PDV Geral

Após fugirem às pressas do The Korg Hotel, Sam e Freddie se sentiram na necessidade de pegar a moto de um desconhecido - que passava próximo deles - e tentaram achar o caminho de volta para o hotel onde se instalaram.

— Era para você ter virado a esquerda, nerd! - berrou uma Sam bastante brava com o nerd, que pilotava a potente moto vermelha. Os dois acabaram entrando em uma vasta avenida de Las Vegas.

— Eu tenho certeza que estamos no caminho certo! - gritou o moreno, acelerando ainda mais o veículo. O nerd parecia bem nervoso por estar pilotando pela primeira vez uma moto.

— Uhum... - murmurou Sam num tom debochado. A sua vontade era pilotar no lugar do namorado, mas ele certamente não iria deixar, justamente por ela ter bebido um pouco a mais do que o nerd.

Os dois rodaram muito, totalmente perdidos. O Freddie até escutou as trajetórias da namorada e mesmo assim eles não chegaram nem perto de onde eles queriam estar. Para piorar a situação, o nerd informa a loira:

— Estamos ficando sem gasolina...

— Que ótimo! - brinca a loira. - Isso não estaria acontecendo se você não tivesse acelerado tanto essa porcaria...

— Olha, dá para a gente discutir depois? Nesse momento eu quero uma nova trajetória.

A sugestão da Puckett foi fazer o Benson parar em um canto qualquer, descanar e pedir informações de direcionamento. Dito e feito.

O casal acabou parando em um outro hotel próximo: o The Big Rich Hotel. Era um dos locais mais luxuoso: tinha um chafariz de ouro, pessoas andando para o lado e para o outro com roupa de gala.  

— Ai, vamos ficar por aqui mesmo... - disse Sam, espantada com tanta luxuria.

Freddie riu, também sem saber para onde andar.

— Você só pode estar brincando, né? As nossas malas estão em outro hotel... SAM! - Freddie berrou, mas a loira raivosa já estava correndo para abraçar um cover do Elvis, que dançava e cantava no centro do hotel.

O moreno riu mais uma vez, conformado em saber que não poderia controlar a Puckett e suas loucuras. Ele se aproximou dos dois, que se abraçavam amigável.

— Vocês são um casal? - questionou o cover do Elvis, após reparar a troca de olhares entre os dois. Ambos também confirmaram com a cabeça para o questionamento.

O cover fez com o moreno e a loira ficassem lado a lado e dessem as mãos um para o outro; logo em seguida suspirou, fez sinais estranhos com as mãos e cantou uma das músicas do Elvis.

Os dois olharam entre si, sem entender completamente nada, e caíram na gargalhada. 

— Pronto, "babys!" - disse o cover do Elvis, sorridente, depois que terminou de cantar a música para os dois. - Parabéns ao casal. Agora vocês estão casados.

— O QUÊ? - disseram os dois, ao mesmo tempo, surpresos.

O cover do Elvis deixou os dois à sós, indo cantar e dançar em outro canto daquele hotel luxuoso. 

Freddie não sabia se ria ou ficava preocupado, enquanto a loira permaneceu com uma expressão de estasiada.

— Casados? - relembrou Freddie, aparentemente sem entender nada. Ele olhou nos olhos da loira. - Isso é brincadeira, né? Nós nem trocamos alianças, nem assinamos papeis... 

— Cara! - Sam segurou os ombros do namorado, beijando-o logo em seguida. - Pouco importa se isso foi uma abençoa ou uma brincadeira de um maluco. O que de fato importa é o que sentimos um pelo outro... Toda a nossa trajetória não significa nada para você?

Freddie suspirou fundo, tentando encarar o "casamento" improvisado/inusitado como algo realmente significativo para ambos. Minutos depois, voltou a pegar nas mãos da loira e a encaminhou até a saída do luxuoso hotel - mas, antes, conseguiram obter um mapa para chegar no hotel principal.

O dia estava quase raiando quando o casal finalmente chegou no hotel, totalmente exaustos. Por sorte, a moto ainda continha 1/4 de gasolina. Os dois seguiram abraçados até o elevador e ficaram em silêncio, escutando uma música que ecoava dentro daquele espaço (Imagine Dragons - Not Today). 

