Estado de amor e de sonhos escrita por Camila Maciel


Capítulo 12
CAPÍTULO12


Notas iniciais do capítulo

Bom dia meus leitores, tudo bem?
E vamos a o capítulo 11 dessa história um tanto diferente; me desculpem por nunca ter colocado uma notinha no início do capítulo, mas estou aprendendo aos poucos a usar o site e agora sempre vou dizer um "Oi" pra vocês antes do capítulo.
Boa Leitura!



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    - Oi, mãe! - Joinville entrou serena no quarto dos pais; sua mãe
estava deitada:
— Oi, filha, tudo bem?
— Tudo; Jaraguá me disse que você não está legal!
— Estou meio enjoada, filha; deve ter sido alguma coisa que não me fez
bem! Seu pai já saiu?
— Já, já foi pra empresa! Posso deitar aí do seu lado?
— Pode, meu amor, é claro que pode!
Calmamente, Joinville se deitou na cama e olhou para sua mãe;
Florianópolis estava deitada de lado, um pouco pálida. Carinhosamente, a
jovem afagou com a mão esquerda os longos cabelos de sua mãe; o toque da
filha repleto de amor, de cuidado, e a mãe de família teve a impressão
de que se sentiu melhor:
— Você está preocupada com alguma coisa, mãe?
— Não, filha, está tudo bem; sua mãe vai ficar legal! E suas irmãs?
— Blumenau está no quarto, Palhoça e Jaraguá já saíram pra escola
também!
A conversa das duas foi interrompida pela entrada de Márcia; que chegou
discreta como sempre foi, serena, com uma xícara de chá na mão.
Florianópolis se sentou na cama e Márcia entregou a xícara para ela:
— Obrigada, Márcia!
— E você - perguntou a fiel escudeira da casa voltando-se para Joinville
—, quer alguma coisa?
— Não, Marcinha, valeu mesmo; eu vou ficar aqui paparicando a minha mãe
um pouquinho!
— Tudo bem; qualquer coisa vocês me chamam!
Márcia saiu do quarto, deixando mãe e filha ali, aos cuidados uma da
outra.
    Florianópolis estava realmente preocupada; não queria contar nada
para suas filhas e para o marido, por enquanto, mas estava preocupada.
ela já conhecia de cor e salteado todos aqueles sintomas que vinha
sentindo, dores de cabeça, enjoos matinais e sabia que precisava tirar
essa história a limpo.
Não teve dúvidas; no dia seguinte, procurou um laboratório e fez um
exame de gravidez. O resultado saiu no mesmo dia, e Florianópolis marcou
a consulta para saber se realmente teria mais um filho.
    Era uma linda noite; São José saiu na varanda do quarto de casal e
encontrou sua mulher, em pé, olhando as estrelas. Ele, por sua vez,
chegou por trás dela, a abraçou e depositou-lhe um leve beijo na nuca;
ela se virou para olhá-lo nos olhos:
— Que bom que você está aqui; eu ia te chamar aqui comigo!
— Eu percebi que você estava preocupada lá na sala, na hora do jantar!
Sem perder o contato com os olhos do marido, Florianópolis começou a
explicar, pausadamente:
— Meu amor, eu marquei uma consulta com a Doutora Ana Luísa; eu queria
ir no consultório dela essa semana mas só consegui horário pra segunda
feira da semana que vem; e eu queria que você fosse comigo!
— Você não está se sentindo bem? - São José agora tinha uma ruga de
preocupação na testa, não estava mais sorrindo como antes:
— Estou, estou bem! A verdade é que... bem, eu acho que eu tô grávida, meu marido!
A xícara que ele segurava na mão direita foi parar no chão da varanda;
ele olhou para os pedaços dela espalhados à sua frente, depois novamente
para sua esposa, que agora estava chorando:
— Chorando por quê? - ele perguntou puxando-a para seus braços; ela não
disse nada, apenas correspondeu. Os dois ficaram ali por algum tempo,
abraçados, sem dizer nada; até que ele, sem saber se aquelas eram as
palavras certas, quebrou o silêncio:
— Minha querida, nós tivemos quatro filhas; amamos, educamos, vivemos
pra elas durante esses anos! Um quinto filho não estava nos nossos
planos, mas isso não quer dizer que a gente não vai amar, educar, não
quer dizer que a gente não vai viver pra ele também! É claro que eu vou
com você nessa consulta; e se a gente está mesmo esperando mais um,
significa que aquele lá de cima confia na gente!
Florianópolis e São José sempre tiveram o hábito de conversar muito, não
escondiam nada um do outro, e juntos decidiram que só contariam para as
filhas sobre a gravidez depois da consulta com a médica.
    Os dias foram passando, as meninas seguiam suas rotinas de vida, mas
começavam a ficar preocupadas com as dores de cabeça, tonturas e enjoos
da mãe:
— Mana! - Palhoça entrou no quarto de Jaraguá naquela tarde de sexta
feira, correndo como sempre:
— Que susto, menina; quer me matar do coração? - reagiu a mais nova das quatro irmãs, que sentada
