Cristais de gelo escrita por J S Dumont


Capítulo 15
Capitulo 15 - Cara a cara com o passado


Notas iniciais do capítulo

olá gente, aqui estou eu postando mais um capitulo de "cristais de gelo", agora as coisas vão começar a esquentar, estamos torcendo que gostem desse capitulo e não deixem de comentar, agora os caps não vão ser mais nas quartas-feiras, já faz um tempo que não att mais nas quartas os caps continuarão semanais, ou até 2 por semana, mas pode ser qualquer dia da semana, deixem seus comentários, favoritem e se possivel recomendem também, bjuuu



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15. Cara a cara com o passado

Os dias no Recanto dos Cisnes não podia ter se tornado melhores, eu seguia minha rotina normalmente, eu ia para o trabalho e passava o resto do tempo na fazenda com as crianças e com Peeta, as vezes levávamos eles para passear, e Peeta continuou insistindo com minhas aulas de montaria, com elas o meu medo com os cavalos estava diminuindo, mas ainda assim eu não achava tão agradável subir neles.

Eu falava no telefone com Finnick, ele disse que estava conversando com Annie pelo telefone, eles tinham marcado um encontro para o próximo fim de semana, e ele estava bem ansioso para revê-la, eu estava torcendo por eles, Finnick e Annie eram legais e eu ficaria muito feliz se eles dessem certo.

Finnick encheu-me de perguntas sobre minha relação com o Peeta, continuávamos bem próximos, seguíamos a rotina de como se eu fizesse mesmo parte da família dele, mas não tínhamos tido nenhum avanço no relacionamento, nada de beijos, ou toques que indicasse que iriamos ultrapassar a barreira da amizade, nada que indicasse que iriamos namorar ou algo do tipo, ele continuava amoroso, carinhoso, mas nada mais do que isso, acredito que ele tenha medo de me assustar, de fazer algo que me deixasse com medo e eu quisesse ir embora da fazenda, e confesso que eu também achava que por enquanto era melhor assim, me dava medo de pensar em ter um novo relacionamento, ainda estava muito vivo em minha memoria o meu relacionamento fracassado com Cato, ainda tudo era muito cedo, para mim como também para ele, afinal, não era só eu que tinha marcas de um relacionamento que não havia dado certo, ele também tinha com Glimmer, acho que tudo isso ainda era um muro que me separava dele, que não fazia darmos um passo adiante.

Glimmer também ainda continuava sumida, todos já estavam preocupados com o que poderia ter acontecido, a policia continuava investigando, procurando-a, mas ainda não havia pistas sobre seu paradeiro. A única coisa boa de seu sumiço, é que as crianças continuavam conosco, Peeta já havia avançado com o processo e faltava pouco para ele conseguir a guarda definitiva das crianças.

Peeta continuava me levando para o trabalho quase todos os dias, eu adorava, pois era um momento agradável, nós aproveitávamos cada minuto daquele tempo para conversar sobre qualquer assunto, sempre encontrávamos assunto, sempre estávamos conversando, nossa amizade tinha avançado muito nos últimos dias e eu sentia cada vez mais a vontade na companhia dele.

Naquele dia, Peeta deixou-me no trabalho como todos os dias, Tara já havia aberto a livraria como de costume, nos cumprimentamos, e depois de limparmos o balcão começamos a conversar, não demorou muito para que ela entrasse no assunto Peeta Mellark.

— Vocês ainda não deram nenhum beijinho? Ah eu não acredito! – ela disse, parecia inconformada, enquanto eu contava para ela sobre nossa relação.

— Qual o problema? – perguntei.

— Tá tão na cara que vocês se amam! – ela disse como se fosse a coisa mais obvia do mundo, eu não a respondi, pois eu também já estava começando a acostumar com a ideia de que talvez ela esteja certa, de que Finnick esteja certo, de que todos estejam certos, eu já tinha aceitado a ideia de que sentia algo por Peeta, e eu não conseguia mais me imaginar em qualquer outro lugar que não fosse ao lado dele e das crianças.

— Pode até ser, mas não dá para apressar as coisas, se for para acontecer, tem que ser naturalmente! – eu respondi, enquanto colocava novos livros nas prateleiras.

