A Presa escrita por bombomlegal


Capítulo 1
De volta ao lar


Notas iniciais do capítulo

Galera, espero que gostem do meu primeiro capitulo, ele é pra introduzir meu personagem. Se a fic vai chegar até o fim vai depender de vocês, se tiver ruim me falem, sugiram mudanças. Desde já agradeço quem leu e quem lerá ♥



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Sentimentos nostálgicos passavam por sua mente. Aquele momento era o fim de sua jornada de seis meses em Nova York. Não sentiria falta da sua vida turbulenta. Era uma loucura. O barulho interminável que consumia sua cabeça dia após dia, seu sono  parecia nem existir mais. Não dormia desde que se mudou. Sua cabeça não conseguia descansar o quanto ele queria que descansasse. Nova York, a cidade que nunca dorme nunca foi algo tão verdadeiro para Jonathan agora. A cidade não dormia, e tampouco ele.

Apesar dos pesares, sua estadia no centro metropolitano não foi em vão. Visitou o  Central Park, Empire State Building, vários museus e outros pontos turísticos que desejava visitar desde que era uma criança sonhadora que perguntava para os pais quando poderia ir para a Grande Maçã. Aquela esperança de o levarem foi morrendo quando percebeu que, devido os empregos dos pais, eles não tinham tempo para fazer a viagem dos sonhos do garotinho. Aqueles seis meses valeram todos os anos que esperara. Morar em Manhattan não foi fácil, mas teve suas recompensas.

Entretanto, sua jornada precisava acabar ali. Sentia saudades da sua família, dos antigos amigos e, principalmente, do seu relacionamento que foi encerrado por conta desse trabalho. Seus pais divorciaram-se dos 28 anos de casados, e ele não podia vê-los. Com o divórcio e os empregos, eles não tinham tempo de ir visitá-lo e ele não podia sair do distrito. Ser o advogado substituto da Toys”R”Us era algo muito imprevisível. Ele não sabia quando precisariam dele, e quando precisavam ele tinha que estar disponível.

Lembranças de quando viu o anúncio da vaga surgiram em sua mente que vagava no passado. Sabia que era temporário, mas para ele valeria a pena. Enviou o currículo na mesma hora e esperou ansioso, durante os três primeiros dias, pela ligação. No quarto dia, sua esperança acabara. Depois de completar uma semana de sua desistência, recebeu a ligação dizendo que conseguira o emprego, e que precisava ir urgente para Nova York. Avisou para seus pais e seu irmão mais novo, com uma alegria que era visível a quilômetros de distância. Eles comemoraram junto com o jovem de 25 anos, que teve a oportunidade que sempre sonhara. Arrumou suas malas, pegando tudo que precisava, enfiou tudo no porta-mala do carro para ir até a cabana da família que ficava no meio da floresta, próximo ao aeroporto, para largar o carro nela e seguir sua vida em Manhattan.

Seu sorriso de orelha a orelha se desfez quando lembrou de um enorme detalhe. Ele não disse de sua conquista para a namorada. Entrou no carro, dando tchau a sua família, e foi em direção para a casa dela, aquela seria sua última parada antes do aeroporto.

Chegou na casa dela. Ela estava na sala, assistindo televisão, distraída. Era seu dia de folga. Era uma enfermeira muito popular na cidade devido ao seu trabalho duro. Era extremamente atenciosa aos pacientes do hospital de Swanford e não bobeava em serviço. Jaqueline abriu a porta com um sorriso muito lindo em seu rosto, aquele era um dos porquês de Jonathan estar perdidamente apaixonado por ela. O sorriso foi indo embora quando notou o olhar cabisbaixo dele. Contou a ela, que ficou muito animada de primeira, até que finalmente a mascara caiu. Ele estava indo embora. Ambos conversaram uma vez sobre namoros a distância, e que desacreditavam que dava certo. Jaqueline começou a balançar a cabeça em negação, e lágrimas caiam lentamente pelo seu rosto. Molhavam sua bochecha, e ressaltavam o vermelho do nervosismo que sentia naquele momento. Estava alegre por ele, mas não queria que tudo acabasse. Jonathan começou a chorar junto a ela, silenciosamente, enquanto envolvia o amor de sua vida em seus longos e fortes braços. Ele devia consolá-la, mas como a consolaria? A amava muito e não queria dizer adeus.

—“Eu não quero que acabe!” – Ouvia ela sussurrar – “Quero pedir que não vá, mas não quero que perca a chance de sua vida por minha causa.

