Hunting Game escrita por Beauty Queen


Capítulo 1
For Her


Notas iniciais do capítulo

OI GENTE
Ah, quem já esperava fanfic de aniversário do Percy levanta a hand. Tem que ter né não?
AH FELIZ DIA DO SEMIDEUS PARA TODOS NOIS ♥ ♥ ♥
Eu gostei de mais de escrever e já terminei ela antes das ferias terminarem pra não ter problems rsrs Então eu espero que vocês também gostem e se divirtaaaam ♥
Boa leitura!



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— Você só pode estar de brincadeira comigo.

Eu encarei uma Annabeth brava, os pés batendo impaciente no chão e os braços cruzados. Ela tinha a postura firma na frente da TV e eu nem conseguia dar pausa no episodio.

Aqui vai uma coisa que você devia saber sobre o inicio de um relacionamento: Você faz de tudo e mais um pouco. Você vai á exibições chatas de esculturas, você visita cidades antigas porque a arquitetura é bonita e você assiste filmes e documentários no Discovery History para ela não ver sozinha.

Depois de um tempo juntos, eu e Annabeth começamos a equilibrar as coisas. Eu criei coragem para lhe dizer que não aguentava mais ver aquelas coisas chatas e nós começamos a intercalar e dividir as coisas que fazíamos para que os dois pudessem se divertir.

E ai a gente chega ao estagio em que estamos agora: Morando juntos. Noivos. E qualquer coisinha vira um desastre.

Levando em conta que moramos juntos á quase quatro anos e já passamos por poucas e boas juntos, você não imaginaria que eu e minha doce, bonita e compreensiva namorada iriamos brigar por coisas tão pequenas.

Errado.

Repetindo mais uma vez: Eu faço de tudo pela Annabeth. Eu segurei o céu por ela, eu bebi veneno por ela e cai no tártaro por ela. Eu me esforcei para não fazer nenhuma besteira e ela terminar comigo porque eu já não conseguia imaginar uma vida sem Annabeth Chase.

Olhando por esse lado e analisando a situação em que eu me encontrava, eu acho que criei um monstrinho.

— A situação está tão ruim assim, Percy? — Você deve se perguntar.

Bem, Annabeth ainda não tinha saído da frente da TV e eu estava quase para me levantar e tira-la de lá eu mesmo.

— Volte pra cama, querida – Eu falei para Annabeth – Faltam só esse episódio dessa temporada. E a outra sai em... – Eu conferi o relógio – 35 minutos.  

— Eu não estou falando sobre você estar acordado, Percy, ou sobre você estar vendo tudo de novo, ou sobre você estar esperando pra ver assim que sair.

— Eu já lhe disse que podemos discutir sobre isso amanhã, quando eu estiver acordadinho, ou você vai me ganhar no cansaço muito rápido.

Era 18 de agosto e o relógio marcava 3:25.a.m

E sim, eu e Annabeth estávamos brigando.

O motivo? Era meu aniversario. E era aniversario dela também, tecnicamente. E digamos que nós tínhamos ideias diferentes sobre o que fazer para se divertir.

Veja só, é meu aniversario duas vezes certo? E geralmente Annabeth leva isso ao pé da letra e nunca deixa que comemoremos as coisas do jeito que devíamos comemorar: juntos. Só eu e ela, vendo um filme ou passeando na praça. Ela planejava festas surpresas e me fazia andar pelo país inteiro até acha-la. E o máximo que eu tinha conseguido era convencê-la á não fazer nada para que eu pudesse pedi-la em casamento no ano passado.

Esse ano ela resolveu esquecer que era meu aniversario duas vezes.

— Percy, você está desde as quatro da tarde vendo isso – Annabeth justificou – Já são quatro da manhã! Você nem parou para jantar. Você usa os quinze segundos de um episodio para o outro para ir ao banheiro.

— Annie, quanto antes eu acabar, melhor. Eu vou ser todinho seu.

— Depois de mais 13 horas? – Ela quase gritou comigo.

Quando minha mãe se mudou para uma casa maior e nos deixou o apartamento, nós achamos uma coisa que divertia á ambos: Series de TV.

E não essas series chatas que ela gostava de vê sobre a vida animal e o antigo Egito.

Eu to falando de Game of Thrones e Sherlock. De Hannibal e Scream (Essa ultima era bem ruim de ver com Annabeth, pois ela sempre descobria quem era o assassino antes de mim, o que fazia com que eu, automaticamente, perdesse uma aposta).

E ai quando percebemos já assistíamos mais de cinquenta series. E Annabeth arrumou outra coisa para organizar.

Ela controlava quantos episódios veríamos por dia e em quanto tempo acabaríamos aquela serie. Ela fez uma tabela.

Eu estava cagando para a tabela. Eu virava a noite vendo as coisas na sala enquanto ela dormia e depois ainda contava tudo que acontecia para ela ou escondia meu celular em algum lugar para filma-la vendo a morte de alguém.

— Olhe, é meu aniversario – Eu respondi – E tudo que eu estou pedindo é que você me deixe ver a serie no dia em que ela sair!

