All my loving escrita por MoreWine


Capítulo 2
Margareth Walker


Notas iniciais do capítulo

Gente, tá aí o segundo capítulo. Espero que vocês gostem. Por favor, comentem!! Só assim vou saber o que vocês estão achando e vou ter mais força pra continuar escrevendo. Beijos no coração de todos.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/742611/chapter/2

A primeira semana de aula do meu 5º ano começou ótima. Podem me chamar de CDF – realmente me chamam – mas eu amava as aulas. Esse ano tudo estava mais incrível: novos feitiços, novas formas de transfigurações, níveis mais avançados em Runas Antigas. Claro que nem tudo eram flores e o dia menos esperado da semana havia chegado: quinta-feira. O motivo para eu odiar aquele dia tinha nome e sobrenome: Margareth Walker, minha professora de poções. Esse ano as aulas de poções seriam seguidas, durante toda a manhã de quinta-feira, uma manhã inteira de sofrimento. Odiava as aulas de poções com todas as minhas forças, por diversos motivos. Primeiro, porque a aula era junto com a Sonserina e apesar de amar meu primo Alvo, a maioria das pessoas da Sonserina eram detestáveis.  O segundo motivo estava ligado ao primeiro: Margareth era diretora da Corvinal e por algum motivo odiava os sonserinos e os grifinórios, o que ela deixava bem claro durante suas aulas. Terceiro, eu era terrível em poções. Modéstia a parte, eu sabia que eu era uma boa aluna, me dava bem nas provas, estudava bastante. Poções era uma exceção para mim, visto que não importava o quanto eu estudasse, minhas poções sempre saiam terríveis e o meu caldeirão explodir era algo frequente durante as aulas. Isso justificava o quarto e o quinto motivo de eu odiar essa aula. Por eu arruinar frequentemente as aulas com minhas explosões, Margareth nutria um ódio por mim ainda maior do que nutria pelos outros alunos. O quinto motivo era que os alunos da Sonserina não perdiam a oportunidade de fazer piadas sobre as minhas desastrosas poções.

O último motivo, mas não menos importante era o fato de Scorpius Malfoy ser o melhor aluno da classe naquela disciplina. Sim, eu sentia um pouco de inveja de suas poções perfeitas, mas o principal era o quão convencido ele ficava por suas poções serem tão boas. Claro que agora que eu e Scorpius éramos supostamente amigos eu tentaria superar essa minha inveja. Nossa prematura amizade estava dando certo, para a felicidade de Alvo, que não viu seus dois melhores amigos brigando nos últimos três dias. Estávamos sendo amistosos e não nos provocando, o que foi bom. Não odiar Scorpius foi mais fácil do que pensei. Na aula de Trato de Criaturas Mágicas do dia anterior, até rimos juntos quando Alvo foi mordido pela estranha criatura que Hagrid havia levado para aquela aula. Apesar de tudo isso, ainda havia uma parte de mim que não entendia a proposta de amizade de Malfoy e desconfiava de que ele estava armando algo.

             Na quinta de manhã, eu e Alice Hale, minha melhor amiga, íamos em direção as masmorras para a aula de poções. Meu mau humor, causado pelo sofrimento antecipado do que eu sabia que passaria naquela aula, era perceptível. Eu ia calada ao lado de Alice, que sempre animada demais, me relatava sobre suas férias na França. Alice e eu éramos amigas desde o meu primeiro ano, inseparáveis. Ela era uma criatura maravilhosa, sempre tentava deixar as pessoas a sua volta felizes. Seus cabelos loiros tinham mechas que agora eram rosas, mas que ela as mudava de cor semanalmente. Eram sua marca registrada. Quando estávamos entrando na sala de poções ouvi a voz da irritante sonserina Stella Conner, grande amiga de Scorpius e Alvo.

— Então, Weasley, preparada pra explodir o primeiro caldeirão do ano? Ouvi dizer que os alunos do primeiro ano ainda não explodiram nenhum, então o primeiro do ano será seu – disse em tom de deboche. Tudo bem Scorpius ser amigo dela, mas Alvo? Meu primo era legal demais pra aquilo. Até hoje eu não entendia o porquê de ele ser da Sonserina.

— Você devia gastar seu tempo cuidando de sua vida, Conner – respondeu Alice antes que eu pudesse falar algo.

— Não se incomode, Alice. Vamos deixa-la falando sozinha – eu disse e demos as costas a ela indo procurar nossos lugares.

