retr(atos) escrita por Lyn Black


Capítulo 13
FRAGMENTO 13 - Espaço Artemísia


Notas iniciais do capítulo

AWOMEN QUE EU VOLTEI
Explicações corridas: última semana de férias onde não parei quieta, primeira semana de aulas que foi a personificação de inferno na Terra e carnaval. Mas cá estou, e não deu nem um mês sem postar, então estamos teoricamente no lucro, não?
COISAS PRA LEMBRAR DOS ÚLTIMOS FRAGMENTOS:
1) Fred NÃO é Fred Weasley II.
2) Dominique estava morando com SAFO, FRED, CAMILA, ELORA E PARIS.
3) Bill Weasley & Cia. acabaram de "interrogar" a Safo
4) Harry Potter apareceu no último capítulo e QUEM É ESSE HOMEM, MEU MUNDO? A-t-e-n-ç-ã-o!
Agora sim, BOA LEITURA!


(obs: está maior do que o normal, mas eu tinha muuuita coisas pra dizer e não rolava dividir em Pt1 e Pt2)



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FRAGMENTO 13 – Espaço Artemísia

(uma rima: a hora é agora)

 

 

— Finalmente, Safo!

Várias vozes em diferentes tons se misturaram num murmúrio acalorado diante da chegada de Nott. O relógio já batia pelas cinco da tarde quando a porta magicamente trancada foi aberta, dando espaço para uma moça levemente descabelada, mas que mantinha a compostura.

— Tive alguns imprevistos, pessoal. – ela se desculpou num tom geral, puxando uma cadeira de um canto para se juntar às pessoas sentadas na mesa.

Eram uns quinze rostos voltados para a mulher. Alguns já nos são conhecidos, como as faces de Elora e Paris, outros já nos são mais estranhos como os dos gêmeos Selwyn.

— O que aconteceu? – perguntou Artemísia, enrolando alguns fios de seu cabelo rosa nos dedos.

Safo limpou a garganta, e coçou o queixo, apoiado o cotovelo na mesa amadeirada.

— Fui sondada por Bill Weasley.  – ela pretendia continuar sua fala, mas todos começaram a comentar as quatro palavras em conversas paralelas.

— Como assim? O que ele queria? – perguntava Fred, um pouco alarmado. Já os Selwyn pareciam mais calmos, esperando a continuidade do discurso da organizadora ali.

— Você não ia à casa da droga da sua mãe, Sa? – questionou Camila, da outra ponta da mesa, num tom estridente. Seus óculos, como de costume, quase caiam pelo seu nariz.

Safo esperou por algum tempo os ânimos se acalmarem, mas as pessoas pareciam cada vez mais exaltadas; o que inevitavelmente inflou uma irritação interior. Ela levantou-se da cadeira num arrombo súbito, calando a todos com o barulho dos pés da cadeira arrastando pelo chão de madeira escura. Sua expressão estava visivelmente transtornada.

Ela reclinou seu corpo sobre a mesa, as duas mãos esplanadas e as costas levemente arqueadas. Suas sobrancelhas quase alcançaram a linha da testa quando falou:

— Vocês vão me deixar falar? – seu tom arisco gerou arrepios na nuca de Dominique, quem se encolhia num canto, tentando se passar invisível no meio daquela gente que pouco conhecia.

Os integrantes da Frente da Verdade Livre assentiram com as cabeças, um tanto amuados, mas reconhecendo a falta de consciência deles.

— Obrigada. – disse então Nott, voltando a se sentar. – Sim, Camila, eu estava na casa da minha mãe, e Bill, Percy e Louis Weasley resolveram que essa era a hora de buscar respostas comigo sobre Dominique.

Eles absorveram a informação. Dominique irrompeu com uma voz clara, mas baixa, o silêncio estabelecido.

— Foi Lou, não é? Louis, meu irmão mais novo?

Os olhos voltaram-se para ela, com certa desconfiança, mas logo se desviaram para a moça de cabelos crespos, que assentiu com a cabeça enquanto falava:

— Sim, mas eles não tinham nenhuma prova. Louis me acusou, mas era mais para tentar ver a minha reação. Para nossa sorte, o tiro saiu pela culatra, descobri que eles estão com Aldous em mente sobre a questão de Molly.

Elora arqueou uma sobrancelha, e falou:

— Eu vejo Percy pelos corredores, abatido e falando consigo mesmo. É uma imagem de se dar pena. É óbvio que ele sabe esse nome de cor e salteado, não se animem.

