Cristais de gelo escrita por J S Dumont


Capítulo 5
Capitulo 5 - Entrando em contato


Notas iniciais do capítulo

Olá gente!!! Aqui é J.S Dumont, postando mais um capitulo para vocês, quero agradecer todos os comentários do cap. anterior e estou torcendo que gostem desse novo capitulo. Não deixem de comentar. não sumam gente, precisamos de vocês, beijos!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/741124/chapter/5

5. Entrando em contato

Ele estava tão concentrado tocando, notei o quanto o seu semblante era leve, ele parecia sorrir discretamente e tive a impressão de que ele estava sentindo a musica, eu não podia negar o quanto ele ficava lindo tocando piano. Eu tinha que confessar que a musica era bonita, leve e conseguia transmitir uma tranquilidade imensa, fiquei um bom tempo apenas o observando de longe, de braços e cruzados e com um sorriso bobo no rosto. Até que em um determinado momento eu fechei os olhos e fiquei apenas escutando o som da musica.

Ele tocava muito bem, soltei um suspiro, escutei por mais alguns segundos até que a musica de repente parou. Eu abri os olhos e percebi que Peeta notou a minha presença, agora ele me olhava e seus dedos estavam longe das teclas do piano.

— É... Desculpa-me, eu só estava escutando! – eu falei, ele olhava fixamente para mim, primeiro ele estava sério, mas depois um sorriso surgiu em seus lábios, eu suspirei aliviada ao perceber que ele não estava nervoso.

— Eu não estou bravo, espero que tenha gostado da musica... – ele disse, e eu não pude evitar sorrir para ele.

— É você toca bem! – eu disse, passando a mão no cabelo, e só então eu me dei conta de que estava de camisola. Senti meu rosto corar e logo virei-me. – Eu vou voltar para o quarto...

— Se você quiser continuar escutando, não tem problema nenhum... – ele falou e eu voltei a olhar para ele. – Foi meu pai que me ensinou tocar piano, mas eu tenho que confessar que eu nunca fui tão bom quanto ele!

— Que isso, eu achei que você toca tão bem... – eu disse.

— É porque você não o viu tocar... – ele respondeu, notei que ele continuava me olhando fixamente, o que me fez novamente lembrar de que estou apenas de camisola.

— Boa noite! – eu disse, virei-me e voltei para a escada correndo, enquanto subia eu voltava ouvir a musica. Parei em frente á porta do meu quarto, e fiquei alguns segundos parada, de olhos fechados apenas ouvindo a musica, depois suspirei, abri rapidamente a porta e entrei. Notei que meu coração estava disparado, mas eu não entendia o porquê.

Ali realmente não dava para ouvir quase o som da musica, e reclamei em pensamentos por isso. Sentei na cama e pensei em esquecer isso e ir dormir, eu já ia me deitar, quando ouvi o meu celular vibrar em cima da cômoda. Eu fui até ela, peguei o meu celular e observei.

Havia algumas ligações perdidas: Duas de Cato, três dos meus pais e quatro do Finnick. Meus pais já devem saber de tudo, eu terei que ligar para eles, antes que eles chamem a policia.

Porém, acabei deixando para ligar para os meus pais e para Finnick no dia seguinte, mas quando amanheceu eu já estava receosa, falar com Finnick não iria ser ruim, mas falar com meus pais sim.

Só que eu não podia mais adiar essa conversa, eu precisava falar com eles. Eu respirei fundo, peguei meu celular e fui até a porta do quarto, a abri e olhei para os dois lados do corredor, tudo estava silencioso e vazio, não queria que Peeta aparecesse na hora que eu estivesse falando, ainda mais que escutasse o que eu iria dizer. Tudo bem iria ser uma loucura, mas eu não iria querer dizer para os meus pais que apanho de Cato, isso iria dar uma terrível confusão, um terrível escândalo, eu ia ser a coitadinha da família, eu conheço os Everdeen, seria uma coisa que ninguém iria esquecer.

Então, depois de tanto pensar durante a noite, só surgiu uma única ideia em minha mente. Disquei os números, esperei minha mãe atender. Chamou quatro vezes, até que eu escutei a sua voz:

— Filha, ai graças a Deus que você me ligou, o que aconteceu? Cato me disse ontem que você está há dias sumida, ele está desesperado atrás de você, falou que você desapareceu do nada, eu já estava indo na policia! – minha mãe dizia rapidamente, daquele jeito desesperado dela, eu respirei fundo antes de responder:

— Ele não disse que discutimos e por isso eu fui embora? – perguntei, depois de alguns segundos em silencio.

