Why We Broke Up escrita por Melina Carbone


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura



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Você sumiu durante o restante das férias. Parou de responder as minhas cartas e não passou mais lá em casa ou na casa do Al. Só fui saber de você de novo no dia 1° de setembro, quando as aulas recomeçaram e estávamos iniciando o quarto ano em Hogwarts.

Você voltou diferente, Scorp. Voltou com uma nova fama e um novo jeito. Voltou sendo o Scorpius Malfoy que todos sempre esperaram, um conquistador, um “badboy”.

Eu não tinha saído com o Ryan – ainda. Não fomos além das cartas durante as férias. Claro que você não sabia disso devido ao seu sumiço. E claro que você não sabe quão magoada eu fiquei por você ter me evitado por tanto tempo – sim, eu sabia que o problema era comigo pois o Al continuava indo na sua casa.

— Ande logo, Hugo! – eu gritei para o meu irmão que andava no passo de tartaruga. Eram quase onze horas e a locomotiva de Hogwarts estava prestes a sair.

Todo o ano é a mesma coisa e eu não sei qual a dificuldade de Hugo de arrumar as malas uns dias antes. Graças a ele, eu nunca conseguia chegar tranquila no Expresso e sem estar com as bochechas vermelhas.

— Beijo, mãe! Beijo, pai! – eu dei um abraço rápido neles.

Eu andava tão preocupada em não perder o trem que entrei numa pressa que só quem já me viu atrasada sabe. Infelizmente essa minha correria afetou os meus outros sentidos e eu acabei trombando com você assim que virei o corredor principal.

— Cuidado por onde anda, Weasley. – você resmungou sem expressão enquanto eu me levantava do trombo.

Eu esperava que fossemos ficar na mesma cabine como sempre. Eu, você e o Al. Nós éramos amigos, Scorp. Mas você não achava isso, pelo visto. Você só desviou de mim e seguiu andando.

— Ei, Malfoy, tudo bem? – eu dei passos largos para tentar te alcançar, mas você não se virou nem parou para me ouvir. – Scorpius, aconteceu alguma coisa? – eu consegui chegar perto o bastante de ti para te puxar pelo braço, te forçando a parar.

Seus olhos estavam colados aos meus e, por alguns segundos, eu vi toda a intensidade de sentimentos que você sentia. Essa foi a primeira vez que eu te chamei pelo seu primeiro nome e isso te surpreendeu, me surpreendeu. Durante alguns segundos eu pude ver o Scorpius Malfoy que eu conhecia e que era o meu amigo. Mas esses segundos se passaram e seus olhos voltaram a ficar cinzas e vazios.

— Não aconteceu nada, Weasley. Eu tenho que ir. – você respondeu sem emoção.

E foi isso. Você saiu andando sem dizer mais nada e sem me deixar falar alguma coisa.

A história que eu vou contar agora não é desse dia, na verdade é de quase dois meses depois, no final de outubro, quando voltamos a nos encontrar. Porque sim, Scorpius, você passou a me evitar até em Hogwarts. Vez ou outra nos encontrávamos nos corredores ou nas aulas, mas você estava sempre de conversa com alguma garota – e isso não me incomodava naquela época, que fique bem claro.

Nesses quase dois meses entre o nosso reencontro e a verdadeira história de agora, óbvio que eu perguntei ao Al o que tinha acontecido, se ele sabia o porquê de você estar daquele jeito, mas ele também era o seu melhor amigo e ele nunca me explicou.

Deixe-me perguntar, Scorp... Seu novo jeito mulherengo teve algo a ver com o que contei a pouco? Com o Hauke me chamando para sair durante as férias, digo. Nunca relacionei os dois fatos e também nunca pensei que eles pudessem estar relacionados, mas olhando agora, parece que tem tudo a ver.

Bom, vamos ao que interessa, não é mesmo?

Estamos agora no mês de outubro, em pleno outono, do nosso quarto ano em Hogwarts. Estávamos indo para a nossa primeira visita a Hogsmeade do ano letivo e, claro, todos estavam animados.

Eu tinha combinado de ir com o Ryan – depois de quase quatro meses só conversando, finalmente íamos sair. Eu estava nervosa, Scorp, esse era o meu primeiro encontro na vida.

Eu e o Ryan estávamos andando pelas ruas, conversando e rindo, quando eu te vi pela primeira vez naquele dia. Você estava dentro de uma livraria com a Luz Molina, uma quartanista da lufa-lufa. Vocês riam de alguma piada que você tinha contado e, no meio de uma risada, você reparou que eu passava ali na frente junto com o Ryan.

