, algo tão sincero e puro que Adrien tinha parado de ver a sua máscara naquele momento; por mais que estivesse fisicamente lá.

Ele a viu.

Pela primeira vez em missão, ele conseguiu enxergar-la.

Ladybug inspirou fundo o ar da noite que já não parecia tão leve assim, pegou a caneta de tela e a quebrou com toda a força que estava contendo. Joga os destroços no chão e uma delicada borboleta negra sai de dentro dos restos voando indiferente a situação toda, a heroína prepara seu iô-iô.

— Chega disso. - diz com uma voz completamente carregada. O lança na direção da borboleta, a capturando e purificando; em seguida, a mesma borboleta só que completamente branca, sai do iô-iô em direção ao nada.

O olhar de ambos cai sob a vítima do recém-desakumatizado para ver se funcionou. Demora alguns segundos e lágrimas de várias emoções misturadas para que Nathaniel voltasse a sua aparência costumeira, ou quase isso, quero dizer, sua pele e seus cabelos voltaram um pouco mais pálidos.

Apenas e somente naquele exato momento em que o velho garoto ruivo e tímido estava voltando a sua própria consciência, é que Ladybug percebeu duas coisas:

Primeira: que seu rosto estava molhado de lágrimas.
Segunda: que Adrien agora estava em forma de Chat Noir.

Em relação às lágrimas, apenas esfregou seus braços contra o rosto para secar. Já em relação a subta percepção da troca de roupa, luzes, música e cor de fundo que não tinha sequer percebido, apenas supôs que ele se transformara antes de Nathaniel acordar.

Falando nele, o coitado parecia ainda estar se situando no espaço-tempo coisado, já que sua última memória recente deve ser quando ainda estava de manhã. Também parecia estar tonto, percebeu.

— Vou avisar aos policiais que já conseguimos lidar com ele. - avisa Chat Noir já se preparando para ir à área a qual pediu para que cercassem mais cedo, assim não haveria outros prejuízos com outras pessoas.

— Tá bem. - responde confirmando com a cabeça e ele vai.

Nathaniel estava esperando tudo à sua volta parar de girar para que pudesse se levantar seja lá de onde estivesse deitado e... Aliás, como ele tinha parado ali no chão?

Aos poucos, seus olhos estavam entrando em foco junto com que tudo ao seu redor parava de girar tanto; na medida do possível, é claro, considerando que a Terra por si já gira duas vezes.

Experimentou mexer a cabeça, a primeira coisa que viu foi alguém toda de vermelho, já a primeira coisa que sentiu foi o estômago embrulhado. A moça de vermelho o ajuda a levantar. Assim que consegue se equilibrar apenas com os seu par de pés, a mulher se afasta, abre a boca quase que involuntariamente e põe um monte de dejetos para fora que estavam em seu estômago.

Espera! Está de noite? Não se lembrava de ter comido algo depois de...

Depois de...

Depois de sido exposto pela Chloé de manhã. Será que tinha desmaiado?

Volta a olhar pra pessoa à sua frente e a reconhece.

— Ladybug? - pergunta confuso - Como vim parar aqui? - estava confuso demais para... LADYBUG? Era mesmo ela? Sentiu o coração acelerar. Nunca tinha achado que a veria tão de perto. Sem saber o que fazer, cora.

— Você tá bem? - ela olha para o vômito e em seguida, para ele.

— É... haaann... - ele perde a fala, bem pasmo. - A-acho que sim.

Ladybug, dá uma última olhada como quem queria se certificar de que estava realmente tudo certo; joga seu iô-iô mágico no nada e saí de sua vista em uma velocidade incrível.

Não muito tempo depois, alguns policiais chegam e o guia para uma das duas direções que levam para fora da ponte, em seguida, foi bombardeado de perguntas; a maioria feita por Ayla e poucas pelo policial.

Então era ele quem tinha sido akumatizado?

 

...

 

 

Os nossos heróis voltaram para suas devidas moradias. Ambos já tinham um lugar certo e confiável perto de suas casas para poderem se destransformarem, assim o fizeram. Entraram pela porta da frente.

 

 

Marinette deu um abraço nos seus pais e disse que queria tomar um bom banho antes de contar como fora seu dia, a visita da Sabrina e o Aniversário do colega de escola que fora convidada; o que não deixava de ser verdade. Subiu para o seu quarto e desabou no chão mesmo já que a cama estava muito longe.


A adolescente ficou parada no chão enquanto encarava o teto processando tudo o que tinha acabado de acontecer. O dia inteiro, parou para pensar, tivera sido um enorme tornado. Tudo o que tinha feito, as conversas que tivera, conheceu um pouco duas pessoas naquele dia, teve iniciativa... Uma delas quase morreu por sua causa.

Não.

Não fora por sua causa. Ela sabia de quem era a culpa e não era de Nathaniel e nem de Chloé. Não! Era de alguém que vinha de muito além dessa palhaçada de enfrentar alguém mal-humorado todo o dia.

Não. O culpado disso tudo era...

Fraziu a testa, pensando, e fica de lado no chão. Um rosto mascarado vem a sua mente, o rosto que vira em seu primeiro dia como Ladybug. O homem por trás de tudo que lutava com tanto esforço.

Um nome.

Hawk Morth.

Uma onda nova de raiva sobe pelo seu ser. Afinal, quem ele achava que era para se aproveitar dos sentimentos dos outros para manipula-las?

Ele tinha quase matado alguém por causa desse desejo ridículo e obsessivo de querer os miraculous deles.

Marinette rola pelo chão até sua bolsa, pega seu celular e faz uma video-chamada para Adrien, que atende com o rosto ainda visivelmente abalado pelo o que tinha acabado de acontecer.

— Marinette? - atende do outro lado e percebe o rosto de sua amiga - Você tá bem? - pergunta preocupado.

— Alguém quase morreu por causa da ganância dele, Adrien. Eu não aguento mais isso, Hawk Morph foi longe demais dessa vez. Vamos pegar-lo, Adrien.

Adrien fica ainda mais preocupado com ela, também achava que ela não deixava de estar certa. Mas havia algo mais no olhar de sua parceira.

O problema de conseguir enxergar os outros é que, quando se consegue fazer isso é difícil de parar.

— Vamos encontrar Hawk Morth. - completa Marinette.


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Notas finais do capítulo

E é isso, desculpe qualquer coisa, eu sou muito lenta para tudo. Espero que tenha gostado



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