La Flor de Loto escrita por Artur


Capítulo 1
Capítulo Único: La Flor de Loto Roja


Notas iniciais do capítulo

Heeey! Tudo certinho, pessoal? Estou aqui agora para publicar outra oneshot inspirada na série, dessa vez a personagem escolhida foi a Rosita! Ela é a segunda escolhida da coletânea que estou fazendo, focando em cada personagem individualmente e em como que Negan e aguerra os afetam, seja no seu passado, seja no futuro.

A primeira foi Carol e você pode conferir a oneshot dela neste link abaixo:

https://fanfiction.com.br/historia/738347/Hell_and_Silence/



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/738536/chapter/1

La Flor de Loto

Deixara a água gélida colidir em seu corpo despido, escorrendo pelas laterais e também pelos seus cabelos escuros. Ficou estagnada na mesma posição durante minutos. Não havia outra saída, Rosita ainda sofria intensamente pela perda do amado. Passaram-se cinco dias desde a morte do companheiro, mas as marcas e as sequelas daquela cena horrenda ainda abalavam profundamente a latina.

Passou a mão direita na nuca vagarosamente, um sinal de exaustão depois do dia intenso que tivera, trabalhando contra a própria vontade para arranjar os materiais desejados por Negan. Não aceitava o fato de uma comunidade inteira se ajoelhar perante um ditador sádico. Talvez as mortes de Abraham e Glenn servissem de exemplo para amedrontarem tais moradores. E isso deixava Rosita ainda mais consternada.

Abraham havia terminado seu relacionamento com Espinosa semanas antes de sucumbir perante Negan. Todavia, isso não amenizou a dor e o vazio que Rosita sentia. Muito pelo contrário, só aumentava a lástima de não ter aproveitado os últimos momentos ao lado do ruivo de Alexandria.

Era no banheiro de sua casa — que ainda dividia com Eugene — onde a mulher de sangue latino passava a maior parte de suas noites. Encontrava naquele cômodo a oportunidade de extravasar toda sua angustia; sozinha, silenciosa, imergindo-se em seu próprio sofrimento.

Seus companheiros de grupo estavam acabados, humilhados diante de um maníaco imoral e desumano. Rosita ainda pensava em Maggie, grávida, o quanto ela sofria pela perda do esposo. Imaginava-se no lugar da Greene, esperando um filho de Abraham e vendo sua morte bem na sua frente, sem fazer nada. Absolutamente nada.

Rosita ainda podia ouvir o barulho das pancadas no crânio de Abe. Podia sentir o medo e o temor que tomava conta de si naquele momento. Aquele dia ficara marcado para sempre na vida da latina, muito mais do que as outras marcas que carrega em seu próprio corpo.

A sobrevivente encosta seu corpo nu no azulejo branco do banheiro, escorregando-se propositalmente até atingir o piso encharcado do local. A água fria que saia do chuveiro atingia seu abdômen e membros inferiores. Pondo-se mais à frente, Rosita permitiu que sua cabeça e sua nuca fossem molhadas pela água.

Elevou as duas pernas, juntando na sequência ambos os joelhos, envolvendo-os com seus dois braços esguios. Ficara ali durante certo tempo, cabisbaixa e pensativa. Ouviu a voz de Eugene ecoar abafada mais ao fundo, fazendo-a retornar à realidade momentaneamente. Não queria parecer fraca ou abatida.

Mas foi então, inclinando a cabeça para a esquerda, que Rosita se deixou levar pelas lembranças de seu passado ao vislumbrar a tatuagem de uma lótus vermelha na região do seu ombro esquerdo. A tatuagem era de tamanho mediano, com as pétalas da flor em questão abertas circularmente.  Ver aquele lótus foi o ápice do abalo de Rosita.

                                                                                                                                [...]

 — Rubem! — A voz aguda e urgente da mulher soou pelo cômodo apertado — Rápido! Venga aquí logo! — Continuou a exclamar, cobrindo a camisa bege que trajava com um casaco escuro.

O barulho de passos fervorosos dominou a residência e, em questão de segundos, um garoto adolescente de pele bronzeada surge na pequena sala que ali existia. Seu cabelo estava bagunça, parecia ter tirando um bom cochilo.

— Vou sair. Trabalhar — Sibilou Rosita, colocando a alça de sua bolsa marrom em seu ombro direito — Cuide de nuestra mamá, ok? Gaspar também foi colocado no turno da noite, você será o dono da casa enquanto estivermos fora, hermano.

