Tudo por você escrita por Lilissantana1


Capítulo 20
Capítulo 20 - Dean e Penélope


Notas iniciais do capítulo

Olá garotas.
Estou adorando esses dois.
Acho q vcs também vão gostar...
BJO e obrigada especial a todas as meninas que comentam. Amo de coração. Mary, Anna, Carina, Sra, Beca, Gabi, rosas e doida! OBRIGADAAAAAAAAAAAAAAAAAAA



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DEAN

 

No domingo saí para correr no final da tarde como sempre faço. Era a melhor hora para ver Penélope. Afinal ninguém iria desconfiar da escapada. Por isso, marquei de encontrá-la logo depois da biblioteca, no quiosque que fica vazio em tardes como aquela. Frias. Quando há alguma atividade na cidade e vários alunos já debandaram para as festas de final de ano.

Ela estava sentada sozinha, com um livro nas mãos. Assim que me viu sorriu e ficou em pé. Me aproximei circulando a cintura dela e a puxando para um beijo. Penny me empurrou.

— Tá doido! - disse séria.

— O que foi? - perguntei erguendo as mãos com certeza em um movimento patético.

— Alguém pode nos ver. - ela disse séria olhando em volta.

— Quem?

Fiz o mesmo. Olhei em volta. Não havia viva alma naquela área aquele horário da tarde. Eu sei disso, corro por ali todo domingo. Foi por isso que escolhei esse lugar.

— Qualquer um...

— Não tem ninguém por aqui. - retruquei com certeza mostrando minha incomodação.

— Todos conhecem você... qualquer um que nos visse sairia falando.

— Sabe o que diriam se nos vissem juntos Penny?

Investi dando um passo em direção a ela.

— Não... - ela respondeu olhando meu rosto de um jeito carinhoso que eu gostei. - O que diriam Dean?

— Diriam que eu estava com uma loira em algum lugar do campus.

— Você quer dizer com isso que as pessoas não sabem quem eu sou?

Ri finalmente conseguindo colocar o corpo dela entre os meus braços.

— Exatamente! E antes que me leve a mal, precisa compreender que esse seu comportamento arredio a afastou das pessoas.

— E me ofereceu uma vida tranquila e serena até que vocês resolveram cruzar o meu caminho.

Ela nunca me deixaria sem resposta. Mesmo quando parecia estar perdendo, ela acabava ganhando. Não ia deixar por menos.

— Ah! Essa que não Penélope! Sua vida ficou bem mais movimentada, bonita e agradável com a nossa presença nela... vai, confessa que vai doer menos!

Ela riu, mas não respondeu, deslizou as mãos pelas minhas costas e eu senti meu corpo reagir. Droga! Estava muito controlado até aquele instante. Mas se ela continuasse a me afagar daquele jeito, não ia responder por mim. Ainda não era a hora para isso. Não com a Penélope.

— Vem! - falei puxando o corpo dela para um dos bancos. Aquele que fica mais escondido das pessoas que, por ventura, passassem pela rua ao fundo.

Sentamos juntos, passei um braço pelo ombro dela obrigando-a a ficar perto. Mudamos o assunto.

— Quanto você vai? - ela perguntou de repente.

— Depois de amanhã. - respondi contrariado. Pela primeira vez não estava muito a fim de ir para casa. E havia vários motivos para isso. Um deles era Penny. A gente mal começa e precisa se separar. Depois, tem esse negócio com o meu pai. Ele até ligou para Diana, perturbando minha mãe, querendo saber o motivo das minhas recusas em visitá-lo. Ela me ligou, estava zangada. Também queria saber porque estava evitando meu pai.

Como poderia dizer a um deles: A namorada de Andrew está me assediando.

Cara! Eu sou homem! Ninguém vai acreditar que ela está me pressionando sem que eu tivesse feito nada. Eu detesto essa mulher! Pensei.

— O que foi? - Penny perguntou de repente. - Você está tremendo.

Suspirei. Estava precisando contar aquela história para alguém. Mas não sabia se Penny acreditaria em mim.

— Não estou a fim de ir para a casa do meu pai... mas ele está insistindo. E ontem a noite, depois que deixei você, Diana, minha mãe, ligou reclamando de mim porque ele ligou reclamando para ela... acha que ela está me incentivando a não ir.

— Por que você não quer ir? – temia que ela fizesse essa pergunta. Entretanto, depois da confissão, fatidicamente Penélope a faria.

— Não gosto da nova namorada dele. - falei meia verdade.

Penny se afastou e me olhou firme. Parecia desconfiada. Lá estava a razão pela qual eu não poderia contar nada a ela. Simplesmente porque Penélope não acreditaria em mim.

— Qual é o problema com ela?

Quem me mandou abrir essa maldita boca. Pensei irritado comigo mesmo.

— Pra entender o que acontece você precisaria conhecer o meu pai.

Comecei baixo, acreditando que ela desistiria de fazer novas perguntas. Mas não foi isso o que aconteceu.

— Então me fale sobre ele.

