Sea You escrita por Bird


Capítulo 14
Onde está a garotinha com todos os princípios corretos que criamos, Annabeth?


Notas iniciais do capítulo

Olá novamente!
Com todo o feedback maravilhoso que recebi no último capítulo, não podia deixar vocês sem outro, não é? Obrigado por todo o apoio ♥
Espero que gostem!



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A fogueira crepitava, rodeada de piratas tranquilos e doses doces de rum. Eram cerca de vinte e cinco piratas que revezam seus dias em pesca, colheita de fruta tropicais e banho de mar. A maresia que recebiam do navio em suas navegações não pareciam tão atraentes, depois de receber todo aquele sal diretamente.

Os dias se arrastaram nas "férias" da tripulação, os veteranos finalmente tendo um momento de paz, e os novatos aproveitando a vida fora da ilha suja de Tortuga. Parecia um bom recomeço, afinal. Thalia sentiu os músculos de Luke ao seu redor, lhe acolhendo. Ela sentava na areia, entre as pernas abertas do rapaz, observando as labaredas das chamas e recebendo as carícias amorosas dele.

O casal aproveitou aquela manhã no mar, brincando e se amando na enseada da ilha tão bela de Poseidon. Durante a tarde, era o dia deles colherem as frutas, adentrando a mata e auxiliando um ao outro na colheita de bananas, cocos e abacaxis. Tiveram um almoço farto, e ao estender da noite, se encontravam mais uma vez juntos diante da combustão de folhas secas e rum.

Thalia poderia se sentir sufocada ou presa, um espirito tão livre, agora tão conectado a outro como nunca antes, era de se estranhar. Mas não sentia nada mais que amor e carinho pelo loiro, secretamente desejava continuar naquela ilha com ele, e talvez o conceito de liberdade da pirata não incluísse mais navegar sem rumo.

Percy superava o luto da ausência da princesa com a gratificante ajuda de uma caneca de vinho pela metade. O moreno sentia sua falta e não via a hora da guarda nortenha vacilar para sua tripulação dar seu próximo passo. Se odiava por sentir tanta saudade de alguém com quem conviveu apenas dois poucos meses. Meses ótimos.

Não tinha mais o mesmo fogo no olho por Atena que antes, estava mais calmo e pacífico desde que Annabeth chegou em sua vida. Até devolveria o ouro de seu continente, não pela rainha, mas pela população. Ouviu Luke, que entendia de economia, listar as consequências do furto para Thalia, e bem... Não eram boas consequências, sentia-se culpado.

Pensou também em fazer totalmente o contrário do que combinara com Thalia. Não ir atrás da princesa e não devolver o dinheiro, apenas seguir em frente na pirataria, seria o que seu pai faria, afinal. Sem dúvidas, parecia a opção menos arriscada, mas também com menos emoção, e Jackson amava emoções.

No Norte, a carência de nuvens e o sol radiante no céu denunciavam o verão quente que se aproximava. O clima estio raramente se fazia presente no continente, que era conhecido por seus invernos longos e outonos fartos.

— Annabeth? — A princesa ouviu batidas seguras em sua porta e permitiu que entrasse, era Frederick.

O homem parecia desapontado, assim como têm parecido desde que a princesa fora encontrada. Ela sabia que estava causando esse sentimento no homem, mas não havia como evitar, ela não se permitiria ser reprimida novamente.

— Sim? — A loira respondeu desinteressada.

— Você não consegue facilitar as coisas para sua mãe e eu? Não consegue simplesmente nos contar o que aconteceu nos meses em que esteve fora, para que resgatemos Luke e predamos os criminosos? — Então o estado do rei tratava-se da sua recusa em colaborar com o interrogatório que houve no conselho. — Onde está a garotinha com todos os princípios corretos que criamos, Annabeth?

Está morta, a garota pensou e continuou quieta.

— Não irá dizer nada?

— Eu... — Ela pensou em falar. — Eu estou disposta a ajudar a recuperar nosso reino da crise, apresentei soluções no conselho e todos me ignoraram, querendo saber sobre a verdade no navio, esta que eu já lhe contei.

— Não me venha com aquelas baboseiras sobre liberdade. — O olhar dela entristeceu. Seu pai não costumava agir assim, mas graças às atitudes inflexíveis da filha, ele era obrigado a tratá-la assim.

— Baboseiras? Pois bem. — Annabeth enrijeceu. — Não temos mais nada a conversar.

Ele saiu do quarto, furioso. Não gostava de vê-lo nesse estado, ainda mais sabendo que ele estava assim por sua culpa. A garota suspirou, levantando da penteadeira e indo até a janela, observando pela décima vez naquele dia, a imensidão azul escurecida graças à noite estrelada que enfeitava o céu.

Pensou em mil maneiras de fugir e encontrar seus amigos. Clandestinamente, indo diretamente à Tortuga, ou até mesmo roubar um dos navios da marinha, mesmo não sabendo velejar. Mas sempre que sua mente começa a arquitetar algum plano, sua consciência batia em seu povo.

Ela havia chegado a alguns dias, e as notícias ruins apenas continuavam. O Norte estava à beira da fome e todas as soluções e contribuições que ela oferecia eram subitamente descartadas por Atena.

Atena... Elas nem mesmo conversavam fora do conselho. A mulher não movia seus olhos tempestuosos para Annabeth em momento algum, como se a loira não fosse digna do pesar julgador de seus olhos. Talvez continuasse em sua recusa de conversar com a própria filha de maneira que a castigasse, ou a fizesse se arrepender, mas a tão sábia rainha não fazia ideia da dimensão que sua filha havia mudado.

Não era mais aquela ratinha assustada que se escondia ou pedia perdão por qualquer ultraje. Apesar dos vestidos pesados e quentes demais para usar no verão, do corpete apertado em suas costelas e dos saltos machucando seus pés... Apesar de toda aparência real, Annabeth não pertencia mais àquele mundo.

E talvez nunca voltasse a pertencer novamente. 


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Um capítulo de atualização e reafirmação de personagens para o próximo grande acontecimento. Comentem!



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