— É meu aniversario também!

— É meu aniversario duas vezes!

— Você não dorme no quarto comigo faz quase duas semanas!

Okay, aquilo era verdade. Mas eu ia para cama antes do amanhecer!

— Porque você está vendo essas series de super-heróis! – Ela continuou

— Você não quis ver comigo!
— Eu não suporto series de super-heróis!

— Se eu disser que senti sua falta você me deixa terminar esse episodio?

Ela me olhou incrédula e saiu da frente da TV, indo para o quarto e trancando a porta.

Eu suspirei alto e levantei do sofá.

— Você não pode me deixar para fora, Annabeth.

— Ai que você se engana! – Ela gritou – Está sentado naquele sofá a tanto tempo, custa nada ficar mais um noite.

— Me deixe entrar e eu compenso você por todos esses dias sem mim.

Ela ficou em silencio por um tempo e eu achei que ela fosse abrir a porta.

— Eu posso me virar sozinha.

oOo

— Não, ele dormiu no sofá – Eu escutei a voz de Annabeth em algum lugar ao meu redor e comecei a abrir os olhos – Ele quer ficar em casa e assistir uma serie que vai sair hoje. Eu disse para ele! É tão injusto.

— Se fosse uma serie que você gostasse não seria injusto – Eu cocei os olhos e me sentei no sofá, procurando pelo controle.

Sim, sim, eu cheguei a um ponto das minhas férias que eu já acordava atrás do controle.

Franzi os cenhos. Eu tenho certeza que tinha...

— Cadê o controle, Annabeth?

— Eu vou desligar, Sally – Ela fingiu que não me ouviu – Pode deixar. Beijos.

Embora eu estivesse feliz que ela e minha mãe tivessem se entendido, eu estava odiando que Sally estivesse do lado dela.

Ela desligou o telefone e se virou para mim.

— Hn?

— O controle – Eu respondi, ainda sentado no sofá – O que você fez com ele?

— Dei um sumiço – Ela respondeu e voltou a tomar o que eu deduzir ser café.

— Você sabe que eu posso levantar e mudar manualmente não sabe? – Eu me levantei e caminhei até a TV.

Não ligou.

Eu apartei de novo.

Nada.

Afastei o móvel e olhei lá atrás.

— Você tirou os cabos da TV?!

— Sim.

— Eu posso ver no meu celular – Procurei o celular pelo sofá e nada, pensei se tinha deixado no quarto, mas então lembrei que, ah! Isso mesmo, eu não dormi lá.

Suspirei.

— Você pegou meu celular – Eu a encarei por um tempo e ela sorriu divertida.

— Sim.

Ela começou a lavar a xicara e eu suspirei derrotado.

Você deve está pensando: Ei, porque você não vai procurar?
Meu amigo, se você conhecesse minha noiva, você não teria um fio de esperança de achar as coisas que ela esconde.

A não ser que eu fizesse ela falar pra mim.

Caminhei até ela e a abracei pelas costas.

— Diz pra mim onde você enfiou minhas coisas, por favor – Eu beijei seu pescoço e ela riu.

— Não, Percy – Ela se virou para mim e passou os braços pelo meu pescoço – Quando eu disse que posso me virar sozinha, eu estava falando serio.

Eu rolei os olhos e ela continuou:

— Mas eu vou dizer onde eu coloquei as coisas.

— Jura? – Eu a olhei desconfiado – E o que você quer que eu faça?

— Você vai resolver umas coisinhas pra mim – Ela respondeu como se fosse obvio.

— Não – Eu neguei varias vezes.

— Sim – Ela confirmou e me beijou.

— Annie – Eu me afastei dela e bati o pé no chão – Eu não vou achar.

— Vai sim, meu bem – Ela segurou meu rosto e me beijou de novo.

Ela tava tirando a minha concentração pra eu poder não contestar.

Desgraçada.

— Eu acredito em você – Ela respondeu e bateu no meu peito, se desviando dos meus braços.

— Pra onde você vai?!

— Vou esperar você com seu celular, seu controle e seus cabos no lugar que você precisa ir – Ela disse, mais uma vez, como se aquilo fosse obvio – Ah! E eu vou levar o carro. Você vai precisar andar!

— Espera! – Eu gritei – Mas onde eu preciso começar a...

Ela bateu a porta da casa.

— Procurar – Eu bufei forte e olhei ao redor da sala – Merda.

...

Eu já tinha revirado a casa inteira atrás de qualquer coisa que parecesse diferente. E nada. Eu perguntei para a vizinha se Annabeth tinha deixado alguma coisa com ela, mas ela disse que não via Annabeth desde a semana passada.

Ela pareceu nervosa, mas se eu entrasse na casa dela sem permissão, passaria meu aniversario na cadeia, e ai sim eu não veria minha serie.

Eu tentei usar o telefone de casa para ligar para algum de nossos amigos e ver se eles sabiam de algo, mas ela tinha sumido com o telefone também.

O único lugar em que eu não tinha mexido, eu morria de medo de mexer.