O garoto assente a cabeça, coçando os dois olhos com a mão, dirigindo-se cambaleante para o cômodo de onde surgira. Na sequência, enquanto estava prestes a sair, Rosita é interrompida por uma voz que reconhece a qualquer distância.

— Mamá! — Exclamou ao vê-la andejar com dificuldades na direção da jovem latina — Não puede fazer esforço! Volte para sua cama, por favor! — Rosita parecia aflita com a situação.

— Você também está saindo à noche, han? — Camellia proferiu. Sua voz saiu rasgada, desgastada com o tempo e com a saúde que a maltratava — Já não bastasse Gaspar.

— Eu não tenho escolhas, mamá! Transferiram-me no trabalho. Ahora estou substituindo uma mulher que se adoentou, será breve, eu prometo! — Rosita beijou a testa enrugada da mãe, pondo-se a sair rapidamente.

Não aguentaria mentir por muito tempo. Estava fazendo de tudo para mantê-los nos Estados Unidos e não serem obrigados a retornar para o México. Sua realidade era totalmente diferente no país americano. Rosita e sua família viviam ilegalmente no subúrbio de Arizona, o máximo que conseguiram alcançar com o dinheiro da imigração.

Caminhou às pressas pelas calçadas das ruas de seu bairro. Não poderia bobear e perder o pouco do que tinha em um assalto naquela hora da noite. Rosita não vivia em um bairro calmo. Os tiroteios e as perseguições entre policiais e facções eram constantes, mas, comprando com sua vida no México, era um avanço.

Não demorou muito para a placa neon cintilante ser avistada pelos olhos castanhos da latina. Um calafrio percorreu pela sua espinha até erguer os últimos fios de sua nuca. Era a segunda vez que estava de frente naquele local. As luzes róseas e lilás destacam o letreiro do local em questão. La Flor de Loto, uma pequena boate próxima ao bairro em que morava.

Rosita engoliu em seco, lembrando-se do que passou na noite anterior. Não havia outra escolha, não depois de sua mãe adoecer ainda mais. Precisava juntar mais dinheiro, seu irmão Gaspar não daria conta de tudo sozinho.

A boate era comandada por um mexicano rico para os parâmetros da região, por isso o nome em espanhol, além de atrair todos os tipos de pessoas curiosas para conhecerem o sangue ardente dos latinos. Rosita adentra na boate, mostrando a tatuagem que fizera no dia anterior. Era uma lótus vermelha, sinal de era uma das chicas do local.

O barulho ensurdecedor, vindo de todos os lugares possível, deixa Rosita zonza por poucos segundos. Definitivamente, não estava acostumada com tanta agitação. As luzes eram ainda mais constantes no interior da boate. A movimentação era grande naquele final de semana, muitos homens de diversas etnias e feições passavam pelo local, todos atentos nas meninas que dançam em palcos montados em diferentes regiões estratégicas da boate. Algumas completamente nuas, outras prestes a ficarem.

— Espinosa! — Alguém chamava por Rosita, que só percebe após a segunda vez — Hey! Aqui!

Uma mulher erguia os braços para chamar a atenção de Rosita. Ela estava encostada no balcão de um bar, trajando uma espécie de top dourado, com um short curto e uma meia calça extravagante. Rosita conhecera aquela mulher no seu primeiro dia de trabalho.

— Pensei que você não viesse hoje, mas olha... me surpreendi! — Exclamou, bebendo um dos drinks do bar. A mulher era visivelmente americana, e esboçava um esbelto sorriso.

— Vou me trocar para subir. — Foi tudo o que Rosita dissera, pegando em sua bolsa lateral enquanto estava prestes a  sair daquele local.

— Ei! Vai com calma, Espinosa! — A mulher interrompeu, pondo-se na frente de Rosita — Você não vai ficar nos palcos, lindinha. Você pediu clemência ao dono para conseguir o máximo de dinheiro que puder, portanto... — Ela não continuou a fala, esperando que Rosita deduzisse o que pretendia dizer.

— Você é uma das chicas a partir de hoje, e trabalhará nos quartos, assim como eu. — Explicou, apontando o local indicado com o olhar. O coração de Rosita acelerou. Aquilo só piorava sua situação.

