Paper Hearts escrita por Semideusadorock, p a squad


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Hey cerejinhas, nova fanfic para vocês, espero que gostem!
Boa leitura!



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Duas batidas suaves na porta fizeram com que Poseidon se interrompesse e fosse a abrir, já pronto para dar uma bronca em Apolo por estar atrasado.

— Até...Atena? — questionou, se interrompendo, completamente surpreso por ver a deusa da sabedoria em pé na frente da porta de seu templo no Olimpo.

— Oi, Poseidon, Apolo disse que havia se comprometido em te ajudar a arrumar seu templo, mas ele teve um contratempo e pediu que eu cobrisse o horário dele até ele poder vir — explicou o que fazia ali, usando calças jeans e uma blusa larga, porém elegante branca, algo que o deus dos mares nunca havia visto ela vestir.

— Ah, claro, obrigado! — agradeceu, mesmo sempre sendo difícil dizer tais palavras a mulher, dando espaço para ela adentrar ali. — Eu meio que já comecei, então tá pior do que antes.

Ela soltou uma risada leve assentindo, indo direto ao serviço. O deus dos mares fechou a porta e começou a pegar as coisas do alto das prateleiras para trazer ao chão, pretendia colocar toda a papelada em caixas e levar para Atlântida, aonde poderia ler cada um e se livrar de tudo que não lhe fosse mais útil ou meramente importante.

Atena começou a tirar os papeis de dentro das gavetas da mesa, separando-os rapidamente em duas categorias, os que estavam em um estado aceitável e os que estavam amaçados ou aparentavam para a deusa da sabedoria serem rascunhos de algo, nada definitivo ou profissional.

Poseidon olhou a deusa hesitante em o fazer e ser pego no ato, mas era estranho que era a primeira vez em toda a eternidade que eles ficavam completamente sozinhos e para a surpresa dele, eles não estavam discutindo.

— Poseidon — chamou, descolando os olhos dos papeis que arrumava de maneira tão rápida que o deus dos mares nem conseguia acompanhar.

— Sim? — indagou, abaixando mais algumas papeladas para o chão, como se não a tivesse observando, tirando a poeira superficialmente com a mão mesmo.

— Pode pegar algumas caixas para eu já separar os papeis e as coisas que você vai levar para seu reino? — perguntou, realmente querendo ajudar, sabendo que ele tinha planos de se livrar de quase tudo aquilo, Atena adorava limpar, fazia sempre uma limpeza geral em seu escritório a cada semestre.

— Claro — assentiu, batendo uma mão na outra para tirar o excesso de poeira e saiu em buscas de caixas que sabia que tinham no deposito de Hermes.

A deusa suspirou e voltou a passar rapidamente os olhos pelos papeis os avaliando e separando em duas filas, sem querer ler nada que Poseidon poderia ter escrito, porém seus olhos azuis acinzentados pararam em seu nome escrito em um papel que claramente tinha sido dobrado muitas vezes.

Olhou para a porta e depois voltou a passar os olhos pelo conteúdo do texto, já que aquela não era claramente um dos memorandos do conselho e sim provavelmente uma carta, então era bom saber o que ele falava sobre ela.

Eu não sei ao certo o porquê estou escrevendo isso, sei que nunca vou poder deixar que nada daqui seja descoberto por qualquer um.

Mordeu o lábio inferior hesitante se deveria ler o conteúdo da carta, mas tinha o nome dela na carta, ela tinha o direito de saber. Pelo menos foi isso que ela disse a si mesma quando continuou a leitura.

Eu estou perdido com esse segredo que eu tenho escondido para mim, toda vez que eu a olho eu penso em contar, contar tudo, mas o que ela falaria com isso? Riria da minha cara? Provavelmente, sendo a deusa casta que ela é.

Os olhos de Atena arregalaram levemente, e ela se apressou a ler antes que o escritor do conteúdo voltasse.

