Lost escrita por Li


Capítulo 25
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Em primeiro lugar, quero pedir desculpas pelo atraso :)
Em segundo, quero agradecer à Senhorita Quentty pela recomendação que fez, a primeira de Lost :) Adorei ♥ Este capítulo é dedicado a ti :)
Boa leitura :)



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Esperei. Esperei mas Sirius não pronunciava uma única palavra. Por mais que ele tentasse, ele não conseguia. A expressão de choque ainda continuava no seu rosto. Os seus olhos encaravam os meus, aos mesmo tempo que oscilavam para a minha barriga. Como se a minha palavra não valesse de nada e ele precisava de ver.

—Precisas de um copo de água? – perguntei, tentando aliviar a tensão. Só conseguia imaginar a reação de Nico depois de ver esta reação de Sirius.

—Como assim grávida? – perguntou Sirius conseguindo finalmente construir uma frase.

—Aconteceu da mesma forma que a ti e à Dominique. Tudo de forma natural. – respondi ao óbvio. Sirius estava demasiado chocado que não conseguia fazer perguntas que faziam sentido.

—Não sejas idiota Rose, eu sei perfeitamente como é que as mulheres ficam grávidas. Eu estou a perguntar como é que isso aconteceu contigo?

Pensei muito na resposta que ia dar a Sirius. Ele tinha razão. Esta gravidez nunca foi planeada. E ele sabia que eu queria planear o momento em que teria um filho. Tudo isto tinha acontecido de forma inesperada. Todos os problemas, todas as ameaças tinham levado a este momento.

—Aconteceu, Sirius. Sem qualquer planeamento. Eu nunca na minha vida sonhava ter um filho agora. – confessei – Sinceramente, eu nem sei o que fazer. Eu não sei como reagir. Eu não sei como contar ao Nico. Eu não sei de nada.

E ali, como se nada o fizesse prever, comecei a chorar.

Chorei sem qualquer motivo. Chorei por tudo. Neste momento, tudo o que se passava na minha vida dava-me vontade de chorar.

Sirius abraçou-me sem dizer uma única palavra. Abracei-me a ele como se fosse a última vez que estivesse com ele. Eu precisava daquilo. Eu precisava daquele abraço. Eu precisava de chorar.

—----//-----

—Tu serás uma grande mãe. – sussurrou Sirius – Tenho a certeza disso. E sabes porquê, Rose? Porque tu és incrível. Porque eu vejo a forma como tratas a Domi e a Lily. Eu vejo a forma como tratas os meus sobrinhos. Com todo o carinho que tens para dar. Com todo o amor. É assim que tu és, Rose. Tu és carinhosa. Tu és sensível. Tu és compreensiva. E eu sei que o que aconteceu há oito anos quase te transformou noutra pessoas mas isso não aconteceu porque tu és uma mulher forte. Mesmo não achando, tu és. Tu és a pessoa mais forte e corajosa que eu conheço. E é por isso que eu sei que vais ser uma mãe perfeita.

Sirius tinha-me deixado sem palavras.

Mais uma lágrima escorreu pelo meu rosto. Sirius aproximou a sua mão e limpou-a.

—Estas hormonas malditas, não é? – perguntou Sirius em tom de brincadeira e arrancando-me uma gargalhada.

—É não é? – perguntei, entre risadas – Obrigada, Sirius.

—Sabes que estarei sempre aqui para ti, não sabes? Para limpar uma lágrima, para bater em alguém por ti, para tudo.

—Como eu estarei aqui sempre para ti, Sirius. – respondi, sorrindo – Eu ainda não contei ao Nico.

—Eu já suspeitava disso, Rose. – respondeu Sirius – Se ele soubesse que vai ser pai, ele não conseguiria disfarçar para mim mesmo que lhe tivesses pedido para não contar.

—Eu tenho medo da reação dele. – confessei.

—Acredita, ele vai ficar contente. Se calhar ele nunca te contou isto para não te pressionar e também porque o vosso namoro era muito recente mas já há algum tempo que ele fala em ser pai.

—A sério? – perguntei, formando-se um sorriso no meu rosto. A última coisa que eu queria era que ele aceitasse este filho por obrigação.

—Eu nunca te mentiria, Rose. Tu sabes disso.

A memória de quando Scorpius apareceu aqui mais cedo apareceu na minha mente. A Nott sabia que eu estava grávida. Agora eu começava a ver os reais problemas nisto. Para ficar com o Scorpius, ela podia fazer qualquer coisa com o meu filho.

—Está tudo bem? Por um momento apagaste.

—Está tudo bem. – respondi, mentindo. Ponderei, mas achei melhor não partilhar isto com o Sirius. Ao mesmo tempo, tomei uma outra decisão. Eu tinha de derrubar a Nott o mais rápido possível. Pelo bem do meu filho.

—Estás preparada para falar com o Nico.

—Eu tenho que o fazer. Ele tem o direito de saber.

—----//-----

Hogsmeade estava totalmente iluminada. Não só pelos pequenos candeeiros pendurados pela rua mas também pela super lua que se formava no céu. A lua brilhava de tal maneira que me fazia lembrar das noites em claro com Scorpius na Torre de Astronomia.