Será mesmo necessário se submeter a algo tão banal para conseguir um sustento nos Estados Unidos? Prostituir e vender o próprio corpo? Rosita, naquele momento, estava disposta a tudo. Passou os últimos meses tentando todo tipo de emprego, mas todas as burocracias documentais a faziam desistir, afinal, ela é uma imigrante ilegal.

La Flor de Loto era sua última esperança. Trazer comida, comprar remédios para sua mãe e pagar o aluguel do conjunto de habitações que vivia era sua prioridade. Seu pai ainda estava no México, pelo menos é o que pensa. Foi ele quem conseguiu o dinheiro suficiente para quatro pessoas atravessarem a fronteira ilegalmente. Infelizmente, não pôde vir junto à família, prometendo que logo os veriam em breve. Mas isso não aconteceu.

Já estava no pequeno quarto, repleto de enfeites e decorações bregas. Rosita estremeceu assim que ouviu a voz grossa de um homem se aproximar do seu quarto. Aproximou o punho direito à própria perna, estava nervosa, aflita com o que estava prestes a fazer. O homem adentrou no recinto com um sorriso maldoso nos lábios, ansioso por receber pelo que pagara anteriormente.

Ali, naquele mesmo momento, Rosita viu sua felicidade esvair-se por completo.

Rosita Espinosa continuou a trabalhar em La Flor de Loto durante vários meses. No começo foi difícil, mas logo conseguiu acompanhar a movimentação da boate. E, dia após dia, a latina sentia como se estivesse morta, como se apenas sua carcaça estivesse ali ao pisar na boate. Conseguiu o sustendo dos meses seguintes, amenizando a dificuldade que passavam.

Certo dia, retornando da boate durante a madrugada, Rosita fora surpreendida por um grupo de quatro homens, todos vestidos com casacos escuros com o mesmo símbolo em todos eles. O grupo desconhecida encarara a mulher por certo tempo, cercando-a com facilidades na esquina de um dos quarteirões que davam acesso ao conjunto de habitações em que Rosita viva.

— Demorou, mas te encontramos, muchacha hermosa — Um dos homens misteriosos pôs-se à frente de Rosita, assustando-a com a ação — Achou que se livraria da gente depois da travessia? Temos algumas coisas para resolver.

— Eu não conheço você — Rosita respondeu, assustada. A latina cerrou os olhos, fitando de relance cada um dos desconhecidos que a cercavam — Nenhum de vocês!

O homem que a abordara empurra o corpo de Rosita contra a parede da calçada em que estavam. A exclamação da latina fora o suficiente para deixá-lo nervoso.

— Mas nós conhecemos tu padre, e ele anda fugindo de certos compromissos. — O homem de pele bronzeada e cabelos castanhos respondeu, deixando Rosita completamente nervosa. Ele parecia de alguma, conhecer de fato a latina.

— Meu pai nem sequer mora aqui, seus imbecis. — Rosita cerrou os dentes, tentando se safar das mãos grossas do desconhecido, que retorna a jogá-la contra a parede do local.

— Cuidado com a boquinha! — Ele balbuciou, mostrando a arma em sua cintura — Nós que trouxemos você e sua família para cá. A quem você acha que seu pai recorreu quando precisou da grana? — O homem continuou, deixando Rosita paralisada — Só que ele não pagou tudo que cobramos da travessia, na verdade ele deve metade dela. E, adivinha? Até agora não devolveu!

— Anda logo, Henriquez. — Um dos homens sussurrou, olhando para a rua deserta.

— Felizmente, nós sabemos onde cada imigrante mora aqui nas terras americanas. Achou que estaria completamente livre de suas raízes? — O desconhecido solta Rosita, fitando-a com um olhar furioso e agressivo — Nós iremos caçar você e sua família até que a dívida esteja paga. Não adianta se esconder, florzita. É melhor começar a juntar o dinheiro lá da boate, antes que seja tarde.

Henriquez lança um último olhar para Rosita, correndo com seus companheiros da máfia mexicana, deixando-a ali, paralisada de medo. As pernas de Rosita estavam bambas, suas mãos tremiam intensamente. A latina buscava fôlego para prosseguir até sua casa. O malfeitor parecia estar muito convicto em conhecê-la, e a ameaça soou severa e real.

Espinosa enxugou as lágrimas, tentando voltar ao seu estado normal antes de continuar com o trajeto. Alguns dias depois do incidente, Rosita contara ao seu irmão um pouco mais novo, Gaspar, sobre o encontro com Henriquez. Não havia nada que pudesse ser feito a não ser trabalhar mais.