Eu encarei a caixa branca.

Não tinha tranca.

Não tinha combinações

Era só uma caixa.

— Qual o problema com a caixa, Percy?!

A caixa era de Annabeth. E ela não usava nada para tranca-la porque ela confiava em mim o suficiente para saber que eu não mexeria ali. Mas eu já tinha procurado em tudo, só podia ser ali...

Abri a caixa devagar com medo de ela ter colocado um dispositivo que explodiria a minha cara, mas não tinha nada.

A primeira coisa que eu vi foram vários papeis, mas não ousei mexer em nenhum deles.

Havia uma pasta com exames médicos. Suspirei pesadamente ao pega-la e coloquei de lado.

— Porque ela guarda isso? – Eu murmurei para mim mesmo.

Mas na verdade eu tinha uma foto na minha carteira. E eu desconfiava que ela sabia. Se sabia, não se importava.

No fundo da caixa, embaixo de um porta-retratos, estava um cartãozinho. Nem todas as pessoas na foto me eram conhecidas, mas o lugar sim. Eram os campos de morango do Acampamento. Eu reconheci Quiron e logo ao lado Annabeth. E do lado dela Luke. Eu observei a foto por bastante tempo. Já tinha tido uma visão de Luke e Annabeth mais novos, antes de chegar ao Acampamento e antes de Luke deixa-la de lado. Mas ver aquela foto, o sorrisinho que eu tanto amava, me fez pensar se Annabeth ainda pensava em Luke.

Eu espantei aquelas coisas da minha cabeça e peguei o cartãozinho. Fechei a caixa e fui para a cozinha.

Eu realmente espero que essa seja a primeira vez que você mexe na minha caixa, Perseu. O quão longe você não foi para ter essa TV de volta, não é mesmo? De qualquer maneira, você ainda ta longe de conseguir. Percy, não se atrase, só você pode salvar o Jake

Eu ri, aquele riso de nervoso de quem sabe que se a primeira está fácil desse jeito, eu não vou querer nem ver as outras.

...

Depois de estar devidamente vestido, eu sai do apartamento. Fiquei em duvida se Annabeth tinha levado as chaves ou se eu tinha as perdido no meio da minha própria bagunça.

Pensei se aquilo não era uma pegadinha e ela estava em outra floricultura que não fosse a que ficava na frente de casa.

Mas então pensei que Annabeth não faria um “Caça ao tesouro” com apenas uma parada.

Quando coloquei os pés na faixa, ela me enxergou.

— Percy!

Eu não pude deixar de sorri e apontei para ela não sair da calçada, o que só valeu para ela esperar eu sair da rua e correr para me abraçar.

— Ei, garotinha – Eu baguncei os cabelos dela e logo depois beijei sua testa – Tudo bem?

— Feliz aniversario – Ela disse ainda mais agitada do que o normal.

Marilia era a filha da dona da floricultura. Ela tinha seis anos e deuses, como amava a gente.

Tínhamos nos conhecido em um dia relativamente chuvoso. E bem, ela estava molhando as plantas para a mãe, na chuva. E... Ela tentou dar agua para os cactos e eu me desesperei ao ponto de fechar o transito de agua de todo o quarteirão. Annabeth riu tanto que eu achei que ela fosse fazer xixi, e Martha, a floreira, como agradecimento nos deu Jack, nosso cacto.

Sim, o do Titanic.

— Obrigado, Mari – Eu sorri.

— Annie deixou um presente pra você! E um cartão! E ela estava bonita demais hoje!

Eu ri.

— Eu acho que ela está bonita demais todos os dias, você não?

— Sim! Ela é bonita demais e mamãe disse que eu vou ser bonita demais que nem ela.

— Você já é bonita demais, Mari.

— Eu sei! Foi o que eu disse para ela!

Eu ri um pouquinho mais e a menina me puxou para dentro.

Ela correu para os fundos e Martha acenou de lá, me dando os parabéns. Quando eu estava agradecendo, Mari voltou.

Me entregou o pacotinho transparente e um envelope.

— Ela disse pra você chamar ele de Rose!

Eu ri e segurei o cacto com cuidado.

— Pode deixar, Mari – Eu beijei sua testa – Muito obrigada.

— Tchau, Percy – Ela me abraçou e logo depois correu para os fundos.

...

Eu já estava cansado. Não tinha tomado café e já era hora do almoço. As coisas estavam fáceis e eu estava começando a achar que Annabeth só queria me fazer perder tempo para eu não ver minha serie.

Eu tinha ganhado três presentes até agora, dois estavam comigo – Uma concha nova já que eu quebrei a minha outra no ano passado e um livro, que provavelmente Amélia que leria para mim – e eu tinha deixado Rose em casa com medo do presente de aniversario de Zeus ser aquela chuva bonita que ele me dava todos os anos.

Você deve estar se perguntando: Porque eu não só volto para casa e fico lá até Annabeth resolver aparecer?