Desde meu divorcio tem sido bem mais complicado esconder isso, talvez por esse motivo eu esteja escrevendo essa carta, para por para fora...se bem que isso nunca pode chegar nas mãos de Atena, ela me mataria provavelmente, mesmo isso não sendo possível, então definitivamente isso não é uma carta.

A imortalidade deveria ter me ajudado a superar, fazem tantos séculos que tudo naquela mulher me deixa louco, que eu nem sei por onde começar, as vezes eu agradeço por ela esconder o corpo que imagino o quão perfeito deve ser por suas roupas castas e privativas, mas tenho que confessar que tenho certa curiosidade, mas o corpo dela por mais impressionante que isso seja, é a última coisa que eu realmente penso quando penso nela, talvez por nunca o ter visto.

Mas isso não é para ser algo próximo de mostrar desejo sexual, apesar do perfume enlouquecedor que ela possui, seus olhos cinza duros amedrontadores e terrivelmente sexys, as sardas em seu nariz e que um dia eu pude jurar ver perto de seu ombro, mas como eu poderia saber, mal a conheço.

E isso me inferniza, todos os dias eu me odeio por não poder me dar o luxo de a conhece-la verdadeiramente, conhecer a favorita de todos, conhecer a senhorita perfeição além da perfeição que ela exibe, sou sempre obrigado a ficar longe, longe o suficiente para não ser pego em meus sentimentos, que sou forçado a transparecer como ódio, mas eu creio de dentro do meu ser é amor, pois eu nunca senti nada do tipo por ninguém.

As pernas da deusa falharam inconscientemente, fazendo-a se sentar na cadeira pertencente a Poseidon, sem interromper a leitura, mesmo que seus olhos insistissem em dificultar sua visão estando marejados.

Cada briga que eu tive que criar para ela se afastar de mim mais do que eu gostaria que ela fizesse, cada xingamento que eu menti em proferir em direção a sua pessoa, claro, menos sobre a teimosia dela, esses são verdadeiros, ela é terrivelmente teimosa e acho que essa é uma das poucas partes sinceras que eu conheço, atrás da pose que tem tudo sobre controle, mas que chora sozinha na biblioteca quando um livro a pega de surpresa, que enrola os cabelos dourados no dedo quando está lendo algo de ação e que morde o lábio inferior quando está confusa ou incerta, atos que eu já a peguei fazendo em alguns dos meus deslizes, quando a necessidade de tê-la pelo menos que apenas minha visão tivesse acesso a isso era maior do que me manter distante.

 Ela parou a leitura, fechando os olhos por alguns segundos, assimilando as palavras que ali estavam escritas.

Eu provavelmente não deveria estar confessando aqui isso, é arriscado demais, provavelmente se alguém achasse eu viraria motivo de chacota pelo resto da eternidade e eu sei que provoquei tanto Atena, mesmo que algumas vezes apenas para ganhar mais algum tempo no conselho, aonde eu poderia encara-la sem medo de ser pego, afinal ela está sempre falando.

Uma risada fraca saiu dos seus lábios a fazendo negar com a cabeça consigo mesma.

Mas eu simplesmente não aguento mais guardar isso só para mim, mesmo que essa carta nunca seja lida, por ninguém, eu simplesmente posso dizer para mim mesmo que eu coloquei tais palavras para fora, apesar de ainda ser um segredo que eu vou ter que carregar sozinho.

Poseidon.

Atena abaixou o papel, fechando os olhos tentando se recompor antes que o deus voltasse, mas suas bochechas ardiam com as coisas que ele havia percebido, seu coração estava apertado com cada palavra dita e ao mesmo tempo que nunca foram lhe ditas.

— Eu trouxe as...— Poseidon se cortou ao ver que a deusa tinha lágrimas nas bochechas.

O homem sentiu uma dor ao ver aquilo, hesitando, perguntando a si mesmo se deveria ignorar e fingir que não tinha visto ela chorar, irritar ela com isso como normalmente fazia, ou perguntar o que houve.

Seus olhos abriram e ela encarou o deus dos mares nos olhos.

