Unidos pelo acaso escrita por May Prince


Capítulo 16
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora!
Boa leitura!



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— Eu to confuso. – coçou a nuca enquanto eu abria a porta – Porque você aceitou vir?

— Pareceu uma boa ideia na hora – dei de ombros observando o aglomerado de mulheres de costas para nós na sala.

— Eu vou ter que ver também?

— Não vamos... – quando eu ia avisar que nem eu iria assistir, Isabel nos avistou e anunciou nossa presença.

Eu já estava dormindo quando Oliver me acordou dizendo que Talia daria a luz. Ela levou mesmo a sério isso de “Te por na minha lista de contatos”.

Apresentei Oliver as meninas, via em seu semblante que ele estava mais assustado que eu.

— É uma gentileza você ter vindo – Talia falou fazendo umas caras de dor

— Viemos dar um abraço, e desejar boa sorte. – segurei as mãos dela e ela apertou as minhas

— Ah não! Vocês têm que ficar. Talia quer todas nós aqui – Isabel disse gesticulando para o ambiente da casa.

Olhei para Oliver que estava com os olhos arregalados e fazia uma expressão de “Ficar é uma péssima ideia”.

— Eu queria mas não... - Nesse momento Talia colocou as mãos em meu ombro e urrou de dor. E eu? Entrei em desespero lógico. Eu passaria por isso. Daqui a uns meses seria eu ali sentindo essa dor. Eu estava apavorada. Se o bebê entrou ele tinha que sair certo?

— Ela esta tendo uma contração – Isabel afagou as costas dela enquanto Talia urrava ainda mais

Eu olhava Oliver com olhos arregalados, e Oliver olhava para Talia assustado.

— Pronto, passou – Talia se recompôs sorrindo – O que vocês estavam dizendo?

— Que não dava pra gente ficar, né amor – Oliver falou pegando a minha mão  – Parabéns pelo bebê

— Oh não! Vocês têm que ficar! – Talia puxou a minha outra mão livre – Os dois.

— Acho melhor não... – Oliver começou coçando a nuca

— Oh! Não seja tímido! Eu já passei por isso antes. – Talia sorriu – É lindo!

Sem para onde correr, ficamos eu e ele o mais afastados possível da enorme piscina cheia no centro da sala. Na sema so canto tinha um banquete, os mais diferentes tipos de comida. Algo parecido com uma ceia de Natal.

— Isso é loucura – Oliver sussurrou – Quanto tempo a gente tem que ficar aqui?

— Esperamos começar e saímos de fininho – pisquei cúmplice para ele e comecei a alisar a minha barriga de nervoso

Isabel apareceu na nossa frente batendo um tambor e cantando uma música em russo, franzi o cenho para ela.

— Vem gente, vai nascer. Está na hora – bateu mais no tambor – Lá lá lá lá, hooo hohoho, Oh ohohoh

Olhei para Oliver segurando o riso e ele também. Quando Isabel saiu de perto ele disse:

— Onde você achou esse pessoal?

— Foi Curtis – sorri

— Vem Felicity pra mais perto! - Isabel falou me puxando

— Vai lá amor, eu vou ficar aqui. – olhei pra ele pedindo socorro e o desgraçado apenas acenou

Talia estava na piscina rosnando de dor e de pernas aberta. As outras seguravam seu braço.

— AHHHHH – Talia gritava de dor e fazia força para o bebê descer

— Meu Deus! – coloquei a mão na boca olhando para a sua intimidade

— Não é incrível como o corpo humano se abre? – Isabel falou sorrindo

— Acho que vou vomitar – respirei fundo – Vou lá tomar um ar

— Não sai daí, Felicity – Talia disse entre os urros de dor – Não se mexa. Você é meu ponto focal.

— O que? – estagnei olhando para ela

— Oh meu Deus! – Talia falou fazendo mais força

— Empurra, Talia, empurra – uma mulher ruiva disse

Talia empurrava e já dava pra ver a cabeça do bebê.

— Oh, eu não... – falei me virando para sair e Isabel segurou meu braço

— Não pode ir, você é o ponto focal dela.

— Ela pode usar outra pessoa – falei desesperada

— Ela está parindo! Não discuta!

Olhei de novo pra Talia que agora estava com as pernas erguidas.