A segunda vez que eu te vi naquele dia foi quando eu já estava na Dedos de Mel e o Ryan estava pagando por alguns chocolates – que depois ele me deu. Eu estava perto da vitrine que dá para o beco ali do lado da loja e foi então que eu te vi. Você estava se agarrando com a Luz bem ali e nenhum dos dois parecia se importar. Eu fiquei sem reação por alguns segundos. Mas logo depois o Ryan me chamou e eu voltei a mim.

O Ryan me convenceu a ir até o Três Vassouras e foi lá que terminamos o nosso encontro. Eu estava no final do meu primeiro copo de cerveja amanteigada quando te vi pela terceira vez no dia. Nossos olhares se cruzaram assim que você entrou no bar e eu reparei que você estava de mãos dadas com a Luz.

Depois de quatro ou três copos de cerveja, eu percebi que o Ryan estava chegando cada vez mais perto. Eu nunca tinha beijado, Scorp, mas era impossível não ver os sinais.

— Eu te acho uma garota muito especial, Rosie... – Ryan comentou. – Talvez você fosse perfeito caso estivesse na Sonserina. – ele riu.

— Merlim que me livre de estar nessa casa. – eu ri. – Mesmo sendo a sua casa.

Foi em uma questão de segundos, Scorp. Em um segundo estávamos rindo e conversando e, no segundo seguinte, ele já tinha colado seus lábios nos meus.

— Uau. – ele sorriu quando nos separamos.

Estávamos no meio do segundo beijo quando você apareceu pela quarta vez naquele dia. Você chegou do nada e puxou o Ryan pelas vestes.

— Malfoy! – eu gritei quando me apercebi do que estava acontecendo. – Que diabos você está fazendo?! – eu esbravejei quando você socou a barriga do Hauke.

Aquela foi a primeira vez que eu vi uma expressão de raiva em você. Seus olhos, geralmente calmos, estavam cinzas e nebulosos. Acho que nem você sabe explicar o que aconteceu naquele momento.

— Deixa ele em paz, Scorpius! – eu te dei um empurrão que quase não surtiu efeito.

Mas você o soltou, Scorp. Não sei se foi pelo empurrão ou por eu ter te chamado pelo seu primeiro nome de novo.

Hannah Abbott, proprietária do Três Vassouras, te expulsou do bar e entregou um pouco de gelo e água para o Ryan.

— Malfoy! – eu corri atrás de você ao ver que alguns amigos do Ryan estavam ajudando-o. – Malfoy! – eu gritei mais alto depois que você não parou. – Malfoy!

— Pelo amor de Merlim, Weasley, não precisa gritar mil vezes que ninguém aqui tem problema de audição. – você retrucou.

— Quer me explicar o que diabos foi aquilo? – eu ignorei a sua irritação.

Porque não, Scorp, você não tinha direito de ficar irritado. Não depois que você se afastou, depois que você passou a me evitar.

— Nada. – você resmungou em resposta.

— Ninguém soca outra pessoa assim do nada, Malfoy. – você estava verdadeiramente me irritando.

— Ele estava te beijando! – você parecia surpreso e nervoso. – Quem ele pensa que é para te beijar daquele jeito? – você completou.

— Ele pensa que é o cara que está num encontro comigo e que estava sendo retribuído no beijo. – eu retruquei. – E o que você tem a ver com quem eu beijo ou não, Malfoy?

— Me deixa em paz, Weasley. – você me deu as costas e saiu andando.

Eu fiquei lá parada, Scorp, enquanto o vento batia forte e avisava que uma chuva estava chegando. Eu pensei em ir atrás de você, jogar na cara que você não era ninguém para ficar aprovando ou não quem eu beijo, jogar que eu tinha te visto com a Luz naquele mesmo dia e que você não tinha moral nenhuma para fazer o que fez.

Mas eu não fui, Scorp. Eu só fiquei parada e vi quando você tirou um embrulho do bolso e jogou no chão com força. E como você já deve ter percebido, eu peguei aquela pena de fênix que você jogou fora. Eu a usei por muitos anos para responder às suas cartas, pois sabia que você a tinha comprado para mim.

Espero que você faça um bom uso dela agora – ela é ótima, falando sério. Desconte nos pergaminhos ao invés de descontar nas pessoas.

Porque como você sabe, Scorp, essas suas explosões de raiva que fizeram a gente terminar.


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Notas finais do capítulo

Oi, oi, oi! Só para avisar que esse talvez seja o último capítulo pelas próximas duas semanas, mesmo que eu esteja me esforçando para fazer mais um para amanhã a noite.
Espero que vocês entendam a correria que é a minha vida e eu prometo organizar a minha agenda para conseguir postar numa frequência boa.
Comentem ai que eu juro que respondo - inclusive, eu mesma amei escrever esse capítulo



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