Logo mais no corredor, Freddie surpreendeu a loira, carregando-a pela cintura. "É tradição carregar a loira na noite de nupcias"- pensou o nerd - "se bem que já estava prestes a amanhecer".

— EI! - Ela explanou. 'Assustada' foi a sua primeira reação, mas logo abriu um sorriso quando o nerd fez questão de carregar o seu corpo até a entrada do quarto. - Você não está cansado?

— Nem um pouco, amor... - Ele riu, adentrando o quarto e pousando a loira na cama. Logo em seguida, a loira o ajudou a desabotoar a camiseta e as outras peças de roupa.

Os dois iriam de fato dar inicio a 'lua de mel' em um quarto de hotel de Las Vegas. Não era a primeira vez dos dois, no entanto, ambos sentiam um clima especial enquanto colavam os seus corpos nus numa enorme cama.

— A noiva mais linda dessa cidade... - brincou o nerd, já colocando a loira sentada entre suas pernas. Ela sorriu, se encaixando nas partes intimas do "marido", além de também entrelaçar os dois braços nos ombros musculosos do dele.

Sam jogou os cabelos para trás, já falando bobagens nos pés do ouvido do nerd. Os dois prolongaram o sexo por longos minutos. Houve tempo ainda para tomarem uma ducha, comer algumas besteiras e irem dormir agarradinhos.

(***)

 Tudo ia bem durante a "lua de mel" do casal, até ambos receberem várias batidas na porta. Tanto Sam quanto Freddie pularam da cama.

— Eu atendo! - disseram os dois ao mesmo tempo.

— Deixa comigo, amor. - Freddie disse por fim. Ele se enrolou nos lençóis e a loira, assustada e pensando na possibilidade de encontrar o Brad (faminto por vingança), também procurou tampar o seu corpo nu com um lençol.

O moreno atendeu a porta. Para o desgosto da loira, já para a surpresa do Freddie, ambos acabam recebendo a visita do Brad.

— Brad? - disse Freddie, mas o amigo foi direto falar com a Sam.

— Você é muito esperta, né, garota? - Brad cruzou os braços. O nerd pediu para que o amigo se acalmasse e explicasse o que tinha acontecido.

Brad levou um tempo para contar todo o ocorrido. Freddie, por mais que não quisesse acreditar, ficou do lado do amigo, ainda mais por ver que a loira continuou de cabeça baixa.

— Pow, Sam! Você fez mesmo isso? - questionou o nerd, pela última vez. A loira permaneceu calada.

Freddie suspirou, recolheu as suas roupas jogadas no chão do quarto, e se preparou para arrumar a mala. Ele estava decidido a voltar para Seattle com o Brad.

— Calma, Freddie...

— Nos falamos em Seattle, Sam... - Freddie não queria papo com a então noiva. - Não estou com cabeça agora.

— ME PERDOA, FREDDIE! - gritou Sam quando o moreno já se encontrava no fim do corredor com Brad.

O quarto de hotel vazio fez com que a loira refletisse sobre sua errada atitude para conseguir essa vantajosa viagem ao lado do namorado. Mentir sobre algo série e ainda colocar a melhor amiga na mentira foi uma péssima ideia.

Por falar na Carly, Sam fez questão de contar tudo para a amiga:

— E aí, Shay?— o tom de voz da loira era de choro, mas ela se segurou muito para não deixar uma lágrima cair.

Carly: Oi, amiga... E aí?

— Desculpa! Desculpa por tudo... Não devia ter feito isso... ARGH, se eu pudesse voltar no tempo.

Carly: Calma, Sam. Respira. O que foi que aconteceu?

— Eu... Eu perdi o Freddie. Tenho total certeza que ele não vai mais querer voltar para mim...

Durante a ligação com a morena, a loira fez questão de explicar todo o detalhe. Contou sobre a perseguição no The Korg Hotel, o roubo da moto, o casamento armado, a lua de mel... ABSOLUTAMENTE tudo.

— ... E AÍ... E aí que ele e Brad foram pegar um voo... Estão a caminho de Seattle.