— O que...? — ela levantou irritada, o cortando com esse simples ato, fazendo-o assumir uma postura ereta enquanto a loira se aproximava marchando.

— Por quê? — questionou, se xingando pela sua voz ter falhado, levantando a carta, fazendo Poseidon travar.

Ele não sabia ao certo o que falar, a verdade ou simplesmente mentir, dizendo que era uma piada que ele tinha pensado em fazer com ela, mas ela estava chorando.

— Por que você leu? — questionou, largando as caixas no chão e fechando a porta, adentrando completamente o templo.

— Eu... isso importa? — Atena indagou, limpando uma lágrima que escapou de seu olho rapidamente, mantendo a postura. — Poseidon, isso...

— Nunca deveria ter chegado a você — disse simplesmente, pegando a cartada da mão dela e a amaçando, jogando em um canto qualquer no chão.

— Por quê? — cruzou os braços encarando Poseidon nos olhos, como sempre fazia quando discutia com ele.

Por muitos anos ela achou ele tão previsível, sabia quando ele estava irritado, feliz, triste, quando ele perdia ou ganhava pelo seu olhar, mas agora ela percebeu que seu olhar era mais fundo do que ela esperava, tão fundo quanto o oceano que escondia coisas que ninguém imaginava, nunca.

— Sério que você me pergunta o porquê? — ele explodiu, fazendo-a ter um sobressalto, mas permaneceu no exato lugar que antes, enquanto ele se aproximava. — Atena, o que você queria que eu te dissesse? Ah, eu sei que você fez um juramento de nunca ter nada com homens, mas eu amo você?

As palavras doeram nela, atingiram como um tapa na cara, mais do que qualquer xingamento que um dia ele já havia a dirigido.

— Você...? — ela não conseguia dizer aquilo, confusa demais para pensar em algo, a não ser o dia em que tinha contado a todos de seu juramento.

Ela era recém-chegada no Olimpo, mas tinha aprendido rápido tudo que acontecia por ali e não tinha problemas nenhum com ninguém, aos poucos seu coração tinha sido ocupado, tão rápido que ela ficou surpresa e completamente confusa com o que acontecia, o sequestro de Perséfone era recente e os casais começavam a se formar, as paixões a serem reveladas, mesmo que apenas para as pessoas próprias.

Quando ela andava e viu uma cena que não esperava ver, nem que aquilo doesse. Era nova demais, mal conseguiu conter as lágrimas ao ver Poseidon quase em pleno ato com uma ninfa, se escondeu até simplesmente ela estar melhor, mesmo que em sua aparência, lembrando do que seu pai havia sugerido, do juramento, então ela decidiu que anunciaria a todos que tinha feito, pois sabia que assim evitaria as aproximações de todos e qualquer homem e até mesmo do que Zeus estava tão aterrorizado que acontecesse, Poseidon seguisse os passos de Hades com ela.

— Pensei que já tinha entendido com o conteúdo da carta — comentou, suspirando pesado, parecendo mais calmo, tão volátil como o próprio mar.

— Nunca me contou por conta do meu juramento? — indagou, abrindo os olhos para encara-lo.

Poseidon assentiu.

— Mas...

— Me casei com Anfitrite um tempo depois que comecei a perceber tudo que estava acontecendo, escolhi a mulher mais diferente que eu poderia encontrar de você Atena, para simplesmente não ter que pensar em você, me isolei em meu reino o máximo possível porque não podia te dizer o que sentia, porque não podia correr o risco de te desrespeitar com suas escolhas, algo que eu nunca quis e também nunca quis que me olhasse com pena, deixando claro que eu nunca poderia te ter, mas mesmo sabendo disso tinha sido idiota de o falar.

A deusa tampou o rosto com as mãos, respirando fundo algumas vezes, abaixando o olhar e encarando Poseidon.

Ela já tinha analisado tanto Poseidon que as vezes se surpreendia quando percebia que o fazia.