Suspirei novamente dividido entre gostar do interesse e me preocupar com ele.

— Andrew é o tipo de pessoa que não amadurece sabe?

Ela me olhou ladeando o rosto, recostando-o no meu braço. Sorri para a expressão tranquila nos olhos dela.

— Sei... ele ainda age como um garotão é isso?

Balancei a cabeça positivamente e senti ela pegar a minha mão.

— Ele é um cara boa pinta. Se veste bem. É bonitão. Gosta de fazer exercícios, de surfar. E as namoradas dele... - ia entrar pelo terreno perigoso.

— O que tem as namoradas dele? São como ele?

— São garotas! Sempre garotas muito jovens. Irresponsáveis. A Sam, atual, também é. Tipo aquelas ratas de praia conhece?

— Não!

Claro que Penny não saberia como era.

— Ela malha, surfa. Não faze nada na vida. É rica. Vive em festas... fazendo compras e acha que todos tem que fazer o que ela quer... ele é uns quinze anos mais velho do que ela. - concluí.

— E daí?

Sim. Eu sei. Estava habituado a mulheres jovens passeando dentro da casa do meu pai desde a adolescência.

— Você tem preconceito quanto ao relacionamento de pessoas com diferença de idade?

— Não! - tratei de esclarecer. - Desde que ele e Diana se separaram que Andrew teve várias namoradas. E todas elas no mesmo estilo. No estilo da Sam... estou acostumado.

— Então... qual o problema com ela?

Travei o ar no peito. Olhei bem de frente os olhos de Penny. Será que deveria falar? Será que ela acreditaria em mim?

— Da última vez que fui pra casa do Andrew, ela deu em cima de mim descaradamente....

Penny ficou quieta. Parecia que não tinha entendido o que eu falei. Mal consegui respirar no espaço de tempo entre a minha frase e a pergunta dela.

— Você falou com seu pai sobre isso?

— Não... por isso estou querendo evitar de ir pra casa dele... não sei como ele vai reagir se eu tiver de contar.

— Acho que ele vai acreditar em você. - ela falou baixo.

— Você acredita em mim?

Perguntei ainda com o ar em suspenso. Ela passou os dedos pelos meus ajustando nossas mãos. Gostei da sensação.

— Acredito... toda essa tensão que você passa quando fala sobre ir para lá precisava ter um motivo.

Fechei os olhos liberando um pouco de tudo junto com a respiração. Há dias guardava aquela história pra mim. Há dias aquilo me perturbava a mente. Não quero perder a confiança do meu pai. Não quero confusão na nossa família, que apesar de tudo se dá bem. E agora, não queria que Penny imaginasse que eu seria capaz de dar em cima da mulher do meu pai.

Meu nível de canalhice não é tão grande assim.

— O que devo fazer? - perguntei sem me mover. Aquela posição estava muito boa.

— Evitar essa garota. - ela disse.

Talvez para Penny fosse tranquilo lidar com essa situação. Ou não. O negócio é que há mais do que uma simples mulher envolvida na história. É a mulher do meu pai.

— Você acha que não consegue resistir?

Desconfiança. Ali estava a prova. Ninguém acreditaria em mim caso algo acontecesse. Pensei. Nem mesmo Penny. Tentei parecer seguro ao responder:

— Não gosto de Sam. Não estou interessado nela. Seria fácil resistir. Só detesto essa coisa de ficar fugindo dela o tempo todo quando estou lá. Evitando ficar sozinho porque ela age descaradamente.

Penny afagou meu rosto.

— Como você? - perguntou sorrindo.

— Pior do que eu. - respondi entrando no clima.

— Ih...

— Isso mesmo! Ih... - falei aproximando nossos rostos. Chegava de falar coisas que me irritavam. Era a hora de aproveitar o momento e deixar as situações complicadas para depois. Talvez estivesse fazendo tempestade a toa e tudo corresse bem durante o feriado.

 

PENNY

 

Acho que algumas perguntas foram respondidas depois daquela tarde quando Dean e eu conversamos no quiosque. Não sei dizer. Mas o modo como falou, era impossível não acreditar. Sem mencionar o modo como ele vinha agindo ultimamente. A recusa em atender algumas ligações. Quando recebia mensagens apertava a testa ficava de carra amarrada por algum tempo.

Cara amarrada! Só algo tão sério assim para produzir esse efeito em alguém que está sempre sorrindo e de bom humor.

Suspirei. Não sei como reagiria na posição dele. Acho que colocaria a boca no trombone a faria um escândalo.

Mas... isso me fez questionar. Será que havia chances do pai não acreditar nele?

Será que essa mulher ainda poderia causar alguma confusão entre Dean e o pai?

Não passei por situações complicadas com pais porque simplesmente não os tinha. Mas vi muitos colegas sofrerem grandes alterações por causa de traição. Separação e briga judicial. Sempre era complicado.