— Não, isso ele não me falou, mas por que você não veio para casa? Você sabe a preocupação que você deixou a gente? O seu pai quase sofreu um enfarto, sua irmã não para de chorar, perai Prim, depois eu passo para você, calma! – ela falava, e eu não pude evitar sorrir ao me lembrar de minha irmã. Coitada, provavelmente vai ser a próxima vitima dos meus pais, não que eles não nos amassem, mas infelizmente eles gostam de nos controlar como se fossemos duas bonequinhas sem desejos próprios. Espero que ela se interesse sozinha por um homem rico, que nem quando me interessei por Gale, mas espero que caso isso aconteça ele não dê um fora nela e se case com outra.

— Eu estou na casa de outra pessoa e estou bem mãe! – eu disse.

— Na casa de quem? Na do Finnick que não é, porque ele veio aqui atrás de você, ele disse que você ligou para ele e desligou e depois ele foi retornar e você não atendia e tinha vezes que caia direto na caixa postal, ele está preocupado...

— Eu sei eu vou ligar para ele!

— Você não respondeu onde você está, você tem que voltar para casa, seu pai está louco, nem vou chama-lo para falar com você, se não... – minha mãe ficou calada por alguns segundos, consegui escutar a voz de Prim falando: Eu quero falar com ela. – Espera Prim, me deixa terminar!

— Mãe, eu não vou voltar para o Cato, eu não gosto dele, você sabe que eu não me casei com ele porque eu queria, foi somente para ajudar você, meu pai já se recuperou financeiramente, e eu não preciso mais continuar com ele...

— Filha, mas, ele não é um bom marido? Ele é bonito, ele é rico, pode te dar tudo que você quiser, acho que vocês precisam ter um filho...

— Não, eu não quero um filho com ele! – eu interrompi. – Além do mais, eu estou com outro homem, eu fugi para ficar com ele! – eu menti, e logo engoli um seco.

— C-Como? – ela gaguejou. – Ai minha nossa, filha, que loucura, se Cato descobrir, filha, volta para casa, não faça isso...

— Eu não quero, eu, eu, eu amo ele, ele é rico também, ele é bonito, ele tem fazenda, ele é bem mais rico que o Cato, e está me dando uma vida bem melhor... – eu disse.

— Mas você não pode agir assim, você tinha que conversar com Cato, você não pode simplesmente fugir para ficar com outro homem... Pense no escândalo, o que vão pensar de você?

— A Katniss fugiu com outro homem, nossa mamãe, que babado, me deixa falar com ela, deixa... – eu conseguia ouvir Prim falar. – Katniss...

— Oi Prim! – eu disse.

— Maninha, sério que você fugiu com outro homem que nem nas novelas que a gente assistia? – ela perguntou.

— Prim, para de falar isso em alto som, se seu pai escuta... – eu ouvi minha mãe falar, próximo do telefone.

— Sim, mas você tem que guardar segredo... – eu disse, e fui até a porta, olhei novamente pelo corredor e suspirei aliviada ao ver que ainda tudo estava vazio.

— Ele é mais bonito que o Cato? – ela perguntou e então eu sorri sem ao menos perceber.

— Sim, ele é bem mais bonito, e ele é gentil, ele é um cavalheiro, é, ele me trata como uma princesa... – eu dizia, e então eu me dei conta que estava mesmo falando as qualidades de Peeta, qualidades que antes eu achava insuportável.

— Trás ele um dia aqui, eu estou curiosa para conhecê-lo, ah e ele tem algum irmão? – Prim perguntou.

— Prim, para com isso e dá esse telefone aqui! – minha mãe falou e então logo ela continuou. – Katniss, uma hora você vai ter que voltar e encarar o Cato, você não pode viver a vida toda sumida... – minha mãe disse, parecia realmente preocupada.

— Eu sei, só me dê mais um tempo, que eu volto, mas quando eu voltar vai ser para me divorciar do Cato... – eu disse e minha barriga revirou ao pensar na possibilidade de ter que encará-lo de novo.

— Eu não vou falar nada para seu pai, eu vou dizer que você está na casa de uma amiga, tanto para ele e como para o Cato, mas pense bem filha...  – ela disse, eu suspirei e sentei na cama.

— Tá eu vou pensar, depois eu te ligo de novo, beijos! – eu falei, e então desliguei a chamada, respirei fundo e então disquei agora um novo numero, era de Finnick.

Chamou três vezes, e ele atendeu.

— Katniss... Oi, está tudo bem? – ouvi a voz dele perguntar, e eu sorri, sentindo-me bem melhor em poder falar com ele.

— Oi, estou, agora eu estou bem! – eu respondi.

