Lost escrita por Li


Capítulo 23
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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—Rose espera. – ouvi Scorpius gritar.

Mas ignorei-o. Já me encontrava à porta da casa de Albus, pronta para desaparatar.

O que eu não esperava era que Scorpius viesse atrás de mim.

—Scorpius deixa-me estar sozinha. – pedi enquanto procurava as chaves de casa na mala. Por vezes arrependia-me de ter um feitiço de proteção na casa. Encontrar as chaves tornava-se, por vezes, uma tarefa muito difícil.

Desta vez foi Scorpius a ignorar o que eu tinha dito. Apenas pegou na minha mala e procurou pelas minhas chaves. Quer dizer, ele nem chegou a procurar. Mal pegou na mala deu logo com as chaves.

—Era disto que estavas à procura? – perguntou, com um sorriso de lado, enquanto segurava a chave com uma das mãos.

Não respondi. Arranquei as chaves da sua mão para abrir a porta para entrar. Scorpius entrou logo a seguir a mim não me dando hipótese de fechar a porta.

—Scorpius vai para casa. – proferi, pousando a mala em cima do sofá – Deixa-me ficar sozinha.

—Não o vou fazer. – respondeu Scorpius instalando-se no sofá.

—Scorpius, tu não testes a minha paciência. Não a estas horas da noite. – pedi o mais controladamente possível – Tu tens de regressar a casa. Tu sabes disso.

—A Alicia sabe que eu estou com o Albus.

—Claro que ela sabe. – respondi não conseguindo conter o sarcasmo.

—Rose, eu estou preocupado contigo. – confessou Scorpius aproximando-se de mim – O que é que se passou em casa do Albus?

A minha mente voltou à conclusão que eu tinha tido há alguns minutos. Eu estava atrasada. E isso significava que existiam duas possibilidades. Ou eu estava a fazer um grande filme, como acontecera com Lily, ou eu estava mesmo grávida. Grávida de Nico…

—A sério, eu acho mesmo que devias ir embora. Lembra-te que ao estares aqui estás a colocar-me em grande perigo. A mim e à Lyra.

—Por mais que me tentes expulsar, eu não vou sair. Mesmo jogando baixo como jogaste. Rose, apesar de tudo, eu continuo a ser teu amigo. Eu continuo a ver-te como uma amiga. Não estou aqui com mais nenhuma intenção. Eu só quero saber o que se passa contigo. Tu assus…

—Há a possibilidade de eu estar grávida. – revelei, encarando-o.

Por mais que não quisesse, Scorpius ficou chocado. Chocado e triste. Era impossível não reparar na face de tristeza que ele fez. Foi exatamente a mesma expressão que eu fiz quando descobri que ele tinha uma filha.

—E é suposto ficarmos felizes ou tristes com essa revelação? – perguntou Scorpius tentando aliviar a tensão que toda aquela situação exigia.

—Sinceramente? – perguntei, retoricamente – Não sei. Eu sempre pensei em ter filhos, tu sabes, mas sempre pensei em algo planejado.

—Eu compreendo perfeitamente o que queres dizer. Eu sempre pensei isso também. Planejar a vinda de um filho. Planejar a vinda de alguém que vais amar desde o primeiro dia. Mas a vida não é feita de planos. A vida é feita de vivências. A vida é feita de coisas inesperadas.

—Como te sentiste quando a Nott te contou que estava grávida? – perguntei. Eu não estava a tentar magoá-lo. Não estava a tentar atirar-lhe à cara que ele teve um filho com outra pessoa. Eu estava curiosa. Curiosa para saber como ele tinha reagido.

Scorpius sentou-se ao meu lado. Respirou fundo e começou.

—A partir do momento em que deixei Hogwarts, todos os planos que eu tinha tinham de ser mudados. Eu estaria com a Nott mas seria só isso. Nada de filhos. Quando ela me contou que estava grávida, eu não sabia o que fazer. Por um lado, eu queria esganá-la porque sabia que tudo aquilo fazia parte do plano maquiavélico dela para me prender. A partir daquele momento, ela teria mais alguém para ameaçar para me manter por perto. Mas, por outro lado, comecei a pensar no bebé que aí viria.

—Começaste a amá-la a partir do momento que soubeste a existência dela. – completei. Scorpius acenou em concordância.

—Ter um filho é inexplicável. – completou Scorpius – E Rose, tenho a certeza que se estiveres grávida, serás uma mãe incrível. Mesmo que aches que não estejas preparada. Porque eu sei que estás.