— Meu Deus, ta saindo uma coisa dela – falei

— Isso é normal, as vezes o intestino solta mesmo – uma moça disse sorrindo pra mim.

A mulher ruiva veio a tirou a fezes com uma rede, ela ia saindo da sala e eu aproveitei e a segui, mas fui impedida pelo grito da Talia.

— Felicity, não se mexa! Você é meu foco!

— Mas o que significa isso? – falei passando a mão no rosto

— Oh! O bebê vai sair – ela falou com um último grito de dor o bebê saiu todo cheio de sangue, a água estava bem suja. E do nada a minha visão ficou turva e eu desmaiei. Adivinhem onde? Isso mesmo. Desmaiei dentro da piscina.

Estávamos andando para o carro, eu tinha tomado um banho e coloquei umas roupas da Samantha. Oliver estava tão atônico quanto eu.

— Todo mundo diz que é lindo – falei sentando no carro – Eu achei apavorante

— Nunca mais quero ver isso de novo. – falou dando a partida.

Ei! Pera ai!

— Mas vai querer ver os nossos não é?

— Claro amor, é que... – ele balançou a cabeça – Eu não devia ter visto.

Assenti e fomos pra casa. O parto de Talia foi uma loucura e saímos de lá perto do horário que Oliver tinha que pegar no trabalho. Insisti ara que ele cancelasse a consulta da parte da manhã, porém ele disse que não podia, era um paciente importante. Então combinamos de almoçar juntos.

Passei a manhã sozinha em casa e com a imagem da cabeça do bebê de Talia na vagina dela. Eu estava completamente assustada. Sei que eu passaria por aquilo, queria um parto mais natural possível – Mas em um hospital, e não no curso para mães solteiras dentro de uma banheira.

Suspirei cansada e olhei para o relógio. Os bebês mexiam demais e isso tava me deixando exausta.

— Melissa, para de chutar o seu irmão – falei acariciando minha barriga. Como se me respondesse e entendesse que eu estava em sua defesa, Henry chutou. – Viu, princesa, você ta machucando seu irmão – sorri abobalhada – Eu amo tanto vocês dois, tanto.

Eu estava completa ali. Meus sonhados filhos estavam na barriga e eles me trouxeram o amor da minha vida, Oliver, eu não podia estar mais feliz.

Amor: Acabei minha última consulta, vou resolver umas papeladas do hospital e passarei ai 12:00. Beijos!

Olhei para o relógio. 11:00. Decidi buscar o meu “namorido” no trabalho para almoçarmos, era bem melhor eu encontrar ele do que ele sair de lá, me encontrar aqui e termos que sair de novo. Mas porque algo dentro de mim dizia que era pra eu ficar e esperar?

Ignorei esse pressentimento ruim e me arrumei para sair. Peguei um taxi e segui rumo ao consultório de Oliver.

Cheguei lá e a secretária dele tentou me impedir de entrar, mas eu sabia que Oliver estava sem ninguém. Eu sabia que ele ajudava o pai com alguns contratos. Então passei por ela e antes de parar na porta escutei vozes.

— Laurel, entenda... – Laurel? Porque Oliver dizia o nome dela? O que ela estava fazendo aqui? – Ela esta grávida dos meus filhos.

— Eu sei Ollie – Laurel disse com aquela voz manhosa, me deu nojo – Mas eu também sei que a intenção dela nunca foi dar um pai a esses bebês, e sei que a sua intenção nunca foi ter bebês nenhum.

— Você tem razão... Mas...– ele falou sério . Como assim ela tinha razão? Aquilo de novo não... Por favor!, pensei lembrando da visita de Laurel em Coast City.

— Oliver, podemos criar essas crianças juntos. Eu sei por que você me chamou aqui, meu amor – Como assim ele a chamou ali? Eu queria ver o que estava acontecendo naquela sala, mas infelizmente a porta estava fechada e só dava pra ouvir atrás da porta mesmo. – Eu também sei o que você quer saber. Falarei tudo. Apenas diga que me ama e que criaremos esses bebês juntos. Seremos felizes, nós 4.

