Guardiões do Destino escrita por Emanuel Junior


Capítulo 1
O Primeiro Guardião


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é quase um prólogo, mas diante dos rumos que a história virá a tomar, achei mais apropriado colocar como capítulo 01 mesmo!!

Espero que gostem e por favor deixe sua opinião.



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Era um dia chuvoso, guardas cercavam a casa de Vicent e Helena, pais que não seriam pais, seus filhos assim que nascessem logo morreriam, praticamente nem viveriam, não sentiriam seu pai, não sentiriam sua mãe, e pior, seus pais não os sentiriam, após nove meses de longa espera seus destinos iriam ser destruídos por conta de um capricho, talvez desnecessário, talvez não.

 

Porém nada justifica deixar seu filho morrer, sem nem mesmo lutar, assim pensava Vicent.

— Não à como mudar a cabeça deles? - disse Helena, desesperada e morrendo de dor devido as fortes contrações.

 

Vicent não sabia o que fazer, nem o que dizer, sua mulher tinha forte contrações com seu filho querendo sair, mas se ela o tivesse seria morto, ele não queria ver isso, não mesmo, mas e então o que fazer? Não existe saída? Seus filhos morreriam em sua frente sem que possa fazer nada?

— Você terá que fugir com apenas um deles - Diz a parteira mostrando uma solução
Adam então fica quieto devido a possibilidade.  - Mas como? Eles não permitiram - diz o mesmo.
— Tudo que eles sabem é que tem sangue insólito no útero da Helena, mas não sabem que são gemêos. - Diz a parteira bastante segura de sua idéia.
— Quer mesmo que eu abandone um dos meus filhos? - Pergunta Vicent voltando a ficar inquieto.
— Nesse momento você não tem opção Vicent! - Exclama a parteira que é interrompida por Vicent, já inquieto novamente. - Não, não, não, eu não posso fazer isso, levar um e deixar o outro, como eu vou me perdoar... - Vicente então se apoia na parede e parece não ter outra solução, o clima no quarto então fica tenso, todos sabem que os guardas estão lá fora, esperando apenas os gritos da criança, para entrar e fazer o que tem que ser feito, Vicent precisava escolher, era uma decisão difícil para qualquer pai, mas era a única naquele momento.

— Eu nunca vou me perdoar por isso. - Diz Vicent olhando para sua esposa que também está aos prantos, ele gostaria muito de pedir a opinião dela, de dividir um pouco a culpa, mas naquele momento ela também já sofria demais.

 

A parteira logo se aproxima de Vicent, tentando consola-lo mas a mesma sabe que o tempo é curto e é direta. - Desculpe meu filho, ou você leva um, ou os dois morrem. - Diz a parteira também já quase aos prantos.

 

Vicent olha nos olhos da parteira e em seguida nos de sua esposa, já arriada na cama, sabia o que tinha que fazer, independente da culpa que viesse a sentir mais para frente. Vicent então limpa as lagrimas e muda o semblante no seu rosto, mostrando firmeza. - Faça! - Exclama o mesmo, dessa vez mostrando segurança na sua palavra.

— Teremos pouco tempo, assim que o primeiro vim você tem que ir, eles entraram logo ao ouvir o choro, mas ai eu tentarei enrolar eles com o segundo. - Diz a parteira já se preparando para o parto.
— Mas como? Assim que eles ouvirem o primeiro logo iram vim, se eles não me verem e não verem nenhum bebe saberão que eu fugi com ele. - Exalta Vicent
— A casa é grande, da porta da frente pra cá ganharemos tempo antes que eles cheguem. Assim que o bebê nascer você sai, para que pouco se ouça seus choros. Se dermos sorte e a Helena fazer bem força a cabeça do segundo já estará à mostra, e com isso ganharemos mais tempo. - Exalta a parteira que logo começa a fazer o parto, mas é interrompida por Vicent.
— Mas e você e a Helena mamãe, o que vão fazer com vocês quando saberem que eu fugi.
A parteira então olha profudamente nos olhos de seu filho, e seu olhar exclama tudo que ela queria dizer. - Isso não é hora para lamentos meu filho. - diz a mesma ainda com um sorriso no rosto, e em seguida começa a fazer o parto.

