Quando chegaram na casa onde estavam hospedados o relógio marcava dez e meia da noite, faltava uma hora e meia para executarem o plano que tinham combinado.

O plano era simples. Antes de se afastarem da loja, Laxus subiu no terraço da mesma, com a ajuda de Happy. Lá em cima ele viu que tinha um sistema de segurança que dava para uma porta que ficava em um dos cantos do terraço. Era por lá que eles entrariam.

Por enquanto, apenas esperariam a hora certa enquanto terminavam de comer o que Laxus tinha preparado anteriormente.

— Eu não acredito que tudo aqui é comestível — Happy olhava para a mesa impressionado.

— O que quer dizer com comestível, bola de pelos?

— Eu achei que o máximo que você conseguia cozinhar era uma pedra — riu.

— Maldito — xingou, envolvendo seu corpo com raios.

— LUXY, SOCORRO! — se jogou nos braços da loira.

— Não há com o que se preocupar, ele não vai fazer nada com você — sorriu, acariciando a cabeça do gatinho. — Né, Lax-kun?

— Ok... — virou o rosto envergonhado.

— Epa... O que aconteceu entre vocês dois quando eu não estava?

— Nada — responderam juntos.

— ... Ahã, vou fingir que acreditei — riu sapeca.

— Então... O que vamos fazer até a meia noite? — Lucy perguntou, desviando o assunto.

— Dormir, conversar ou simplesmente não fazer nada — Laxus respondeu, enquanto bocejava.

— Ficamos a tarde inteira dormindo e você ainda está com sono?

— Ah, então quer dizer que vocês dormiram juntos... Bom saber, seu safadinhos — sorriu maliciosamente, não podia perder a chance de zoar.

— PODE PARAR! Você entendeu completamente errado — a loira desmentia.

— Claro, nunca é o que estou pensando.

— Ora sua peste — partiu pra cima dele, sendo impedida por Laxus.

— Ei, vamos evitar brigas, ok? O próximo que provocar ou xingar alguém eu vou trancar no banheiro por meia hora.

— Ah, Laxus! Viramos crianças agora?

— É o que parece — riu.

— Idiota...

— Podíamos jogar algum jogo — Happy sugeriu.

— Que jogo?

— Podemos jogar “Verdade ou Desafio”, mas não achei nenhuma garrafa... Ou podemos jogar “Eu Nunca”, se bem que não tem nada com álcool aqui e nem beber eu posso... Sei lá, acabou minhas ideias...

— Graças a Deus, esses jogos não vou jogar nem morta, não tenho boas memórias disso — se arrepiou só de lembrar.

— Então podemos montar um quebra-cabeça — Laxus sugeriu.

— E onde vamos encontrar um?

— Na minha mala, a Virgo deixou nossas coisas dentro do guarda-roupa enquanto você dormia.

— Eu nem abri o guarda-roupa... Só não entendo o porquê de você ter um quebra-cabeça...

— Por causa do tédio. As missões que costumo fazer me deixam com muito tempo livre, esse foi o jeito que encontrei de me entreter. Não sou muito fã de livros — foi até o quarto, voltando com cinco caixinhas de madeira. — Então, qual vamos montar?

Lucy e Happy olharam curiosos. Tinha de animais, paisagens e um de comida, que foi o escolhido pelo dois.

Laxus afastou as poltronas para que tivessem espaço, enquanto Happy abriu a caixinha, colocando todas as pecinhas no chão. O loiro rapidamente começou a montagem, ele era rápido e habilidoso, deixando os outros dois surpresos e perdidos. 

O trabalho em equipe dos três não era muito organizados, hora ou outra se atrapalhavam fazendo as peças se separarem e terem que reiniciar, mas estavam se divertindo e era isso que importava.

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— Viu, não foi tão difícil — Laxus olhava para o quebra-cabeça orgulhoso.

— Pra você — Lucy rebateu. — Esse treco é muito complicado, mas admito que foi divertido.

— Divertido e apetitoso, olha que belo peixe frito a gente montou — seus olhos brilhavam.

— Que horas são?

— 11:56... Perdemos muito tempo aqui... Vou ter que nos teletransportar até lá...

— Culpa da Luxy que ficou nos atrapalhando na montagem — acusou.

— Não fui eu quem resolveu voar no meio do processo e desmontou ele inteiro — rebateu.

— Vamos logo — pegou o gato e encostou na cabeça da loira, os levando até a loja.

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— Dessa vez eu não fiquei enjoado — comemorou.

— Eu disse que vocês se acostumavam... Esperem aqui, vou desligar o sistema de segurança dando um curto circuito nele — foi para cima da loja, dessa vez com sua própria magia.

A loira observou aos arredores. Todas as lojas estavam fechadas, e ninguém estava na rua o que deixava o ambiente meio macabro. A única luz que iluminava o lugar era a de um posto no final da rua.

Depois de alguns minutos, o loiro disse que a porta estava aberta assim Happy logo pegou a loira e a levou para onde Laxus estava.

Entraram pela porta tentando fazer o mínimo de barulho possível. Desceram a escada, dando de cara com a sala de estoque que ficava no primeiro andar da loja. Do lado esquerdo tinha outra escada que, provavelmente, devia ser para o térreo.

O andar onde estavam era repleto de estruturas de ferro (prateleiras) com muitas caixas apoiadas, a grande maioria lacrada. Tinha algumas caixas abertas no lado direito da sala, e foi por lá que decidiram começar a procurar.

Os dois loiros olharam dentro das caixas, todas estavam com partes soltas de diversos brinquedos, como se fossem peças reserva.

Enquanto isso, Happy decidiu usar sua magia para sobrevoar a área, talvez encontrasse algo de interessante que pudesse ajudar. Olhando para os lados viu algo brilhando entre duas caixas, e ao se aproximar viu que era um botão vermelho piscando em um curto intervalo de tempo.

Exatamente como da última vez, sua curiosidade foi maior do que o medo. Apertou o botão com vontade, esperando que algo acontecesse.

No começo nada aconteceu, mas depois de um tempo as estruturas começaram a tremer juntamente com o andar inteiro, fazendo os loiros se levantarem alarmados.

Do nada, tudo começou a se mover para um lado e para o outro, como se fosse despencar a qualquer minuto.

Happy ficou assustado e tentou fugir o mais rápido possível enquanto diversas caixas caiam ao seu redor. Estava cercado.

Desviou das caixas com habilidade, mas não sabia onde estava, pois com o movimento a poeira começou a atrapalhar a sua visão.

— HAPPY! — Lucy começou a ir em direção do gatinho, mas Laxus a impediu correndo na sua frente até as prateleiras.

O loiro rapidamente se teletransportou para onde Happy estava. Pegou o gatinho no colo, o protegendo com seu próprio corpo.

Lucy tentou se aproximar dos dois, mas antes que chegasse perto houve um grande estrondo, o barulho de metal caindo podia ser ouvido até do outra lado da rua.

Correu mais rápido ainda, mas única coisa que conseguiu enxergar foi a poeira subindo.