— Eu soube pela sua mãe que Cato está te procurando, você realmente fugiu, eu nem acredito nisso, por que você não me procurou? – ele perguntou. Senti meus olhos lagrimejarem.

— Eu não queria porque minha família te conhece, seria mais fácil me encontrarem se eu fosse para sua casa, agora onde eu estou, dificilmente Cato irá me encontrar...

— Para onde você foi? – ele perguntou.

— Estou na casa de um amigo, minha mãe pensa que eu fugi com outro homem, se ela questionar isso com você confirme isso para ela...

— Perai, você não vai contar para os seus pais o que Cato faz? – Finnick perguntou.

— Não, eu não quero nenhum escândalo...

— E você acha que inventar que fugiu com outro homem não vai virar um escândalo também? Além do mais, se Cato souber disso é até capaz de matar seu amigo...

— Minha mãe não vai contar para ele, eu disse isso apenas para justificar a minha fuga, além do mais, eu duvido muito que ele vá me encontrar, acho que ele nem sabe que existe o lugar onde estou...

— Onde você está? – Finnick perguntou, e então eu sorri.

— Numa fazenda... – eu falei e Finnick então deu uma risada.

— Numa fazenda? Meu Deus, realmente ele nunca vai te encontrar! Eu não sabia que você tinha outro amigo e muito menos fazendeiro...

— É, ele é um amigo de infância... – eu disse. Finnick conhecia Peeta, mas eu não queria falar que era ele, pelo menos não agora.

— No próximo fim de semana você me passa o endereço, que eu passo ai para te visitar! – ele disse, e então eu sorri, eu iria adorar ver Finnick.

— Tudo bem, eu passo sim! – eu disse.

— E vê se você se comporta e cuidado para não cair do cavalo... – ele falou num tom zombador e então eu dei uma risada, eu ouvi um barulho e vi que alguém estava batendo na minha porta, imaginei que era Peeta.

— Você sabe que eu não sou louca de subir em um cavalo, nos falamos depois Finnick, beijos! – eu desliguei o celular e fui rapidamente até a porta, eu a abri e deparei-me com Peeta. – É, dessa vez você se lembrou de bater! – eu disse a ele.

— Depois do que aconteceu, seria impossível não me lembrar, não é? – ele disse.

— E é tão terrível assim me ver de calcinha e sutiã? – eu perguntei, arqueando as sobrancelhas, percebi que ele ficou levemente vermelho com a minha pergunta. Mas logo sorriu.

— Não, é claro que não, você sabe que você é linda Katniss, qualquer homem adoraria te ver daquela forma... – ele disse, e então eu sorri, mas logo em seguida afastei-me da porta, para manter distancia dele. O porquê disso eu não fazia a mínima ideia.

— Você quer conhecer as minhas lojas? – ele perguntou, eu virei para ele e o olhei com as sobrancelhas franzidas.

— Você tem lojas? – o perguntei então riu.

— Sim o meu pai era dono de uma boa parte do comercio da cidade, como você acha que eu tenho dinheiro? – ele perguntou.

— Achei que você vivia vendendo gados e cavalos! – falei dando de ombros.

— É, também dá lucro, mas não, eu não vendo gados para açougues, eu acabo me apegando muito aos meus animais... – ele disse, e eu sorri para ele.

— Eu percebi... – respondi. – Mas vamos então, quero conhecer! – eu falei.

 E então primeiro descemos para tomar o café da manhã, e assim que terminamos Peeta e eu fomos até a cidade, novamente na picape dele.

Fiquei observando a paisagem pela janela, até que comecei escutar Peeta perguntar:

— Sua família... Você entrou em contato com ela? Por que eles podem estar preocupados... – ele disse, e então eu olhei para ele e vi que Peeta olhou rapidamente para mim, mas logo ele voltou a se concentrar na estrada.

— Entrei, sim, eles já iam até a policia, mas já os deixei mais sossegados... – eu disse.

— E o que você disse para eles? Eles não perguntaram onde você estava? – Peeta perguntou.

— Eu disse que estou na casa de um amigo... – eu disse, ele sorriu levemente para mim.

— Que bom, então voltamos aos nossos velhos tempos, eu não achei que um dia eu ouviria você me chamar de amigo de novo... – ele comentou, e eu sorri.

— É, para você vê, são as ironias do destino... – novamente olhei para a janela.

— Então, não é da sua família que você está fugindo? – ele perguntou, olhei para ele rapidamente.

— Não! – respondi e eu já estava com medo do que mais ele iria perguntar.

— Então, se você quiser um dia chamá-los para conhecer a fazenda, eles já estão convidados... – ele disse, e então eu suspirei aliviada ao ver que ele não iria fazer nenhum tipo de interrogatório.