Sentei na última fileira, entre Alvo e Alice. Malfoy estava ao lado de Alvo e Stella havia ido sentar na primeira fileira. Stella, assim como eu, era uma boa aluna, estudava bastante, mas minhas notas, exceto em poções, era geralmente melhores que as dela. Sim, estou me gabando, sou competitiva. Desisti de sentar na frente nas aulas de poções desde o terceiro ano, quando descobri que meu problema com a matéria só se agravava.

— Não consigo entender como vocês dois são amigo da Conner – disse Alice a Scorpius e Alvo assim que se sentou ao meu lado. - Ela é uma cobra.

— Ela não é tão ruim quanto parece – disse Scorpius defendendo a amiga. – Na verdade, se vocês a conhecessem direito iam gostar dela.

— Você deve estar fazendo uma piada, Malfoy – eu disse rindo ironicamente. – Não existe uma realidade na qual seja possível eu gostar de Stella Conner.

— Ele não está brincando – foi a vez de Alvo defender a Conner. – Principalmente você, Rose. Se vocês se conhecessem veriam que têm mais semelhanças do que diferenças e parariam com as briguinhas.

Antes que eu pudesse responder a meu primo, a megera Margareth Walker entrou na sala de modo que todos ficaram em absoluto silêncio. Uma coisa que havíamos aprendido é que Walker não gostava de barulho e bagunça, e ela não pensava duas vezes antes de tirar pontos das casas quando era irritada. Uma vez, no terceiro ano, ela tirou dez pontos de todos assim que entrou na sala alegando que estávamos muito barulhentos, conversando demais. Ela tinha sido claramente injusta, pois a aula ainda nem havia começado, mas ignorou nossas objeções causando um grande rombo de pontos as duas casas. Grifinórios e Sonserinos tinham muitas desavenças, mas os alunos de ambas as casas compartilhavam o ódio à professora Walker.

— Esse ano vocês prestarão os N.O.M.s, Níveis Ordinários em Magia – começou Walker sem nem desejar-nos ‘bom dia’. – Devo alertar-lhes que bons resultados nesses exames são fundamentais para que vocês consigam uma boa profissão ao saírem de Hogwarts. Para isso, vocês deverão estudar muito, pois os N.O.M.s são extremamente complexos, especialmente os de poções, que são provavelmente os mais difíceis – ela disse. Obviamente ela, com todo sua arrogância, achava a matéria a qual ela lecionava a mais difícil. Tudo bem, eu concordava com ela quanto a isso, mas isso não a tornava menos arrogante. – Para conseguir até um Aceitável em poções vocês deverão se esforçar muito, mas é claro que alguns, mesmo estudando bastante não conseguirão nem um Aceitável, não é mesmo, Weasley? – ela disse dando um risinho que mais parecia uma careta. Megera. – Em minha turma do sexto ano só aceito estudantes que obtiverem um Ótimo nos N.O.M.s, o que significa que ano que vem não serei professora nem de metade de vocês – ela disse isso claramente feliz. Walker provavelmente queria que nenhum de nós passasse, tendo em sua turma só alunos da Corvinal e, talvez, alguns lufanos.

Stella levantou a mão e Walker lhe deu a palavra.

— Professora, quem deseja se tornar um auror precisa continuar em poções até o sétimo ano, certo?

— Sim, Conner. Então se algum de vocês desejar ser um auror, precisarão de um Ótimo em seus N.O.M.s. Além disso quero dizer-lhes que esse ano vocês trabalharão em duplas de suas escolhas em algumas aulas – no momento em que ela disse isso houve um burburinho de felicidade na sala. – Mas – ela continuou, obviamente havia um ‘mas’ – devem escolher um parceiro de outra casa. Faço isso com o objetivo que vocês se integrem mais entre si. – ela completou. Todos na sala ficaram claramente aborrecidos com a informação, mas não ousaram fazer objeção.

Uma ova que Walker estava preocupada com a nossa integração. Ela sabia que a formação dessas duplas seria desastrosa, provavelmente queria ver a nossa ruína enquanto pensava no quanto a Corvinal é superior à Sonserina e à Grifinória. Grifinórios e Sonserinos trabalhando juntos faria com que um Ótimo nos N.O.M.s fosse um desafio pra todas naquela turma. Megera. Pelo menos eu tinha Alvo. Porém, quando eu me juntei com meu primo para formamos a dupla, Walker falou alto:

— Creio que Potter e Weasley não tenham escutado que o objetivo das duplas é a integração. Vocês, como parentes, obviamente já são integrados o suficiente. Porque não trocam de duplas com Malfoy e Hale?