na cama, segurava um livro nas mãos:
— A mamãe está enjoada de novo!
— Na real, mana, eu não estou gostando dessa história!
— Eu também não; ela marcou médico pra segunda feira!
Palhoça fechou a porta do quarto da irmã, como se não quisesse ser
ouvida; caminhou até a cama e se sentou. Jaraguá fechou o livro e
colocou-o ao seu lado:
— Mana - confidenciou Palhoça -, eu acho que vem novidade por aí!
— Eu já pensei nisso, até comentei com Joinville! Nós duas podemos até
ser as filhas mais novas; mas a gente sabe que pode ser!
— É, mana, você tá certa! E olha, se for isso mesmo, a gente vai ter que
ajudar a nossa mãe! Eu tenho uma colega na escola, que a mãe dela ficou
grávida depois dos quarenta anos, e ela disse que não foi nada fácil,
que as vezes é perigoso!
— É, eu também já ouvi falar que pode ser perigoso! Mas vamos relaxar,
mana; se a nossa mãe estiver grávida mesmo, a gente vai precisar ajudar
muito ela!
    A porta do quarto se abriu:
— O que é que as duas estão fofocando aqui à portas fechadas? - a
pergunta veio acompanhada de um enorme sorriso; Joinville estava em pé
na porta do quarto da irmã:
— Entra aqui, maninha - convidou Palhoça -, entra, fecha a porta e senta
aqui com a gente!
— Então eu vou fazer uma pipoca e trago aqui pra gente!
— Boa! - concordou Jaraguá:
— Isso! - complementou Palhoça.
    Joinville voltou ao quarto da irmã mais nova minutos depois, com uma
tigela de pipoca de chocolate; as três começaram a conversar, sentadas
na cama. Jaraguá colocou a irmã a par do assunto:
— Joinville, a gente estava falando que, caso a gente tiver um
irmãozinho a caminho, nós vamos ter que ajudar a nossa mãe!
— Ela estava enjoando de novo! - complementou Palhoça:
— Pois é, meninas, vocês tem razão! E olha, eu não posso ficar em casa o
dia todo, Blumenal muito menos, vocês duas vão ser as super heroínas da
nossa mãe junto com a Márcia!
— A gente sabe disso, mana!
— E você, Palhoça - aconselhou Joinville -, presta bem atenção numa
coisa que eu vou te falar, maninha!
— Vem bronca pro meu lado!
— Não, não tem bronca nenhuma! Mas olha, vê se se organiza, minha irmã;
não deixa coisas espalhadas na casa inteira, não se mete em encrenca lá
na escola, eu sei que você vai tirar isso de letra porque eu sempre
acreditei em você, e pra ser sincera, se você não tivesse esse jeito
atrapalhado e meio maluco que você tem, acho que você não seria tão perfeita! Manera, por favor!
Palhoça sentiu naquele momento que não precisava mudar; sempre se sentiu
diferente em relação a algumas garotas da sua idade, mas compreendeu
naquele momento que nada precisava ser mudado:
— Claro, mana - concluiu ela -, eu prometo que eu vou tentar!
    Eram cinco e trinta da tarde quando o pai, São José, entrou em casa
chegando do trabalho; soltou a pasta e as chaves na mesa da sala e tirou
a gravata:
— Oi, cambada! - gritou ele enquanto caminhava até o corredor:
— Aqui, pai! - gritou Jaraguá lá do quarto. Ele atravessou o corredor e
chegou na porta do quarto da filha mais nova:
— Nossa - divertiu-se São José ao encontrar três de suas meninas
sentadas na cama, com a tigela de pipoca quase vazia -, o que será que
as três estão conspirando aqui com uma tigela de pipoca quase vazia?
— Uma festinha a três, pai! - justificou Palhoça. São José se aproximou
da cama para dar um beijo em cada uma das três:
— E você, não tem aula não? - perguntou ao chegar em Joinville:
— Tenho, pai; vou pra universidade daqui a pouco!
— Ótimo! E a mãe de vocês?
— No quarto - respondeu Jaraguá -, ela estava enjoada de novo!
— Vou lá falar com ela; juízo, as três!
    São José, com mais alguns passos, chegou ao quarto de casal; abriu a
porta e encontrou sua mulher deitada, de olhos fechados. Sentou-se na
cama com cuidado, inclinou-se sobre ela e beijou-lhe a testa.
Florianópolis abriu os olhos e sorriu:
— O que foi? - sussurrou ele -, Palhoça me disse que você não estava se
sentindo bem?
— Ah, o enjoo de sempre! Eu vou pedir pra Doutora Ana me receitar um
remédio pra aliviar isso se eu estiver grávida mesmo; não aguento mais!
— Você não enjoou tanto das outras vezes, meu amor!
— Eu não tenho mais vinte e poucos anos, não se esqueça disso! E as
meninas?
— Jaraguá está no quarto dela com Joinville e Palhoça; Blumenau não está
em casa!
— Então deita um pouquinho aqui do meu lado; fica comigo, fica!
E assim ele fez; se deitou ao lado dela com a roupa que chegou do
trabalho; e os dois ficaram ali, abraçados, conversando.


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