—Não te incomoda? – perguntei, deitando a minha cabeça sobre as suas pernas. Não era algo provocativo. Era algo completamente inocente. Era como se tivéssemos voltado a Hogwarts. Era como se a nossa amizade tivesse voltado – Saber da possibilidade de eu estar grávida de outro.

—Claro que incomoda. – respondeu Scorpius o mais sincero possível – Mas não recrimino, Rose. Tu seguiste com a tua vida e o mais que eu tenho de fazer é aceitar.

—Sabes, gostava que as coisas tivessem sido diferentes. – confessei, fechando os olhos.

—Eu também, Rose. Eu também. – ouvi ainda Scorpius dizer.

—----//-----

—O que é que se passa aqui? – foi a primeira coisa que ouvi.

Os raios de sol batiam no meu rosto mas nem isso me tinha acordado. Tinha sido Octavia.

Inicialmente não percebi o porquê da pergunta e choque na voz de Octavia. Depois, senti uma perna debaixo da minha cabeça.

Memórias da noite passada começavam a aparecer na minha mente. A conversa com Octavia. A conversa com Albus. A possibilidade de estar grávida. A conversa com Scorpius. Eu deitada nas pernas de Scorpius…

Levantei-me repentinamente e encarei Octavia. Depois encarei Scorpius e este estava com a mesma expressão que eu. A expressão de quem tinha sido apanhado em flagrante delito.

Mas, antes que Octavia voltasse a dizer alguma coisa, alguém bateu à porta. Foi agora a vez de Scorpius se levantar repentinamente. Ninguém o podia ver aqui. Aliás, já era muito mau Octavia o ter visto, apesar de saber que ela não contará a ninguém.

—Por favor, Octavia. Não abras a porta. – pedi colocando-me à frente dela – Ninguém pode saber que ele esteve aqui.

—Vai para o meu quarto, Malfoy. – disse Octavia não o encarando. Ela ainda estava magoada com ele por ele ter ido embora sem lhe dizer nada. Ela ainda não sabia da verdadeira história. Ela ainda me daria na cabeça mais tarde por estar a ceder, outra vez, aos encantos dele.

Scorpius não disse nada. Seguiu para o quarto de Octavia, em completo silêncio.

Mal Octavia ouviu Scorpius fechar a porta do seu quarto, abriu a porta. Era Albus.

—O. – disse Albus.

—Tens uma visita, Rose. – disse Octavia, ignorando completamente Albus. Abriu a porta e deixou que ele entrasse.

—Octavia, eu acho que o devias de ouvir. – aconselhei-a.

—Essa oportunidade já passou. – respondeu Octavia.

—Por favor, Octavia. – implorou Albus – Eu entrei em pânico, mas juro que não se passou nada. Eu sei que tive a oportunidade de me defender e não aproveitei. Mas deixa-me fazer isso agora.

Segui até ao quarto de Octavia. A conversa entre dois devia ser apenas entre os dois e mais ninguém.

—Estão a resolver-se? – perguntou Scorpius quando fechei a porta.    

—Espero bem que sim. – respondi, honestamente – Aqueles dois foram feitos um para o outro.

 Scorpius encarou-me, sem dizer mais nada. Também não precisava. Eu sabia perfeitamente o que lhe tinha passado pela cabeça. Em tempos também tínhamos ouvido que tínhamos sido feitos um para o outro.

—Temos de arranjar uma forma de saíres daqui. – proferi, concentrando o meu olhar num ponto vazio na parede – A Nott vai desconfiar. E ela não pode desconfiar de nada.

—Como planejas que eu saia daqui sem o Albus me ver? – perguntou Scorpius em tom de desafio. Ele estava a tentar disfarçar. Porque no fundo ele estava com medo. Com medo que a Nott desconfiasse de alguma coisa.

—Eu vou tirar as proteções da casa. – afirmei, convicta – Mal o faça, tu vais desaparatar para que eu possa voltar a coloca-las.

—Sempre um génio, princesa. – respondeu Scorpius, sorrindo.

Acho que ele não deu conta. Ele não deu conta do que me tinha acabado de chamar. Aquilo tinha-lhe saído tão intuitivamente.

—Podes ir. – afirmei, tentando manter a minha voz firme.

Mal desapareceu, voltei a colocar as proteções em volta da casa.

Saí do quarto de Octavia e segui até ao meu. Não sem antes ver um beijo de Octavia e Albus. Sorri. Eles estavam bem.

—----//-----

Aparatei em frente a St. Mungus. Há dias também o fiz pelo mesmo motivo de hoje. Fazer um teste de gravidez. Só que, desta vez, era eu que ia faze-lo.

