Bem mais que momentos escrita por jefyp


Capítulo 1
Rotina


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!
jp.



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Capítulo 1 

... 

Nada mal o despertador está tocando, bom isso não é novidade, se não fosse por ele garanto que sempre chegaria atrasada, sério uma das coisas que mais gosto e que menos tempo me sobra é dormir. Bom se fosse por mim poderia hibernar por anos, más não é como queremos não é. 

São sete horas da manhã, como era de se esperar tenho meia hora pra me arrumar e sair, sem enrolação jogo meu edredom e corro tomar um banho rápido. Termino de me arrumar e quando saio do quarto, sinto um cheiro muito bom. 

Vivo com meu pai em um apartamento não muito grande, mas bem confortável, adoro esse cheiro de lavanda quando chego aqui, me lembra minha mãe. 

—Que fome! Esse cheiro está muito bom o que está inventando? 

Vejo meu pai concentrado na cozinha, ele já está pronto para o trabalho, camisa social e calça escura. 

—Café! — Me olhando de lado responde. 

— Pelo cheiro está ótimo! 

Meu pai é um homem incrível, olhos claros, tem um metro e setenta e três, cabelo castanho meio grisalhos. Eu me pareço pouco com ele fisicamente, nem os olhos dele eu puxei. Ele trabalha como gerente em um banco desde que me conheço por gente, e gosta do que faz, acho que ainda está na flor da idade e devia cuidar mais da saúde. 

Mas olha quem fala a pessoa mais sedentária que eu conheço, não que eu esteja acima do peso e eu não estou. É que meu emprego não me deixa livre por muito tempo e quando isso me ocorre simplesmente quero advinha...dormir. 

Me apoio na bancada, como algumas bolachas e acabo conversando rapidamente com meu pai. Quando olho no relógio fico uma pilha, estou quase atrasada: 

—Acho que vou me atrasar! — Falei desanimada, já estava levantando para pegar minhas coisas.

—Vai querer carona? Só começo daqui meia hora — Sorri pra ele — Vamos então! 

Pego minhas coisas e vamos para o estacionamento. 

—Você devia pensar em comprar um carro! — Ele me olha de relance ainda ao lado do carro. 

—Eu sei, andei dando uma olhada! — Falo, ele me olha e sorri de lado — Que foi é sério! 

— Não falei nada! — Diz sorrindo agora de maneira debochada, entramos no carro e ele continua. 

— E qual é o problema? — Ele fala. 

—Não sei se é uma boa ideia! 

—Nem vem com essa bela, você sabe que precisa de um carro não posso ficar te levando onde você quer sempre, assim como um uber, pare de ser teimosa — Ele fala me olhando de lado, dando a ré. 

—Uma coisa que puxei do senhor Marcos Colin é a teimosia! — Começo a rir e ele se junta a mim, assim vamos conversando pelo caminho.

—E como vai o trabalho? — Ele pergunta. 

—O de sempre! — digo olhando pela janela —Três acidentes de trânsito, um atropelamento, uma tentativa de suicídio, convulsões, dores de barriga, alguns loucos e assim por diante. 

—Intenso! — chegamos no hospital — Tenha um bom dia e pense no que falei, com relação ao carro.

—Ok! agora posso ir? — digo abrindo a porta do versa cinza, dou um beijo nele e saio rapidamente. 

O meu plantão logo vai começar penso vestindo meu jaleco, e vendo meu pai se arrancar. 

Eu adoro essa minha rotina louca, estou há 4 anos e meio trabalhando no hospital regional, depois da minha residência acabei ficando. Não me arrependo de ter escolhido a área da saúde, você acaba vendo muita coisa mais ajuda quem precisa e isso pra mim já conta em muito. 

—Bom dia Marta! — Acabo vendo uma das minhas colegas de cirurgia na entrada. 

