It's All About Timing escrita por Nonni


Capítulo 3
Storybook


Notas iniciais do capítulo

Boa noite!!!!! Não sei muito o que falar nas notas iniciais então vamos direto ao ponto.
Essa OS é AU (universo alternativo). Nela Robin e Regina se conhecem em uma livraria.



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Cheiro de livro é uma coisa única. Cheiro de livro novo então, nem se fala. O prazer que se sente em folhear um livrinho saindo do forno e cheirá-lo é um dos melhores.

Robin podia se sentir no paraíso sempre, já que vivia rodeado por histórias presas em folhas de papel, mas que logo seriam liberadas para quem as lesse.

Com um pano no ombro direito, Robin empilhava alguns livros na estante a sua frente concentrado nos títulos, pensando em quais daqueles já tinha lido ou não. Por uma fração de segundos seus olhos desviaram para uma moça que tinha dois livros na mão e o olhar indeciso no rosto. Essa fração de segundos foi o bastante.

Deixando os livros por ali, ele seguiu para a moça de cabelos castanhos e, sem saber de onde saiu a coragem, ele disse, com cuidado para não assustá-la:

— Difícil escolha.

A moça levantou os olhos das contracapas e encarou a imensidão azul dos olhos de Robin, um pouco surpresa com o fato de ele ter aparecido do nada para falar com ela.

— De fato. – concordou a moça, desviando os olhos para os livros novamente.

— O Maior Amor do Mundo é um livro inspirador, já Cilada é um suspense que você não consegue parar de ler. Leve os dois. - ele falou.

— Ah, não posso. Eu já tenho uma estante em casa com vários livros a serem lidos, não devia ter nem entrado, mas o nome e o ambiente me chamaram a atenção. - ela respondeu fazendo uma careta e ele riu, hipnotizado com a mulher a sua frente.

Pare Robin, pensou. Até parece que você está vivendo em um romance de algum livro.

— Então, aceite uma dica de quem já leu os dois: Leve O Maior Amor do Mundo. Vai te fazer flutuar na história de uma mãe desesperada pela guardas dos filhos. Ensina muito. É lindo.

— Está certo. Vou confiar em você. - disse, largando um dos livros e seguindo até o caixa. Robin esperou ela chegar até o caixa e em questão de segundos se colocou-se atrás da caixa registradora e viu o olhar de interrogação no rosto da mesma ao ver ele ali.

— O-o que..?

— Robin Locksley, dono da StoryBook, é um prazer, senhorita...?

— R-Regina Mills.

— É um belo nome. - Robin sorriu para ela e Regina retribuiu com um sorriso tímido, logo desviando o olhar para sua bolsa para pegar o dinheiro. Quando ela fora entregar para Robin, ele negou.

— De jeito nenhum. É um presente.

— M-Mas, claro que não. Você não pode.

— Como não? Sou o dono, lembra?

— Eu não posso aceitar,Sr.Robin...

— Oh, Deus! Só Robin, por favor. E claro que pode aceitar, vamos, senhorita Regina. - ele insistiu, entregando a sacola a Regina.

— Eu não sei como agradecer. - ela falou, tímida, pegando a sacola.

— Agradeça-me lendo e gostando dele. - ele sorriu e piscou para ela.

Logo Regina se despediu e saiu da loja, deixando um Robin bobo para trás.

Nunca na vida ele havia visto uma mulher tão bela.

**

As portas do elevador se fecharam e Regina permitiu-se se escorar na parede. Estava exausta. Ela amava o que fazia. Tinha um amor por sua profissão e por todos os animais que cuidava que seu coração se enchia de contentamento só de lembrar. Mas ser veterinária era exaustivo, às vezes.

Assim que chegou em casa foi recebida por Arrow, que pulava em suas pernas contente pela dona ter chegado. Regina se abaixou e deu atenção ao bichinho, que deitou-se de barriga para cima e língua pra fora quando Regina começou a fazer carinho em sua barriga.

