It's All About Timing escrita por Nonni


Capítulo 28
Arco-Íris


Notas iniciais do capítulo

Olá gente!
Nos vemos lá embaixo?

Plot de hoje: Ano perdido. Regina toma conta de um Roland fujão, enquanto Robin tem que ir em busca de um mago junto ao Príncipe Encantado.

Boa leitura!



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O inverno nunca foi a estação favorita de Regina. Ela sempre odiou passar frio, até que chegou em Storybrooke e teve o conhecimento dos tão úteis aquecedores. Agora, de volta a floresta encantada, ela agradecia por ter algo ainda melhor para lhe aquecer nas noites frias. 

Mesmo que a neve estivesse caindo sem parar do lado de fora do castelo e a lareira de seu quarto estivesse acesa, a fonte que lhe mantinha quentinha era o corpo forte agarrado ao seu na cama. Regina sabia que Robin não estava dormindo, mas gostava do silêncio gostoso ao qual eles estavam agora. 

Tinha suas pernas enlaçadas as dele embaixo das cobertas, as mãos fazendo um carinho delicado e distraído em seu peito. Robin lhe acariciava os cabelos delicadamente e de tempos em tempos lhe beijava os fios castanhos. 

Se lhe perguntassem como eles haviam parado naquele momento, Regina não saberia explicar. Desde a primeira vez que vira Robin, sentiu que a conexão que estabeleceram ia muito além das palavras. Depois de anos vivendo apenas pelo amor de seu filho, Regina se surpreendeu ao se encontrar apaixonada pelo ladrão mais famoso de todos os tempos. 

Porque, sim, ela estava apaixonada. Mesmo que ainda não tivessem conversado sobre esse caso que se passava entre eles. 

Robin era um pedaço de esperança que fazia ela acreditar em dias melhores. Quando a dor de ter que deixar seu pequeno príncipe para trás a atingiu, Regina havia se agarrado a aquele homem porque ele era o único, assim como Henry, que acreditava e conhecia a sua verdadeira essência. 

Bem, ele tinha uma miniatura que acreditava nisso também. Roland, a beira de seus cinco anos, era a outra pontinha de esperança a qual Regina se agarrava todos os dias. Tendo a presença dos três, ela sentia que tinha pelo que lutar. 

E dessa forma inexplicável, entre provocações e conversas atrevidas, Robin roubou-lhe o coração. Regina ainda não entendia como ele havia conseguido, embora soubesse que não se podia roubar algo que lhe fosse dado. E de forma calma, ela entregava seu coração a Robin a cada dia mais. A cada beijo roubado. A cada abraço. A cada provocação. A cada noite de amor. A cada risada espontânea que ele tirava dela. A cada vez que fazia ela se sentir amada e importante. A cada vez que acreditava nela, como se seu passado de maldades não existisse. 

Regina havia se interessado por Robin muito tempo antes de notar a tatuagem em seu pulso, e tentara fugir dele assim que o fez. Agora, naquele momento, Regina agradecia pelo ladrão ser tão paciente e insistente e por nunca ter deixado que ela fosse para longe demais. 

Inconscientemente e sem saber de toda a história de pó mágico, Robin tomou o primeiro passo para estarem juntos quando beijou Regina pela primeira vez, depois de uma das tantas discussões as quais sempre eram os dois os protagonistas. 

Depois daquele beijo, Regina decidiu que não tinha porque lutar contra algo que, bem, ela queria também. 

O problema era que, como nada na sua vida vinha de forma fácil, ela se encontrava se apaixonando a cada dia mais pelo homem enquanto tinha que combater as ameaças de sua meia irmã. 

"Não acho que seja uma boa ideia você ir amanhã…" Regina falou baixinho, sem se mexer. 

"Achei que já tínhamos falado sobre isso." Robin respondeu, beijando mais uma vez os cabelos dela. Adorava aqueles cabelos, tinham um cheiro tão bom que lhe encantava e o deixava ainda mais viciado em Regina. 

"Me beijar até que eu esqueça a nossa discussão não é conversar sobre isso, Robin." levantou a cabeça do peito do homem para encarar as íris azuis. "Por favor, não vá." 

"Regina… Zelena não sabe sobre a gente, nem mesmo deve saber quem eu sou." levou a mão a bochecha dela, deixando que seus dedos fizessem um suave carinho no local. 

"Robin, Zelena tem contato por todos os lados. Não posso deixar que você se coloque em risco indo atrás do que o Príncipe Encantado acha que é certo. Roland precisa do pai dele vivo." beijou a palma da mão dele que estava em seu rosto. 

"E ele vai me ter vivo por muitos anos, Regina. Pense nisso como uma patrulha na floresta… Eu vou sair pela manhã, voltar até o final da tarde… talvez roubar você e meu filho para que a gente jante somente nós três, huh?" sugeriu, um sorriso enfeitando seus lábios enquanto beijava a bochecha dela. Regina fechou os olhos. "E aí, depois que Roland dormir, posso servir de aquecedor para você." desceu os lábios que estavam na bochecha para o canto da boca de Regina, fazendo ela soltar um suspiro ao esperar que ele lhe beijasse. 

"Eu me importo com você." ela sussurrou baixinho, abrindo os olhos e encarando os azuis. Robin abriu um sorriso bonito, as covinhas apontando. "Não sorria assim para mim..." 