Eu tenho que admitir: Eu estava gostando das perguntas. Eu e Annabeth, em poucos anos, tínhamos conseguido fazer grandes historias naquela cidade. E eu adorava o fato de que conseguia lembrar-me de todas, e que ela também se lembrava. Fazia parte de quem éramos e sempre iriamos ser, ao menos eu esperava.

O cartão que eu tinha encontrado na livraria dizia:

The Clash”

De primeira eu fiquei: O que?

Depois eu lembrei que The Clash é uma banda. Eu não tinha um celular para pesquisar sobre a banda e ver se tinha algum lugar que eles já tinham passado aqui na California ou conhecia eles para saber se um deles era um Semideus, mas eu conhecia um musica.

Mas não adianta eu saber a musica se não ajuda em nada. Eu cantei a musica toda, eu tentei canta-la rápido, devagar e tentei achar algo que me ajudasse.

Até que eu parei em um café ali próximo e pedi um lencinho e uma caneta. A atendente me olhou estranho e perguntou se eu iria consumir algo do local.

Eu disse que fui assaltado.

E que era meu aniversario.

E que eu era Percy Jackson, o salvador do Olimpo.

Ela me deu um café americano com açúcar extra e duas canetas.

Não sei se for porque ela acreditou em mim ou se foi porque ela pensou “O pobre coitado está delirando”

Eu tentei desenhar um mapa dos lugares que eu já tinha andando para ver se eles faziam alguma coisa, mas eles só pareciam aleatórios.

Já tinha passado mais do que da hora do almoço quando minha visão clareou.

The Clash era a banda que cantava a musica daquela serie com as criancinhas. E tinha um restaurante temático na rua atrás de nosso apartamento.

Eu agradeci a atendente pelo café e comecei a andar de volta para nosso bairro. Eu pensei em pegar um ônibus e dizer para o motorista que eu era Percy Jackson, o salvador do mundo, mas achei melhor não abusar da sorte duas vezes.

Quando cheguei lá e entrei, um rapaz me abordou.

— Você é Percy Jackson?! – Ele disse rápido.

Eu olhei para todos os lados, pensando se ele tinha falado isso para todas as pessoas que tinham entrado ali.

— Sou...?

Ele soltou o ar feliz e sorriu para mim.

— Finalmente, estávamos achando que você não viria – Ele me empurrou para uma mesa – Feliz aniversario.

— Obrigada, mas eu não vou ficar por muito tempo, eu só quero o bilhete.

— Oh, mas a Sra. Jackson reservou essa mesa para você, e como é seu aniversario você pode comer de graça.

— Minha mãe esteve aqui? – Perguntei confuso.

Ele franziu a testa e negou.

— Senhor, eu acho que ela é muito nova para ser sua mãe.

— Oh – Eu disse surpreso e então entendi – Você está falando de Annabeth.

— Isso – Ele confirmou – A moça loira.

Eu sorri e confirmei. Pensar em Annabeth como a Sra. Jackson ainda me era estranho, mas eu definitivamente podia me acostumar com aquilo.

— Eu vou querer esse almoço.

— Pode deixar! – Ele se virou feliz, mas então soltou uma exclamação e voltou – Aqui o bilhete. Ela disse que talvez você precise de um tempo.

Eu peguei o bilhete e li.

“Will”

— Okay – Eu li de trás pra frente, mas não fez sentido, então era Will mesmo.

Will Solance?

Eu fiquei um tempo pensando sobre aquilo e minha comida chegou.

— Você tem um celular para me emprestar?

O atendente negou e a expressão dele entristeceu.

— Eu sinto muito, senhor. Queria poder...

— Não, esta tudo bem – Eu sorri confortador para ele – Muito obrigada pelo atendimento incrível que você está me dando.

Ele sorriu animado novamente.

— Eu sou novo aqui e acabo sempre fazendo besteiras.

— Quando eu tinha sua idade e era novo nas coisas eu geralmente explodia elas. Sendo assim, acho que você está se saindo muito bem.

Ele riu e se retirou. Eu comi um pouco – Alias, estava delicioso – e então um cara passou e sentou na mesa ao meu lado.

— Ei – Eu chamei. Ele me olhou estranho – Será que você pode me emprestar seu celular?

Ele me olhou ainda mais estranho, como se eu tivesse perguntado se eu podia socar a mãe dele na cara.

— Não.

— Por favor – Eu repeti – Eu estou sem o meu e preciso fazer uma ligação, é muito importante.

A expressão foi de “você é louco, cara?” para “você é muito louco, cara”.

Ele me entregou o aparelho e eu digitei o numero rápido, mas o olhar continuava fixo em mim.

— Nico! – Eu disse quando do garoto respondeu.

— Hey, Percy. Parabéns, cara.

— Obrigada – Eu respondi – Então, Annabeth roubou o meu celular – O cara do meu lado arregalou os olhos, imaginando talvez porque eu sabia o nome do meu assaltante – E eu estou seguindo uns bilhetes que ela fez para mim. Nunca esteve tão difícil.

Nico riu do outro lado da linha.

— Você queria ver Defensores, não era?