Mais tarde naquela noite, depois de ter tomado um banho para relaxar e levar embora o estresse do dia, Regina foi até a sacola do livro que havia ganhado e quando a abriu, estranhou. Tirou de lá um exemplar de O Maior Amor do Mundo e outro exemplar de Cilada.

Ao abrir o livro, havia uma dedicatória numa caligrafia caprichada:

"Eu menti. Na verdade, não consigo escolher um favorito. Espero que a senhorita consiga, e, se conseguir, venha a minha loja, estarei esperando para que possamos conversar sobre essas duas obras.

Com carinho, Robin Locksley."

Sorrindo, ela lembrou dos olhos azuis do homem e perguntou-se como ele conseguira colocar os dois livros lá sem ela notar. Chamando Arrow para o quarto, a morena começou a leitura para que terminasse logo e pudesse voltar a livraria.

Mas isso não tinha nada a ver com a figura loira que era dono do lugar.

Claro que não tinha nada a ver.

**

Uma semana depois, quando Robin menos esperava, eis que o sininho da porta da livraria abre, e os olhos azuis se deparam com o belo par de olhos castanhos que não saiu da cabeça do loiro durante todos esses dias. A morena sorriu para ele e caminhou até o caixa.

— Você mentiu para mim. – ela disse, levantando a sobrancelha.

— Um pouquinho. – ele respondeu, fazendo uma careta. Era estranho como a atmosfera mudava quando ela estava por perto, era como se todo o ar fosse sugado de seus pulmões e ele tivesse que lutar para respirar e pensar perto dela.

— Eu vim lhe dar uma resposta. – ela começou, semicerrando os olhos. – Eu li os dois, e embora O Maior Amor do Mundo seja maravilhoso, Cilada me prendeu completamente. É maravilhoso, Robin! E era um autor que eu nunca havia ouvido falar, e você me deu essa oportunidade e eu só tenho a agradecer. Eu amei, e amei, e amei! E quero comprar mais livros dele. De verdade! – ela terminou, parando para respirar e sorrindo tímida ao perceber o quanto se animou.

— Bem, eu fico feliz. – ele sorriu também. Amou o jeito empolgado com o qual ela falou sobre o livro. – Harlan Coben é incrível, e eu fico feliz de ter lhe apresentado ele. Venha, vou te mostrar os outros livros. – ele disse, saindo de trás do caixa e indo no caminho de um dos corredores.

— E dessa vez eu irei comprar, ouviu, senhor dono da Storybook? – ela disse, dando ênfase no “eu”.

— Só com uma condição... – ele disse, parando e se virando para ela.

— Qual? – perguntou.

— Você tem que aceitar sair comigo. – ele disse, não sabendo de onde tirou coragem.

Regina semicerrou os olhos, mas sorriu, se perguntando se havia mal em sair com ele. Um homem atraente, simpático e que a tratava bem desde a primeira vez que a viu.

— Certo, eu saio com você. – disse, e viu um brilho nos olhos dele. – Mas, por hora, me mostre os livros.

— Me siga, milady. – brincou, sorrindo vitorioso.

**

O outono era uma estação maravilhosa. As folhas caindo das árvores deixando um tom de laranja ao chão era um cenário adorável. Regina observava o movimento de carro nas ruas. Sentada em uma mesa no Tinker’s Coffee, ela esperava Robin chegar.  Regina escolhera o lugar de encontro pois adorava aquele café. Era o melhor, pelo menos ela achava. Além de ser de uma grande amiga sua, Tinker crescera com ela e elas eram quase irmãs. 

Faziam dias que ela e Robin ficavam de marcar aquele encontro, e mesmo sendo uma pessoa ocupada, Regina gostava de aparecer na livraria as vezes para vê-lo. Claro, ela alegava que era por causa dos livros, mas lá no fundo, ela sabia o real motivo. Na ultima vez que ela e Robin conversaram e ele cobrou o encontro, ela marcou o endereço do café e a data num post-it e colocou na caixa registradora.

