Lost escrita por Li


Capítulo 31
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

Olá :) Eu sei que tenho andado muito desaparecida, mas estes últimos tempos foram uma loucura. Foi-me impossível postar. Desculpem-me. Eu tentarei postar direito a partir de agora, até porque Lost já está na reta final. Desculpem-me mais uma vez :)
Aqui vai o capítulo :) Boa leitura :)



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Edward Summers era o medibruxo responsável por Scorpius.

Edward era dois anos mais velho que eu. Ele tinha andando na turma do Sirius e tinha pertencido aos Ravenclaw, a mesma casa que eu.

Os seus cabelos negros encaracolados combinados com olhos quase amarelos, o seu rosto quadrado combinado com a leve barba que ele deixava crescer levavam a que muitas raparigas em Hogwarts suspirassem por ele. E, tal como o meu primo antes de se envolver com a Dominique, também Edward não recusava uma bela rapariga.

Houve um tempo até, antes de eu começar a namorar com o Scorpius, que Edward chegou a convidar-me para ir com ele a Hogsmeade. Lembro-me que nessa altura estive muito perto de aceitar o seu convite. Scorpius tinha começado a demonstrar o seu interesse por Kara Roberts e aquilo estava a incomodar-me de uma maneira que eu não queria. Mas Albus tinha-me pedido que fosse com ele a Hogsmeade. Ele e Alice tinham discutido e Albus não queria ir sozinho.

—Astoria, Rose. Obrigado por virem. – disse Edward, cumprimentando-nos. Os meus pais, Draco, Albus, Octavia e Sirius já se encontravam lá – Nós conseguimos remover a bala. Foi uma cirurgia um bocado complicada. Nós medibruxos, como vocês sabem, não estamos habituados a ter este tipo de situações. Mas, como sabem, o Scorpius perdeu muito sangue. Ele está em coma induzido. As próximas vinte e quatro horas serão decisivas.

Permaneci ao lado de Astoria sem lhe largar a mão. Não precisei de olhar para ela para saber como ela estava. Temerosa. Assustada. Mas, ao mesmo tempo, um fio de esperança voltou. Scorpius tinha sobrevivido à operação que, por si só, já era muito bom. E eu sabia que Scorpius não era de desistir fácil. Eu sabia que Scorpius continuaria a lutar pela sua vida. Assim como Astoria sabia.

—----//-----

Octavia cozinhava alguma coisa. Há horas que eu não comia e Octavia decidiu que estava na hora de isso parar.

Eu estava sentada no sofá, de pijama. A televisão à minha frente estava ligada mas eu não estava a prestar qualquer atenção ao que estava a dar. Tinha sido Albus a ligá-la. Acho que o grande silêncio que se fazia sentir naquela casa o tinha levado a isso.

Eu não queria sair de St. Mungus. Eu queria ficar ali, ao lado de Scorpius. Queria apoiá-lo neste momento, mesmo que ele não estivesse a ver. Como ele esteve todos estes anos a apoiar-me e proteger-me enquanto eu o odiava.

A minha mãe obrigou-me a vir a casa. Descansar, comer e no dia seguinte, já renovada, poderia voltar a St. Mungus. Eu nem tentei contestar. Eu estava sem forças para isso e a minha mãe era alguém que, quando metia alguma coisa na cabeça, era muito difícil contrariá-la.

—Rose, está pronto. – disse Octavia, colocando o prato sobre a mesa.

Não tentei contrariar. Por mais que a minha vontade fosse gritar e dizer que a última coisa que me apetecia fazer agora era comer, eu não o fiz. Permaneci calada e comecei a comer.

Parecia que a comida não entrava. O esforço que eu estava a fazer era enorme. Algo me dizia que aquilo não duraria muito tempo no meu estomago.

—Rose, tu precisas de comer. – disse Octavia percebendo a minha tentativa de pousar os talheres – Lembra-te que estás grávida.

Pois era. Agora praticamente todos sabiam que eu estava grávida. A minha mãe não se conseguiu conter depois do Edward falar connosco. Todos os que estavam presentes ficaram a saber da minha gravidez. E, sei também que alguns dos presentes se perguntavam quem era o pai.

Eu sabia perfeitamente que era o Nico. Afinal, a única coisa que tinha acontecido entre mim e o Scorpius eram beijos.

Eu sabia também que Albus era uma dessas pessoas. Por mais que ele quisesse disfarçar, ele não conseguia. Eu conseguia notar o quão ansioso ele estava por perguntar.