La Flor de Loto passou a ser praticamente a nova moradia de Rosita. Normalmente, a latina não continuava a madrugada toda na boate, mas isso mudou após a ameaça da máfia. Para isso, Rosita precisava de mais clientes, expondo-se ainda mais como uma se fosse uma boneca de pano qualquer, usada e depois descanteada. Desde então, o sonho de um futuro melhor nos Estados Unidos passou a ser um pesadelo que nunca estava perto de acabar. Era impossível juntar tanto dinheiro assim. A dívida de seu pai era enorme.

Em um dos retornos à sua casa, Rosita se deparou com algo que a deixou completamente irritada. As coisas de sua família estavam jogadas por todos os lugares da pequena casa. Copos, pratos e espelhos quebrados. A mesa estava revirada, assim como o sofá e a televisão velha que tinha. Assustada, encontrou sua mãe, Camellia, abraçada ao seu irmão mais novo, Rubem, no canto da sala.

— Mamá! Rubem! — Rosita soltou um grito de desespero, segurando as lágrimas. A latina ajuda a mãe e o irmão a se levantarem, estavam tão assustado quanto Rosita, que nesse momento nem se importara em esconder a tatuagem do lótus.

A máfia havia dado um recado, o último antes do pagamento. Ainda levaram consigo o outro irmão de Rosita, Gaspar, que será provavelmente espancado até que Rosita consiga juntar o dinheiro. Dinheiro este que não possuía.

Rosita Espinosa se viu em desespero. Não sabia o que fazer em uma situação dessas. Havia se submetido a diversas humilhações, tudo para deixá-los seguros. Mas seu pequeno mundo ruiu em poucas semanas. Rosita tinha herdado a força de vontade da mãe, mas não possuía  a coragem do pai, algo que Gaspar tivera.

Mi hija... — Cammelia sussurrou em um tom de voz quase inaudível, aproximando-se lentamente de Rosita — Não se desespere. Você tem feito muito por mim, por todos nós. Se não estivessem gastando tanto com medicamentos, provavelmente teríamos o dinheiro da dívida. Yo soy uma carga que llevan.

— Não, não é verdade, mamá! — Rosita vociferou, sua voz soou em meio aos soluços — Eu não sei o que faço, estou desesperado. Gaspar... a boate, tudo isso me deixa esgotada!

Um silêncio tomou conta de mãe e filha. Por um momento, Camellia sentiu uma pontada no peito, como se sentisse a dor que a filha estava passando. A senhora de certa idade toca no ombro esquerdo de Rosita, acariciando a região da tatuagem da latina.

— Uma lótus vermelha é um símbolo muito nobre — Cochichou a mãe, fazendo Rosita olhá-la com seus olhos marejados — Creo que significa a natureza mais pura do corazón — Continuou, sorrindo levemente — Sua abuela viva tentando plantá-las na nossa vila, mesmo não sendo natural do México.  Ela dizia que La Flor de Loto representa a superação de qualquer dor e sofrimento quando o mundo físico alcança a iluminação do mundo espiritual.

— Mãe...

— Por isso, hija, não se abata pelo que está acontecendo, vamos dar um jeito nisso, eu tenho certeza! Confia e tu madre! — Camellia concluiu, dando duas tapas de leve na tatuagem da filha, esboçando um sorriso sincero e acolhedor.

Rosita enxuga as próprias lágrimas, abraçando a mãe. As palavras de Camellia fizeram algo em Rosita despertar, um sentimento jamais visto antes pela latina, sentindo pela primeira vez o sangue ardente de suas origens pulsando em suas veias.

No dia seguinte, Espinosa despede do abraço da mãe, correndo em direção à boate. Estava disposta a dar um fim em tudo aquilo. Só dependia dela e mais ninguém. Conseguiu com sua amiga da boate uma pistola pequena com seis balas reservadas. Rosita tinha a plena certeza do que estava prestes a fazer.

A latina retira-se da boate, andejando apressada nas coordenadas que Henrquez havia dado para quando fosse realizado o pagamento da dívida. A latina andou um pouco até chegar ao centro do seu bairro. As ruas estavam agitadas, mais que o normal. Rosita não entende tamanha movimentação nas calçadas do centro.

Algumas pessoas corriam desesperadas, gritando e pedindo por ajuda. Aquilo não era normal, mas nada abalaria Rosita, não naquilo momento. Espinosa atravessa a rua lentamente, fitando o prédio indicado por Henriquez. Estava há alguns metros de distância daquilo que selaria o seu futuro.