Ao contrario dela, os olhos do homem tinham uma tonalidade verde, profunda como o mar, quase dando para se afogar ali, mas os de Atena eram de um cinza denso, como se uma tempestade fosse desabar a qualquer momento, os cabelos negros como a noite os dela dourados como o próprio sol, a pele dela branca, quase porcelana, perfeitamente lisa e quase ausente de manchas, tirando as sardas que exibia em seu nariz e algumas em seus ombros, mesmo escondidas debaixo do pano e sendo desconhecido por todos os outros deuses, a dele era marcada, morena e queimada devido ao sol, rude.

— Você não deveria ter lido — ele disse tenso, trocando o peso de um pé para o outro.

A deusa se aproximou, olhando para cima para encara-lo, lembrava a primeira vez que tinha brigado com ele, a maioria achou graça pelo fato dela ser bem mais baixa do que ele e se recusar a usar sapatos muito altos.

Mordeu o lábio inferior nervosa, sendo avaliada em cada movimento hesitante que fazia, deixando que Poseidon exibisse uma cara de perfeita confusão, encarou seus olhos incerta, mas depois de alguns segundos decidiu se reder a algo que a séculos a atormentava.

Selou seus lábios ao dele, ficando na ponta do pé para o fazer, sentindo-o hesitar, tanto quanto ela, ele por conta do juramento dela, ela pela falta de experiencia.

— Seu juramento — ele a lembrou, sem deixar que o beijo passasse de um selar de lábios, porém levando a mão a cintura dela, colando suas testas. — Não posso deixar que uma pro...

— Nunca existiu — o cortou, mesmo que odiasse o fazer.

— O que? — agora ele se afastou um pouco a vendo completamente corada em continuar sua confissão.

— Eu já havia descoberto o que sentia por você quando contei a todos do meu juramento, apenas o fiz porque te vi com uma ninfa e aquilo me machucou, achei que se o fizesse você e todos os outros homens se afastariam de mim e isso aconteceu, mas nunca fiz meu juramento pois tinha uma pequena esperança de que você sentisse o mesmo — confidenciou com medo, esse era seu maior segredo, imaginou ele rindo dela naquele momento, afinal ele tinha conseguido desmontar completamente as estruturas da deusa da sabedoria.

Ele ficou parado por alguns segundos, incrédulo com o que ela tinha dito, sorrindo leve.

Poseidon selou seus lábios ao dela, dessa vez aprofundando o beijo que ela hesitou em retribuiu, meio perdida no que fazer, mas sorriu ao senti-lo sorrir, levando os braços ao pescoço dele, o envolvendo, enquanto ele a prendia mais contra ele.

Novamente o beijo foi separado, dessa vez por Atena, que manteve os olhos fechados terrivelmente corada o que fez Poseidon sorrir, sendo a primeira vez que ele tinha visto ela daquele estado.

— Eu te amo! — sussurrou baixo para ela, que sorriu.

— Eu também te amo! — sussurrou, sabia disso a mais tempo que ela queria, mas ela sabia.

Poseidon a beijou novamente, dessa vez não houve hesitação de nenhuma das partes.

A porta foi aberta em um supetão, logo em seguida um grito fino cortou o ar, fazendo os dois interromperem o beijo e olharem em direção a porta, aonde Apolo estava boquiaberto e com os olhos arregalados.

O deus do sol se endireitou, como se não tivesse dado um grito digno de Afrodite, pigarreando e fechando a porta sem desgrudar os olhos do casal até a madeira estar totalmente no arco.

Ambos os deuses soltaram uma risada leve, fazendo Atena morder o lábio inferior e o deus dos mares depositar um beijo no topo de sua cabeça, se separando dela hesitante, para voltarem a arrumar as coisas.


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Notas finais do capítulo

- Fanfic de uma coletânea, para encontrar mais é só ir no perfil p.a squad: https://fanfiction.com.br/u/740397

??” Comentários são bem-vindos ♥

??” Beijos e até!!



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