— Eu sei disso, mas já faz um bom tempo que vocês estão nessa, não é? – ela perguntou, olhando para mim.

— Não tanto assim! – eu disse, dando de ombros. – Algumas semanas! Mas foi um processo lento sabe? Eu demorei para confiar em Peeta, para perceber que poderia existir algo mais entre nós dois...

— E agora você tem essa certeza? – perguntou Tara, bastante interessada.

Eu mordi meus lábios inferiores, enquanto pensava.

— É eu me apeguei tanto a Peeta, aos filhos dele, a fazenda, a tudo, parece que tudo é um sonho, eu acho que eu não conseguiria pensar viver minha vida em outro lugar, até em outro lugar sim, mas não sem os três... – eu disse.

— Ai que lindo! – Tara falou toda sorridente, eu senti minha bochecha esquentar.

— Não zomba de mim, se não eu te dou uma livrada! – eu falei, dando uma risada, acompanhada com uma risada dela.

Tara e eu tirávamos a hora do almoço em horários diferentes, o meu era ao meio dia e o dela a uma hora, meio dia eu sai para almoçar, e fui num restaurante próximo a livraria, como eu sempre fazia, para minha surpresa enquanto almoçava, Peeta apareceu com as crianças, que logo que me viram vieram correndo em minha direção, para me dar um abraço.

— Tia Katniss! Estávamos com saudades! – foi falando Alex, sorrindo, eu o abracei forte e o coloquei em meu colo, enquanto dava um beijo demorado no rosto de Logan.

— Meus amores, que surpresa boa ver vocês, o que vocês vieram fazer aqui? – eu perguntei.

— Bom, eles vieram ver uma escola, vou matriculá-los essa semana, não dá mais para eles ficarem faltando aula, além do mais eu conversei com meu advogado e até semana que vem o juiz já vai dar uma resposta e ele disse que tem quase certeza que será positiva, depois desse sumiço de Glimmer, eu vou conseguir a guarda! – ele falou, sentando-se na cadeira ao meu lado.

— Nossa que bom Peeta! – eu disse.

— Ai nós podemos morar juntos para sempre, sempre e sempre! – disse Alex, sorridente.

— E que sacolas são todas essas hein? – eu perguntei.

— Bom passei em frente a uma loja de brinquedo, então já imagina né?  Fizeram eu comprar um monte de brinquedos! – disse Peeta, Alex saiu do meu colo e ficou virado em minha direção.

— É eu comprei um dinossauro enorme, ele faz barulho que nem os de verdade, quer dizer os de verdade não porque eles não existem mais, caiu um meteoro enorme e destruiu todos eles, o meteoro deve ter sido muito grande, porque os dinossauros são grandões, sabia que tinha dinossauros que comia outros dinossauros? Agora tinha outros que comiam plantas, naquela época já existiam plantas, e tinham dinossauros que voavam como pássaros, que nem dragões, eu também gosto de dragões eles são mais legais que dinossauros porque eles podem soltar fogo pela boca e transformar tudo em cinzas! – ele dizia rapidamente, tão rapidamente que não dava nem quase para entender, enquanto pulava ao meu lado. – O Logan gosta mais de dinossauro, mas eu já disse a ele que dragões são melhores, eles com certeza se lutassem com um dinossauro, o dragão ganharia, porque ele solta fogo, e poderia queimar o dinossauro todinho!

— Paaaaai tira a pilha do Alex, ele tá ficando chato! – reclamou Logan, sentando-se no colo do pai, ele riu e deu um beijo no rosto dele.

— Filho, você viu que hoje ele não comeu doces! – disse Peeta.

— Eu quero bolo, não não, eu quero torta, melhor, quero sorveteeee! – dizia Alex, agora aproximando-se de Peeta. – Me dá, me dá, me dá, me dá! – ele pediu.

— Filho, você já está agitado demais, não, não, depois vai deixar Molly maluca!-  Peeta falou, e eu ri.

— Coitado, dá sim! – eu disse.

— Viu tia Katniss é legal, ela quer me dar chocolate! – ele falou, mostrando a língua.

E no final, Peeta acabou comprando para ele um bolo de chocolate, eu ajudei Alex a comer e limpei aquela boquinha pequena com guardanapo, ele ficou todo feliz, só que realmente como já imaginávamos ele acabou ficando ainda mais agitado, na hora de me despedir ele falava com Logan e com pai dele sem parar.