— Eu queria muito – Suspirei – Ela obviamente queria fazer outra coisa. Mas esse não é o caso – Eu pedi para o rapaz esperar mais um pouco – O bilhete que eu peguei está escrito Will. Ele está por perto?

— Não – Nico disse e suspirei – Mas se ajuda, Will não falou com Annabeth por esses dias, ele nem sequer tem um telefone e ele teria mencionado para mim.

Eu contei para Nico á que ponto eu tinha chegado e pedi para ele me ajudar.

— Will é uma das crianças da serie, Percy.

— Cara, eu só lembro do menino dos dentinhos. Justin?

— Dustin. Tem outras quatro crianças, Percy.

Eu soltei uma exclamação longa e suspirei.

— Mas de qualquer maneira, o que eu faço com isso? Quem era ele? O chato?

— Will é o garoto que foi capturado

O telefone vibrou na minha mão, eu olhei o visor e suspirei.

— Nico, a namorado do cara tá ligando – O rapaz do meu lado engasgou no suco e estendeu a mão – Eu preciso ir.

— Até, Percy, boa sorte.

— Valeu – Eu desliguei e entreguei para o rapaz – Obrigada.

Ele balançou a cabeça e entendeu.

Terminei de comer meu almoço enquanto tentava lembrar da serie.

Will era o menininho que cantava a musica, okay. Aquilo fazia sentido. Mas depois que ele era capturado, ele só voltava no final e as outras formas dele de aparecer era pela...

Eu olhei para as luzes do local. Nada. Coloquei o papel contra a luz. Nada.

Então eu vi que a plaquinha da saída de emergência estava piscando.

— Ah não – Eu suspirei e virei novamente para o cara do meu lado – Ei, eu vou precisar de outra ligação.

Ele soltou os talheres e me olhou serio.

— Eu vou cobrar.

— Eu não tenho dinheiro – Eu respondi – Minha noiva pegou todas as minhas coisas.

— Você tem certeza que quer casar com essa mulher?

— A não ser que você saiba código Morse, eu vou precisar falar com um amigo – Eu respondi – E sim, tenho certeza que quero casar com ela.

A expressão agora era nova. Algo como: “Cara, você é louco para caralho”.

Eu digitei o numero.

— Alo? – Uma voz de mulher falou e não era Calipso.

— Opa, eu acho que liguei errado.

— Quem fala?

— Percy Jackson – Eu respondi – Eu queria falar com Leo Valdez.

— Oh, Leo está na oficina. É importante?

— É bastante importante.

— Só um momento.

Eu escutei ela gritar e então eu ouvi a voz de Leo.

— Ei, mamacita, não precisava de tudo isso.

— Tem um tal de Parsi no telefone – Eu franzi o nariz. 

— Percy? – Eu ouvi Leo chamar – Parabéns, mi amigo! Eu tenho um presente pra você! Quando vem aqui em Indiana pegar?

— Você deveria traze-lo para mim, Leo. Ah, quem era a mulher?

— É Josie, a dona do lugar. E não é assim que funcionam as coisas – Ele riu – Eu quero que você venha conhecer o lugar, as pessoas. Josie, Emmy, Georgie... E traga Annabeth. Eu sinto falta dela e gostaria de umas dicas com umas coisas. E eu sei que Josie e Emmy também adorariam ela. Ela é um pouquinho de tudo afinal de contas. E Calipso também me disse que gostaria de conhece-la.

Eu ri. Leo sempre se empolgava quando falava da casa nova. Sentíamos saudades dele, mas ele estava feliz e era isso que importava.

— Pode deixar – Eu respondi – Eu não iria a lugar nenhum sem ela mesmo.

— Mas então, em que posso ser útil?

— Como funciona código Morse?

— Então, na época...

Ele me deu um longo contexto histórico e depois me disse como funcionavam as batidas.

— Mas funciona com luz também, né?

— Sim

— E o que isso vai fazer?

— As combinações vão formar letras e consequentemente palavras.

— Se eu falar o que eu vejo, você traduz algo para mim?

— Claro!

— Espera – Eu disse e encarei a luz.

Quando a pausa passou, eu comecei a falar as coisas para Leo, embora...

— Percy, não tá fazendo sentido.

— Eu sei que não tá – Eu suspirei.

— Vamos de novo, eu estou chegado em algum lugar.

Depois de mais uma serie de pontos pontos riscos pon-risco, Leo suspirou.

— Eu continuo sem entender – Ele disse – Mas eu vou chutar que é “A primeira vez”

— A primeira vez?!

— É – Leo disse – Quer dizer, ficou “S promeira fez” então...

— Okay, Leo. Obrigada, cara.

— De nada, muchacho – Ele disse – Boa sorte com seja lá o que você está fazendo.

Eu ri e agradeci mais uma vez.

Eu olhei o horário no celular do rapaz antes de devolve-lo. Seis da tarde. Eu estava á quase oito horas fora de casa.

Agradeci o rapaz e voltei a pensar. Peguei o papel que usei para desenhar o mapa e vi se contando com o restaurante formava algo. Alias, primeira vez o que?