Murmúrios de concordância vieram dos outros, especialmente de um grupo que visivelmente parecia mais novo ali. Era bem claro que havia uma hierarquia naquela mesa, quem estava ao redor da cabeceira, onde Artemísia sentava, era certamente um círculo mais interno dentro da organização. Eles percebiam o valor do que Safo falava, mas Elora era ótima em manter os pés firmes ao chão.

Dominique havia mantido os olhos fixos nas suas unhas feitas com esmalte que já estava se descascando por tempo demais. A garota de cabelos pretos sabia de todos os olhares de esguelha que haviam sido dirigidos a ela. Ela não era idiota. Limpou a garganta, e batucou as unhas longas na mesa, chamando atenção para si novamente e levantou os olhos para os espectadores, neutralizando sua expressão ao máximo que pode.

— Então... – ela deixou um suspirou inundar sua fala como uma pausa. – Vocês me ajudaram a fugir da minha família louca, agradeço demais, mas eu sei como as coisas funcionam. – ela cruzou os olhares com Safo, quem se mantinha impassível.

— E como elas funcionam, Dominique? – Safo perguntou e pousou as mãos na cintura.

— Eu cresci no meio dos Potter, Safo. – seu tom explicitava uma impaciência típica de quem fala coisas que acha que são óbvias. - Tudo tem um preço. Vocês estão pagando um alto para me terem aqui e eu quero saber é o que querem em troca.

Fred deixou um assobio com um tom que misturava deboche e admiração.

— Alguém está colocando as cartas na mesa. – cantarolou, cutucando com o ombro a séria Paris ao seu lado, que parecia muito compenetrada na reunião.

— Chame do que você quiser, Fred. – a Weasley deu de ombros. – Eu sou a pauta dessa reunião.

— Presunçoso da sua parte. – praticamente interrompeu Astra Selwyn. Herdeira de uma das famílias mais sombrias da Bretanha, ela havia sido criada no Departamento de Mistérios, embora fizesse Letras como graduação. A maioria sensata respeitava-a, mas por medo.

— Talvez, mas vocês me mantem no escuro. – revidou.

Artemísia deixou um risinho escapar.

— Você esperou mesmo todo esse tempo só para a Safo chegar e poder fazer sua cena, Domi? Minha Morgana.

Foi a Nott quem respondeu a dona da casa.  O lugar havia sido transformado em quartel general de uma organização que se sustentava com a faixada de grupo universitário.

— Tudo bem, Artemis. Dominique é um dos tópicos de qualquer jeito. – seu jeito conciliador sempre fora uma carta na manga.

A Weasley se recostou na cadeira novamente, um sorriso vitorioso no rosto. Paris pareceu se considerar responsável por responder os questionamentos de Dominique, para o desprazer da morena. Nos tempos em que morou com eles, Weasley sentiu a aversão de Paris.

— Nós não te ajudamos em troca de algo, Weasley. Aqui não trabalhamos com favores e preços. Nós ficamos cientes da sua situação indesejada e demos um jeito de te tirar de lá, mas você é só um pedaço pequeno do caminho.

A garota balançou a cabeça em negativa, insatisfeita.

— Vocês vão ter que ser mais claros comigo.

Paris suspirou, olhando para Elora em apoio. A mulher de cabelos negros, tatuagens e em roupas de trabalho típicas do Ministério, assentiu com a cabeça para Paris, que objetiva continuou a falar:

— Você tem duas escolhas, e eu indicaria refletir bem, mas não temos tempo. Ou você faz um voto perpétuo de silêncio quanto ao que escutar aqui, ou cede a sua varinha nessa reunião e concorda em ter sua memória apagada se discordar com nossos termos. Você sabe demais. 

Os olhos de Dominique arregalaram tanto que quase saltaram de suas órbitas, e ela buscou algum tipo de conforto em Safo, que evitava encarar Weasley.

— Mas que merda é essa, Safo? Votos perpétuos saíram de moda desde a 2ª Guerra Bruxa, por Merlin! Achava que você estava me protegendo. Na minha casa chamamos isso de traição.

Safo suspirou um tanto afetada.

— Você queria saber o preço da sua liberdade: é esse. Colaborar com o outro lado, o caluniado pelo Profeta Diário, aquele que seus pais e tios desprezam em jantares de família.

Weasley parecia determinada a apelar de todos os modos.

— Isso não é liberdade, é manipulação. Achava que você se importava comigo.