Agora aqui estava ela, com uma xícara de café com leite na metade, esperando que ele aparecesse.

E ela esperou e esperou, a cada minuto murchando mais na cadeira.

O dia deu lugar a noite, o movimento dos carros foi diminuindo, e a cadeira na frente de Regina continuava vazia.

Ela soltou um riso irônico, as lágrimas picavam no canto de seus olhos, mas ela não as deixaria cair. Ela não sabia porque tinha acreditado que sair com um cara que conhecia somente de uma livraria daria certo. Era claro que ele não a levava a sério. Então por que ela estava tão decepcionada?

Bufando e juntando suas coisas, ela deixou uma nota para pagar o café e se levantou, indo embora.

Alguns minutos depois, um loiro entrou esbaforido pela porta, em busca de uma cabeleira castanha, pela qual estava tão encantado nesses últimos dias, infelizmente ele não a achou.  

Irritado, ele saiu porta a fora, sabendo que podia ter estragado algo que talvez nem tivesse começado ainda.

Mas antes que entrasse em seu carro, Robin lembrou de Regina ter comentado sobre ser amiga da dona do café. Talvez, se tivesse sorte, encontraria a amiga de Regina e pediria o número de telefone, ou talvez até mesmo um endereço.

Ele não faltara o encontro porque quisera, na verdade, ele se julgava ridiculamente ansioso para tal. Tinha esperado isso por dias, queria conhecer aquela mulher. Ele voltou até o café e perguntou pela dona, que ele imaginava que se chamava Tinker. Depois de alguns minutos esperando, uma mulher baixinha, com uma touca e alguns fios loiros para fora apareceu em sua frente, sorrindo.

— Posso ajudar? – ela perguntou.

— Eu realmente espero que possa. – ele disse, com um sorriso amarelo. – Meu nome é Robin Locksley e eu tinha um encontro aqui hoje, com a sua amiga.

— Ah, com a Regina... Deixa eu adivinhar, você não apareceu, não é? – a mulher perguntou, fazendo uma careta.

— Eu tive um imprevisto, de verdade. E eu não tenho como falar com ela, e tenho certeza que ela nunca mais vai aparecer na livraria. Eu realmente teria vindo, mas não pude. Na verdade eu nem deveria estar aqui, mas não podia fazer isso com ela. Tinha esperança dela ainda estar aqui, mas não a encontrei em nenhum lugar. Eu preciso falar com ela. – ele falou, sem interrupções. A loirinha o avaliou por alguns instantes.

— Olha, eu tenho certeza que Regina vai me matar, mas eu acho que é importante, se não você nem estaria aqui. Eu vou lhe dar o número dela. E não estrague tudo outra vez. – Tinker disse, anotando o número em um papel e entregando a Robin. A loirinha piscou para o loiro e Robin a agradeceu, saindo dali e seguindo para casa.

Apesar de querer falar com Regina logo, seu filho precisava dele.

***

— Papa, você deita aqui comigo? – perguntou Roland, os olhinhos lutando para conter o sono.

— Deito sim, filhão. – Robin respondeu, terminando de dobrar algumas roupas do menino e guardando no guarda-roupa. O homem foi até a cama do garoto e se deitou ao seu lado, Roland se aconchegando ao pai.

— É estranho dormir com isso. – o menino de 6 anos disse, encostando no gesso em seu braço esquerdo.

— Você não ta sentindo dor filho? – Robin perguntou, preocupado. Felizmente o pior havia passado, mas ele ainda conseguia sentir resquícios do susto que havia levado ao receber a ligação da escola de Roland, avisando que o garoto tinha caído na educação física e estava sendo encaminhado ao hospital.

— Não, agora passou. Acho que foi por causa do remédio, né? – ele disse, olhando para o pai.

— Acho que sim, filho. – o loiro concordou com ele, enquanto fazia um carinho nos cachos do filho.

— Você foi no encontro hoje, papa? – o menininho perguntou, curioso. Robin contava tudo para o filho, e havia comentado que iria sair com uma amiga.

