Recomeçar escrita por Flower


Capítulo 25
Último Capítulo — Parte 05


Notas iniciais do capítulo

EU SEI QUE DEMOREI A VOLTAR, MINHAS FLORES. É que eu passei um pouco mal durante esse final de semana e não consegui fazer nada no computador. ):

Mas estou bem e postarei mais dois capítulos atrasados, eu tive que fazer a revisão desses capítulos agora, então me perdoem se houver erros! ♥

Esse capítulo nos dá um pouco a visão do que acontecerá no último capítulo, então eu peço que prestem atenção e tentem captar. MUHAHAHAHA *diabinho*

Sem mais bláblábá... Boa leitura. ♥



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Sétimo mês de gestação – SINÔNIMO DE MEDO

Está uma noite agradável.

Felicity anda com desejos exóticos que envolvem frutas e churrasco. Isso mesmo, na noite anterior eu e William nos juntamos no jardim para ligar a churrasqueira elétrica para um churrasco típico americano. Tínhamos pães frescos, salsicha e hambúrgueres gourmet sobre a chapa quente, mas também havia frutas sobre os pães, ao lado das salsichas e nos hambúrgueres, tornando tudo muito estranho.

Mas, por incrível que pareça, a noite segue normal. Estou levando uma xícara de chá verde que serve como um diurético indicado pelo Doutor Cooper. Felicity adora tomar chá com torradas assim que anoitece, ela costuma dizer que é uma pequena entrada para começar os trabalhos, me fazendo tremer com a ideia de alguma vontade extravagante que esteja pensando para o jantar.

Antes que eu coloque meus pés no primeiro degrau da escada Felicity aparece segurando com uma de suas mãos o corrimão. A outra mão em forma de concha está na base de seu ventre pesado enquanto tenta descer pelos degraus. Então, sua voz trêmula ao sair pelos seus lábios me faz deixar com que a bandeja caia sobre o chão e em um piscar de olhos consigo chegar até seu corpo gélido.

— Oliver, eu não estou conseguindo...

Seus braços são guiados até minha nuca, onde tentam conseguir forças para manter os pés no chão.

— Querida, o que você está sentindo? — ergo seu corpo em meus braços com cuidado, levando-a para suíte.

— Respirar! Respirar... — sua voz está ofegante.

Meu coração está correndo com os batimentos.

Eu não sei no que pensar e muito menos no que fazer.

A deito confortavelmente sobre a cama, apoiando sua cabeça nos travesseiros macios de forma que consiga pegar o máximo de ar em seus pulmões. O peito de Felicity infla com dificuldade a cada inspiração e expiração, deixando-me ainda mais preocupado.

— Eu vou leva-la para o Hospital de Starling!

— Não!

Felicity segura fortemente em minha mão, puxando meu corpo para perto do seu. Ela está com seus olhos bem fixos enquanto sua boca continua entreaberta buscando o ar.

Minhas pernas estão bambeando.

— O que você quer que eu faça? Não poço te deixar aqui apresentando riscos ao bebê!

— William está dormindo, ele não pode ficar sozinho. — sua voz está estabilizando.

— Eu irei leva-lo conosco.

Entrelaço nossos dedos tentando acalmá-la.

— Ele vai se assustar... Não o deixe me ver assim, por favor, não deixe!

Seu nervosismo torna a respiração mais afobada e sua voz fica trêmula mais uma vez.

— Tudo bem, está tudo bem meu amor. Você só precisa olhar para mim e respirar igual o Doutor Cooper nos ensinou, certo?

Ela faz um sinal positivo com a cabeça rapidamente.

Um, dois, três.

Expira.

Um, dois, três.

Inspira.

— Estou sentindo minha cabeça doer um pouco... Pode ser a pressão alta, o Dr. Cooper disse que a pré-eclâmpsia poderia me deixar assim.

— Os remédios! Eu vou busca-los.

Estou morrendo de medo como um garotinho assustado.

Por um momento achei que estava perdendo Felicity, deixando-a escapar por entre meus dedos junto de nosso bebê.

Estou fadado ao pavor e às perturbações que me envolvem quando penso que posso perdê-los.

Eu não aguentaria.