Uma sombra triste inundou os olhos da Nott, mas ela disfarçou com facilidade. Fred revirou os olhos, tomando a discussão infrutífera em suas mãos.

— Por que os Wealseys têm que ter esse complexo de drama? – ele falou exasperado. Dominique se ofendeu claramente, mas não teve chance de replicar. – Olha Dominique, isso é como uma empresa, ninguém sai falando a receita dos sapos de chocolate por aí, quem participa tem que se comprometer. Nada de sentimentos ou razões emocionais, se você tem um relacionamento inacabado com a Safo, resolve isso fora daqui. Negócios são negócios. Não é pessoal.

A moça engoliu em seco, caindo em razão. Tentou arriscar um olhar de esguelha para a Nott, mas encontrou-a com a vista fixa num ponto de madeira, apática.

Paris se pronunciou, vendo que a Wealsey finalmente cedia:

— Então, qual vai ser? Voto ou obliviate? Eu sou especialista em obliviação, pode ficar tranquila. – disse prática, tentando melhorar a situação com um sorriso no final da sua frase.

 

 

****

 

 

A sala parecia maior com menos pessoas ao redor da mesa.

— Então a gente deixou de ser uns calouros aleatórios faz uns quatro anos. – explicava didaticamente Artemísia, uma das participantes mais antigas. – Numa hora éramos vistos basicamente como crianças obcecadas. Uma semana depois...

— Os jornais tomaram atenção no artigo que publicamos no Magia Hoje sobre as movimentações de galeões suspeitas que terminou como o Caso do Gringotes, mas preferiram cortar nossos nomes, sabe. – completou Fred. – Finalmente a direção da universidade nos reconheceu como um grupo estudantil, a Frente da Verdade Livre. Nós que traçamos os desvios e falamos com as pessoas certas.

Dominique assentiu com a cabeça.

— Muitos duendes bravos? – brincou com um sorriso.

Artemísia coçou a cabeça, rindo também.

— Pouca gente ficou sabendo que fomos nós. A questão é que nós fugimos da categoria de grupo estudantil, Dominique. – falou.

— Isso é perceptível. – respondeu a Weasley, com um gesto da mão indicando eles mesmos e o seu redor. – Votos perpétuos, casas escondidas e buscas por corrupção. O que eu tenho a ver com isso? – ela finalizou sua sentença com um arquear da sobrancelha.

Safo e Paris travaram uma batalha de olhares, até que Paris emitiu um suspiro exasperado.

— Vá em frente, Safo. O palco é seu. – disse para Nott.

Safo apenas revirou os olhos.

— Temos informações que atestam o controle que os Weasleys e Potter têm mantido sobre a comunidade bruxa.

Dominique não esperou uma batida de seu coração ser completada.

— É isso que famílias poderosas fazem, Nott. – lábios torcidos em crítica, a postura defensiva era automática.

— Geralmente o poder limpo não envolve chantagem, assassinato, envolvimento com magia das trevas e...

Dominique a cortou:

— Isso é um absurdo.

Camila encarou-a com olhos cheios de pena.

— Não existe poder completamente limpo, se é de algum consolo. – falou com um sorriso fraco.

— Discutível. – Fred cortou a tentativa da outra de melhorar o estado da Wealsey.

Dominique manteve o olhar fixo por alguns instantes em cada uma das pessoas que a cercavam, quase descrente. Metade dos integrantes do grupo havia deixado à mesa quando a Weasley optara pelo voto perpétuo, o que definitivamente os impressionara. No final, ela não tinha opções, e não queria correr o risco de ser alvo de um feitiço que saísse pela culatra. 

— Vocês não podem estar falando sério. – ela estava visivelmente abalada.

Astra Selwyn imediatamente abriu a boca para revidar com uma ironia ácida, mas Merle, seu irmão, impediu-a com um toque repreensor no braço. Agora, além dos gêmeos, só restava ali Elora, Paris, Camila, Fred, Safo e Artemísia.

— Escavar essas informações custou muito de todos nós. – falou Safo. – Precisamos de provas físicas ainda, mas é uma questão de tempo.

Paris observou o perfil da Weasley com ceticismo.

— Estamos falando sobre a sua família, você não sabe de nada disso? – sua voz baixa ressoou na sala. Paris era o tipo de pessoa que chamam de “nariz arrebitado”, mas ela simplesmente não deixava serviços inacabados. Fins justificando meios e todo esse discurso pré-pronto.

A outra balançou a cabeça da direita para a esquerda, em um gesto de negação.