Eu estava me segurando pra não entrar naquela maldita sala, eu queria desesperadamente entrar ali e gritar com ela. Quem ela pensa que é pra dizer que vai criar meus filhos? Mas as palavras que vieram a seguir me desestabilizaram de uma forma que eu nunca pensei ser possível.

— Eu sei que seremos felizes, Laurel. – Oliver falou – Tudo que eu sempre quis foi ser feliz com você. Pegaremos os bebês, Felicity não tem poder nenhum. Vai dar tudo certo, meu amor! – Como ele era capaz de dizer isso depois de tantos meses juntos?

— Eu sabia, Ollie! Sempre soube, amor! – Laurel disse com uma euforia exagerada

Eu queria que aquilo tudo fosse um pesadelo, um pesadelo dos grandes. Mas não era. Um flash passou pela minha cabeça de todos os meus momentos com Oliver. Desde a batida no meu carro até a noite passada, ele sempre se mostrou tão apaixonado por mim Lembrei do meu medo de tomarem meus filhos de mim, Oliver estava me enrolando afinal de contas? Não... Não pode ser!

— Preciso te contar algo. Eu aceitei ser presidente do hospital – Oliver nunca havia comentado isso comigo, ele sempre dizia que comanda aquele império não era pra ele. Pelo visto descobri mais uma mentira. Solucei baixinho segurando o choro – Construirei um futuro pra gente.

— Ah, Ollie, meu amor! -  Não resisti e escancarei a porta assustando os dois que estavam abraçados. Oliver ficou imóvel e Laurel abriu um sorriso vitorioso. – Ora ora, se não é a interesseira. Que fofo, ela pegou a gente no flagra.

— Laurel... – Oliver começou olhando pra ela com repreensão e depois se dirigiu as mim com voz de trêmula – Felicity, eu posso explicar, eu...

— Não... Eu falo! – comecei ignorando Laurel e apontando o dedo pra ele – Nem pense em aparecer na minha casa. Pode ter certeza que ainda hoje suas coisas estarão no meu apartamento. E se você vier atrás de mim, se você ousar intervir pela guarda dos meus filhos. Eu entro em um ação na justiça contra você, Tommy, sua mãe e o hospital. – lágrimas começaram a cair dos meus olhos descontroladamente

— Não precisa disso, amor – Oliver falou com os olhos marejados – Por favor! Eu posso explicar.

— Explicar o que, querido? – Laurel disse se sentando na poltrona – Ela perdeu, seremos nos agora e nossos bebês, Oliver

— Cala a boca – gritei pra ela revoltada, quem ela pensa que é pra falar dos meus bebês. Laurel apenas gargalhou – Oliver, eu assinei uma papelada antes dessa inseminação, não ouse chegar perto dessas crianças. NÃO OUSE! – gritei. – Você estava com ela esse tempo todo.

— Não é bem assim, amor...

— É sim! Eu ouvi! Você realmente é tudo o que as pessoas falam, eu que fui cega e tola de achar que você mudaria. Ainda bem que eu vi quem você é agora, não corro o risco de você dar o fora quando eles nasceram.

— Todo o dia você procura um motivo pra eu ir embora, todo dia. Isso cansa!

— Tão fofa essa discussão na minha frente. – Laurel falou sorrindo

— Deu tantos motivos pra ficar, e olha o que você fez agora. Acabou. Não apareça mais na minha casa - falei chorando e dei as costas

Ignorei Oliver me gritando, ignorei a gargalhada de Laurel, ignorei a pequena platéia de enfermeiras que se formou na porta do consultório dele. Eu só queria sair dali e me enfiar em um lugar onde ninguém me encontraria. Eu dei exatamente o que Laurel queria, mas eu não me importava mais. Eu queria sumir e esquecer que um dia eu conheci Oliver Queen. Queria esquecer que ele era o pai dos meus filhos. Ele virou a minha vida de cabeça para baixo, por ele eu deixei de lado meu plano inicial, meu plano b de ter um filho sem alguém ao meu lado. Ele revirou a minha vida, ele me prometeu proteção. E ele mesmo acabou de me destruir por dentro. Ele queria meus filhos, queria criá-los com outra. Mas isso eu não ia permitir. Nunca. Não deixaria mais nenhum Queen chegar perto de mim. Vou voltar para o meu plano inicial. Iríamos ficar bem.