— Não deu, filhão. Eu não podia deixar você sozinho com esse braço quebrado. – o homem falou, sincero.

— Mas, papa, ela vai ficar brava com você. – o garotinho concluiu.

— Mas você vem sempre primeiro, Roland. – o homem disse, olhando nos olhinhos do garotinho. – E me deixou muito preocupado hoje, filho. Tem que tomar mais cuidado.

— Eu sei, papa. Desculpe. – disse, cabisbaixo.

— Não precisa pedir desculpas, filho. O que importa é que você está bem, mesmo com um braço quebrado. – Robin disse, para confortar a criança.

— Você já quebrou o braço? – o garoto perguntou, naquela curiosidade e vontade de conversar típica de criança. Robin amava o filho, e se endireitando na cama, começou a contar as histórias de quando era criança e se machucava em brincadeiras na rua.

Quando o menino dormiu, já se passavam das nove da noite e Robin seguiu até a cozinha, servindo-se de um copo de vinho. O dia havia sido longo, e bem, nada como Robin esperava. O loiro estava quase saindo para o encontro com Regina quando a escola ligou, e isso o fez mudar totalmente os seus planos. A preocupação com o seu filho nublou os seus pensamentos, e ele só se sentiu aliviado quando chegou no hospital e pode falar com a criança.

A mãe de Roland morrera no parto, e Robin vinha criando Roland sozinho desde então. Era ele e o garoto para tudo. A mínima ideia de perder Roland deixava Robin fora de si, e por isso ele fazia tudo o que estava em seu alcance para que o menino tivesse uma vida confortável, rodeado de amor e carinho. Mesmo que não tivesse mãe. 

Pegando o papel com o número de Regina, o loiro se perguntou se estava muito tarde para ligar. Mas ele também sabia que não aguentaria até o outro dia, precisava explicar o porquê de tê-la deixado esperando no café. Discando o número, ele teve que esperar até o terceiro toque para ouvir a voz da mulher.

— Alô?

— Regina. Sou eu, Robin, e por favor, não desligue. – ele disse, rápido.

— R-Robin? – ela perguntou, surpresa. – Só pode ser brincadeira. – ela sussurrou.

— Eu sei, você deve estar possessa comigo. E você tem total razão. Mas eu não fui porque tive um imprevisto, Regina. Preciso que acredite em mim.

— E por que eu deveria acreditar? – ela perguntou, brava. – Você me deixou plantada, Robin. Veio pra cima de mim com um papo de livros, todo atencioso, me convidou para sair e me deixou plantada quando eu aceitei. – falou, brava. Robin suspirou, sabendo que ela estava certa.

— Olha, eu tenho uma boa desculpa pra isso. Eu só não quero falar por telefone. Você merece uma explicação, Regina, mas não por telefone. Quero conhecer você além da livraria, Regina, e peço mais uma chance pra isso. Por favor, eu prometo, você não vai se arrepender. – ele falou, e um momento de silêncio se seguiu.

Regina ponderou. Se ele não se importasse, não teria ligado. Se ele ligou e se preocupou em lhe dar uma explicação, talvez o bolo que tivesse levado tivesse sido causado por um imprevisto mesmo. Mordendo os lábios, a morena pensou em quão bem se sentia falando com Robin, o quão cavaleiro ele era com ela toda vez que se viam. Ela não o conhecia direito, mas pelo que conhecia, sabia que não era do tipo dele dar bolo em pessoas. Respirando fundo, ela respondeu.

— Tudo bem, Robin, você tem um chance. – concordou, podendo ouvir o suspiro de alivio dele no outro lado da linha.

— Obrigada, Regina. – ele disse. – Você aceita jantar comigo na sexta feira?

— Jantar? – ela perguntou.

— Sim, eu acho que você merece um jantar, e para me redimir eu buscarei você em casa. Sem bolos. Sem ficar plantada esperando. – ele falou.