 

Helena também está aflita, mas que qualquer um presente naquele quarto, afinal, ela é a mãe que perderá dois filhos recém-nascidos. A mesma se mantém forte, sabe que Vicent está preocupado e não quer se mostrar fraca para não abalar o seu marido, sua força também será a força dele para seguir em frente, juntos por um só objetivo, salvar a vida de um de seus filhos. Ao mesmo tempo que se preocupa com tanta coisa ela faz bastante força, muita mesmo, mas do que o necessário para uma gravidez, chegando em um certo momento que a parteira para até de influencia-la a forçar, Vicente porém se mantém firme e motivador do lado dela, esta muito nervoso e sabe que assim que o bebê nascer, o destino dessa criança estará em suas mãos.

 

Enfim a cabeça da criança aparece e a parteira logo avisa. - Isso, a cabeça já apareceu, continua. - Helena se prende para não chorar, é difícil mas ela sabe que não pode dar um piu.


A Parteira rapidamente corre em direção à uma mesa que contém um objeto cortante e um liquído em um pequeno pote, a mesma logo pega o objeto, passa o líquido e volta em direção à grávida, sofrendo muito de tanta dor.

— Calma Helena, já ta quase saindo todo. - Avisa a parteira
— É difícil ter calma sabendo que ainda tem mais um. - Exalta Helena meio descontraída e aparentando muita dor.

Logo a criança sai chorando muito, e a parteira rapidamente corta o cordão umbilical, com uma precisão muito grande devido ao costume. O pai logo pega o recém nascido e leva em direção à Helena, a mesma com um semblante de dor e choro, arranja naquele breve momento um motivo de alegria momentânea ao olhar nos olhos do seu filho. - Que o Leão te proteja! - Diz a mulher já devolvendo a criança a seu marido e mandando o mesmo partir.
— Vá embora Vicent, não temos mais tempo, temos que começar o próximo agora. - Vicent rapidamente abre a janela e para por um breve momento com a criança em seus braços e olha para trás, vendo sua mãe e sua mulher, seu filho e ele no mesmo quarto, sabendo que da forma que fosse, aquele momento jamais iria se repetir. O Homem guerreiro então logo pula da janela do quarto, que fica no primeiro andar de sua casa. Para ele não era problema, já que ele era da força de elite, um soldado de classe alta.

 

Vicent já tinha planejado uma rota de fuga, mas mesmo assim haviam muitos soldados, ele
sabia que não seria fácil sair dali, mesmo assim ele conhecia muitos pontos de fugas da  cidade, então ao mesmo tempo que não seria fácil, também não seria muito complicado, o mesmo foi cuidadosamente e vagarosamente por cada canto até chegar num ponto de saída.

 

Rapidamente ele correu em direção a uma trilha que levava a floresta, quando foi avistado por dois soldados, que precisamente estranharam e perceberam que Vicent estava fugindo com um insólito recém nascido, uma corrida intensa então se iniciou, Vicent estava com um recém nascido tendo que fugir de dois soldados dispostos a matar ele e seu filho, não podia fazer movimento bruscos, o que era quase impossível naquela situação, ele tentava ser o mas cuidadoso o possível mas sabia que não podia vacilar.

 

Os Soldados também não queriam perder mais tempo, sabiam que seria difícil alcançar um soldado de elite como Vicent, foi então que resolveram usar armas de fogo, covardia contra quem está com uma criança recém nascida nas mãos, mas contra os insólitos valiam qualquer coisa para eles. - Bang, Bang! - Vicent ouve dois barulhos de tiros e em menos de um segundo sente uma bala perfurando seu ombro esquerdo. O soldado não para, sabe que se parar morrerá friamente e verá seu filho morrer também, os soldados berram para que ele pare mas ele continua e decide tomar uma atitude para se desfazer dos outros. É então que ele toma fôlego e começa à correr o dobro do que estava correndo, fazendo vários zig-zags para que não seja atingindo por mais nenhuma bala, é então que ele toma uma distância significativa, para, cuidadosamente mas com eficiência coloca o bebê no chão e puxa seu revólver rapidamente já atirando certeiro no peito de um dos soldados que logo vai ao chão, rapidamente ele recarrega e atira no peito do outro, que também rapidamente cai.

