Pego o papel e o guardo em minha bolsa, agora só falta conseguir o emprego, o que provavelmente não será difícil, quero dizer, uma cidade pequena como essa não pode ter tantos dançarinos juntos, certo?!

Entro em casa e só agora eu percebo que eu andei o caminho inteiro, e o caminho é longo, sem nada de ruim me acontecer, afinal eu estava concentrada e não percebi o que fazia. O que um simples panfleto não pode fazer com uma pessoa.

–Bella, já chegou?! - Charlie olhou pela porta da cozinha

"Não to na escola" - pensei. Por que as pessoas fazem perguntas tão inúteis? Se ele está me vendo aqui em casa é porque eu já cheguei, então por que perguntar? Mas como eu sou uma filha "ótima" e muito "educada" respondo:

–Sim pai, cheguei.

Subo sem parar para conversar e entro em meu quarto.

O panfleto diz que é para levar todos os documentos, o que é realmente um problema pra mim, já que eu não tenho a mínima ideia de onde eu os coloquei, mas isso é fácil resolver, tenho certeza que está no meu quarto, então é só procura-lo.

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Quando pensei que seria fácil encontrar meus documentos eu estava redondamente enganada, porque eu levei três horas pra encontra-los, e o mais legal de tudo é que estava na gaveta do armário da COZINHA, não me pergunte como foram parar lá, só sei que encontrei quando desci pra procurar algo para comer, porque cansa procurar as coisas, então quando eu menos espero eu acho tudo o que procurava. O bom é que eu achei comida na mesma gaveta, ou seja, eu sou demais.

Agora, eu estou armando uma vingança fria e cruel para Jacob Black, primeiro motivo é que por culpa dele, logo no meu o primeiro dia nessa cidadezinha eu tive que ficar pressa em casa, o segundo motivo é que por culpa dele eu vou ter um carro tão velho que nem Zeus bate ele na idade. Mas eu acho que já sei um jeito de ser fria, cruel e ainda por cima rápida nessa vingança, mas será duradora.

Charlie combinou de assistir o jogo de algum esporte que eu não tenho o mínimo interesse de ver, aqui em casa. E Billy virá, e junto com ele o peso morto do Jacob. Eu sei que ele está vindo só pra me encher a paciência, só que o que ele não imagina é que a vinda dele aqui será uma maravilha. Pelo menos para mim.

Depois de uma hora, que pareceram ser muito mais, eles chegaram. Desci com um sorriso Colgate no rosto, mostrando a todos que meu humor está maravilhoso, como sempre dizia Aro, o diretor da minha antiga escola. Me sento ao lado da Pocahontas, ops do Jacob. Ele me olha e sorri, se ele pensa que eu estou feliz em ver ele, está totalmente correto.

Assim que o jogo começa a atenção de todos na sala fica na pequena televisão de casa. Jacob passa o braço por mim, pensando que eu vou deixar, me levanto e digo:

–Vou beber água.

Ele assente e volta a sua atenção para o jogo. Vou até a cozinha e pego a tesoura de jardinagem do Charlie, e uma supercola. Esgueiro-me pela parede e vou me abaixando conforme vou me aproximando do sofá onde ele está sentado. Deixo as coisas no chão e volto para a cozinha. Abro a geladeira e pego uma latinha de Coca-Cola. Corro até o banheiro no andar de cima e despejo dentro da lata remédio para dormir. Desço calmamente como se não tivesse feito nada, e me sento ao lado dele novamente.

–Quer Coca?

–Claro.

E assim como eu pensava o garoto toma todo o conteúdo da lata. Depois de longos e demorados cinco minutos ele adormece, sua cabeça cai para trás e seu enorme cabelo fica livre, leve e solto, pronto para um belo corte feito por Isabella Swan. Sem que ninguém perceba volto para trás do sofá, pego a tesoura e corto o belo cabelo. Devo admitir que eu realmente achava o cabelo bonito e preso nesse rabo de cavalo fica ainda mais lindo! Pego a supercola e passo na ponta do cabelo e os colo.

Uma breve explicação: Eu não colei porque eu acho o cabelo bonito, mas pensem comigo, assim que ele se levantar irá se dar conta de que algo está errado, e a culpa cairá pra cima de mim; com a cola, não vai ficar perfeito, e vai ser muito fácil de reparar, mas como ele ainda vai estar com sono não perceberá. Só amanhã quando acordar vera que seu cabelo não é mais o mesmo.

O jogo demorou tanto para acabar que eu acabei dormindo, acordo com o chamado de Billy. Ao que parece estava sendo difícil acordar Jacob. Por que será? Levanto e vou à cozinha beber água, volto bem na hora em que Jacob acorda, ele está com a cara um pouco inchada, os olhos vermelhos e cerrados, uma baba escorre pelo canto de sua boca, seguro meu riso, o garoto está tão lesado que quase não anda direito. Charlie tem que ajuda-lo a chegar ao carro.

O vento frio do lado de fora me acertou em cheio e eu tremi, não sabia que estava tão frio assim; o calor da Itália faz tanta falta.