Melissa e Henry teriam amor, teriam estabilidade mesmo sem o pai presente, afinal não era esse o plano?

Fui para a Helix e me tranquei na minha sala, a loja estava fechada para o almoço e ninguém me procuraria ali. Sentei na minha cadeira e chorei tudo que tinha pra chorar. Meus filhos me chutavam de uma forma que eu sabia que eles estavam sentindo tudo que eu estava sentindo. Desespero, dor, decepção...

Meu celular começou a tocar desesperadamente, ignorei todas as ligações. Tinha várias de Oliver, umas de Layla e outras de Thea. Eu não me importava, eu não queria saber o que elas achavam. Eu só queria ficar em paz, não queria palpite de ninguém.

— Felicity, eu sei que você ta aí dentro – a voz tão conhecida e acolhedora de Curtis se fez presente atrás da porta. Mas eu não estava afim de ver ninguém. – Abre.

— Vai embora – falei soluçando

— Não, não vou te deixar sozinha. – forçou a maçaneta – Eu não sei o que aconteceu, Layla me ligou dizendo que você e Oliver brigaram e que você tava sumida a uma hora. Eu sabia que você tava aqui, você ta grávida e não seria imprudente de se meter em encrenca. Olha, eu to preocupado. Abre essa porta. Eu não vou te julgar, eu não vou te pressionar a falar. Quero apenas ser seu colo pra chorar, não vou te deixar sozinha. - Ouvir o nome de Oliver fez meu choro voltar com força total. Me levantei e soluçando abri a porta me jogando no abraço de Curtis. – Não fica assim, Lissy – falou afagando as minhas costas.

— Ele... ele... ele... – gaguejei

— Não precisa falar, teremos todo tempo pra você falar depois. – apertou o abraço – Apenas se acalme.

Assenti e me soltei do abraço respirando fundo tentando me acalmar.

— Ele me traiu – falei por fim

— É O QUE? – Curtis falou espantado e entrou na minha sala fechando a porta atrás de si.

Contei a Curtis tudo que aconteceu, ele disse que eu deviria estar enganada com algo, que eu podia ter entendido errado. Mas não... Eu tinha certeza de tudo. E eu também tinha certeza que continuaria minha vida sem Oliver nela. 

Curtis me levou pra casa e ficou comigo até a noite. Ele não me deixou sozinha nenhum minuto. Meu celular não parava de tocar e tudo que fiz foi pegar o chip e cortar ao meio. Eu mudaria de número, e já tinha decidido que eu moraria na casa da minha avó. Lá, onde eu cresci, seria o lugar perfeito pra criar meus filhos. Nenhum Queen tinha aquele endereço, eles sabiam onde era o asilo, sabiam que a casa era próxima. Mas eu sei que nenhum dos meu amigos me deduraria. 

Passei a noite acordada sentindo falta do corpo de Oliver na cama. Maldita hora que eu permiti que ele jogasse meu travesseio minhoca no lixo. Agora eu estava girando a cama sem uma posição boa para dormir. 

Maldita hora que aquele maldito foi me trair! 


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Notas finais do capítulo

PRIMEIRO: DESCULPEM A DEMORA rsrsrs
Eu enrolei pra escrever, vou morrer de saudades dessa Felicity grávida cheia de sentimentos a flor da pele, e desse Oliver apaixonado.

Não odeiem Oliver Queen! Tudo fará sentido no próximo cap.

Gente, vou fazer um Epílogo ta?
Então depois desse tem mais outro e um Epílogo.

Secret Vices vai ser uma Short Fic, já tem bastante dela pronta.

Minha próxima fic longa será essa aqui:

"Felicity Smoak tem uma maravilhosa vida em Ivy Town: uma carreira sensacional e namora um dos solteiros mais cobiçados da cidade, Raymond Palmer. Ray pede Felicity em casamento e ela aceita o pedido, mas ela terá que se livrar do seu passado e do seu ex-marido, Oliver. Portanto, ela volta a Star City confrontando seu passado, do qual buscava tanto fugir, e colocando seu maior segredo em risco a pequena Melanie Smoak."

O que acharam? Eu não sei fazer sinopse kkkkkkk

Queria uma capa pra ela, alguém faaaaaaz?? Eu só sei fazer colagem no Layout do Instagram --'



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