 

Vicent rapidamente pega a criança no chão e continua sua fuga sem olhar pra trás, correndo por longas duas horas.

 

Vicent seguia por um caminho que ele sabia que era a direção dos insólitos, seu plano era deixar seu filho com sua raça e então voltar para sua cidade afim de tentar salvar sua esposa e sua mãe, se é que ainda estavam viva.

Uma hora vem o cansaço, seu sangue esfria, a dor da perfuração da bala vem com tudo e o mesmo nem se quer pode parar pois está com seus filhos nos braços, porém não aguentava mais, precisava de uma luz, de algo que o ajudasse naquele momento. Logo ele não aguenta mais andar e vai ao chão, vagarosamente. Até na queda pensa em ter cuidado com o seu bebê.

 

É então que aparece um homem, de aparência simples, cabelos lisos ondulados, com uma simples arma de madeira nas mãos e uma roupa simples, com um colete no peito, acompanhado de um jovem com o mesmo visual e aparência semelhante, eram pai e filho insólitos e exploradores. Vicent reconheceu na hora, era um insólito, obviamente o homem também o reconheceu e sabia que ele era um simples. O soldado ferido não sabia se podia confiar naquele homem mas sabia que não tinha opção, o tiro que levou foi bastante prejudicial e ele já estava sentindo-se enfraquecido e desfalecendo, não tinha muito tempo. Ele então logo explicou sua situação ao homem que acreditou e decidiu ajudar, aparentava ser um bom homem, reconhecendo a verdade nos olhos de Vicent, afinal seria difícil alguém mentir naquela situação.

— Devemos mata-lo e salvar a criança, que é da nossa raça! - Exclama o jovem, mudando o clima do momento.
— Não, isso seria errado, ele aparenta ser um bom homem. - Rebate o homem.
— Acontece que a raça desse homem que aparenta ser bom quer nos exterminar, e o senhor ainda quer ajuda-lo.
— Não! Não é isso que fazemos, você sabe disso, iremos salvar os dois e ponto final. - Exclama o homem com bastante firmeza, calando totalmente o jovem astuto.

 

Noah não se contenta com essa ideia, espera seu pai dar as costas, puxa sua espada e vai para cima do homem já enfiando a espada para mata-lo, é então que alguém se joga na frente, era seu pai. Noah fica em choque por um momento, acaba de enfiar uma espada no peito de seu pai.
— Pai, pai, não, por favor, não! - Exclama o garoto entrando em desespero e caindo com seu pai nos braços.
Seu pai olha nos seus já desfalecendo, sem forças para falar. Noah percebe que o mesmo não tem muito tempo e fica tenso. - Desculpa pai, desculpa, não tive a intenção. - O mesmo então tenta levantar-se com seu pai, afim de leva-lo para que receba um socorro, mas é interrompido pelo mesmo. - Não, não, fique aqui. - Noah apenas olha profundamente no olho dele e fica aos prantos.
— Lembre-se Noah, toda vida é importante! - Diz Nillo como sua últimas palavras.

 

O Jovem fica por um tempo chorando ao lado do corpo de seu pai, sabe que nunca vai se perdoar por aquilo, é então que levanta a cabeça e rever Vicent. Ele poderia o matar agora, mas sabe que não é isso que seu pai queria, seu pai queria que ele seguisse o propósito do mesmo, e só depois da morte dele que foi entender qual era esse propósito.

 

Noah caminha em direção a Vicent e pega a criança, que está chorando muito, o mesmo ainda tenta ajudar Vicent que o interrompe. - Eu não tenho mais muito tempo de vida, minha caminhada acaba aqui, talvez seja melhor assim. Garoto, eu sei que é duro passar pelo que você tá passando, acredite, eu tô perdendo meu filho também, não da forma que você perdeu seu pai, eu sei. Mas eu não vou poder ve-lô crescer, não vou poder cria-lo, ele não vai nem saber quem eu sou. Isso é horrível também. Só te peço uma coisa diante de tudo isso, seja para meu filho o pai que aquele homem que acaba de matar foi para você, e com certeza você será perdoado pelo seu pecado.


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Notas finais do capítulo

Deixe sua opinião por favor, é muito importante para mim. Digam também o que posso melhorar para vocês.



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