— Ok, Robin. Eu mandarei meu endereço por mensagem. – ela disse, desligando o celular e respirando fundo. Depois de alguns minutos em silêncio, ela percebeu que nunca tinha dado o seu celular para Robin. Como ele havia conseguido o número dela, então?

Se não desse certo e ela se decepcionasse, mataria Tinker.

***

Enquanto terminava de retocar a maquiagem, Regina se perguntava se estava fazendo o certo. Porque mesmo desconfiada, as borboletas no estomago por ver Robin continuavam ali. E ela se perguntava se ele viria mesmo. Ela estava pronta para qualquer coisa. Quando as 20h em ponto o interfone tocou, e era o porteiro avisando que o Sr. Locksley estava a esperando na portaria, ela teve que respirar fundo algumas vezes. Depois de se despedir de Arrow e checar que a cachorrinha tinha água e comida no pote, ela pegou o elevador para o primeiro andar.

Quando ela chegou a portaria, Robin estava de costas para ela, mas assim que percebeu a sua presença se virou. Regina prendeu a respiração, e Robin também. Os dois se olharam por alguns segundos, e Robin sorriu para ela.

— Você está maravilhosa. – disse. Regina sentiu as bochechas corarem.

— Obrigada. – respondeu. – Você também não está nada mal. – disse, fazendo Robin sorrir.

— Vamos? – ele perguntou, oferecendo o braço para ela. Regina se aproximou, enganchando seu braço no dele. – Eu vou te levar para conhecer o motivo pelo qual eu não compareci no nosso encontro.

— Era um encontro? – Regina perguntou, intrigada.

— Para mim sim, e para você? – ele devolveu a pergunta.

— Bom, desde que você não compareceu, ele foi um encontro que não aconteceu. Então... talvez esse seja o nosso encontro.

— Talvez... – ele sorriu, sem graça. – Eu sinto muitíssimo, Regina. Prometo que vou recompensá-la. – Regina apenas sorriu para ele, e eles entraram no carro.

Demoraram cerca de 20 minutos até chegarem no seu destino. Robin saiu do carro e foi abrir a porta do passageiro, para que Regina saísse. A morena desembarcou do carro intrigada pelo lugar em que se encontravam. Ela esperava que ele a levasse em algum restaurante. Mas a bela casa em sua frente não indicava isso.

— Bem vinda a minha casa. – Robin sorriu, e Regina franziu o cenho.

— Nós iremos jantar na sua casa? – perguntou e ele assentiu.

Quando os dois já estavam lá dentro, a morena observou o lugar. Era uma casa relativamente grande, de dois andares, e embora simples, parecia muito aconchegante e organizada. A morena sentiu um cheiro que fez seu estomago roncar baixinho, fazendo Robin sorrir.

— Acredite, o jantar vai estar tão bom quanto o cheiro. – ele falou, pedindo que ela o seguisse até a sala.

— Você que cozinhou? – ela perguntou,enquanto observava Robin ir até a mesinha de centro, onde havia uma garrafa de vinho. O loiro serviu duas taças e se aproximou de Regina, entregando a dela. Antes que elerespondesse, uma figura de cabelos cacheados adentrou a sala, com um gesso no braço direito e um cachorro de pelúcia na mão esquerda.

— Ops, desculpe, papai, eu não sabia que vocês tinham chegado. – ele disse, tímido, indo para perto de Robin. Regina quando ouviu o menino o chamando de pai, levantou a sobrancelha em confusão.

— Tudo bem, Roland. – ele sorriu, dando um beijo nos cachinhos do filho. – Regina, este é Roland, meu filho.- A morena o encarou, sem saber o que falar.

— Oi, Regina! – o garotinho falou, sorridente. – Estou feliz por conhecê-la.

—O-Oi, Roland. - ela gaguejou e olhou para Robin, vendo no olhar dele um pouco de constrangimento por a noticia tê-la pegado de surpresa. –O que aconteceu com esse braço? – ela perguntou, se abaixando para ficar na altura do menino.

