DC Multiverse Movies escrita por Andrew Ferris


Capítulo 2
O retorno do Homem de Aço


Notas iniciais do capítulo

Hora de desbravar mais um pouco esse universo, prontos?



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     Clark Kent está na fazenda de seus pais observando os horizontes. Ele consegue ver muita coisa dali, assim como consegue ouvir muito. Ele olha para suas vestes típicas de quando morava com os pais algum tempo atrás. Embora as coisas estivessem difíceis, ele pretendia continuar ajudando as pessoas, nunca esteve tão claro em sua mente. Perdido em seus devaneios, Clark sente a sol bater em seu rosto antes de voltar-se à casa, onde sua mãe o encara sorridente antes de se aproximar e abracá-lo.
     - Não disse que viria - Observa Martha Kent procurando alguma resposta escondida na face do filho.
     - Estive ocupado no Planeta Diário, achei que ainda poderia fazer uma visita surpresa.
     - Suponho que ande muito ocupado mesmo com suas matérias e namorada - Ela diz a palavra com ênfase antes de sorrir docilmente para o filho.
     - Lois é legal, mãe, mas não é isso que me ocupa. Tenho me envolvido demais em assuntos internacionais, principalmente em coisas que não queriam me ver envolvido, achei que se ficasse algum tempo fora de cena me deixariam em paz.
     - Não deve se deixar levar por essa gente, Clark. Se passar a se importar com metade das opiniões que as pessoas dizem a seu respeito, vai se esquecer de viver querendo agradar a todos - Martha abraça o filho -Nem Jesus conseguiu agradar todo mundo, então você, meu filho, não tem obrigação nenhuma com ninguém.
     - Talvez esse seja o problema, mãe. Falta de obrigação. Querendo ou não, tudo o que eu queria era poder ajudar as pessoas, mas quanto mais faço isso mais as pessoas parecem querer me distanciar.
     - Não se preocupe, Clark. Deixe essas preocupações para quando voltar à cidade grande. Enquanto estiver aqui, refresque a cabeça e relaxe. Esqueça de tudo e dê um tempo a si mesmo - Kent concorda com um meneio antes de olhar para o céu de forma pensativa - Hã, filho, poderia me soltar agora? Tenho de preparar o almoço - Clark volta a se concentrar na mãe e a livra de seus braços antes de tornar a observar o céu com um curiosidade peculiar. Durante o almoço, Martha para de comer para interrogar Clark sem hesitar.
     - Filho, que tanto o leva a ficar olhando para o céu?
     - Estou tentando ampliar meus sentidos para me concentrar em coisas além da Terra. Desde tudo que aconteceu, me pergunto se não há outros povos no universo como eu, ou até mais fortes, se em algum lugar poderia haver outras raças afim de destruir a Terra. Esse tipo de coisa me faz querer estar sempre atento - Revela Clark angustiado deixando sua comida de lado.
     - É por isso que não come desde que chegou?
     - É por isso que não como direito há meses, mamãe - Martha olha de um lado para o outro da casa sem ideia do que dizer quando lhe ocorre um pensamento.
     - Meu filho, sabe que não pode estar sempre disponível para salvar o dia. Se houver alguém no universo além do seu povo, que Deus o tenha, então não gastariam seu tempo vindo até o planeta onde você vive, principalmente se pensarmos que eles devem ter uma tecnologia absurda e estariam com suas antenas de extraterrestre para nos observar - Clark dá uma risada leve antes de pegar o prato de volta.
     - Você realmente é a pessoa mais incrível de todas, senhora Kent. Tenho sorte de ter nascido seu filho e de ter caído aqui no Kansas. Imagina se eu caísse em Londres.
     - Você poderia não ter a mim, mas com certeza Londres teria um motivo de orgulho tanto quanto eu ou outras pessoas que sabem quem você é de fato, não homens paranoicos que vemos por aí - Em outro lugar, mais precisamente em Londres, Diana Prince recolhe alguns objetos inestimáveis. Ela os limpa em um trabalho longo e cuidadoso e, ao terminar cada um, o coloca delicadamente sobre um apoio específico. Um homem charmoso de cabelos encaracolados como os de um anjo, jaqueta marrom e camisa amarelada, talvez por conta do tempo de uso, entra na sala chamando por ela.
     - Ainda está aqui? - Diana solta o espelho impaciente e se vira para o sujeito.
     - Sim Carter, estou, algum problema?
