O Beijo da Morte - Tomione escrita por Srt Florencio


Capítulo 15
Capítulo Quatorze - A VITÓRIA DE HERMIONE


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem ♥



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Os corredores estavam vazios o que seria estranho se Hermione não estivesse se esgueirando à noite.

 Ela precisava andar, precisava sair, as paredes de pedra do seu dormitório estavam sufocantes, aumentando o sentimento de culpa que Hermione carregava.

 Quando Druella caiu todo o som da floresta sumiu novamente, como se as criaturas e as árvores soubessem que aquilo estava errado. Demorou cerca de dois segundos para que se dessem conta do que havia acontecido, logo todos estavam em volta do corpo inerte.

 Feitiços foram lançados, palavras foram ditas, mas nada parecia fazer efeito nos terríveis cortes que preenchiam a figura imóvel de Druella.

 Hermione sabia qual feitiço deveria usar, o que deveria fazer para que aquilo parasse, mas não fez. Não, tudo o que ela fez foi ficar parado no mesmo lugar enquanto todos os outros pareciam apavorados.

 Quem conhecia a antiga Hermione ao vê-la daquele jeito poderia achar que ela se encontrava  em choque, assim como Harry ficou ao atingir Draco Malfoy com aquele mesmo feitiço no sexto ano, mas aquela não era mais a antiga Hermione e a reação dela não poderia ser mais contrária.

 Ela gostara de fazer aquilo com Rosier, vê-la cair no chão úmido e sujo da floresta, ela não se achava a melhor de todas? Não achava que poderia fazer o que quisesse? Não achava que poderia lançar uma maldição imperdoável e sair impune?

 Agora estava ali, caída, como resultado de tudo o que fizera.

 Hermione se sentia vitoriosa, derrotara a garota que a odiava e ainda mostrara a todos quem ela era.

 Podia sentir os olhos de Riddle em si enquanto constatava seus sentimentos, mas nem isso fez com que ela se sentisse menos vitoriosa.

 No fim, todos tinham desistido de tentar alguma coisa e resolveram voltar ao castelo carregando o corpo de Druella para a Ala Hospitalar.

 Ninguém disse uma única palavra ou lançou algum olhar para Hermione e aos poucos ela foi ficando para trás. Ela voltou para o dormitório sem saber o que fazer e logo adormeceu.

 Então ela sonhou.

 Sonhou com tudo o que acontecera na floresta, mas agora não era ela quem duelava, ela via tudo de cima, como uma ave entre os galhos, via os seguidores de Riddle cercá-la, via o duelo entre Druella e ela e via o corpo cair no chão, e de repente não era mais Druella que jazia no chão imóvel, era Harry, assim como quando ele caiu no pátio de Hogwarts pós ser atingido por Voldemort, porém agora era ela quem matava seu melhor amigo e via tudo isso enquanto estava parada se sentindo orgulhosa de si.

 Acordou sem conseguir respirar direito, suando frio e com a sensação de que algo estava terrivelmente errado.

 Não teve tempo de pegar nada além da varinha, nem ao menos trocou de roupa, estava desesperada para sair, precisava de ar, precisava se livrar daquela sensação.

 Era por isso que ela estava andando aquela hora pelos corredores só de pijama e sem fazer ideia de onde estava indo.

 Já se sentia um pouco mais aliviada, mas a sensação de algo sujo rastejando por cima de sua pele ainda não parecia querer ir embora.

 Parecia fazer parte dela agora.

 Hermione respirou fundo e olhou ao redor, não demorou para que ela conseguisse se localizar, foram anos fazendo aquele caminho, às vezes de propósito, às vezes de forma inconsciente, aquele lugar lhe trazia tantas lembranças.

 A Torre de Astronomia.

 Fora ali que Harry, Rony e a própria Hermione tinham decidido que iriam juntos caçar as Horcruxes para acabar com Voldemort.

 Fora ali que eles começaram tudo aquilo que acabaria com Hermione viajando no tempo em busca de uma nova chance de vitória, com ela abandonando tudo o que um dia tinha acreditado, deixando de ser quem sempre foi e se tornando algo que tinha medo.