Voltei para livraria bem mais feliz, afinal, era bom passar o tempo com Peeta e as crianças, eles me acompanharam até a porta, me deram um abraço despedindo-se e Peeta como sempre me deu um demorado beijo na testa.

— Eu volto para te buscar! – ele falou, então fiquei observando eles se afastarem, cada um segurando uma mão de Peeta e Alex falando que nem um papagaio, eu soltei um longo suspiro e voltei para a livraria.

Tara ficou me olhando com aquele sorriso malicioso de sempre, eu revirei os olhos e disse apenas: “não fale nada!”, ela então deu risada.

Quando ela foi almoçar, o movimento estava bem devagar, aproveitei para ler um pouco, enquanto folheava a página de um livro de romance, o primeiro cliente desde que Tara foi almoçar entrou na loja, primeiro o avistei de costas olhando as prateleiras, então eu sai do balcão e aproximei-me para falar com ele.

— Boa tarde, eu posso te ajudar? – perguntei, ele virou-se e a me ver, entreabriu os lábios, incrédulo.

— Katniss! – ele disse, fiquei boquiaberta e ao mesmo tempo, meu rosto esquentou-se por inteiro.

— Gale... É, oi! – eu disse, sem graça.

— O que você faz trabalhando aqui? – ele perguntou. – Não me diga que sua família, é, faliu?

— Ahm... Não! É que, é que, eu não estou morando mais com eles, eu estou morando numa fazenda aqui próximo e estou trabalhando aqui apenas para ajudar meu namorado, o dono da fazenda, ele é dono dessa livraria, ai estava precisando de funcionários e como eu estava entediada e nunca tinha trabalhado, eu quis trabalhar aqui! – eu falei rapidamente. – E você o que está fazendo nessa cidade pequena?

— Eu vou visitar uma fazenda de um amigo, ai Madge e eu passamos aqui na cidade, ela foi numa loja de roupas com o Noah, ai como eu não gosto de ficar vendo ela comprar roupa, vim dar uma volta e eu me lembrei de um livro que eu estava querendo comprar... – ele explicou sorrindo para mim.

— Eu posso te ajudar, me fala o nome do livro! – eu falei, Gale então falou o nome do livro para mim, eu logo o encontrei e entreguei a ele, Gale o pagou logo em seguida em dinheiro, e então olhou-me com um sorriso no rosto, eu sorri de volta, notei que ele não havia mudado quase nada, a aparência era mesma do garoto do ensino médio.

— É bom ver que você está bem Katniss! Dá para ver que você está bastante feliz... – ele disse, e meu sorriso se alargou, mas ele desapareceu quando vi uma mulher loira entrando na livraria, com um menino no colo e com algumas sacolas na mão, logo reconheci que era Madge.

— Amor, eu já imaginava que você ia estar aqui! – ela disse sorrindo, aproximando-se dele, logo depois seu olhar parou em mim, ela entreabriu os lábios.

— Katniss, que surpresa! – ela falou, tentei sorrir para ela, mas eu não consegui.

— Oi Madge!

— Você está trabalhando aqui é? – ela perguntou, eu suspirei, eu não queria contar tudo de novo.

— Eu te explico amor, no meio do caminho, vamos que já está tarde, é foi bom te rever Katniss! – disse Gale.

— Eu digo o mesmo... – eu falei, depois Madge também se despediu de mim e fiquei observando eles irem embora da loja.

+++

Devo confessar que depois que Gale e Madge saíram da loja eu fiquei me sentindo estranha, fiquei pensando de como fiquei desconcertada ao encontrar Gale na livraria, principalmente por ter que ficar inventando mentiras e desculpas para explicar o porque eu estava trabalhando como vendedora. Mesmo que eu já tivesse superado o fora que levei dele, ainda eu sentia-me esquisita em vê-lo com Madge.

Peeta me buscou no trabalho, e no caminho para fazenda eu continuei pensando no mesmo assunto, tanto que quase Peeta e eu não nos falamos no caminho inteiro.

— Está tudo bem?  Você está tão quieta... – perguntou Peeta para mim, eu o olhei com as sobrancelhas franzidas.

— Estou bem sim! – eu menti a ele.