— Obrigada... – eu agradeci, e vi que agora os meus agradecimentos estavam saindo de uma forma bem mais espontânea.

Chegamos á cidade, mas Peeta não estacionou mais o carro na praça, mas continuou seguindo para outra rua, da qual não passamos ontem quando eu vim fazer compras. Ele estacionou o carro na rua e foi o primeiro a sair do carro, enquanto eu tirava o cinto de segurança, ele deu a volta e abriu a porta do carro para mim, olhei para ele com as sobrancelhas franzidas, nunca nem um homem havia feito isso antes para mim.

— Obrigada! – eu agradeci enquanto descia do carro, ele continuou me olhando com um sorriso no rosto, enquanto eu olhava a minha volta e via um monte de lojas grudadas uma na outra, Peeta trancou o carro, depois se aproximou e também olhou a sua volta.

— Então, minha família é dona daquele café, daquela papelaria, daquela loja de sapatos e daquela livraria, ah e temos outra livraria e uma padaria na rua de trás... – Peeta dizia e apontava para cada comércio que era da família dele. – Vem! – ele me puxou pelo braço, e assim que senti a mão dele tocando o meu braço, meu corpo formigou, senti-me estranha e quis puxar meu braço da mão dele, mas não tive coragem. Atravessamos então a rua e entramos numa livraria.

Senti-me mais aliviada, quando ele me soltou.

Havia varias estantes cheias de livros, e no balcão havia uma garota loira, alta, de olhos azuis, ela era bonita e bastante esbelta. Assim que nos viu deu um sorriso largo.

— Peeta, que bom ver você, me falaram que você estava no Recanto dos Cisnes, achei que não iria vir me visitar... – ela disse, assim que nós nos aproximamos do balcão. Ela apoiou os dois braços em cima do balcão e desviou o olhar em minha direção, encarou-me com as sobrancelhas franzidas.

— Eu ainda não tinha tido tempo, estou no processo de mudança e andou acontecendo algumas coisas... – ele então suspirou, eu imagino que quando ele falou “essas algumas coisas” estava falando de mim. – É, Katniss essa é Tara, ela trabalha aqui a um bom tempo, e é tão eficiente que consegue cuidar da livraria sozinha... – ele disse e ela sorriu para ele, eu os encarei com as sobrancelhas arqueadas. – Tara, essa é a Katniss, uma amiga da minha época da escola...

— Ah, prazer Katniss! – ela disse, olhando para mim, sorri forçadamente para ela, depois ela voltou a olhar para Peeta. – Na verdade aqui anda agitado nesses últimos tempos, eu acho que tá na hora de contratar uma ajudante...

— Eu vou ver... – ele respondeu, Tara o encarou com a boca aberta.

— Para de ser mão de vaca Peeta! – ela reclamou e ele deu risada, eu também ri.

— Tá bom, tá bom, eu vou ver isso no máximo até a semana que vem...

— É bom mesmo! E sua mulher, você está se divorciando mesmo? – ela perguntou, e então eu o olhei com as sobrancelhas franzidas. Mulher? Peeta não me falou que é casado.

Ele olhou rapidamente para mim, depois olhou para Tara, pareceu incomodado com a pergunta dela.

— Sim, mas depois a gente conversa sobre isso, eu tenho que ir, eu volto aqui amanhã...

— Ah claro, tudo bem! – ela disse, sorrindo para nós. – Foi um prazer Katniss!

— O prazer é todo meu! – eu disse olhando para trás, enquanto eu ainda era arrastada por ele para fora da livraria.

Enquanto andávamos pela calçada, eu o olhava com um olhar desconfiado.

— Você não me disse que é casado... – eu comentei.

— Como você mesmo ouviu eu estou me divorciando... – ele respondeu. – Além do mais, você não me perguntou!

— Você vive sozinho numa fazenda, me deu a entender que fosse solteiro, eu acho que no mínimo você deveria ter me falado isso, afinal, eu estou morando na sua casa, se sua mulher aparece do nada? O que ela vai pensar da gente? – eu perguntei, Peeta parou de andar, e então eu também parei, ele se virou para mim e me olhou seriamente.

— Ela não vai pensar nada, porque eu não devo explicações para ela! – ele disse e soltou um suspiro.

— E por que vocês estão se divorciando? – perguntei a ele, devo confessar que eu estava curiosa para saber.

— Isso é uma longa história, outro dia eu te conto! – ele disse e depois se virou e voltou a andar. Eu dei de ombros e então comecei a segui-lo.

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

N/A: Uiaaa mistério no ar, garanto que em breve isso será esclarecido, bgs bgs e COMENTEM, FAVORITEM!