— Da próxima vez deixa eu me preparar, por favor — resmungou ainda meio tonta.

— Olha, peixes voadores seguindo estrelinhas — Happy olhava para cima rindo bobamente, estava completamente zonzo.

— HAPPY, FALA COMIGO! — chacoalhava o gatinho.

— Não precisava desse exagero todo — Laxus olhava para os dois, com uma gota na cabeça.

— Você já é acostumado com isso, a gente não — a loira acusou.

— Agora sei como o Natsu se sente dentro de um trem. Nunca mais vou zoar ele.

— Duvido.

— Luxy chata — mostrou a língua.

— ...

— Já chega! Vamos terminar logo esse concurso, antes que eu fique nervoso e transforme a cidade em um para— raios gigante!

— AYE — os dois gritaram, assustados com a ameaça.

Adentraram a floresta cautelosamente e começaram a andar. Durante o percurso não encontraram nenhuma das tais flores diferentes, para onde olhavam só tinha azul, até as folhas das árvores eram azuis.

Observavam tudo ao seu redor, estavam preparados caso alguém atacasse. Magia não era permitido, mas isso não queria dizer que ninguém ia partir para cima deles, ataques são dados quando menos se espera.

Em certo momento acharam uma placa de madeira com a palavra “Danger” (Perigo) escrita em vermelho.

— Nós vamos pelo outro lado, né? — Happy olhava assustado para o caminho.

— Não estou com um bom pressentimento sobre esse lugar...

— É exatamente esse caminho que vamos pegar — Laxus disse, assustando mais ainda os dois.

— Está ficando doido? Eu não sei você, mas eu não costumo sair por ai seguindo placas de perigo — a loira retrucou.

— Não sinto o cheiro de ninguém vindo dali, com certeza a maioria escolheu o outro caminho... Como fomos os últimos a chegar, só nos resta essa parte da floresta para vasculhar.

— Mas é assustador.

— Não precisa se preocupar, apenas não podemos nos separar — sorriu para ela.

— Ok... — também sorriu.

— Eles...

— Nem ouse — o olhou ameaçadoramente.

— Aye...

Laxus apenas riu enquanto começava a seguir o caminho. Logo na primeira curva que fizeram, viram muito flores coloridas. Passaram a colher o máximos que conseguiram, colocando dentro de uma sacola que Lucy tirou do bolso.

Chegaram facilmente no final da floresta com a sacola abarrotada de flores, então apenas subiram o monte aonde todos os outros competidores esperavam. Mais um detalhe chamou a atenção deles, todos os outros estavam com roupas rasgadas e arranhões pelo corpo.

— Que estranho, nós passamos pelo caminho “perigoso” e estamos inteiros... Alguém trocou a placa de lugar... — Lucy observou.

— Exatamente minha jovem — Dona Mikoro brotou do nada fazendo Lucy pular de susto. — Fui eu quem trocou a placa de lugar.

— Mas por que a senhora fez isso? — o loiro perguntou.

— Porque eu sabia que a maioria ia pelo caminho mais fácil, e eu precisava mostrar para esses espertinhos que nem tudo na vida vem de mão beijada — sorriu macabramente.

— Assustadora...

— Bem, você foram os únicos que trouxeram mais de cinco flores... Então são os vencedores! Meus parabéns — sorriu meigamente.

— Luxy, eu acho que ela é bipolar... — sussurrou.

— Eu consigo te ouvir gatinho... Enfim, aqui está o prêmio prometido — entregou uma grande caixa azul escura, com detalhes em dourado.

— Muito obrigada Dona Mikoro — sorriu para a senhora, mas ela já tinha sumido.

— Credo, vamos mesmo ter que voltar para a pousada dela? — perguntou assustado. 

— Nós já reservamos... Então sim... Agora se preparem, vou levar a gente para de volta para lá.

Lucy se abraçou a Happy como se o mundo fosse acabar, o que quase fez Laxus quase gargalhar, mas se segurou. Em menos de cinco segundos chegaram a pousada.

— Podem abrir os olhos, já chegamos.

— Ufa, finalmente — comemorou, vendo que estava em seu quarto na pousada.

— Dessa vez não vi peixes deliciosamente voadores.

— Vou abri a caixa, só espero que seja o que estamos esperando — se sentou na cama.

Lucy puxou a tampa da caixa, mas parecia estar emperrada. Tentou de todas as formas possíveis e nada.

— Deve estar colada — Happy disse de boca cheia.

— De onde tirou esse peixe? — Laxus olhava abismado para o gato.

— Da minha mochila... Quer um?

— Não, obrigado... Me deixa ver essa caixa.

Na hora em que Laxus tocou na caixa, que ainda era segurada por Lucy, a tampa se abriu instantaneamente. Dentro dela estava o que tanto queriam: um cilindro fino de ouro com mais ou menos trinta centímetros. Era a primeira parte do cajado.

— Como abriu a caixa só encostando nela?

— Eu não abri nada... Polyushka-san disse que só uma dupla conseguiria passar pelos desafios, talvez abrir a caixa fosse a última parte do primeiro desafio.

— Faz sentido...

— Eu esperava algo mais chamativo que essa vareta dourada — Happy olhava decepcionado para dentro da caixa.

— Quanto menos chamativo melhor, não sabemos se mais alguém está atrás dessas partes — o loiro disse pensativo. — Onde vamos esconder isso? Se todas as partes forem desse tamanho vai ficar difícil disfarçar...

— Vou pedir para a Virgo guardar no mundo celestial, é mais seguro — pegou a lácrima de comunicação. — Estou ligando para o Mestre para avisar.

— Olá Lucy — o Mestre atendeu quase que instantaneamente. — Chegaram na primeira cidade? Já localizaram a primeira parte do cajado?

— Olá Mestre — sorriu. — Sim, já chegamos e temos uma boa notícia — mostrou dentro da caixa. — Aqui está a primeira parte do cajado.

— Você está brincando não é?

— Acredite vovô, só faltam seis partes agora — Laxus apareceu ao lado de Lucy.

— Aye, somos a melhor equipe procuradora de cajados.

— Incrível, vocês foram mais rápido do que eu esperava... Estou orgulhoso de vocês meus filhos — sorriu. — Agora descansem, não sabemos o que vai acontecer de agora em diante.

— Pode deixar Mestre! Boa noite.

— Boa noite pirralhos — encerrou a chamada.

— Hime, posso guardar a parte do cajado agora — Virgo apareceu de repente.

— Que susto Virgo — colocou a mão no peito. — Pode sim, muito obrigada.

— Punição pelo susto, Hime?

— Não Virgo... Sem punição hoje — gota. 

— Bem, vou para o meu quarto. Nos encontramos amanhã cedo. Boa noite para vocês — Laxus disse, já saindo do quarto.

— Boa noite Laxus — ambos responderam.

— Vamos Happy, precisamos tomar um banho e ir dormir — pegou o gatinho.

— Sim senhora!

Quando os dois viram que no banheiro tinha uma banheira logo mudaram de ideia, e tomaram um banho calmo e relaxante. Para que pressa, não é mesmo? Não é todo dia que você tem uma banheira a seu dispor.

Depois de limpos e vestidos, deitaram para dormir. Não demorou muito para logo adormecerem, precisavam estar bem descansados para o próximo desafio.

E ele não seria tão fácil quanto o anterior.