—Bom dia, vamos animar hoje é sexta-feira! — Ela diz sorrindo e prendendo o cabelo escuro não muito comprido. Continuamos caminhando até o local onde batemos o ponto. 

—Claro! Como se amanhã não trabalhasse — Digo rindo também. 

—Nem me fale, pedi uma folga vou sair visitar a família. 

—Por isso da empolgação? — Ela sorri e balança a cabeça negando — Então me conta? 

—Eu também tenho academia hoje! — Marta deve ter uns vinte e três anos, baixinha e muito animada sempre.

—Esse ânimo todo por causa de exercício físico? — Olho pra ela fazendo careta e ela diz:

—É porque você não conhece o instrutor! Pensa num gato, sarado, alto, educado, moreno. Ai meu deus só de pensar o que ele pode fazer na cama... me dá muito calor. Em fim um pedaço de mal caminho. 

—Fiquei curiosa, você não é casada? — Falo dando risada, e negando com a cabeça.

—E sou! “Más” não quer dizer que eu sou cega! E ainda acho que ele é gay!

Vou até o balcão e peço a Laís a relação dos pacientes de hoje. 

—Bom dia Isabela — Ela responde me entrega os relatórios e volta a se concentrar no computador. 

Começo a olhar os relatórios e me lembro da Ana, uma adolescente que tinha sido atropelada três dias antes. 

—Teve notícias da Ana? — Pergunto para Laís agora olhando para os relatórios. 

—Irritada como sempre! — Diz revirando os olhos. 

Laís tem uns 30 anos ruiva usa óculos e sempre a vejo de cabelos amarrados, gosto dela a considero como uma bela mulher. 

—Vou começar meu dia com ela então! — Falo a olhando. 

—Ela é uma boa menina, más mesmo assim boa sorte. — ela diz sorrindo. 

Sigo pelos corredores e entro no quarto 302, aonde a Ana está, o quarto é compartilhado e possui quatro leitos. Um leito se encontrava vazio, uma paciente se encontrava dormindo e a outra no momento não estava, tinha acabado de sair fazer um exame: 

— Oi bom dia mocinha! 

—Qual é! não sou mais criança — Ela diz irritada.

—Vejo que já está bem então! — Falo de maneira irônica e ela revira os olhos.

Ana tem dezesseis anos é morena cabelo curto. Acho ela é um pouco inconsequente, tanto que acabou sendo um dos fatos para que ela tenha sido atropelada. 

—Agora falando sério, Marta me contou o que você fez com Rafael. — Ela fica quieta, quando acho que não vai responder ela fala:

—Eu acho que exagerei né? —Fala com cara de cachorro sem dono, virando o rosto em outra direção.

—Acha? ou tem certeza? — Fico observando ela más, não me responde — Más não vim aqui pra isso, vim ver se já posso lhe dar alta! 

—Estou sabendo! — Ela fala desanimada, em seguida olha para uma mulher que acaba de entrar no quarto, a mulher a olha brava, seu celular toca assim atende o telefone ao lado da janela, sem ao menos falar uma palavra com a menina.

Enquanto examino Ana a mulher fala ao telefone, diz que a filha é louca a xingando bastante e diz também que a menina é doente, isso acaba me incomodando. 

—Ela nem percebe que estou escutando! — Ela fala ainda olhando para a mulher.

—Tenha paciência! — Digo sem saber como consolar. ­­­ 

—Não é tão fácil! — Fala meio triste. 

Acabo dando alta pra ela com o pé ainda engessado. 

—Você teve sorte! promete que vai se cuidar? e que vai pedir desculpa pro Rafael? 

—Vou tentar! — Diz com um sorriso amarelo de vergonha. 

—Espere! — Procuro um papel e anoto meu número depois entrego pra ela — Se algum dia precisar de mim, nem que seja pra conversar me ligue! 

—Obrigado vou lembrar! — E acabamos sorrindo em silêncio. 

O restante do dia não foi tão calmo. 

 


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