Octavia também o estava a impedir. De vez em quando, ela lançava-lhe uns olhares que o faziam recuar. Por mais que ele quisesse perguntar, por mais que ele estivesse a roer-se de curiosidade, ele não queria contrariar Octavia.

—Ai Al fala de uma vez. – falei, dizendo as primeiras palavras desde que tinha chegado a casa.

Vi Albus a encarar Octavia, como se tivesse a pedir autorização. Por mais que a última coisa que me apetecesse fazer era sorrir, não consegui evitar. Albus estava completamente apanhado.

—Rose, eu acho que devias ir dormir. – disse Octavia, intervindo – Eu sei como tu és e sei que amanhã queres estar cedo em St. Mungus.

—É verdade Octavia. – confirmei – Mas não é por mais cinco minutos que me vai acontecer alguma coisa. Por isso Albus, podes perguntar o que queres perguntar.

Albus sentou-se ao meu lado. No meio desta conversa toda, eu já tinha colocado o prato de lado sob o olhar reprovador de Octavia.

—Há quanto tempo sabes que estás grávida? – perguntou.

—Há pouco tempo. – respondi – Agora faz a verdadeira pergunta que queres fazer, Al. Eu não vou ficar chateada.

Albus olhou para mim, atrapalhado. Ele não estava à espera que eu fosse tão direta ao assunto. Ele não estava a perceber que eu realmente tinha percebido qual era a pergunta que ele queria fazer.

—O Scorpius é o pai? – perguntou, ganhando coragem.

—Não, Al. – respondi, clarificando-lhe a grande dúvida que ele tinha – O pai é o Nico. Tu sabes perfeitamente que eu estava a namorar com ele. E, por mais que os meus sentimentos estivessem confusos, eu não iria estar com o Scorpius enquanto estava com o Nico.

Lembrei-me dos beijos trocados com o Scorpius. Um tinha sido Scorpius a avançar primeiro. Mas, no segundo, tinha sido eu. E, tinha sido também naquele momento, que me tinha apercebido que eu não poderia continuar com o Nico. Não era justo com ele.

—Eu não estou chateada com a pergunta, Al. – comentei perante o silêncio formado – Certamente não vais ser a última pessoa a fazer-me essa pergunta. Afinal, eu e o Nico não estamos mais juntos. Agora vou dormir. Como disse a Octavia, preciso de descansar.

—----//-----

Não precisei que o sol me acordasse. A minha noite tinha sido quase passada em claro. Cada vez que fechava os olhos apenas via o Liam disparar sobre o Scorpius. Apenas via o sangue esvair-se do corpo de Scorpius.

Várias vezes, durante aquela noite, deixei as lágrimas fluírem. Várias vezes, durante aquela noite, permiti-me ser fraca. Permiti que todos os meus sentimentos, os meus medos, as minhas fraquezas viessem ao de cima.

A casa estava silenciosa. Albus e Octavia ainda deveriam de estar a dormir.

Tentei fazer o menor barulho possível. Eu não queria de todo acordá-los.

Por mais que a minha vontade fosse correr para o hospital, eu não o fiz. Havia algo que eu teria de fazer primeiro. Algo que eu tinha prometido ao Scorpius.

—----//-----

A mansão Malfoy mantinha-se a mesma. Os grandes portões negros mantinham a mansão impenetrável. O grande arvoredo permitia manter a mistério que se sobrepunha sobre a família Malfoy.

Não demoraram muito a abrir-me a porta. A pequena Isis deixou-me entrar e pediu para eu permanecer na sala enquanto ia chamar Astoria.

Eu já tinha estado algumas vezes na mansão Malfoy. Lembro-me de uma vez, no sétimo ano, quando o Scorpius me desafiou a ir até lá. Era uma surpresa, dizia ele. E dizia também que a única forma de eu saber era quebrar as regras e fugir de Hogwarts com ele.  Por mais que eu não gostasse de quebrar regras, eu não podia dizer que nunca as tinha quebrado. E, além do mais, eu queria saber que surpresa era essa.

Nessa noite, descobri que Scorpius tocava piano. Nessa noite, Scorpius cantou e tocou para mim a minha música muggle favorita, I will always love you da Whitney Houston.

—Bom dia, Rose. – cumprimentou-me Astoria, abraçando-me.

—Bom dia. O Draco também te obrigou a vir para casa? – perguntei, imaginando o esforço que Draco deve ter feito para conseguir arrancar a Astoria do hospital.

—Nós decidimos estar lá à vez. – respondeu Astoria – A Lyra não pode ficar sozinha. E estar sempre num hospital também não é boa ideia. Já basta as vezes que ela tem de ir lá.

—E como é que ela está? – perguntei.