Carly: Fica tranquila. Eu vou até o aeroporto... Vou tentar convencer o Freddie que você não foi a única culpada dessa história. Ele vai ter que me escutar.

— Obrigada, amiga. - Suspirou fundo, olhando toda a bagunça que fez no quarto de hotel - Enfim, vou ter que arrumar tudo aqui. Muito breve estarei voltando também para Seattle. Tchau.

(***)

Foi extremamente doloroso para a Sam voltar à Seattle, sozinha. Ela relembrou diversos momentos em que passou ao lado do nerd: relembrou de quando ela desdenhava suas atitudes, de quando fazia de tudo para dar errado, de quando se beijaram pela primeira vez, de quando tiveram o primeiro encontro, de quando foram pegos pela Sra. Benson... Uma série de momentos.

Assim que o avião já havia pousado em Seattle, Sam fechou os olhos, desejou que o nerd tivesse escutado tudo o que a Carly tinha para contar a respeito da armação entre as amigas...

Pegou um táxi e desceu justamente no Bushwell Plaza, onde Carly já a esperava no hall do apartamento. As duas se abraçaram fortemente.

— E aí? - quis saber a loira.

Carly mordeu os lábios.

— Eu tentei... Falei...

— E?

— E... Acho melhor você esperar, Sam... - foi a única coisa que a Shay soube dizer. "Esperar" não era uma das soluções que ela estava aguardando naquele momento.

As duas subiram para o apartamento. Conversaram brevemente sobre um assunto aleatório, comeram pipoca e buscaram se entreter com um filme bobo que passava na TV.

— Eu vou chamar a Tasha e a Wendy, okay? - disse Carly, já com o Pear Phone em mãos. - Podemos fazer uma maratona de filmes...

Sam não esboçou reação alguma. Ela nem se quer deu muita atenção para o imenso balde de pipoca a sua frente e tampouco para o filme de terror sangrento. A única coisa que pensava era 'a partida do Freddie'.

 Ela não deu atenção quando as outras garotas chegaram, minutos depois, e começaram a falar entre si.

— Esse filme é ótimo... - disse Wendy, tomando o balde de pipoca para si. 

— Prefiro o segundo... - contou Tasha, se sentando ao lado da Puckett no pequeno sofá dos Shays. - Esse eu já vi várias vezes...

Todas escutam a porta do apartamento bater diversas vezes. Carly imediatamente se prontifica de atender...

— Deve ser o Spencer - avisou, abrindo-a. Ela e todas, inclusive, Sam, arregalam os olhos quando se deparam com o Freddie.

A loira logo se levanta do sofá e os dois ficam cara a cara. Os olhos da loira traziam boas esperanças, enquanto a expressão do moreno trazia um tom de incerteza no ar.

— Sam...

— Freddie... - Ela busca palavras. - Eu lamento muito, muito mesmo. Eu admito que fui uma idiota. Sempre faço as coisas erradas e você está certo de dizer que eu começo as discussões bobas... Eu sou inconsequente... O que mais? - Ela procurava palavras. - Ah, eu...

Freddie não permitiu que mais uma palavra saísse da boca da loira. Mais que depressa puxou a cintura da amada e ambos contribuíram em um beijo de tirar o folego. Parecia até que eles haviam passado longos anos distantes um do outro.

— Olha bem, eu tenho vários motivos para não vir até aqui. - Ele começou. - Não deveria mesmo... - a loira confirma sua condição. - Mas eu admito que também não fui coerente com você: eu também menti no dia que ganhei o ingresso, lembra? 

Nessa hora, as garotas foram para um outro lugar, deixando o casal conversar a sós na sala de estar. 

— O ponto é... A minha viagem seria totalmente diferente, talvez até sem muita aventuras, se você não estivesse do meu lado nesses dias. Talvez eu seria uma pessoa amarga se deixasse de viver com você nesse exato momento... - Ele voltou a agarrar a loira. - Eu já disse inúmeras vezes, e continua sendo verdade: Eu te amo.

A loira também apertou forte a cintura do nerd, alimentando ainda mais o seu sentimento:

— Eu também te amo.

[FIM]