— Claro, professora – Alvo disse educado. Ele adorou aquilo, afinal, tinha uma grande queda por garotas como Alice, ou seja, garotas bonitas.

Fui, infeliz, sentar-me com Scorpius. Excelente, eu arruinaria a poção do melhor aluno da sala. Depois daquilo Scorpius provavelmente não iria mais querer ser meu amigo e eu não o culparia por isso. Mas o sonserino pareceu animado quando me juntei a ele. Walker nos passou algumas instruções da poção e a página do livro que ensinava a prepara-la.

— Eu ficaria realmente feliz se você fizesse a poção sozinho, mas a megera provavelmente vai nos tirar ponto se isso acontecer – eu disse a ele em tom de desculpas.

— Não se preocupe, Rose. Faremos juntos e não deixarei com que você exploda o caldeirão, ok? – ele disse, brincando. Eu, ao contrário do que sempre ocorria quando alguém fazia piada com o fato de eu explodir caldeirões com frequência, não me incomodei.

— Eu não pretendia explodir esse caldeirão hoje. – eu disse rindo.

— Então quer dizer que você pretendeu explodir todos aqueles outros? – perguntou-me.

— Talvez, Scorpius – eu respondi ainda brincando. Ele sorriu largamente quando eu disse isso.

— Nossa! Acho que nossa amizade chegou a uma boa fase. Enfim, sou Scorpius pra você – ele disse. Ah, isso. Na verdade, chamei-o de Scorpius sem que eu mesma percebesse, saiu naturalmente.

— Acho que sim – eu concordei. – Mas vamos logo com isso antes que a megera nos tire pontos.

Começamos a preparar a poção e, obviamente, Scorpius fez a maior parte, mas eu o ajudei a cortar os ingredientes e li para ele as instruções enquanto ele a preparava. Em um dado momento, ele deixou que eu mexesse a poção, mas rapidamente tomou o comando novamente, porque ao que parecia eu a mexia com muita rapidez fazendo com que passasse do ponto. Eu era um terror, realmente. No fim, nossa poção saiu muito boa, mas não graças a mim.

— Ao que parece você realmente tem talento pra poções, Sr. Malfoy – disse Walker ao inspecionar nosso trabalho. – Nem Weasley conseguiu fazer com que sua poção se estragasse.

Algumas pessoas – quase todos sonserinos – riram do comentário da professora. Eu fiquei mais vermelha que o meu cabelo.

— Na verdade, professora, Rose e eu fizemos a poção juntos – Scorpius me defendeu. Porque ele estava fazendo aquilo? Eu o cutuquei por debaixo da mesa.

— Ah, eu vi. Ela cortou alguns ingredientes. Se você conseguisse explodir o caldeirão só cortando os ingredientes, Weasley, seria uma proeza e tanto – ela disse antes de se virar e ir analisar a poção de Alvo e Alice. Eu respirei fundo para voltar a minha cor normal, estava vermelha de raiva. Megera, megera, megera. Eu a xingava mentalmente. Odiava aquela mulher com todas as minhas forças.

Ao final da aula, eu e Scorpius nos direcionamos até uma sala no quarto andar na qual haveria uma reunião da monitoria, antes do almoço. Eu ainda estava com muita raiva pelo que a megera havia dito na aula e isso devia estar visível em meu rosto, pois Scorpius não tentou puxar conversa na maior parte do caminho. Quando estávamos prestes a entrar na sala de reunião, entretanto, Scorpius me parou.

— Você devia se acalmar antes de entrarmos – ele disse. – Ouvi dizer que as discussões durantes as reuniões da monitoria são bastante acaloradas e acho que se você discutir com alguém acaloradamente agora não dará certo.

— Você tem razão – eu concordei. Todos sabiam que a reunião com o corpo dos monitores eram tensas, visto que frequentemente havia discordância entre as partes. E eu, do jeito que era opiniosa e estava com raiva provavelmente conseguiria arrumar uma discussão na minha primeira reunião. - Não posso entrar lá assim. É que Walker me irrita mais do que deveria.

— Ela irrita a todos nós, Rose, eu te entendo. Só tente não deixar ela te atingir tanto. Por favor, tente não entrar nas discussões na reunião, certo? Não será bom pra você. Deixe suas objeções para a próxima reunião quando estiver mais calma.