     - Não, nenhum, mas imaginei que estaria lá fora aproveitando esse belo dia ensolarado para passear com algum amigo.
     - Se eu tivesse algum - Observa Diana voltando a limpar o espelho.
     - Então é esse tanto que me considera?
     - Me dê uma razão para largar tudo isso aqui com os historiadores nacionais prestes a chegar em Londres, em cima da data e com risco de não termos ideia de quantos objetos inestimáveis foram recuperados.
     - Te dou três - Declarou Carter tirando o espelho de Diana - Vou fazer você pensar difetente a meu respeito, te ajudo depois com o que restou de trabalho e ainda faço companhia essa tarde - Diana sorri impressionada com a facilidade que Carter tinha para lidar com situações adversas e, embora fossem eventuais colegas de trabalho, Diana sabia que seu colega tinha uma admiração em particular com ela, mesmo que o máximo que ele pudesse retribuir fosse com uma admiração profissional. A verdade é que a senhorita Prince não conseguia cruzar esse caminho há quase um século. Não que ela não tivesse tido casos com os mais diversos homens, mas ela se negava a ter qualquer sentimento além do prazer temporário que lhe era proporcionado. Carter era diferente, ela sabia, mas ainda assim não parecia ser a pessoa certa, nem a hora certa. Diana havia feito um juramento a si mesma e não iria quebrá-lo de maneira alguma. Por mais vigilante que estivesse a todo momento, havia momentos em que ela simplesmente sentia um forte aperto no coração devido sua vida inerte quanto a todo o mais que acontecia no mundo. Sendo assim, porque não ceder ao menos uma vez a um capricho egoísta?
     Carter e Diana caminham pelas ruas conversando cheios de animação, principalmente Carter ao falar de sua nova descoberta que o obrigaria a viajar por algum tempo.
     - A viagem será longa? - Pergunta Diana preocupada.
     - Não muito, apenas por alguns meses. Espero que volte apenas quando tiver descoberto o que preciso descobrir, o que não significa que a organização ficará sem mim durante esse período.
     - Espero que se saia bem -Afirma Diana sorrindo amigavelmente.
     - É aqui - Avisou Carter olhando para a fachada da lanchonete, o que deixa Diana espantada - Ah, achou que fôssemos num restaurante cinco estrelas de quinhentos euros? Sem ofensa, mas só pra princesas.
     - Não ofendeu - Diana ficara sem palavras. Nenhum tentou tratá-la de uma maneira que não soasse ou ela ao menos não notasse ser completamente exagerada. Diferente do que ela imaginou, Carter era de uma simplicidade notável. Depois desse primeiro momento de calmaria, a jovem filha de Themyscira decidiu apostar mais em seu divertimento, se soltando com o desenrolar do encontro. Diana se aproxima da cadeira de uma mesa e, diferente do que poderia esperar, Carter não a interrompeu ou pediu para puxar a cadeira por ela. Pelo contrário, simplesmente puxou uma cadeira para si e abriu o cardápio.
     - Vai olhar o menu de uma lanchonete? - Pergunta Diana intrigada depois de sentar.
     - Sempre olhei na esperança de ter algo mais tipicamente cultural. Passarinho temperado ao ponto. Meu lanche favorito.
     - Nunca ouvi falar e olha que já comi de tudo desde que voltei da Alemanha - Carter dá uma risada cheia de diversão.
     - É um prato um pouco antigo e nada europeu. Receio que nunca encontrarei de novo.
     - Porque diz isso?
     - Não pretendo sair da Europa tão cedo e, as pessoas que preparavam não estão mais ao meu alcance.
     - Você é um arqueólogo famoso, Carter, dinheiro não te falta.
     - Não é isso Diana, acontece que eles estão mortos - Um silêncio constrangedor se instala.
     - De qualquer maneira - Observa Diana abrindo o próprio cardápio para disfarçar o constrangimento - Você não é tão velho assim.
     - Você também não, Diana, e mesmo assim fala como se fosse. Quantos anos tem?
     - Quantos pareço ter? - Um sorri para o outro como cúmplices quando uma mulher vestida de forma peculiar entra no lugar com pressa e olhar fixo em Diana. Trajando roupas que se assemelhavam a uma armadura, e seriam uma caso não estivessem tão gastas. Diana olha para a confusão que a mulher fazia na entrada quando decide se levantar e ver o que está acontecendo.
     - Espere Diana - Interpôs Carter, mas ela já estava em pé seguindo em direção à entrada da lanchonete.
