Kate respirou fundo e assentiu. 

—Sem problemas Martha! -Kate sorriu, ainda que doesse tanto pensar nela, ela precisava superar. 

—Está tendo uma exposição no museu... que tal irmos? Acho que a JJ vai adorar. -Martha sugeriu e sorriu. 

—Exposição de que mamãe? -Rick perguntou se levantando. 

—De arte kiddo, nunca é tarde para inserir uma criança a magia do teatro. 

—Certo, porque você não vai chamar a JJ? -Rick sugeriu e Martha concordou imediatamente indo até a pequena. 

Kate observou a mulher caminhar até sua filha e suspirou.

—Me desculpa pelas coisas que minha mãe fala, as vezes ela passa dos limites. -Rick disse. 

—Não é culpa dela Rick... 

—Mas mesmo assim, eu posso ver como você ficou triste quando ela tocou no assunto, e eu nem sei do que se trata. -Ele suspirou. 

—Coisas que eu ainda não superei, e talvez nunca supere. -A detetive se levantou ao ver Martha e JJ vindo. 

—Você é forte detetive, e eu tenho certeza que um dia essa ferida cicatriza. -Ele sorriu e segurou a mão da mulher, depositando um beijo carinhoso no dorso e sorriu. 

Kate sentiu seu coração acelerar com o contato dos lábios do professor em sua mão, como se uma banda tivesse passando pelo seu corpo, fazendo com que todo seu lado sério fosse por água a baixo. 

—Mãe... a gente vai na exposição de teatro. E eu vou ser atriz... -JJ disse eufórica e bateu palmas.

—Mamãe, nada de influenciar a Johanna... por favor. -Castle riu e segurou a mão da pequena e começou a caminhar com ela em direção ao carro. 

—Katherine... me perdoa se eu toquei em algum assunto delicado. -Martha observou a mulher e sorriu fraco. 

—Não tem o que perdoar Martha... são coisas que infelizmente não podemos mudar. -Kate sorriu e deitou sua cabeça no ombro de Martha, quando a mulher a abraçou. 

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—Olha, eu sou a Julieta... -JJ disse após sair da oficina das crianças, vestida de Julieta. 

—Sim!! -Martha sorriu encantada. -Agora falta o seu Romeo. 

—É o Danny... 

—O quem? Aquele menino? Ah Johanna, por favor, ele só fala em caminhões. Só desenha caminhões, e só fala em ter um caminhão, você merece mais que isso borboletinha. -Rick cruzou os braços e rolou os olhos. 

—Deixa ela Richard... -Martha riu e procurou Kate com os olhos. -Cadê a Katherine? 

—Eu não sei mãe, ela disse que ia comprar algo para a JJ comer. 

—Eu vou levar a JJ até o cinema mudo, você vá atrás dela e não a deixe sozinha, ela é uma dama. 

—Uma dama, com uma arma, permita-me lembrar. -Rick rolou os olhos. 

—Não importa, vai procurar ela e depois nos encontrem. -Martha disse e logo ela e JJ haviam sumido pela multidão. 

—Vá procurar ela... ela é uma dama... -Rick imitou a mãe e bufou. 

—Falando sozinho professor? -Kate riu. 

—Aonde foi fabricar a comida da JJ? Demorou. 

—Como você é chato, Rick, tinha uma fila enorme e o pão de queijo tinha acabado... Cadê elas? -Kate buscou rapidamente com os olhos. 

—Foram no cinema mudo... Pediram para que encontrássemos elas lá. JJ está vestida de Julieta. 

—Jura? Deve estar uma graça... -Kate riu.  

—Deixa eu te ajudar com isso vai... -Ele sorriu e pegou o saco que Kate tinha nas mãos. 

—Obrigada... 

—Hum, tive a impressão que você queria me perguntar alguma coisa hoje mais cedo, antes da minha mãe interromper. -Rick comentou e a observou. 

—Hum... sim! É que eu queria saber se você... hum... 

—Eu? -Ele a incentivou. 

—Se tem alguém especial em sua vida. 

—Sim! -Rick respondeu e prendeu o riso com a expressão da detetive. -A minha mãe. 

—Ah Rick... eu não digo familiar. Eu digo... 

—Eu não tenho uma namorada... nem noiva. Se é o que perguntou, meu último relacionamento foi um fracasso. 

—Fracasso não é uma expressão muito forte? Quer dizer, deu certo por um tempo! Não é? -Kate perguntou curiosa. 

—Deu certo quando era novidade, quando deixou de ser virou rotina, obrigação, chateação. Eu e Meredith passamos a existir por conforto, de se ter alguém, de dizer que tem alguém, mais uma hora isso cansa... e foi o que aconteceu. 

—E você nunca mais tentou? Depois que terminou com ela? 

—Não encontrei ninguém que valesse a pena... eu quero formar uma família Kate, casar, ter filhos, ter uma companheira. 

—Você vai encontrar... tenho certeza, você é um cara legal. 

—Quem sabe eu já não encontrei? -Ele piscou para a detetive e passou a caminhar. 

Kate sorriu, ultimamente estava virando hábito ela sorrir daquele jeito. 

—Vem Kate... vamos assistir o cinema mudo. -Ele a chamou e ela assentiu passando a caminhar ao lado dele.