— Eles me achavam fútil demais para essas coisas. Se é que esses crimes foram cometidos. – sua voz era um fio de água minguando por um ralo já entupido. Aceitação amargurada não cai bem no estômago. – Victorie, a neta mais velha, ela é a de confiança dos adultos. Fred II também.

Astra e Merle Selwyn se entreolharam, compartilhando olhares preocupados e irritados. Dominique sentiu a insatisfação que reinava no ambiente, e levantou os olhos para o grupo que a examinava. Realização se abateu pelo seu rosto.

— Eu não sou a Weasley que vocês queriam.

Paris bufou discretamente, tomando o comando do que era uma mistura de interrogatório e confissão. Ela se levantou com brutalidade de seu lugar, e deslizou uma mão pelo ombro de Safo, um afago cheio de culpa, debruçando-se por um armário velho e alto instalado paralelo a porta. A sala era bem uma sala de reuniões, com somente uma porta grande, uma mesa comprida e esse armário, todos alinhados em paralelas. De lá, a moça mais velha retirou um arquivo em tom bege, sendo observada por todos, só Dominique ignorante do procedimento.

— Não exatamente, Dominique. – Paris colocou o documento na mesa, e o abriu com cuidado. Ela traçou com o dedo as linhas impressas e as linhas preenchidas com caneta, lendo-as em voz alta. – Dominique Delacour Wealsey, dezenove anos. Ensino mágico incompleto. – ela torceu o nariz, e pausou o dedo. – Você ainda pratica magia?

A Weasley enrolou um fio de cabelo em sinal de nervosismo.

— Nada muito avançado, só o básico do meu dia-a-dia. – respondeu.

— Por que você tinha que brigar com a Lucy mesmo, Safo? – questionou Astra, uma sobrancelha arqueada e os braços cruzados.

— Ela nunca quis parte nisso, nem começa, Astra. – seu tom corrido e grosso calou a antiga sonserina, quem ergueu as mãos em rendição num tom de troça.

Paris pareceu inalterada diante do diálogo paralelo, e continuou sua análise.

— Nível de contato com Harry Potter? – perguntou. – Aqui fala que você frequentava a casa dele quando era mais jovem. Jantares nas férias e uma semana na Suécia com os Potter no meio do seu 4º ano letivo?

Dominique pareceu um tanto constrangida.

— Como vocês sabem desses detalhes? É invasivo. – foi sua única réplica.

Merle Selwyn se pronunciou pela primeira vez, atraindo a atenção da mesa para sua fala arrastada e profunda.

— Eu me senti bem invadido quando descobri da censura dos Weasleys às notícias. Minha mãe foi ameaçada de morte por tentar vazar as informações sobre a recuperação dos viras-tempo. – ele falava disso como quem fala de uma chuva corriqueira. Eram informações velhas para a maioria ali, com exceção de Dominique.

Ela suspirou.

— Eu não tenho responsabilidade sobre isso, Selwyn.

Safo arqueou uma sobrancelha com indignação, mas compreendendo a questão da Weasley.

— Você não fez nada ativamente, mas pode ajudar. Responde logo, Domi.

A Weasley olhou para o teto em reflexão. Não esperava quando concordou no voto perpétuo descobrir que sua família praticava ilegalidades e uma influência opressiva no Ministério da Magia Inglesa.  Ou algo do tipo. Eles haviam sido vagos. Safo sempre fora metida em politicagem, mas a Weasley só observara a outra de escanteio. Ela lera as denúncias sobre Gringotes, mas nunca imaginara que as descobertas haviam sido feitas por aqueles jovens. Dominique não se importava muito, se fosse honesta.

— Sim, sim. Eu passei algumas férias com eles. Com James. E a viagem para a Suécia nunca aconteceu porque tio Harry ficou preso no escritório ou alguma coisa do gênero.

A testa de Paris se enrugou visivelmente.

— Uma matéria num jornal de fofocas cobriu a viagem, fotos incluídas. – a moça puxou um papel já envelhecido de um envelope embutido. Era um pedaço recortado de um papel maior, uma reportagem sobre as férias dos Potter numa época de crise. No centro do texto, uma foto bruxa onde era distinguível a cabelereira loira de Dominique acenando ao lado de sorridentes Harry e Ginny Potter. Lily e Albus eram vistos ao fundo, com bagagens.