Nossa primeira vez? Eu devia voltar para casa?

Eu passei quase meia hora pensando e fiquei com medo de ir para casa e ser em vão. Eu teria que da a volta no quarteirão ou pular alguns telhados.

O rapaz ao meu lado levantou e eu o chamei:

—Ei, será que eu... – Eu chamei o rapaz e ele só suspirou, rolou os olhos e me deu o celular.

— Seja rápido.

Eu agradeci com o olhar e digitei o numero de Annabeth.

— Alo?
— Onde você está?!

— Não interessa.

— Annie! Eu não sei o que fazer com isso! Eu fiquei meia hora pensando no Will e mais uma hora e meia para descobrir o código Morse com Leo! Eu estou usando o numero de um desconhecido! Ele vai mandar o boleto da conta no final do mês e você vai dar o jeito de pagar!

O moço riu e ela suspirou.

— O que você quer saber?

— Devo ir para casa? Quer dizer, essa primeira vez aqui... é aquela primeira vez?
— Não.

— Então o que é? Nosso primeiro encontro? Nosso primeiro aniversario? Porque se for nosso primeiro aniversario, nem a pau que eu vou para Paris, Annabeth.

— Eu vou lhe dar uma dica – Ela respondeu – Uma pergunta na verdade.

— Não faça outra charada, Annabeth.

— A primeira vez que você me viu sem roupa – Eu senti minhas bochechas corarem. Eu nunca vou me acostumar com a imagem de Annabeth sem roupa – Foi mesmo na nossa primeira vez?

Eu suspirei e rolei os olhos.

— Desgraçada.

— Eu sabia.

— Eu sei que você sabia – Eu rolei os olhos novamente – Até.

— Amo você – Ela cantarolou.

— Eu sei – Eu desliguei e entreguei o celular para o moço e sorri – Muito obrigada mesmo.

— De nada – Ele disse – Parabéns e boa sorte.

Ele bateu em meu ombro e saiu do lugar. Eu me despedi do atendente e sai logo atrás dele.

Suspirei o ar frio daquela noite que já caia e desejei ter trago um casaco. Olhei para o fim da rua e dei mais um suspiro.

— Pelo menos não vou ter que pular nenhum telhado.

...

Quando eu entrei na loja, duas atendentes diferentes vieram até mim.

— Como posso ajuda-lo?

— Deseja alguma coisa?

— Hã... eu só... – Meu Deus, porque duas delas?

— Garotas, eu tenho certeza que se Perseu tivesse vindo para comprar roupas, ele precisaria apenas da ajuda de uma de vocês.

Eu sorri para Barbara e acenei.

Barbara era a gerente da loja. Era uma loja meio chique de roupas e joias que eu e Annabeth íamos apenas quando tinha algo muito importante. A primeira vez, foi para uma pequena cerimonia que Paul organizou para a minha mãe, e Annie ajudou. Ela escolheu um vestido verde que mesmo antes de ela vestir, eu sabia que ficaria maravilhoso, e eu, bem, eu acidentalmente vi ela por uma brecha na cortina do provador.

Eu tinha certeza que ela sabia que eu a tinha visto, levando em conta que eu não consegui olha-la por um tempo e também porque ela saiu do provador extremamente corada.

Sinto muito, meu bem.

Barbara sorriu de volta e caminhou até mim, me deu um abraço rápido.

— Parabéns, Percy – Ela disse quando me soltou – Annabeth deixou algo para você.

Ela me entregou o embrulho e nele tinha um bilhetinho.

— Obrigada, Barbara.

Ela sorriu e voltou para o caixa da loja.

Eu sabia que o pacote era uma roupa então fui ler o bilhete.

“TARDIS”

E eu já sabia para onde ir.

...

Eu sorri ao chegar a porta de casa. A porta já era azul, mas Annabeth fez com que ela virasse uma referencia á serie favorita dela.

Eu entrei e as luzes estavam desligadas, e tinham sido substituídas pelas luzes que colocávamos no natal. O sofá estava encostado na parede e o chão estava forrado com colchões e lençóis e vários travesseiros. Minha TV estava completinha e o menu da Netflix estava estampado com o presente de aniversario que a Marvel me deu (mesmo que não tenha sido intencional).

Annabeth estava na cozinha. Não tinha me ouvido chegar, então continuava fazendo alguma coisa no fogão. Tinha os cabelos presos em um coque, e usava um dos vestidos simples que ela tinha passado a usar mais depois que nos mudamos. O radio tocava uma musica qualquer e ela cantarolava enquanto se mexia no ritmo.

Eu a abracei pelas costas e ela se assustou, soltando uma risada logo depois. Aquela risada que eu adorava.

— Oi – Ela deixou que eu continuasse lhe abraçando e beijando seus cabelos e pescoço e ombros e qualquer parte que eu conseguisse beijar.

— Oi.

— Eu achei que você fosse demorar um pouquinho mais – Ela murmurou e voltou a corta alguns legumes.

— Eu peguei o jeito depois do Morse.