E não há como negar. Muitos homens se deixam levar pelas mulheres e acabam cometendo grandes burrices. Enfiei uma calça na mochila. Suspirei, olhei a rua. Estava demorando mais do que normalmente para concluir aquele trabalho. Josy estava com a dela pronta em cima da cama. Minha colega ia viajar com Alan. Eles passariam na casa dos pais dela rapidamente. Depois seguiriam juntos para uma praia qualquer em algum lugar no México.

O que dizer?

A família da Josy é muito liberal. Victória jamais aceitaria isso... mesmo que eu não seja mais uma criança.

Meu telefone tocou fazendo meus sentidos vibrarem. Era o toque que estabeleci para Dean. Ele já havia ligado mais cedo.

— Oi Penny... - falou quando atendi.

— Oi... - respondi tentando não suspirar como uma idiota besta apaixonada. Aquela maldita teoria de que seu tivesse a oportunidade de ficar com ele um dia, o interesse acabaria. Simplesmente desabou como um edifício em ruínas. Afinal era uma teoria apenas...

— Tá ocupada?

— Terminando minha mochila. - falei olhando para a cama vendo a pilha de roupas que ainda faltava colocar na bolsa.

— Desce... - ele falou rápido.

O quê?

— Onde você está? - perguntei me aproximando da janela para quase imediatamente ver o carro dele parado na frente do prédio. Como assim ele estava ali? Como assim ele estacionara diante do prédio? A porta do motorista se abriu. Droga! Ainda ia descer. Não ia. Desceu. Me acenou chamando.

— Vem... - falou no meu ouvido. Como explicar a emoção que me toma quando o vejo assim? É inexplicável! Simplesmente única! Merda de garoto. Eu ia descer.

— Já vou. - respondi sem pensar mais no assunto e em poucos segundos estava no meio do último lance de escada. Pelo vidro da porta vi Dean parado do lado de fora. Ele sorriu. Parecia feliz.

— O que foi? - perguntei quando atingi o ar frio da rua sem perceber que não pegara qualquer peça de roupa quente para colocar por cima. E meus pés calçavam apenas meias.

— Vem... - ele falou me beijando e logo depois me puxando para o carro.

— Dean... estou de meias. - reclamei sentindo o gelo e a umidade penetrarem no tecido da meia.

Foi um relance, um segundo apenas. Ele olhou para os meus pés, e pouco depois estava presa entre os braços fortes, sendo carregada em direção ao carro.

— Abre a porta Penélope! - pediu beijando meu pescoço.

Puxei a maçaneta e ele me largou sobre o banco.

— O que você pretende? - perguntei querendo parecer irritada.

— Quero que você conheça uma pessoa muito importante pra mim.

Falou quando se sentou ao meu lado no carro.

— Quem?

Ele retirou o telefone do bolso. E poucos segundos depois ouvi o som das chamadas. Uma voz infantil disse:

— Dean... quando você chega? A mamãe já esta preparando aqueles biscoitos que você gosta...

Ele sorriu sinceramente para a tela do telefone.

— Amanhã... a tardinha... mas antes de ir precisava mostrar alguém pra você...

Ele virou o telefone na minha direção falando:

— Michelle, esta é Penélope, minha namorada.

Meu sangue gelou. Vi uma garotinha de bochechas rosadas, cabelos e olhos escuros iguais aos do cara ao meu lado. Quase não acreditei no que estava acontecendo.

— Penélope! - ela falou alto sorrindo e tudo o que eu consegui dizer foi:

— Oi Michelle...

— Você é namorada do Dean?

Travei. Olhei para ele, que parecia esperar pela resposta com quase tanta ansiedade quanto a menininha do outro lado.

— Sim... - respondi, ela bateu palmas, Dean beijou minha bochecha e quase não ouço o que ela disse depois - Você vem com ele para o Natal?

— Não posso Michelle, preciso ver minha tia. - falei séria.

— Você vem no meu aniversário?

Céus! Que sinuca!

— Dean..? - falei olhando para ele que sorria parecendo estar se divertindo com a situação.

— Ela vai... - ele disse sério.

— Dean! - ralhei. Como ele poderia dizer isso se eu nem sabia quando o aniversário dela aconteceria.

— Calma... - ele falou finalmente – o aniversário de Michelle é só em maio. Até lá você já foi a minha casa muitas vezes.

Oh!

Em maio? Isso queria dizer que ele pretendia estar comigo até lá? Mas ainda havia mais:

— Até porque o meu aniversário é em março e eu sempre dou um jeito de passar com eles.

Em março.

Em maio.

E eu na casa deles?

Sem pensar me joguei sobre Dean colando nossos lábios. Se ele queria assim. Por que seria diferente? Que se danasse os outros e suas opiniões. Ia ficar com Dean pelo tempo que ele desejasse.

Só havia um problema nisso tudo...

Victória.

Definitivamente eu tinha assuntos sérios para tratar com minha tia/mãe naqueles dias.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo Penélope em casa.
Como será q Victória vai reagir a essa novidade?
BJO, espero por vcs.
ME AVISEM QUALQUER ERRO.