Saber que Robin tinha um filho, assim de surpresa, havia pego-a desprevenida. Mas não era nada que ela não soubesse lidar, afinal, ela gostava de crianças. E o menino tinha covinhas e o sorriso tão adorável, que Regina não conseguiu resistir em se abaixar e conversar com ele.

—Eu caí na escola. Foi horrível, mas agora eu estou melhor. – sorriu para ela, e Regina sorriu de volta.

— Poxa... eu também quebrei o braço uma vez... não foi agradável. – fez uma careta, e o menininho riu alto. – E esse cachorro, qual o nome? – ela perguntou, puxando assunto com o pequeno.

— É o Bob. Eu queria ter um cachorro de verdade, mas eu e o papai combinamos que precisamos arrumar um lugar bem legal para ele ficar. Então eu estou esperando. – Roland disse, colocando Bob em seu colo de uma maneira que Regina pudesse fazer carinho.

— Ah, quando vocês quiserem, é só me procurar. Tenho certeza que posso ajudar, já que sou veterinária... – ela disse, e viu quando os olhos do garoto se iluminaram. Robin também se permitiu ficar surpreso, feliz por descobrir alguma coisa sobre a mulher.

— Legal! – comemorou Roland. – Papa, você ouviu isso? Podemos ter um cachorro logo, Regina vai nos ajudar.

— Vi sim,filhão. Acho que teremos que ir logo na clínica dela para ver isso, huh? – ele sorriu para o filho, que sorriu para ele de volta.

— Eu preciso contar isso para Belle. Ela ta lá em cima, eu posso ir, papa? – ele perguntou e Robin concordou com a cabeça. Roland sorriu para os dois adultos e saiu da sala tão rápido quanto entrou.

Regina esperou que Roland saísse do aposento para levantar-se e olhar para Robin, esperando que ele começasse a falar.

— Eu sei, informação demais? Olhe, vamos sentar e eu te explico tudo desde o inicio, huh? – Regina concordou, tomando um longo gole de vinho. – Sinto muito por não ter lhe falado nada antes, mas, na verdade, o jantar aqui em casa foi porque eu ainda não me sinto confiante em deixar Roland sozinho. Claro, ele ficaria com Belle, que é sua babá, mas mesmo assim, eu iria ficar preocupado... Eu não decidi simplesmente não ir no café aquele dia, Regina, na verdade eu estava pronto pra ir, mas me ligaram da escola dizendo que Roland havia quebrado o braço, e eu não consegui pensar em mais nada além de estar com o meu filho. Sinto muitíssimo. Eu até tentei chegar no café depois, mas você não estava mais lá. Então eu peguei seu número com Tinker e liguei, porque eu não queria perder a chance de sair com você...

— Mas Roland está bem, não está? Foi só um braço quebrado mesmo? – ela perguntou, antes de tudo, sentindo uma repentina preocupação com a criança.

— Sim, ele está bem. Mas me deu um susto tão grande, eu não gosto nem de lembrar. – ele falou, e Regina percebeuresquícios de preocupação naqueles belos olhos azuis.

— Eu entendo e não te culpo por ter me deixada plantada lá te esperando. Se eu tivesse um filho, teria feito a mesma coisa. E entendo também que você tenha me trazido para cá, e eu não me importo, Robin, de verdade.

— Obrigada, Regina. De verdade. – o homem falou, pegando na mão dela que estava depositada em cima do sofá. Fora impossível não sentir a corrente elétrica que aquele toque causou, e Regina tomou mais um gole de vinho para disfarçar. Deuses, o que aquele homem tinha? – Então você é veterinária? – ele perguntou, engatando a conversa, louco para conhecer mais da mulher sentada ao seu lado. Mesmo não querendo, Robin soltou a mão dela.

— Sim, uma veterinária muito apaixonada por cachorros e livros, mas sobre os livros você já sabia. – ela disse fazendo-o rir.

— A parte dos livros eu já desconfiava...