Ela riu.

— O Morse foi o penúltimo, Percy.

— É, mas nem teve tantos lugares – Eu olhei para janela, onde Rose e Jack estavam – Obrigada pela concha e pelo livro. Ah, e pelo almoço e pela roupa nova.

— De nada – Ela sorriu – O livro foi Amélia que escolheu.

— Eu imaginei – Disse sorrindo, morrendo de saudades da minha pequena.

— Porque você não vai tomar um banho, hum? – Ela se virou para mim e beijou meu queixo, se esticando mais para beijar meus lábios – Veste a roupa nova e bonita que eu comprei pra você. Ai a gente janta, depois a gente tira a roupa e...

Eu ri.

— Eu quero ver minha serie ainda hoje.

— Ei, eu ia dizer que a gente tira aquelas roupas, veste outras e deita ali pra ver essa sua serie chata – Ela murmurou – Que coisa.

Eu dei mais uma risada e a abracei. Ela me envolveu com os braços pequenos e enterrou a cabeça em meu peito.

— Você vai lá no banheiro comigo, depois?

Eu escutei ela ri e logo depois me olhou.

— Assim que eu acabar esse molho – Ela respondeu e sorriu.

O sorriso tímido mais safado que alguém poderia ter.

Só minha Annabeth tem. Ela é única em muitas coisas.

...

Durante o jantar, Annabeth me disse que depois que deixou o bilhete na caixa, ela foi em todos os lugares que eu tinha ido, montando o plano na hora.

— Como você fez o Morse?

— Não foi difícil – Ela deu de ombros, limpando o canto dos lábios com o guardanapo – Eu sou boa em muitas coisas, como você já deve saber.

Eu rolei os olhos, mas sorrir.

— Você não vai perguntar sobre a foto? – Ela me encarou, os olhos duvidosos.

Eu neguei.

— Não preciso que você me explique nada, Annie – Eu respondi e segurei sua mão por cima da mesa – Luke foi importante pra você, importante para o que você é, e eu amo quem você é. Nunca faria você se sentir mal por isso.

Ela sorriu.

— Desculpe por não ter pensado assim sobre a Flor – Ela suspirou e abaixou os olhos.

Eu olhei para o vaso na janela, perto dos nossos cactos. Havia fita adesiva nele todo e a flor tinha perdido algumas das pétalas, mas ainda estava viva.

Eu voltei a olhar para Annabeth. Quando ela descobriu que Calipso tinha me presenteado com a flor, ficou tão brava. Nós brigamos. Mas isso é historia para outro dia.

— Eu já perdoei você por isso – Eu murmurei – Não precisa trazer a tona, okay?

Ela confirmou e me olhou, lançando um sorriso de lado, que eu retribuiu, beijando sua mão.

— Estava muito gostoso, querida – Eu respondi enquanto tirava as louças da mesa e as colocava na pia – Adoro esse molho. A gente devia come-lo todos os dias.

— É caro, você sabe - Annabeth sorriu – Mas é bom mesmo.

Ela usava um vestido azul novo – e como estava bonita –, nada muito exagerado no rosto, apenas um batom rosado e algo que deixava seus olhos ainda mais bonitos. Além do colar que eu lhe dera e ela nunca tirava, e da aliança no anelar esquerdo, ela usava brincos que o pai tinha lhe dado e só.

Ela colocou a aliança no suporte, já que já tínhamos tido problemas com ela caindo no ralo – E Annabeth chorou e se culpou por uma semana – e começou a lavar as louças e eu sai de meus pensamentos.

— Deixa que eu...

— Não – Ela negou – É seu aniversario. Vai logo trocar essa roupa.

— Okay – Eu respondi e beijei sua bochecha – Mas amanhã você vai me deixar fazer tudo, okay? Você já fez muito por hoje.

Ela riu e me encarou.

— Você vai ter que enxugar o banheiro mesmo.

Eu ri e fui trocar de roupa.

Já era meio tarde quando fomos jantar, já que o banho tinha demorado um pouquinho mais do que o normal.

Eu me deitei em todos aqueles travesseiros e me perguntei de onde Annabeth tinha conseguido tantos. Eu me sentei logo depois que ela se sentou ao meu lado.

Vestia um moletom que ela mesma tinha me dado. Ele era GG, então eu quase nunca o usava fora de casa.

Eu sabia que ela tinha comprado grande daquele jeito para que ela pudesse usa-lo, mas eu não me importava. Ficava muito melhor nela mesmo.

Vestia meias felpudas e os cabelos estavam presos em uma trança, vários fios soltos. A boca ainda mais avermelhada pelo batom que ela sempre tinha dificuldade para tirar.

Ela não podia estar mais bonita.

Tirei a caixinha de trás da mesinha e a entreguei.

— Oh, Percy – Ela segurou com cuidado – Você sabe que não precisava.

— Precisava sim – Eu sussurrei – As vezes eu acho que não tem presente que possa expressar o quanto eu amo você, por isso eu me esqueço de lhe comprar algo, mas eu espero que você goste.