A pequena varanda que existia no meu apartamento dava para ver esta vista toda. As pessoas a passar. As crianças a correr. Magia. Magia por todo o lado. Esta era a grande vantagem de morar numa terra só de magos. Ninguém se escondia.      

A minha carta para Nico foi breve. Disse-lhe apenas que precisava de falar com ele. Não obtive resposta. Se ele não aparecesse também era compreensível. Por mais que tenhamos acabado bem, eu tinha-o magoado e desiludido muito.

Ao longe, vi um rapaz alto e de cabelos loiros. Eu sabia que era Nico. Eu conhecia-o.

Segui até à porta mesmo ele ainda estando longe. Eu precisava de contar. Eu precisava de tirar este peso de mim. Ele também merecia saber.

—Ainda bem que vieste. – disse, abraçando-o. Não me consegui conter – Desculpa.

—Não precisas de pedir desculpas por me estares a abraçar, Rose. – disse Nico dando-me um beijo na testa – Nós ainda continuamos amigos, certo?

—Certo. – respondi com um sorriso no rosto – Eu tinha medo que não aparecesses.

—Então porquê? – perguntou Nico fechando a porta atrás de nós.

—Eu sei que as coisas entre nós acabaram bem mas…mas eu também sei que te magoei…muito.

—Não vou dizer que é mentira, Rose. Mas sabes qual é a diferença aqui Rose? É que tu foste sincera comigo. Tu podias simplesmente ter mentido e não ter contado o que se tinha passado contigo e com o Malfoy. Podias continuar a construir a nossa relação numa mentira mas preferiste não fazê-lo. Eu sei que reagi como reagi. E sei que tinha razões para ter reagido daquela maneira. Mas agora estou com a cabeça fria. E, por mais que me custe imaginar que gostas de outra pessoa, eu nunca te viraria as costas caso me pedisses para vir ter contigo.

—Obrigada. – agradeci, abraçando sem qualquer problemas – Não sabes o quanto essas palavras são importantes para mim.

—Eu só me limitei a dizer a verdade, Rose. – respondeu Nico com um sorriso.

—Como foram as coisas com o treinador? – perguntei, afastando-me e sentando-me no sofá. Nico fez o mesmo.

—Difíceis. – respondeu Nico – Muito difíceis, na realidade. Mas eu consegui convencê-lo a colocar-me a titular.

—Fico tão feliz por ti, Nico. A sério.

—Devias ter visto a cara do Robinson. – comentou Nico entre gargalhadas – A pensar que a sua titularidade estava garantida. Correu-lhe mal.

—O carma é lixado. – comentei – Amanhã estarei lá para ver o jogo, Nico.

—Fico feliz em que apareças. – respondeu Nico, encarando-me com aquele sorriso que eu sabia que era especialmente para mim. Era um sorriso apaixonado – Agora, tenho a certeza que não me chamaste só para saber como tinha corrido a conversa com o treinador. Por mais curiosa que possas ser.

—Ei. – protestei – Eu não sou curiosa.

—Claro que não. – respondeu Nico, sarcasticamente.

—Só um bocadinho, pronto. – respondi, amuada.

—Um bocadinho deste tamanho. – Nico abriu os braços até não puder mais.

—És tão idiota.  – disse atirando-lhe com uma almofada para a cara.

—Um idiota que tu adoras. – provocou Nico.

—É um facto. – confessei. Porque era a verdade. Eu adorava aquele homem que estava à minha frente. Mas era o mesmo carinho que eu sentia por Sirius – Agora para de ser idiota.

—Está-me no sangue.

—Idiota. – respondi, atirando-lhe com uma segunda almofada.

—Fala lá então. – disse Nico, fingindo um tom sério. No instante a seguir, começamo-nos os dois a rir. Foi inevitável. E nesse momento pensei que não teria melhor pai para o meu filho.

—Eu estou grávida. – contei.

Nico parou. O seu sorriso desapareceu. O seu rosto encarou o meu. Olhos nos olhos. Ficou assim por uma eternidade de tempo. Pelo menos, para mim, foi o que pareceu.

Por mais que Sirius me tivesse dito que o Nico queria ser pai, eu começava a ficar receosa. Ele não dizia nada. Parecia até que ele nem respirava.

Então, a primeira reação de Nico apareceu. Uma lágrima brotou do seu olho. Eu nunca o tinha visto assim. Abracei-o.

—Eu…eu vou ser pai? – perguntou com voz abafada – Eu vou ser pai?

Acenei que sim. Lágrimas também já caíam do meu rosto.

Nico agarrou em mim e começou a rodar-me com ele.

—Eu vou ser pai. – gritou, rindo de felicidade. Esta era a melhor reação que eu poderia ter dele.

—Fico tão feliz que tenhas reagido assim, Nico. – confessei, abraçando-o – Foi a melhor reação que podias ter tido.

—Eu não poderia ter outra reação, Rose. Tu deixaste-me o homem mais feliz do mundo.

—Fico feliz em saber disso. – comentei, sorrindo.

—E quando é que vamos saber o sexo? E quando é que tens consulta? Ah espera, tu és medibruxa.