— Eles estão na gaveta de nosso criado mudo. — Felicity aponta para mim.

Minhas mãos correm o mais rápido possível para a gaveta, agarrando uma série de frascos sem ao menos ler suas indicações. Não estou ficando louco, é que nos últimos meses memorizei cada remédio e seus horários corretamente, porque são remédios importantes para que Felicity não tenha que se preocupar com a pressão alta e dores de cabeça como está acontecendo agora. Porém, a falta de ar é um problema que não estávamos acostumados a enfrentar.

Alcanço o telefone sem fio sobre a torre ligando automaticamente para o Doutor Cooper que atende após breves segundos de chamada.

Oliver? — ele pergunta.

Cooper, estamos com problemas. Felicity está com falta de ar, eu não sei o que fazer! Eu tenho que leva-la ao hospital, mas ela se recusa! — atropelo as palavras.

Eu preciso que tenha calma, rapaz. Vá até Felicity e confira para mim sua pressão arterial com o aparelho digital.

Sua calma me irrita.

Ela sempre me irrita.

Checo a pressão arterial de Felicity como pediu e deixo com que o ar saia fortemente de meus pulmões em alívio.

Está normal. — o respondo.

Como estão os braços e as pernas dela? Inchados?

Observo os pés de Felicity que apresentam um grande inchaço, mas seus braços estão normais.

As pernas e os pés estão bem inchados! O que pode ser isso? Eu já os vi crescerem um pouco, mas nunca dessa forma. Você precisa vir até aqui, por favor. 

Enquanto Felicity está com seus olhos fechados tentando equilibrar sua respiração, eu quem estou enlouquecendo.

Um pobre ratinho perturbado.

Estou em uma pequena viagem, Oliver. Não tem como ir até aí!

Tente o teletransporte. Mas faça alguma coisa!

Minha voz foi gritante agora.

Eu deveria lhe dar um tapa na cara para se acalmar. Você é um homem ou um rato? Acalme-se. Seu estresse pode piorar as circunstancias para sua mulher!

Meu peito sempre se enche quando se referem à Felicity como minha mulher.

É engraçado.

Eu daria um soco na boca do estômago desse obstetra metido a engraçadinho, mas tenho que concordar que ele esteja certo. Eu não posso deixar que transpareça ainda mais que estou morrendo de medo que aconteça algo errado, então devo respirar fundo e tentar manter a maldita calma.

O que devo fazer?

A falta de ar é comum para casos de pré-eclâmpsia. Dê os remédios nos horários corretos e a faça relaxar, ela só precisa relaxar. Talvez esteja estressada e isso tenha desencadeado a dificuldade em respirar!

Faz sentido.

E como posso fazer isso?

Água quente sobre as áreas inchadas, hidratação e amor. Principalmente amor.  

Estou com medo! — sussurro baixinho para que apenas Cooper ouça.

O medo é normal. Mas tudo irá dar certo, Felicity é saudável e temos esse problema sob controle, confie em mim e, sobretudo, confie nela.

Novamente o aninho imaginário que fica sobre meu ombro está me acalmando.

Será que eu deveria apelida-lo de Cooper?

Fechado, esse será seu novo nome.

Obrigado. — suspiro.

Não precise agradecer. Agora faça o que aconselhei e amanhã de manhã vá até meu consultório, minha substituta temporária irá atendê-los. E não se preocupe, ela é de confiança.

Certo.

Finalizamos a ligação.

Volto até Felicity segurando suas mãos que, desta vez, estão em sua temperatura normal. Ela abre seus lindos olhos azuis demonstrando que está mais calma, a respiração ainda é profunda.

— Está mais calmo?

— Não. — balbucio.

Felicity sorri. — Estou melhor agora, meu amor.

— Tem certeza?

— Acalme-se... — sua mão alcança meu maxilar deixando um carinho casto em minha barba por fazer.