 O que ela estava fazendo? No que tinha se metido?

 Estava arriscando tudo e estava mudando, ela sabia disso, não sabia se era por causa da guerra, pela viagem no tempo. Ela não sabia de mais nada e estava com medo de se perder, já se sentia diferente e estava com medo disso.

 A forma que se sentira quando derrotara Druella…

 Se sentira tão poderosa, invencível, como se nada pudesse derrotá-la e isso dava medo, porque sem perceber ela estava se transformando um pouco nos seguidores fiéis de Riddle.

 Pausou.

 A torre já estava ocupada, um vulto, tão parado que poderia ser considerado uma sombra por algum desavisado, mas que para Hermione era claro que se tratava de uma pessoa.

 Deu um passo para trás, pronta para encontrar outro lugar para ficar, quando reconheceu o cabelo escuro e o perfil de Riddle.

 Ficou na dúvida se deveria mesmo ir embora ou ficar, Hermione sempre aproveitava momentos em que encontrava Riddle sozinho para tentá-lo ou desafiá-lo, mas não tinha certeza se agora era um bom momento, para ela ou para ele, ela não estava tão bem com o que tinha feito e não sabia o quão irritado ele poderia estar depois de ter levado um de seus melhores seguidores direto para a Ala Hospitalar por conta de Hermione.

 Era isso, melhor ela dar a volta e não enfrentar Riddle naquele momento, o que quer que saísse desse confronto não seria bom.

— Eu já ouvi você Thatcher.

 É, agora não tinha mais volta, precisava olhar de frente para Riddle e aguentar o que quer que ele quisesse fazer com ela.

— Olá, Riddle — Ela disse.

— O que você fez com a Druella hoje surpreendeu a todo mundo — disse ele se virando para ela.

— Eu sei, espero que ela esteja bem — Por favor, que ela esteja bem.

— Bem, vamos dizer que foi difícil explicar para a enfermeira a procedência dos cortes, mas ela vai ficar bem, não há nada que o pessoal de Hogwarts não consiga consertar.

 Hermione não sabia o que fazer, Riddle não era exatamente o tipo de cara que gostava de jogar conversa fora, então só o fato de ele estar conversando agora com ela como se fossem velhos amigos já mostrava que ele estava escondendo algo por trás de tudo.

— Tenho que ser honesto Thatcher, você ultrapassou tudo o que eu pensava de você, a Floresta Proibida é uma das coisas mais perigosas dentro dos limites da escola e mesmo alguns dos professores não tem coragem que entrar lá, mas você foi, você entrou como se tivesse estado naquele lugar diversas vezes e conhecesse cada pedaço daquelas árvores, me diga, o que você está escondendo?

 Hermione respirou fundo, o que ela não estava escondendo agora?

— Eu estou aqui há semanas Riddle, estou de olho em você e seus amigos faz tempo, eu sei que você está escondendo coisas também e os sussurros atravessam as paredes de pedra daqui e eu quero estar com vocês, quero participar disso, posso fazer muito mais do que eu fiz hoje com Druella, sou inteligente e conheço muitos feitiços, serei muito útil para você e sua causa.

— E por que eu acreditaria em você?

— E por que eu acreditaria em você? — retrucou ela — Você me prometeu quando eu te encontrei na orla que se eu conseguisse passar na sua prova idiota eu estaria dentro, que eu seria uma de vocês e tudo aquilo foi uma armadilha idiota para me ferrar, mas olha só, eu consegui, eu passei porque não tinha porcaria nenhuma lá dentro e enfrentei todos e derrubei uma das suas melhores e estou aqui, não estou?

 Mesmo naquela distância Hermione quase podia ver o brilho maligno no olhar de Riddle, ela sabia que ele não tinha muitas alternativas agora, ele queria ficar de olho e qual o melhor jeito do que mantê-la bem perto? 

Esse era o plano dele desde o início não era? Claro, depois de tentar matá-la dentro da floresta como a bela cobra que ele era.

— Tudo bem Thatcher, pelo visto você conseguiu o que queria, bem vinda aos Comensais da Morte.


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