Eu não consegui fazer outra coisa se não sorrir. Nico era incrível. Por mais que eu o tivesse magoado, ele continuava ali, ao meu lado. E não era apenas pelo filho que íamos ter. Ele continuava ali como meu amigo.

—Porque estás a sorrir? – perguntou Nico também com um sorriso – Disse alguma estupidez?

—Não é isso, Nico. – respondi, deixando cair uma lágrima – Acho que há muito tempo que não era assim feliz.

—Estarei sempre aqui para te fazer feliz, Rose. – disse Nico dando-me a mão. Apertei a mão dele sobre a minha. Eu acreditava nele.

—----//-----

Depois de ter respondido a todas as perguntas de Nico, ele acabou por ir embora. Tinha algo combinado com a irmã e o cunhado. Ainda me tentou convencer a ir com ele, mas eu tive que recusar. Havia algo que eu precisava de tratar.

Antes de Nico ir ainda lhe pedi para, para já, não comentar a gravidez com ninguém. Quer dizer, eu disse que ele podia contar à irmã e aos pais. Eu também tinha contado a Sirius. E iria contar a Lily e a Hugo. E eventualmente a Albus e a Octavia. E aos meus pais. Mais para a frente organizaria um jantar de família para contar aos restantes elementos.

Agora, eu tinha de tratar de assuntos importantes. E esse assunto era a Nott. Ela tinha de sair do meu caminho. Ela tinha de sair do caminho de todos. Todos nós precisávamos de paz e sossego.

Consegui combinar com Scorpius em casa de Albus. Ele não estaria a mentir se alguém lhe perguntasse aonde é que ele iria. E Albus é meu primo. E namora com a minha colega de casa. Eu tinha todos os motivos para ir até casa dele.

O único pormenor é que Albus não estaria em casa. Ele iria para minha casa através da materialização. Assim ninguém o veria a sair.

—Como está a Lyra? – perguntei ao Scorpius quando entrei em casa de Albus. Ele estava sentado no grande sofá que Albus tinha na sala. O mesmo sofá que eu o vira deprimir por Octavia.

—Bem. – respondeu Scorpius – Já falaste com o Nico?

Scorpius estava a referir-se à gravidez.

—Já. – respondi, com um sorriso. Foi inevitável.

—Vejo que ele aceitou bem.

—Ele adorou, Scorpius. Foi a melhor notícia que eu lhe podia ter dado.

—Mesmo não estando juntos? – perguntou Scorpius – Quer dizer, vocês não voltaram, pois não?

Por mais que Scorpius quisesse, ele não conseguiu disfarçar o medo na sua voz. Ele temia a minha resposta. Ele temia que eu dissesse sim. Porque, apesar de ele ter perdido todas as esperanças depois de ter partido, há oito anos, elas tinham voltado quando eu o beijei e acabei com o Nico.

—Não. – respondi. O peito de Scorpius descomprimiu e parecia que eu lhe tinha tirado dois quilos de cimento de cima – Nós não vamos voltar a namorar. Toda a nossa relação ficou esclarecida.

—E como é que estás? – perguntou Scorpius.

—Bem.

—Isso quer dizer que não estás apaixonada por ele? – perguntou Scorpius. Se ele tivesse feito esta pergunta há algum tempo, eu tinha-o insultado e tinha dito que ele não tinha o direito a fazer aquela pergunta. Dir-lhe-ia que ele tinha abdicado de saber da minha vida desde o momento que me abandonou. Mas agora era diferente.

—Eu amo o Nico. – confessei. Scorpius olhou para mim com cara de choque. Naquele momento, eu tinha-lhe desfeito o coração. Eu conseguia ver – Eu amo-o da mesma forma que amo o Sirius. E tenho pena de não ter percebido isso mais cedo e tê-lo magoado.

—Fico feliz em saber isso. – disse Scorpius, sinceramente – E existe alguém que esteja a ocupar um lugar no teu coração?

—Talvez. – respondi, com um sorriso de lado. O mesmo sorriso que muitas vezes Scorpius me dava – Talvez o meu coração já tenha sido roubado há muitos anos.

Eu estava a atirar-me completamente de cabeça para aquilo. Eu não tinha pensado em tudo o que poderia voltar a acontecer com Scorpius. Eu não tinha. Porque os meus sentimentos em relação a ele continuavam confusos. Sem certeza alguma. Eu estava a contradizer aquilo que tinha dito no momento em que lhe tinha dito que o ia ajudar. Que mais nada se ia passar.

—Fico feliz em saber disso também. – disse Scorpius aproximando-se de mim. Agarrou-me. Os seus lábios estavam tão perto dos meus.

—Mas primeiro temos um assunto a tratar. – observei, beijando de leve Scorpius nos lábios e afastei-me dele – E eu já sei como vamos resolver isso.


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Notas finais do capítulo

Que acharam do resto da conversa entre o Sirius e a Rose? Que acharam da tão esperada conversa entre o Nico e a Rose? E, por fim, que acharam dos momentos Scorose? E qual será o plano de Rose?
Contem-me tudo nos comentários :)
Beijos ♥



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