Eles passaram minutos conversando, se conhecendo e provocando risos fáceis um no outro. Eles se sentiam a vontade na presença um do outro. Robin se perdia nos sorrisos que Regina dava e se admirava com cada coisa que ela falava. E não era diferente para Regina. Os dois só pararam quando uma senhora de estatura mediana, entrou na sala e chamou a atenção do casal.

— Robin, o jantar está pronto. Podem vir, já chamei Roland.

— Ok, Stella. Muito obrigada. – Robin agradeceu a empregada, levantando-se e oferecendo a mão para Regina. Juntos eles seguiram até a sala de jantar, e não demorou para que Roland se juntasse a eles, animado. 

O jantar correu tranquilo e cheio de risadas, pois o garotinho contagiava os dois adultos com tudo o que falava. A animação que Rolandficara com o fato de seu pai ter dito que procurariam um cachorro ainda estava presente, e o menino não parava de falar disso, muitas vezes pedindo para Regina compartilhar histórias sobre seus dias no trabalho. Regina também havia falado que tinha uma cachorra e o menino ficou louco para conhecer Arrow.

Depois que comeram a sobremesa, e Roland começou a bocejar na mesa, Robin pediu para que o filho se despedisse de Regina, pois chegara a hora de dormir. Claro que o garoto reclamou, pois mesmo com sono, ainda estava deslumbrado com Regina.

— Mas, papa, Regina não foi embora ainda. – ele reclamou, fazendo bico. A morena se permitiu sorrir.

— Eu sei, filho, mas já passou da sua hora de dormir, huh? Vamos, dê tchau para Regina que eu vou te levar pra cama.  – Robin falou, e observou o menino descer da sua cadeira e ir para perto de Regina.

— Tchau, Regina. Foi um prazer conhecer você. Venha nos ver mais vezes, tudo bem? E traga a Arrow junto! – o garotinho disse, e surpreendeu Regina quando ele a abraçou, dando um beijo em sua bochecha. Depois disso, Robin piscou para o menino e o pegou no colo, pedindo licença para Regina e levando a criança para o andar de cima.

Enquanto Robin não voltava, Regina decidiu esperá-lo na sala. Observando o cômodo, ela notou algumas fotografias em cima da lareira e outras penduradas na parede. A maioria delas era de Roland e de Robin, mas se aproximando mais, ela percebeu que em uma fotografia só havia Robin acompanhado de uma mulher morena e muito bonita. Regina pegou a foto na mão e ficou se perguntando se aquela era a mãe de Roland. Concentrada na fotografia, ela nem percebeu quando Robin voltou a sala.

— Você gostou do jantar? – ele perguntou, e Regina levou um susto, colocando rapidamente o quadro no lugar. Robin se aproximou dela e disse: - Desculpa, não queria te assustar.

— Eu que peço desculpas, não devia estar mexendo nas coisas. – ela falou, desviando o olhar, envergonhada por ter sido pega.

— Não tem problema, Regina. – ele disse, encarando o quadro e pegando-o na mão.

Regina o observou, percebeu o olhar de nostalgia com o qual Robin encarava o retrato, e antes que pudesse evitar, as palavras saíram de sua boca:

— O que houve com ela? – perguntou, se arrependendo logo depois. – Desculpe, Robin, eu não devia ter perguntado. – pediu desculpas pela segunda vez em poucos minutos, mas a pergunta não pareceu incomodar Robin, que respondeu:

— Não se desculpe. Marian morreu no parto de Roland.

— Eu sinto muito. – ela disse, baixinho, procurando a mão dele e apertando.

— Eu também... – ele sussurrou, olhando por mais alguns segundos a foto e a colocando no lugar. Os dois sabiam que deviam afastar as mãos, mas não o fizeram. Ficaram em um silêncio confortável, perdidos em seus próprios pensamentos.

— Eu deveria ir, Robin. – Regina interrompeu o silêncio, se afastando e indo até o sofá, onde sua bolsa estava.

— Tem certeza? Ainda é cedo... – ele falou.

