O céu estava plúmbeo, as ruas desertas, o perigo logo à esquina onde uns adolescentes eram assaltados e, provavelmente, seria a próxima. Tantas ameaças a cercavam, não confiava mais em ninguém, apesar de nunca ter entregando-se toda a uma pessoa algum dia. Talvez fosse uma anátema que tivera caído sobre ela no nascimento e tenha ganhado intensidade depois de todos os crimes passíveis a cadeia ou não que cometera nos últimos anos.

Como chegou a isso? Sempre teve uma boa educação, pais amorosos, nem pensar em distúrbio, porque seria uma ofensa a quem é transtornado.

Estava exausta de todo esse mundo, iria dançar até cansar, cantar até ficar rouca e beber até não lembrar o nome tão famoso.

Deixou que levassem seus pertences e, entrou na boate imaginando que iriam pular em cima dela, mas o povo estava tão bêbado que apenas a abraçaram e voltaram a festa.

Queria fingir que era uma pessoa comum por um tempo e foi isso que fez por um dia inteiro. Acordou por ouvir a campainha tocar e ao atender, não conseguiu conter as lágrimas, mas quem estava ali, não esboçava um mínimo sorriso, pois estava prestes a acabar com a vida de Melissa.