Essas palavras o fizeram querer desistir de seus sonhos. Mas as seguintes lhe trouxeram a sensatez de volta.

—“Vai, é seu sonho, e daqui seis meses você estará de volta, e como diz aqueles clichês, se for para ficarmos juntos, ficaremos” – Dizia enquanto saia de seus braços, enxugando o rosto, com a manga da blusa preta escrito “Love U” em vermelho no busto, que Jonathan a dera no natal passado, e sorrindo. Era um sorriso sincero e triste que tentava incentivar sua ida.

Foram essas palavras que o fizeram ver o quanto a amava e o quanto queria ir, realizar o sonho e voltar aos seus braços, torcendo para que tivesse que ser. Sairam pela porta, abraçados de lado. Olharam-se, beijaram-se brevemente e ele foi em direção ao carro, dando os primeiros passos de costas, olhando direto nos olhos de seu amor. Sorriram um para o outro, enquanto ele destravava e entrava no seu Nissan Altima 2013 prata. Olhou pra ela pela janela do carro, ligou-o e seguiu a estrada que tinha pela frente. Deu uma olhada pelo retrovisor e viu ela abaixar o rosto e levar a mão esquerda a ele, entrando e fechando a porta. Não sabia o que sentia, mas sabia que alegria e anseio estavam presentes.

Aqueles 37 km da porta da casa dela até a cabana nunca pareceram tão longos. Durante quase todo o percurso sorriu, alegre e ansioso. Seu sorriso aparecia sem que ele controlasse, foi um dos sorrisos mais sinceros que já teve. Nem mesmo quando teve seu primeiro beijo com a Jaqueline, que ele tanto amava, sorriu tão sincero como agora. Não sabia o que esperar. Imaginou todo seu futuro lá. E cada detalhe tornava o sorriso mais sincero.

Finalmente chegou a cabana. Deixou seu carro dentro da garagem espaçosa. Viu a arma de caçar do seu pai e teve suas lembranças. Lembrou de quando seu pai o levara pra caçar pela primeira vez, quando sua mãe estava grávida de cinco meses do seu irmão. O pai insistiu para que ele tentasse um tiro. Ele pegou a arma alegre, mirou em um coelho que estava passando. Teve-o na mira, seu dedo encostava no gatilho. Quando quase pressionou o gatilho, sentiu algo travando-o. Sentiu pena do animal, abaixou a arma, olho em direção ao chao, virou para o pai e então falou, meio acanhado, esperando que ele xingasse-o tanto que choraria. Contou que estava com pena do coelho, a medida que esticava o braço com a sniper Dragunov para devolver ao pai. Olhou para o chão durante toda sua fala. Não queria que o pai o achasse um covarde, mas também não podia matar um ser vivo que nunca o tinha feito nada de mal.

—“Olha pra mim Jonathan!” – ouviu o pai exclamar fortemente, fazendo todo o seu corpo se arrepiar de medo e vergonha.

Subiu a cabeça lentamente e viu o rosto serio do pai. Sentiu um medo intenso. “Já tenho 12 anos, deveria conseguir atirar na droga de um coelho”, martirizava-se o garoto. De repente viu um sorriso no rosto do pai, que o fez estranhar.

—“Matar um coelho não te faz melhor do que ninguém. Porém não o matar mostra que você se importa com quem é mais frágil que você, e que você não passará por cima por egoísmo. Estou orgulhoso de você, e sempre estarei, não importa o que” – essas palavras o fizeram arrepiar de novo, mas não do mesmo modo que arrepiara antes. Foi um arrepio bom, daqueles que você tem quando está em um bom momento.

Aquelas foram umas das mais tocantes palavras que seu pai já dissera a ele. Não esperava aquilo, e surpreendeu-se ao ouvir.

“Embarque do voo 316, com destino a Swanford, no portão 18!”

Essa voz cortara seu momento de lembranças, fazendo-o perceber que seu vôo já estava embarcando. Não sabia o que esperar depois de tanto tempo longe da sua cidade natal, mas estava morrendo de animação pra descobrir. Aquele era um fim e um recomeço. Levantou-se e foi de encontro ao destino que lhe aguardava.


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Notas finais do capítulo

Espero sinceramente que tenham gostado ♥
Foi dureza escrever isso porque eu não sou o tipo de escritor que faz mais de 1000 palavras em um capitulo. Por mim 400 tava bom, mas minha amiga (que eu citei nas notas) falou pra eu começar a escrever bem mais. Ai né, fazer o que.
Um abraço e por favor comentem suas opiniões ♥



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