— Não, é melhor eu ir. – ela respondeu, sorrindo sem graça.

— Certo, espera só um pouquinho que eu vou subir e pedir pra Belle dar uma olhada em Roland, enquanto eu levo você. – Robin falou, caminhando em direção as escadas.

— Robin, não precisa, eu posso pegar um táxi. – Regina constatou, não querendo incomodar.

— De jeito nenhum! – ele falou, sério. – Espera aí que eu já volto. –Regina suspirou, sabendo que não deveria discutir.

Alguns minutos depois, estavam os dois a caminho do apartamento de Regina. Ninguém falava e o silencio reinava no carro, mas não era um silencio incomodo. Quando chegaram na frente do edifício, Robin desceu do carro e abriu a porta para Regina. A morena desembarcou do veículo e sorriu para ele.

— Está entregue. – ele disse.

— Obrigada, Robin, pela noite. – ela agradeceu.

— Obrigada você, Regina. Pela segunda chance. E por não ter saído correndo depois de ver Roland. – ele falou, mordendo o lábio de uma forma nervosa.

— Impossível, Robin. Seu filho é um amor. – ela elogiou e Robin sorriu, piscando para ela.

— Bem, alguma coisa ele tinha que puxar pelo pai. – brincou, e Regina deu um leve tapa no braço dele.

— Bobo! – disse ela, tentando não rir.

— Mas falando sério, foi uma noite incrível, eu adorei conhecer mais sobre você. – Robin disse, e carinhosamente colocou uma mecha do cabelo de Regina atrás da orelha. A morena fechou os olhos quando os dedos de Robin rasparam suavemente pela sua bochecha.

— E eu sobre você. – ela respondeu, baixinho, depois de abrir os olhos.

Uma leve brisa passou pelos dois e Regina estremeceu, e Robin sabia que era hora de se despedir.

— Você deve entrar, está frio. – o loiro disse, e Regina concordou, afastando-se dele.

— A gente se vê por aí. – ela disse.

— É claro que sim, afinal, você sabe aonde eu trabalho. – ele sorriu.

— E você sabe aonde eu trabalho. – foi a vez dela dizer, risonha.

— Não temos desculpas. – Robin brincou.

— Não, não temos. – ela concordou.

Eles se encararam mais uma vez, e antes que Regina virasse para entrar no prédio, Robin a puxou pela mão, depositando um leve beijo na bochecha da morena. O contato fora pequeno, mas devastou os dois, enchendo-os de uma alegria sem explicação. Regina sorriu timidamente, largando a mão de Robin.

— Tchau, Robin. – a morena falou, dando uma ultima olhada no loiro.

— Tchau, Regina. – Robin respondeu, com um sorriso no rosto.

O loiro ficou observando a morena sumir na portaria do prédio, e depois disso seguiu até o seu carro, e se ele pudesse, teria saltitado, tamanha a felicidade que sentia.

Ambos sabiam que os dois se veriam em breve. Afinal Robin tinha Roland, que não desistiria de arrumar um cachorro e procurar Regina para ajudar. E Regina tinha o gosto por livros, e bem, Robin trabalhava em uma livraria. Era uma questão de tempo.

Enquanto o loiro seguia o caminho para casa sorrindo, a morena abria a porta do apartamento, os dois corações batendo rápido, esperando ansiosamente o momento em que se veriam novamente.

E se dependesse deles, não iria demorar.


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Notas finais do capítulo

Então, eu coloquei esses livros (Cilada, O maior amor do mundo) porque eu os li e acho eles maravilhosos. Inclusive super indico, vocês não vão se arrepender.
To meia insegura porque essa é a primeira AU que eu posto aqui, espero que vocês tenham gostado da história. Comentem e me deixem saber o que acharam.
Um enorme beijo pra Leti e pra Jeane Karla, que não me deixam desistir nunca. Amo vocês meninas!
Obrigada Natasha, por sempre betar as minhas histórias.
Até a próxima, xoxo;



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