Apesar de estar curiosa pra saber mais do Jacob e seu lindo cabelo o sono era maior. Subo as escadas e vou diretamente para o meu quarto me jogo na cama e durmo. Não sonhei não me mexi e não acordei no horário. Olho no relógio e já era 7h40min, que legal tenho 20 minutos pra me arrumar e ir pra escola, se bem que o carro que eu ganhei vai servi pra algo. Um Chevrolet Pickup Truck 1953, até que serve pra algo, me ajudou e muito a chegar na hora. Entro no estacionamento e todos me olham, passo reto sem olhar para os lados e sinto duas pessoas do meu lado, um do lado direito e outro do lado esquerdo, de inicio penso que são meus amigos, Quil e Embry, mas ao olhar constato que estou errada, por dois motivos, o primeiro é que não são eles, o segundo por que não são homens, são garotas.

–Oi - Alice fala.

–Ai minha nossa uma anã, nunca vi uma de tão perto! - Aponto para a coisa pequena ao meu lado.

–Não sou uma anã.

–Claro que é! Já sei.

–O que? - Pergunta a loira extremamente linda ao meu lado, ela deve ser modelo ou algo do tipo.

–Você é a Alice, só que você acabou de sair do pais das maravilhas e ainda não voltou a sua forma original?

Admito, isso foi ridículo, mas não consegui zoar ela de um jeito melhor, já gastei muito meus neurônios com o Jacob, e ainda ter quer vir pra escola naquilo que meu pai chama de carro, isso não é pra qualquer um, me surpreendi que ainda pude pensar em algo.

Elas se olharam com cara de quem ouvira aquilo, mas mesmo assim não achava possível ter escutado.

–Acho que é melhor escutar isso do que ser surda. - Rosalie falou

–Concordo. - Completou Alice - Bella...

Ela ia falar comigo, mas minha paciência com pessoas por hora já se esgotou. Vou pra minha primeira aula e Quil já está lá, olhando pro teto e com fones de ouvido. Sento-me ao seu lado começo a encara-lo, a raiva toma conta de mim, pois ontem por culpa dele e do Embry tive que ir andando até em casa; eles podiam ter me esperado ou ter dado tchau, mas não eles foram embora, me deixaram sozinha e desolada. Se era pra isso pra que vieram para essa escola? Posso estar exagerando, mas não ligo! Ele não falou comigo, não me olhou e Embry fez o mesmo, qual o problema desses garotos? Mas se vai ser assim, eles me ignorando, fingindo que não me conhecem, que não me veem e que eu não existo, tudo bem, eu também não vou atrás.

E assim se passaram as aulas e o intervalo. Como eu sou horrível em decorar coisas ainda não sei meus horários, por isso olho no papel e vejo que minha ultima aula é Educação Física. Não sou ruim em esportes, só não gosto de fazer, ficar cansada e suada não vale a pena. Fico na arquibancada vendo os meninos fazendo esporte. Embry e Quil estão jogando futebol. E Edward que também está na aula, mas está jogando vôlei.

–Senhorita Swan, posso saber por que não está fazendo nenhum exercício?

–Porque eu não trouxe o uniforme.

–Não quero que isso se repita! - falou o professor.

Enquanto eu olhava para as garotas jogando vôlei ouvi gritos e vi pessoas correndo, como eu não sou nem um pouco curiosa desci correndo a arquibancada para ver o que era que toda aquela multidão estava fazendo. No meio de um circulo enorme estavam Quil, Embry e Edward.

–Foi a terceira vez que vocês me acertaram com essa bola, é lógico que foi de proposito! - Disse Edward.

–Eu admito foi de proposito sim, e dai? Vai fazer alguma coisa? - Embry falou.

–Vou!

Então ele correu e acertou um soco na face do Embry e com isso a multidão estourou em gritos e fez Quil reagir dando um soco na barriga do Edward que se levantou com a mão na barriga e novamente partiu pra cima dos dois, o garoto só pode estar querendo morrer. Não que ele seja magrelo, mas contra dois só pode ser suicídio! E a minha consciência entra em ação, dizendo que eu tenho que fazer algo. Como se eu fosse uma boa samaritana!

–Parem com isso! - Grito entrando na frente dos três e morrendo de medo de levar um soco por engano.

–Agora você vai defender o namoradinho né Bella?! - Quil rosnou

–Namoradinho? Você andou fumando algo?

–Não tenta mentir Bella nós vimos vocês dois ontem coladinhos um no outro

–Como?

–É isso mesmo, fomos atrás de você e a encontramos atrás da escola entre duas vigas grudada nele - Quil apontou pro Edward

–Nós estávamos nos escondendo, o diretor estava atrás de mim! - Era por isso que eu estava sendo ignorada por eles?

Eles ficaram quietos, mas os outros alunos explodiram em cochichos. Com certeza todos estão pensando errado de mim agora. Não que eu me preocupe isso só vai me ajudar a sair dessa cidade!