Ela fungou e limpou uma lagrima.

— Muito obrigada – Ela se esticou e me beijou – Eu adorei.

— Você ainda nem abriu – Eu ri e segurei seu rosto perto do meu.

— Mas eu já sei que vou adorar – Lhe beijei mais uma vez e deixei que ela se afastasse.

Ela abriu a caixinha e seus olhos ficaram úmidos.

— É tão lindo, Percy – Ela tirou o colar da caixa e o analisou.

— Fui eu que fiz.

Ela me olhou surpresa e eu sorri.

— Lembra do tempo que eu passei visitando meu pai? – Ela confirmou – Eu achei a pedra. Ela brilhava tanto, e eu achei que fosse pela luz ou algo do tipo, mas mesmo quando eu peguei, ela ainda brilhava. Eu pedi para Tyson me ensinar a forjar um colar para você. Ele tem as mãos brutas demais para algo tão delicado, mas mesmo assim me ensinou. Apolo uma vez me disse que minhas mãos eram boas para musica, mas eu acho que são boas para colares também.

— Para outras coisas também, hum? – Ela me olhou maliciosa.

Eu ri e ela me acompanhou.

— É, para isso também.

— Ficou maravilhoso, amor – Ela me beijou varias e varias vezes – Eu amei.

— Que bom – Eu acariciei seu rosto e encarei por um tempo – Não tão maravilhoso quanto você.

Ela corou e se sentou entre minhas pernas, me entregando o colar e afastando os cabelos para apenas um lado.

Eu coloquei o colar nela e beijei seu ombro exposto, ela suspirou e encostou-se em mim, puxando meus braços para que eu pudesse embala-la.

— A gente já pode ver sua serie? – Ela murmurou.

Eu apenas a acomodei melhor e dei play.

Ela observou quietinha, mesmo sem entender nada, e sempre que abria a boca para perguntar algo, se continha, não querendo me atrapalhar.

Eu notei que não prestava atenção no episodio quando ela bocejou e se acomodou melhor em mim. Eu segurei seu queixo e a fiz me encarar.

— Obrigada.

— Pelo o que? Fazer você andar pela cidade?
— Não – Eu ri – Por tudo. Eu sei porque você fez tudo isso. Eu entendo o quanto é importante para você isso que a gente tem. E eu nunca estragaria isso, Annie. Eu amo que tenhamos tanta historia nessa cidade e nunca faz mal lembrar delas. Parece que a cada dia que passa, a cada lugar que a gente vai, a cada serie que a gente maratona, você se torna ainda mais especial pra mim. E eu tenho cada dia mais certeza de que foi a coisa certa ter pedido você em casamento, porque eu não consigo mais imaginar um dia sem isso aqui.

Annabeth sorriu e deixou que as lagrimas caíssem.

— Eu amo você – Ela sussurrou e passou o nariz em minha bochecha – Eu também não me arrependo de ter dito sim. Eu adoro cada coisinha em você, adoro cada momento que a gente vive, você não tem ideia.

Eu a abracei e beijei seus cabelos.

— Tenho sim – Confirmei – Eu sinto o mesmo.

Ficamos um tempo em silencio, só aproveitando o calor do corpo um do outro, até que ela murmurou:

— Eu quero ver as outras series.

Eu ri.

— Hn, então Annabeth Chase não odeia mais series de super heróis?

— Não foi o que eu disse – Ela me olhou – Eu vejo e você vê Doctor Who.

— Eu já vi Doctor Who, amor.

— A clássica – Ela explicou.

— Aaaaaah não, Annie – Eu grunhi – É tãããão longa.

— Vê só até eu acabar essas outras, pelo menos – Ela pediu – Assim você entende melhor o episodio de natal. Por favor, Percy. Por mim.

Eu suspirei e a encarei.

— Okay – Eu cedi, fazendo-a sorrir como uma criança – Depois que acabarmos, vemos essa juntos.

— Certo – Ela concordou varias vezes com a cabeça, sorrindo.

Eu beijei seus cabelos mais uma vez e a acomodei melhor em meus braços.

Nos continuaríamos fazendo isso por um bom tempo, afinal de contas, ela ainda era a futura Sra. Jackson. E eu pretendia que continuasse assim até que a morte nos separasse. Não importava o quanto eu gostasse de ver aquelas series, eu sempre pensaria no melhor jeito de passar mais tempo e poder dividir mais lembranças com minha menina. E ela fazia o mesmo por mim.

Mesmo que isso significasse ver uma serie de 26 temporadas.

Por Annabeth, valia a pena cada segundo.


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Notas finais do capítulo

Se eu pudesse eu nem teria ido pra aula só pra ver Defenders, af. To indo ver só agora e do meu quarto eu não saio do meu quarto ninguém me tira!
Quando eu descobri que ia lançar no dia do aniversário do Percy e eu já sabia que ele curtia Marvel eu já tive a ideia e escrevi bem rapidinho e adorei e espero que vocês tenham gostado também, visse.
Beijão gente, amo vocês e até a next! ♥
Maah.