Apesar das palavras de Scorpius na noite anterior, eu ainda estava nervosa. Eu não sabia como lidar caso estivesse mesmo grávida. Eu não sabia como Nico ia lidar. Será que ele aceitaria bem?

Apesar de ser fim de semana, St. Mungus mantinha-se cheio. Não havia dia para ficar doente. Não havia dia para ter um acidente.

Ao longe, avistei Astoria. Logo a seguir uma memória veio-me à mente. eu tinha combinado algo com ela e tinha-me esquecido completamente. Como é que me podia ter esquecido?

—Astoria. – chamei. Astoria olhou e esperou que me aproximasse.

—A desaparecida finalmente apareceu. – disse Astoria, em tom provocativo.

—Desculpa. – pedi – Eu esqueci-me completamente.

—Isso eu consegui perceber. – respondeu Astoria como se fosse óbvio.

—Vamos almoçar, que achas?

—E vais aparecer? – perguntou Astoria, com um sorriso de lado. O mesmo sorriso que Scorpius me lançara tantas vezes.

—Vou só ao meu gabinete fazer uma coisa e já venho.

Deixei Astoria com os seus afazeres e segui até ao meu gabinete. Georgiana encontrava-se no seu interior. Mas não estava sozinha.

—Rose, não te esperava aqui. – disse Georgiana tentando apertar a camisa, de forma desajeitada.

—Isso vê-se claramente. – respondi com um sorriso de lado. Era impossível ficar chateada com eles – É preciso usarem a hora de trabalho para essas coisas?

—Ela não esteve em minha casa ontem à noite. – protestou Fred – Um homem não consegue aguentar tanto tempo.

—Fred. – protestou Georgiana dando-lhe uma palmada no ombro – Desculpa, Rose.

Georgiana estava completamente corada. Ela nunca tinha sido apanhada numa situação como estas. Bastava ver o seu rosto. Era o mesmo que eu tinha quando fui apanhada numa situação destas.

—----//-----

Os domingos eram os dias sagrados de Scorpius. Apesar de estudioso, ele dizia que tinha que guardar um dia para ele. Tinha que ser um dia em que não tinha aulas e que não tinha que estudar.

Por mais que eu fosse contra, por vezes, ele convencia-me a passar o dia com ele. Sem fazer nada. Apenas a aproveitar a companhia um do outro. Apenas a aproveitar para namorar.

Naquela tarde chovia. Chovia tanto que era impensável ir para os jardins. Por mais que o Salão Principal fosse confortável, estava cheia de gente. Por mais que a Torre de Astronomia fosse o nosso local favorito, com a chuva que estava era impossível lá estar. Restava-nos a sala das Necessidades. Mas esta também estava ocupada. Então foi o momento que Scorpius sugeriu uma das salas de aulas. Ninguém ia para lá aos fins de semanas. Os professores não tinham motivo. Os alunos muito menos. Era o local ideal.

Acabei por ceder ao seu pedido. Por mais que receasse que fossemos apanhamos, havia algo em mim que adorava este perigo. Este perigo iminente de sermos apanhados por alguém.

—Scorpius Malfoy, garanto-te que se formos apanhados és um homem feito. – proferi entre beijos.

—Aproveita o momento, princesa. – respondeu Scorpius, voltando a beijar-me para que eu não tivesse tempo de responder.

Por momentos, estivemos assim. Entre beijos e carícias. Eu tinha esquecido completamente tudo à minha volta.

Até que oiço a porta a abrir-se.

Rapidamente me afastei de Scorpius, mas de nada adiantou. Era a professora Grant.

—Seus insolentes. – proferiu – Menos vinte pontos para cada uma das equipas.

Nenhum de nós se atreveu a contestar. Eu própria, mesmo que quisesse, não o conseguiria fazer. Eu não conseguia soltar uma única palavra. O meu rosto estava pior que um tomate. Era a pior vergonha da minha vida.

—Até que não foram muitos pontos. – tentou Scorpius brincar.

—És um homem morto. – respondi, arrancando risadas de Scorpius.

—Também te amo muito. – respondeu Scorpius dando-me um beijo de seguida.

—----//-----

Quando estava finalmente sozinha, peguei na cápsula. Aquele pequeno objeto ditaria o meu futuro.


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Notas finais do capítulo

Que acharam dos momentos Scorose? Gostaram que a Octavia e o Albus se tivesse reconciliado? Que acharam de a Rose ter apanhado em flagrante a Georgiana e o Fred? E, por fim, acham que a Rose está grávida?
Contem-me tudo nos comentários :)
Beijos ♥



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