Crônicas de Forks II - a Mestiça escrita por Débora Falcão


Capítulo 18
Fogueira




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Todos circularam a cabana. Os vampiros da saga Crepúsculo conseguiam ser silenciosos e ter seus sentidos aguçados. Os moroi, que estavam com Renesmee, podiam ter sentidos mais aguçados que os humanos e que os dhampirs, mas não tanto quanto os Cullen. E nem eram silenciosos. Seus poderes se concentravam na magia que cada um tinha.

E essa era mais uma coisa que tínhamos que temer. A magia. Tínhamos que proteger Renesmee, trazê-la de volta, desfazer todas as interferências nos dois livros, tudo isso sem cair no poder da compulsão dos irmãos Dashkov, principalmente de Robert, usuário de Espírito.

Eu e Mary Poppins fomos deixadas ao pé do monte, com Carlisle. Ele nos protegeria caso algum strigoi resolvesse aparecer. Os outros subiram, não sem antes de Alice espiar o futuro. Seu rosto ficou tenso, talvez por ter uma visão com vários pontos cegos, por causa de Renesmee e dos lobos, mas ela parecia confiante.

Eu estava em frangalhos. Mas, como eu saberia o que estava acontecendo se eu não iria com eles? Eu estava sentada no chão. Carlisle fez uma pequena fogueira para nos esquentar. O tempo tinha esfriado, e a proximidade com o vampiro só pioraria as coisas, já que ele era como uma pedra de gelo no frio. Ele ficou um pouco mais afastado de nós.

"Lisa, já pensou em como vamos desfazer tudo isso?"

Mary Poppins cochichava, mas eu sabia, por experiência própria, que não adiantava. Quando fui uma vampira, transformada por Rilley, eu podia ouvir um sussurro no térreo da casa do Dr. Cullen, estando eu trancada na biblioteca sendo vigiada por Jasper. Apesar de saber disso, eu mantive o tom baixo da conversa.

"Ainda não. Vou deixar para pensar nisso depois." Naquele momento minhas forças estavam concentradas em sair viva daquele livro trazendo Renesmee conosco.

Depois que os vampiros saíram, ficamos no silêncio. Dr. Carlisle estava imóvel diante da fogueira. Sabíamos que ele podia ouvir tudo o que estava acontecendo na cabana. Ele não movia um músculo, um mísero pedacinho de pele. Uma estátua. Apenas respirava, provavelmente para detectar algum cheiro de predadores, sejam animais, humanos ou strigoi, como ele havia aprendido. Eles eram o mais próximo que tinha dos nossos vampiros, mas, apesar de não serem tão fortes e tão rápidos, eram ainda assim muito fortes e rápidos, e podiam surpreender.

Desmembrá-los, bem, isso definitivamente não iria matá-los. Só havia três formas de matar um strigoi: queimando-o, empalando-o com uma estaca de prata encantada por moroi com os quatro elementos, ou decaptando-o. O que nos dava uma vantagem, pois matar o dr. Carlisle, só o fogo dessas alternativas funcionaria. Tínhamos o fogo ali, mas jogar o dr. Carlisle lá, bem, teria que se ter uma grande ousadia. Talvez um strigoi tivesse. Eu digo um, porque eles não andam em grupos. Isso é muito raro. Ainda mais num deserto. Em grupos, provavelmente se matariam. E isso me lembra os recém-nascidos, que agem da mesma forma.

Eu pensava em tudo isso quando o dr. Carlisle ficou de pé em uma fração de segundo. Eu tomei um susto, e Mary Poppins também. Mas ele estava com o olhar perdido. Sua concentração, seu foco, estavam na cabana.

Uma crise estava acontecendo.

E eu não sabia qual era.


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