Castle precisou ligar para Rosa, pedindo que fosse buscar JJ na escola quando a pequena não parou de chorar, o telefone de Kate só dava desligado, e na delegacia ninguém atendia, por algum motivo que ele ainda desconhecia, seu coração batia descompassado. 

—Não sei o que deu nela Rosa! Ficou estranha o dia todo, mal falou. -Castle suspirou acariciando os cabelos da pequena em seu colo. 

—Não conseguiu falar com a Katherine? -Rosa perguntou preocupada e tocou a testa de JJ.

—Não, o telefone dela está desligado, e na delegacia ninguém atende. -Ele suspirou e observou JJ que havia levantado a cabeça. 

—A mamãe não atende o telefone... -Ela disse entre soluços e secou seu rosto. -Ela não tá bem. 

—Que isso pequena, sua mãe deve estar num caso daqueles, e o telefone descarregou, mais tarde ela vai chegar em casa e vai ficar bem agarradinha com você. -Rosa suspirou pegando a pequena em seu colo e observou o homem a sua frente. 

—Eu tenho que voltar pra sala de aula, qualquer coisa você me liga? -Castle pediu, queria largar tudo e acompanhar a pequena, mas não podia. 

—Eu te aviso assim que a Katherine chegar em casa. 

—Tio... depois você liga pra ela de novo, por favor. -JJ suspirou e soltou a mão do professor que ainda segurava. 

—Eu vou ligar pequena, até conseguir falar com ela. -Rick prometeu, e observou a pequena sair do colégio com Rosa.

—-

O dia finalmente havia acabado, e a chuva continuava forte e o tempo parecia esfriar cada vez mais. Castle entregou a última criança a sua mãe, sentido seu coração se apertar novamente ao pensar nela, será que já tinha chegado? Pegou seu celular e procurou o número da casa da detetive que JJ havia lhe dado e o selecionou, colocando o telefone no ouvido. 

—Alô... 

—Rosa? 

—Senhor Castle... -Rosa suspirou. 

—Alguma notícia? -Castle perguntou passando freneticamente a mão por sua testa. 

—Nada de Katherine... na delegacia disseram que ela saiu cedo com os meninos para um caso, e desde então não voltou. 

—E Johanna? 

—Continua chorosa, dormiu a tarde toda, teve um pouco de febre, acordou aos prantos chamando pela mãe, agora está ali com o avô. 

—Rosa, eu não sei porque, mas algo não está certo. Eu vou até a delegacia, de repente ela já voltou. Se ela chegar, por favor, peça para ela me ligar. -Ele pediu e se despediu da mulher, juntou seu material e saiu do colégio, em direção ao departamento de polícia de Nova Iorque. 

—-

Não demorou muito e ele estava dentro do elevador em direção a sala onde os detetives trabalhavam, assim que chegou observou tudo a sua volta, ela não estava por ali.

—Pois não... em que posso ajudá-lo? -Uma mulher parou em frente a ele, ela parecia ser algo importante ali. 

—Ah... eu estou procurando a detetive Katherine Beckett. 

—Ah sim, eu sou a capitã gates, responsável pelo distrito. Kate não está. -A mulher suspirou. 

—E por que eu não gostei desse suspiro? Olha senhora, você tem alguma notícia? Eu estou desesperado. 

—Até então não recebemos nada a respeito da detetive Beckett, do detetive Esposito e do detetive Ryan, o que sabemos foi que encontraram a viatura que foi usava por eles a alguns quilômetros fora da rodovia. Capotado. 

Castle sentiu seu corpo perder o chão, era como seu algum buraco tivesse se materializado em baixo de seus pés, e ele estava caindo. Sabia que não era nada, um carro capotado, o que poderia ter acontecido? Mas ele sentia que algo não estava certo, aquele choro insistente de JJ, ele deveria ter percebido, ele deveria ter chegado antes e prendido a detetive com seus papos bestas, na verdade deveria ter impedido ela que fosse trabalhar naquele dia, mesmo sabendo que não havia qualquer motivo para que fizesse aquilo. 

—Mas fique tranquilo, não há indícios de que nenhum deles estivesse na viatura quando o acidente aconteceu. Estávamos lidando com um caso perigoso, Beckett havia descobrido coisas importantes. Estamos procurando eles com todos os recursos que temos. 

—Ah... sim, certo. Tudo bem... eu, eu vou aguardar notícias. -Ele suspirou e agradeceu em um gesto a capitã e saiu o mais depressa possível daquela delegacia. Será que o futuro de Castle estava sempre fadado ao fracasso? Não fazia uma semana que tinha conhecido a mulher, e algo já podia impedir que isso acontecesse, não que ele pensasse em algo ruim acontecendo, Kate era esperta, era forte, ela estava bem, tinha que estar. Mas encontraram o carro capotado, e nenhuma pista do paradeiro deles. Balançou sua cabeça espantando aqueles pensamentos e se voltou a Johanna, ele precisava vê-la, precisava ficar com ela. Entrou em seu carro e deu partida em direção ao apartamento. 

—-

Castle deu duas batidas na porta e logo ela se abriu, Rosa tinha uma expressão angustiada e deu espaço para que ele entrasse, a primeira coisa que ele ouviu foi o choro estridente de Johanna. 

—JJ? -Ele chamou e suspirou ao ver a pequena com o telefone na mão. 

—Tio Rick... 

—Hey... -Ele a pegou nos braços e a abraçou apertado. 

—Mamãe não atende o telefone... 

—Eu sei... vamos fazer o seguinte? Assim que amanhecer, vamos em uma loja comprar muitos carregadores para ela. E então ela nunca mais vai deixar o telefone descarregado, certo? 

—O telefone dela tá descarregado? Você encontrou com ela? -JJ observou o homem. 

—Não encontrei, mas fui até a delegacia, e a capitã me disse que ela estava chutando a bunda de sujeitos maus. 

—Ah... mas porque ela ainda não chegou então? -Os soluços faziam as palavras saírem com dificuldade para a pequena. 

—Ela já está vindo pequena, está chegando. -Castle disse se sentando no sofá, e abraçou novamente a pequena, e voltou a pensar nela, na detetive mais turrona que havia conhecido, é claro que ela estava bem, ela precisava estar.