Rosita estava tão focada no que iria fazer que nem ao menos viu a presença de um carro militar vir em sua duração. A latina se assusta, jogando-se para frente. A buzina forte e aguda do carro toma conta dos ouvidos de Rosita, a qual estava estirada no chão quente do asfalto.

— A cidade está uma loucura e a dama fica desfilando na rua! — O motorista militar bradou de forma irônica. O ruivo passa lentamente na frente de Rosita, gesticulando com a cabeça por quase tê-la atropelado — Saia daí logo, moça!

A latina ficara sem entender a urgência em que o militar verbalizava. Sentiu seu coração se acalmar aos poucos, a voz e os olhos verdes penetrantes do ruivo exalavam  confiança, proteção e autoridade. O veículo para próximo à Rosita. Eis que o ruivo militar desce do carro, carregando uma arma consigo, a maior que Espinosa já vira.

O ruivo caminha lentamente, olhando para todos os lados da rua, parecia temer que algo surgisse do nada. Eis que ele para ao lado de Rosita, estendendo sua mão para a mesma.

                                     [...]

Rosita já havia saído do banho, estava terminando de se arrumar em frente ao espelho de seu quarto, fitando, uma vez mais, a flor de lótus vermelha em sua pele. A frase de sua mãe, desde a última vez que a viu, ainda soavam baixinho no ouvido de Rosita.

A latina, de agora em diante, olharia para aquela tatuagem todos os dias como forma de recuperar suas forças. Estava convicta em seguir em frente, superar a morte de Abraham, mas não sem esquecê-lo; o ruivo estaria na memoria de Rosita para sempre, assim como a cor rubra da lótus tatuada em seu ombro. Eles eram um só.

Rosita caminha pelo cômodo, procurando por algo até encontrá-lo em uma gaveta. Guardou pistola que levara consigo para tentar matar Henriquez durante todo esse tempo e, agora, Rosita tinha um único algo; Negan.

Um suspiro longo e demorado fez Rosita parar por alguns segundos. A sobrevivente coloca a pistola em seu coldre, retirando-se da casa lentamente. Estava disposta a matar o líder dos Salvadores, nem que para isso custe à própria vida. Não importa quantas vezes digam que matar Negan é inútil, Rosita só descansaria até matá-lo.

— Rosita! — A voz de Eugene interrompeu o percurso da mexicana — Eu sei o que você está tentando fazer, e acredite, não vai dar certo. Baseando no fato de Negan ter inúmeros seguidores, no momento que você o atingi-lo com a bala que eu fabriquei, todos os outros se voltarão contra você.

Espinosa permanece em silêncio, de costas para Eugene.

— Você irá morrer, Rosita! — Eugene aumentou o tom de voz, preocupado com a amiga.

— Eu se disso — Rosita sorri, virando-se para Eugene. Seu sorriso era sincero e verdade, algo que há muito tempo não fazia. A latina assente com a cabeça, erguendo as duas sobrancelhas — Obrigado, Eugene.

Rosita retorna a caminhar até o portão de Alexandria. Deixando um Eugene petrificado para trás. Rosita apenas alcançaria sua iluminação espiritual quando o homem que matara Abraham estive morto. E ela estava disposta a fazer isso acontecer. Seu sangue latino fervia mais do que nunca.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Deixem suas opiniões! Se houver algum erro, peço que avisem por gentileza! Aqui vimos como Rosita está enfrentando a morte de Abraham pelas mãos de Negan, e como seu passado irá fazer com que ela tente, de todas as maneiras, derrubar Negan!

Isso mesmo, ficou implícito no final do flashback o encontro com Abraham e o início da praga zumbi no Arizona. Portanto, deixei a corgo de vocês imaginarem o destino de Gaspar, Camellia e Rubem!

Gaspar também é uma homenagem ao personagem de uma querida amiga minha aqui do site, Menta! Ele está presente na fanfic atual dela, Hunters Instinct, e é um residente de Hilltop. Sem mais spoillers, podemos chamar isso de um pequeno east egg, seriam os dois realmente irmãos em ambas as histórias? Não é nada oficial, é apenas um jeito sutil e carinhoso de unir essas duas ones. O link para essa história fantástica da Menta está logo abaixo! Abraços!

https://fanfiction.com.br/historia/580907/Hunters_Instinct/