—Bem, tendo em conta toda a situação. – respondeu Astoria, baixando o olhar – Ela quer ver o pai. Mas eu não sei até que ponto isso é uma boa ideia. Ela é demasiado pequena para ver o pai naquele estado.

—Lembra-te que as crianças são fortes, Astoria. – referi, lembrando-me de tudo o que Lyra já passou – Eu sei que ela já passou por muito, Astoria. Mas foi tudo isso que a levou a ser uma menina forte. Eu sei que ver o Scorpius naquele estado lhe vai custar muito. Mas eu também sei que ela o prefere ver assim a não vê-lo.

—Se calhar tens razão.

—Rose. – ouvi um pequeno grito e no minuto a seguir tinha uma menina de cabelos loiros nos meus braços – A avó não me deixa ver o pai.

—Lyra. – repreendeu Astoria.

—Vamos as duas convencer a avó a deixar-te vir comigo? – perguntei, lançando um sorriso, à pequena à minha frente.

Um sorriso surgiu no rosto de Lyra. Aquele sorriso inocente que me fazia lembrar Scorpius. Lyra tinha muito dele. E ainda bem.

—Vamos então vestir-te. – disse Astoria, pegando na neta e levando-a pelas escadas.

—----//-----

Quando cheguei a St. Mungus nem precisei de passar pela secretaria. Eu conhecia aquele hospital como a palma da minha mão.

—Lyra sabes que não podes fazer muito barulho, está bem? – perguntei à menina loira que não largava a minha mão – O papá está a dormir.

—Mas posso dar-lhe um beijinho? – perguntou Lyra.

—Claro. – respondi.

Bati à porta, antes de entrar. A porta à minha frente tinha uma pequena janela e consegui ver que Draco estava com Scorpius.

—Avô. – chamou Lyra, correndo para Draco – Não me leste a história, esta noite.

—Prometo que hoje lerei. – respondeu Draco, lançando um sorriso à neta.

O seu rosto estava completamente desgastado. No meio dos seus cabelos loiros já era possível ver cabelos brancos. As pequenas rugas formavam-se em partes do seu rosto. O facto de ser tão branco evidenciavam ainda mais as grandes olheiras que insistiam em permanecer no seu rosto.

Até aquele momento, eu só tinha pensado em Astoria. No quanto ela deveria estar a sofrer. Mas Draco não estava melhor. Ver ali o filho, deitado, estava a dar cabo dele.

—Avô podes ajudar-me? Quero dar um beijinho no papá. – pediu Lyra, pedindo colo ao avô.

Draco ajudou-a. Lyra beijou o rosto de Scorpius e sussurrou algo ao seu ouvido.

—Que disseste ao teu pai? – perguntei, com um pequeno sorriso no rosto.

—É segredo. – respondeu Lyra – Talvez ele depois te conte.

—Vamos comer qualquer coisa, Lyra? – perguntou Draco à neta – Deixamos aqui um bocadinho a Rose com o pai e já voltamos.

Lyra concordou.

—Obrigada. – sussurrei a Draco antes de este fechar a porta.

Encarei Scorpius. Ele permanecia imóvel na cama. Os seus cabelos continuavam levemente despenteados. Alguns hematomas notavam-se no seu rosto. Uma pequena barba começava a aparecer no seu queixo.

Uma lágrima caiu pelo meu rosto. Ele não merecia estar ali. Ele merecia estar ao pé da filha. A protegê-la. A cuidar dela.

—Eu estou tão preocupada contigo, Scorp. Eu só queria que acordasses. Para estar com a tua filha. Ela sorri, mas eu sei que está preocupada. Acho que ela ainda não percebeu a gravidade da situação. E ainda bem. Nenhuma criança merece passar pelo que a Lyra está a passar. Tens de pensar nela, Scorp. Precisas de ter força por ela. – parei. Eu sabia que provavelmente ele não me ouviria, mas eu tinha de dizer – Eu preciso que lutes por mim, Scorp. Eu sei que já lutaste muito. Praticamente a tua vida toda. Mas eu preciso que lutes mais um bocado. Eu preciso que voltes para mim. Desta vez é a sério. Eu estou decidida. Desculpa ter demorado muito tempo a perceber. Desculpa ter demorado a perceber que eu nunca deixei de te amar.


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Notas finais do capítulo

Ficaram felizes por saber que a operação correu bem? Que acharam da pergunta do Albus? Acham que ele tinha o direito de a fazer? Que acharam do momento entre a Rose, Lyra e Astoria? E Rose, Draco, Lyra e Scorpius?
Contem-me tudo nos comentários :)
Beijos ♥



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