— Aconteceu alguma coisa? – ele me perguntou.

— Não, sério, está tudo bem! – eu insisti e depois encostei minha cabeça no vidro da janela do carro.

E enquanto eu permanecia quieta, comecei a pensar em quantas vezes amaldiçoei o casamento de Gale com Madge, quantas vezes eu fiquei irritada achando que todo aquele discurso que ele fez no termino de nosso relacionamento era tudo mentira, fiquei pensando como naquela época o amor para mim não existia, é difícil de acreditar nele quando você não o sente, sim, eu sabia que nunca amei Gale de verdade, mas eu percebi que mesmo não existindo amor, ainda existia desconforto em vê-lo com outra mulher, era dor de cotovelo, eu sei que era, é difícil engolir um fora.

Assim que cheguei a casa grande, eu fui direto para o meu quarto, eu sabia que Peeta havia percebido que tinha algo de errado, que tinha acontecido alguma coisa, mas naquele momento eu não queria falar sobre Gale, eu só queria jogar-me na cama e pensar, tentar colocar todas as ideias no lugar, mas assim que Peeta abriu a porta do meu quarto, vi que isso não seria possível.

 - Katniss, o que está acontecendo hein? – Peeta perguntou, fazendo-me levantar-me da cama, ele me olhou com um olhar sério. – Eu te conheço, sei que você não está bem, o que aconteceu hoje na livraria? – ele me perguntou, meu coração começou a disparar acelerado, enquanto eu continuava encarando Peeta, fixamente.

— Peeta... – eu falei, em seguida soltei um suspiro, e desviei o olhar, afastei-me dele, ainda com os braços cruzados, caminhei até a janela do quarto e comecei a observar o lado de fora. – Eu encontrei o Gale e a Madge hoje na livraria...

— Sério? – ele perguntou, aproximando-se de mim. – O que eles estavam fazendo por aqui?

Eu me virei e olhei-o seriamente.

— Eles passaram na livraria por acaso, estavam indo visitar uma fazenda de um amigo deles... – eu disse, dando de ombros.

— E te incomoda ver Gale com a Madge? – peeta perguntou, arqueando as sobrancelhas. – Por isso você ficou assim?

Rapidamente desviei meu olhar.

— Eu não vou mentir, doeu no meu ego gale ter me trocado por outra mulher, eu superei, mas eu estaria mentindo se eu não dissesse que eu não fiquei irritada ao vê-los, principalmente porque sempre quando penso nisso vem um pensamento na minha cabeça... – eu disse.

— Qual? – ele perguntou, e então voltei a olhá-lo.

— Se Gale não tivesse me trocado pela Madge, eu não teria passado por tudo que eu passei ao lado de Cato, hoje eu não estaria casada com ele...

— É, e você não estaria aqui agora, comigo, então, eu tenho que agradecer ao Gale por ter te trocado pela Madge! – Peeta me interrompeu, e então eu encarei-o com a boca entreaberta, surpresa com a resposta dele e também por me dar conta desse detalhe. – Você sabe Katniss, que se você tivesse me dado uma chance, e tivesse preferido a mim ao Gale, isso também nunca teria acontecido... – Peeta me disse aproximando-se de mim lentamente, seus olhos estavam praticamente colados aos meus. – Eu nunca teria te trocado por outra mulher, e também nunca te machucaria... – ele parou bem na minha frente, a essa altura meu coração já parecia que ia explodir, eu continuava encarando-o nos olhos, sem conseguir nem mesmo um segundo quebrar o contato visual. – Muito pelo contrario... – ele acrescentou e umedeceu seus lábios antes de continuar. - Uma mulher como você deveria ser beijada sempre, toda hora, todo minuto, todo instante, e se você permitisse, se você me desse uma oportunidade... – ele colocou a mão em meu rosto e aproximou-se ainda mais de mim. – Assim eu farei, todos os dias, até o resto de nossas vidas... – ele terminou em sussurros, descendo os olhos em direção a minha boca, eu não consegui nem pensar, minhas mãos pararam no rosto dele, e praticamente eu mesma dei a iniciativa, aproximei e devorei os seus lábios, num beijo intenso e profundo.

Continua...


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Notas finais do capítulo

N/A: e que acharam desse final? comentem!



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