Eu sabia que ele estava certo. Entramos na sala e a reunião havia acabado de começar. Scorpius e eu sentamos um ao lado do outro enquanto ouvíamos as instruções de Roxanne e Nott, os monitores chefes. Houve uma breve discussão entre Scott Winter, o novo monitor da Lufa-lufa, e Nott em relação aos horários de ronda nos corredores, além de uma acalorada discussão entre as monitores do sexto ano, Alisha Bell e Pamela Firewell, da Grifinória e da Corvinal, respectivamente, em relação a organização da festa do Halloween. Por um breve momento eu quis discutir com Paige Parkinson quando ela disse que achava errado terem aplicado uma detenção a um sonserino amigo seu só porque ele havia pregado uma peça nos alunos do primeiro ano. Por Merlin, como aquela garota conseguiu ser monitora? Cada vez eu tinha mais certeza que ela conseguiu o posto só por namorar Peter Nott. Antes que eu pudesse dizer algo, porém, Scorpius viu que eu estava prestes a começar uma discussão e se pronunciou calmamente dizendo que a detenção foi bem efetuada visto que peças como aquela sem castigo abriria espaço para mais coisas do tipo contra os alunos do primeiro ano. Em votação, ficou decidido que a detenção era justa e não seria anulada e eu fiquei feliz por não ter precisado me pronunciar, porque eu com certeza não seria tão diplomática quanto Scorpius para defender meu ponto de vista.

Ao final da reunião fui para o almoço no Salão Principal andando rapidamente, com Scorpius ao meu lado.

— Calma lá, Rose. Porque você está correndo?

— Túlio, por causa de Túlio, claro – eu respondi enquanto andava. - Ele ficou conversando com a Alisha, mas logo, logo virá atrás de mim para que almocemos juntos. Então tenho que encontrar um lugar na mesa da Grifinória que esteja com os lados ocupados.

 - E você não pode simplesmente dizer que não quer almoçar com ele? – ele perguntou como se fosse óbvio.

— Posso, mas isso seria grosseiro. Iria ferir os sentimentos dele.

— Qual é, Rose, você já deu um fora nele. Os sentimentos deles já foram devidamente feridos, ele pode lidar com outro não.

Não respondi, não queria discutir com Scorpius sobre Túlio. Me senti um pouco mal com as palavras dele, porque eram verdades, eu já havia magoado Túlio.

— Tudo bem, eu não devia me meter nisso, não é da minha conta – Scorpius disse quando viu que eu não falaria mais nada.

— Não é da sua conta mesmo – eu respondi rapidamente, de uma maneira meio grosseira. Fiquei uns instantes e silêncio e depois me retratei. – Me desculpe, é só que não quero falar sobre Túlio, as coisas com ele já são bastante complicadas. O ponto é que eu já o magoei o suficiente e agora tento, ao menos, ser educada com ele.

— Claro, claro – ele disse, mas não parecia concordar de verdade. - Eu realmente não devia me meter, você deve saber o que fazer.

— Acho que o que devo fazer é te agradecer por ter me defendido aquela hora na aula de poções – eu mudei de assunto nada discretamente. Realmente não me sentia bem falando de Túlio com Scorpius, afinal, era pessoal demais. - Não precisava fazer aquilo, ela podia ter lhe tirado pontos. 

— É que a maneira com que ela falou com você me irritou. Ela não devia falar com os alunos assim.

Continuamos andando em silêncio. Quando chegamos ao Salão Principal e estávamos indo cada um para suas mesas lembrei de outra coisa e o chamei.

— Scorpius?

— Sim? – ele disse vindo até mim novamente.

— Tenho que te agradecer também pelo que fez na reunião. Por ter me alertado a me acalmar e por ter contestado a Parkinson. Eu teria perdido as estribeiras se fosse discutir com ela. Muito obrigada.

— Disponha – ele disse abrindo um largo sorriso meio sacana e indo em direção a sua mesa. Scorpius estava sendo absurdamente legal comigo. Mais gentil do que eu imaginei que ele pudesse ser. Aí que eu entendi porque ele era o melhor amigo de Alvo, ele realmente era um cara legal.

Foi nesse dia que me tornei verdadeiramente amiga de Scorpius Malfoy.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Próximo capítulo na semana que vem.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "All my loving" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.