— Você tem razão, irei me acalmar.

~~~

O Doutor Cooper me disse que Felicity precisava relaxar para que os inchaços pudessem sumir e sua respiração finalmente estabilizasse. Ele me deu algumas dicas para isso, então decidi unir o útil ao agradável porque apesar de ser Felicity quem está passando mal, estou tão apavorado e estressado quanto ela.

A banheira está repleta e a água morna em temperatura ambiente. Dou passos até o quarto onde Felicity permanece deitada, a trazendo para nosso banheiro.

— Irei receber um banho relaxante de presente? Não é meu aniversário.

Ela tenta brincar para amenizar o susto que sofremos.

— Então deve ser o meu aniversário... Porque tenho dois presentes comigo.

Arranco um sorriso sincero dos lábios de Felicity à medida que retiro cuidadosamente suas peças de roupa as deixando de lado. Seu corpo nu ficou ainda mais lindo com a gravidez, os seios estão fartos e não cabem em minhas mãos, sua barriga é lisa e macia.

E suas curvas? O que são as curvas de seu corpo?

A bunda está linda.

— Presentes que estão lhe dando um trabalhão... — ela morde seus lábios inquieta.

Estou apenas trajando uma cueca Box branca, facilitando que eu vá direto ao ponto. Eu volto a erguê-la em meus braços, e agora, entro cuidadosamente na banheira deixando com que meus pés se acostumem com a temperatura da água. Sento com Felicity sobre meu corpo, aconchegando-a entre minhas pernas.

Ela coloca suas mãos descansando sobre meus joelhos e apoia sua cabeça em meu peito. Seus olhos estão fechados, porém a respiração ainda permanece dificultosa. Felicity está tentando me mostrar que está tudo bem, mas eu sei que isso é para que eu me acalme, porque por mais que esteja mal ela quer me ver bem, sem a nebulosidade do medo e preocupação rondando meus olhos.

Em contrapartida, eu não importo aqui, ela e o bebê são os únicos que me preocupo, e eu a farei estabilizar, porque eu preciso disso para acabar com minha angustia.

Encosto meus lábios no lóbulo de sua orelha, minha voz rouca e languida começa uma música tranquila ao pé de seu ouvido, enquanto minhas mãos acariciam toda a extensão de seu ventre.

Helium – Sia

“Estou tentando, mas continuo caindo
Eu grito, mas nada vem agora
Estou dando o meu tudo e sei que a paz virá
Eu nunca quis precisar de alguém

É, eu quis jogar duro
Considerei que poderia fazer tudo eu mesmo
Mas mesmo um Super-Homem
Às vezes precisou da alma da Super-Mulher

Me ajude a sair deste inferno
Seu amor me eleva como o hélio
Seu amor me eleva quando estou para baixo, para baixo
Quando eu acerto o chão
Você é tudo que eu preciso.”

Aos poucos a respiração de Felicity vai se mantendo uniforme cada vez que deixo que escape de meus lábios uma estrofe da música que nos envolve. O silêncio ao nosso redor deixa o ambiente mais confortável, permitindo que a música ressoe com facilidade, tornando-se agradável a nossos ouvidos.

— Você conseguiu... — Felicity entrelaça seus braços sedosos nos meus.

Ela está sorrindo, eu posso sentir.

— Está melhor? — selo minha boca molhada em sua nuca, fazendo um caminho sorrateiro até seu ombro esquerdo.

— Obrigada. — ela suspira longamente.

— Eu quem deveria está agradecendo, meu amor.

Felicity vira seu rosto para que eu possa observar seus olhos mais tranquilos.

— Não conseguiria sem você, nada seria possível. — ela encosta seu nariz na curvatura de meu pescoço, descansando sua cabeça.

— Então estamos quites, porque eu não sei dar um passo a frente sem que eu saiba que vocês estão bem.

Ouço seu ronronar ainda próximo a meu pescoço me arrancando uma risada divertida. Seu corpo está colado ao meu transmitindo seu calor juntamente à temperatura da água, e então, seu corpo volta a se acolher no meu.

— Cante para mim, amor. — sussurra.

Respiro fundo voltando à letra da música.

Esses últimos dias ela tem se tornado um refúgio para nós.

Porque quando eu acerto o chão, ela é tudo o que preciso.


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Notas finais do capítulo

Então pessoal, espero que tenham gostado e na próxima postagem teremos outro capítulo antes do último. Certo?

Eu prometi responder os comentários, porém com esse mal estar não consegui. Logo, após postar a próxima parte, respondei todas vocês. ♥.♥



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