     - O que estão fazendo? - Questionou Diana olhando para dois funcionários da lanchonete.
     - Não pode entrar no estabelecimento com armas - Respondeu o garçom demonstrando preocupação.
     - Diana - Chama a mulher se aproximando, o que deixa Diana tão surpresa quanto estava diante dos comportamentos de Carter.
     - Anéope? É você mesma?
     - Sim irmã - Diana empurra o garçom e abraça a irmã amazona segurando suas lágrimas com dificuldade.
     - O que faz aqui? - Pergunta Diana ao finalmente soltar a amazona e saírem da frente da lanchonete.
     - A rainha Hipólita deseja vê-la imediatamente - Diana olha para Anéope cheia de indignação.
     - Me ver? Depois de tanto tempo sem me ver é só isso que ela tem a dizer?
     - Honestamente princesa, ela disse que se não fosse realmente importante não iria chamá-la.
     - Ela poderia ao menos ter vindo pessoalmente - Diana pensa por alguns instantes antes de responder - Eu irei à Themyscira, deixe-me falar com meu amigo um instante - A amazona se afasta com uma expressão de incômodo devido a palavra amigo enquanto Diana se aproximava de Carter - Sinto muito, Carter, mas tenho de visitar algumas pessoas por uns dias. Desculpe por esse primeiro encontro frustrante e...se continuar desse jeito até meu retorno, poderíamos pensar em sair de novo. Se importaria em terminar meu trabalho no museu?
     - De forma alguma, Diana, seria um prazer para mim - Os dois sorriem um para o outro antes de Diana reencontrar Anéope do lado de fora da lanchonete.
     - Podemos ir agora - As duas caminham lado a lado se distanciando de Londres um pouco mais a cada passada. Em Metrópolis, Clark Kent faz o contrário. Após mais de uma semana fora da cidade, ele retorna à sua rotina descomprometido, mas também preocupado e pressionado. Ele vê que as pessoas estão cada vez mais duras com ele, não explicitamente com ele, mas com o Superman. Clark arruma seus óculos tentando conter suas emoções e segue para o Planeta Diário, cumprimentando vários colegas de trabalho que conhecia desde sua entrada no jornal. Ao chegar no andar da redação, Clark anda até os colegas de equipe, liderados por Lois Lane, sua amiga e namorada em segredo. De fato, Clark e Lois haviam tido o consenso de que precisavam manter essa relação em segredo, principalmente por conta da aproximação que ela tinha com o Superman, mas fora esse mero detalhe as coisas entre eles continuavam normais. Clark se aproxima da mesa de Perry White um pouco receoso e logo seu medo se confirma.
     - Kent? Finalmente voltou da licença não autorizada. Espero que começe a suar o dobro neste prédio para cobrir a falta que fez aqui. Tivemos excesso de furoa para cobrir e o último estagiário que contratei é um desastre, então mandei ele embora e trouxe um de recomendação particular - Perry aponta com a caneta para um jovem de cabelos negros e prancheta na mão que se aproxima ansioso dos colegas de trabalho - Esse é Kyle Rayner, nosso novo estagiário. Está fazendo design se bem me lembro, mas tem muito interesse por jornalismo. Quero que mostre o trabalho a ele, onde for ele deve ir também, e de preferência pronto para o serviço.
     - Porque eu Perry? E a Lois? Não vejo ela lidar com estagiários desde que era estagiária - Um funcionário que escuta a conversa se aproxima dos dois para entregar uma lista a White antes de voltar ao serviço e comenta:
     - Você não estava aqui nessa época.
     - Boa Lambert - Declara Perry organizando sua mesa - Fora que podemos considerar parte da sua punição. Mudando de assunto, quero você em Gotham cobrindo a nova sede do apoio comunitário das Corporações Wayne e Luthor.
     - Mas eu acabei de voltar - Protestou Clark indignado olhando de um colega para o outro como quem pede ajuda.
     - Não estaria voltando se não tivesse ido, então mãos na massa - Assim, um Clark indignado deixa a sala do chefe e segue para sua própria mesa acompanhado por Kyle Rayner.
     - Já fez estágio antes?
     - Primeiro.
     - Certo, então vamos começar rápido porque são três dias até a inauguração.
     - Dois, senhor Kent.
     - Dois, que seja. E pode me chamar de Clark se preferir.


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Notas finais do capítulo

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