Dominique se inclinou e pegou com agilidade o jornal das mãos de Paris. Ela passou os dedos pela sua forma acenando. Ela podia ser distraída, mas se lembrava bem daqueles dias enfiada no seu quarto tentando ignorar os gritos da sua mãe.

— As histórias sobre eles adorarem Polissuco não são mentira, então. – ela suspirou. – Eu fiquei na minha casa pelo fim de semana, e voltei para Hogwarts assim que tive como.

Os integrantes daquela estranha organização trocaram olhares rápidos.

— Elora, trace o caminho do Sr. Potter nessa semana. O verdadeiro. Foi o mês do renascimento da Ordem da Fênix, pode ser importante. – Paris ordenou, sendo obedecida prontamente pela garota de piercings e tatuagens.

— Mando um patrono assim que encontrar algo útil. – respondeu, já recolhendo seu casaco num cabideiro de madeira escura.

Astra a interrompeu, altiva e agitada:

— Não manda para cá, Bill Weasley deve manter olhos em Safo por alguns dias. Chamem Hugo Granger para conferir isso. Faça a legimência estendida a distância comigo.

Elora apenas assentiu, um tanto indecisa, antes de correr para fora do tal Espaço Artemísia.

— Você é louca, Astra? Da última vez, você apagou por um dia inteiro. – Merle rosnou para a irmã, quem apenas revirou os olhos.

— Eu aprimorei a técnica.

Merle parecia insatisfeito, mas ninguém tirava uma decisão da cabeça da gêmea mais velha. Ele se virou para Camila.

— Quer aproveitar e entrar em contato com o comitê da Internacional Bruxa sobre o financiamento do nosso jornal?

Camila riu, balançando a cabeça e seus brincos de pena de pavão.

— Passo. Vou preparar algo para comer, Merle. – piscou para ele e se levantou, deixando a sala.

Subitamente, Dominique se viu perdida no meio de pessoas atordoadas e aparentemente convencidas de ter encontrado algo de extrema importância. Quem havia saído antes já voltava para trocar ideias, carregados de papelada que foi espalhada pela mesa. Garotas jovens com caras de universitárias relaxadas rabiscavam, numa tela instalada na mesa, um tipo de tecnologia bruxo-trouxa que Domi sabia que Rose Weasley lidava havia anos.

Ela empurrou a cadeira tentando fazer o menor barulho possível, mas o rangido alto congelou os movimentos na sala. Os olhos viajaram com firmeza de Weasley para Safo, em uma fala unificada e clara. Safo passou a mão pela testa, limpando suor inexistente.

— Você pode esperar lá em cima, Domi. Vem. – disse com um sorriso mínimo. Ela levantou-se e indicou que a moça a seguisse pela porta, que deixou entreaberta antes de desparecer com suas palavras.

Weasley seguiu Safo e com uma corridinha ficou lado a lado com quem personificava seu último romance.  Aquilo tudo a deixava fora de órbita e desconfiada, afinal tudo que ouvira fora acusações pesadas contra sua família. Família problemática difere de uma desculpa de quadrilha bruxa de elite. Era isso que eles eram segundo aquelas pessoas.

— Esperar o quê? – sondou sem esperanças de respostas concretas. Estava absurdamente confusa.

Safo destrancou uma porta de madeira visivelmente velha com um aceno da varinha e indicou para o que deveria ser o quarto de visitas. Cama feita, um quadro abstrato de decoração e vários livros nas paredes.

— Você se dava bem com os filhos de Hermione, não é?

Uma sombra de consideração transpassou o rosto de Weasley quem desviou de assunto:

— Na base de primeiros nomes com a ministra?

Nott riu pela primeira vez, uma gargalhada curta, porém verdadeira.

— Você ainda tem que aprender alguns de nossos truques. – piscou mantendo um sorriso de lábios. – Aproveita para matar as saudades de Hugo, que tal, querida?

Safo fechou a porta em um clique suave, não dando espaço para respostas, e Dominique nem se deu o trabalho de tentar abri-la, afundada nos seus pensamentos.  De toda a sua gangue de primos, ela só sentia saudades honestas de Molly, mas a sua prima favorita não estava mais lá para lhe fazer companhia silenciosa e a Weasley não pretendia desenterrar essas feridas naquele lugar.

Dominique ainda aprenderia o limite das pretensões.

 

 


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Notas finais do capítulo

ENTÃO MEUS AMORES, O QUE ACHARAM?
ME CONTEM T-U-D-O!
Pergunta rápida: banda/cantor(a) favorito(a)?
Bjos e até o próximo!



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