"Eu fico lisonjeado que se importe comigo, e fico ainda mais feliz porque sinto isso em todos os seus gestos e toques. E eu me importo com você também, tanto que quase não posso por em palavras." respondeu, olhando intensamente para Regina. "Eu vou ser muito mais cuidadoso amanhã, porque além de ter que voltar para o Roland, eu tenho que voltar para você também." beijou a pontinha do nariz dela, fazendo-a sorrir. 

"Você é tão teimoso!" suspirou cansada, sabendo que Robin não mudaria de ideia. Só podia torcer para que ele fizesse exatamente o que havia lhe dito. 

"Igual a minha Rainha." sussurrou contra os lábios dela, os tomando com vontade. Regina agradecia, porque sabia que a discussão ficaria em segundo plano, e as preocupações com o dia de amanhã também, abafadas pelos beijos, toques e gemidos que soariam pelo quarto pelo resto da madrugada. 

Quando os primeiros raios de sol começaram a apontar entre as janelas do quarto, Regina sentiu Robin se mexer contra ela. O homem depositou diversos beijos em seu pescoço e cabelo e parecia relutante em levantar da cama. Regina delicadamente entrelaçou as mãos as dele, que estavam em sua cintura. 

"Você não precisa ir… você sabe disso." falou sonolenta, sentindo Robin sorrir contra seu pescoço enquanto depositava pequenos beijos no local. 

"É uma tentação ficar aqui deitado com você, majestade." beijou-lhe o lóbulo da orelha, ouvindo Regina suspirar, parecendo mais desperta. 

"Então fica…" se virou para encarar os olhos azuis, tão sonolentos quanto os dela.

"Por que eu sinto que vou ter uma batalha aqui, e daqui a pouco uma no acampamento?" perguntou divertido, fazendo Regina franzir o cenho em desentendimento. "Primeiro vou ter que lidar com você, e depois com Roland." explicou, enquanto passava delicadamente um dos dedos na testa dela, para que ela desfranzisse o cenho. Regina sorriu, concordando com a cabeça. 

"Com certeza, duas batalhas." riram juntos e Robin não demorou em juntar seus lábios aos dela. "Ele vai ficar com Tuck?" ela perguntou, enquanto observava Robin levantar-se, começando a se vestir. Regina suspirou. 

Na verdade, eles acreditavam que mantinham seu relacionamento em segredo. Regina sempre ignorava os olhares sugestivos de Branca e Tinkerbell, embora sentia que ambas ficassem completamente felizes por ela. Mas Regina queria evitar que seu caso com Robin chegasse nos ouvidos de sua atual inimiga. Tinha medo do que Zelena poderia fazer, sabendo que tinha com o que machucar Regina. 

Com Henry longe, Regina não tinha o que temer. Zelena não poderia tirar nada dela… ela já havia perdido tudo. A Rainha poderia sim se importar e lutar junto a seus antigos inimigos para proteger o reino, mas não era como se sua irmã tivesse um ponto fraco para lhe atacar. Mas tudo mudou com Robin e Roland em sua vida, Regina ficava cada vez mais temerosa e preocupada, tinha medo de que eles se machucassem por causa de toda essa vingança de Zelena. 

Era por isso que Robin sempre saia cedo de seu quarto, se esgueirando pelas sombras como o legítimo ladrão que era. 

"Acredito que sim. Tuck com certeza vai manter ele ocupado em alguma tarefa e você sabe que ele adora se sentir como um de nós." Robin comentou, assim que terminou de se vestir. Regina ficou observando enquanto ele andava até a lareira e acendia o fogo com maestria. Quando ele voltou até ela, sentou-se ao seu lado, buscando os olhos castanhos. "Para mantê-la aquecida." beijou sua testa, se demorando ao esfregar a ponta de seu nariz no dela. 

"Obrigada." Regina agradeceu, afastando-se para encarar os olhos azuis. Mesmo que tivesse uma fraca claridade no quarto, Regina passou os delicados dedos por todo o rosto do homem, se demorando mais na barba por fazer. Robin se inclinou ao sentir o toque da mulher. "Promete que vai se cuidar?" perguntou baixinho, enquanto observava as feições relaxadas dele. Robin assentiu, beijando-lhe os lábios. 

"Prometo." respondeu encarando os castanhos com intensidade. "Você deve se cuidar também, huh?" Robin pediu, visto que Zelena adorava aparecer algumas vezes de surpresa para irritar a irmã. 

"Eu não preciso me cuidar, ladrão. As pessoas que devem ter cuidado comigo." levantou a sobrancelha, fazendo Robin sorrir. 

Realmente, aquela mulher era fogo. 

"Eu não tenho dúvidas sobre isso." ele beijou-a mais uma vez, se demorando no contato ao beijar todo o maxilar dela e depois subir os beijos até sua boca. "Até mais tarde, meu amor." 

Regina sentiu um beijo em sua testa e com isso ele se foi, deixando-a com um sorriso no rosto pelo apelido carinhoso, mas o coração apertado. Ela esperava que o dia não demorasse a passar, para que logo ele cumprisse os planos do jantar com ela e Roland. 

*** 

A sala do trono estava mais quente do que o esperado. Regina revirava os olhos enquanto observava Branca de Neve caminhar e tagarelar de lá para cá. A tarde já se estendia por algumas horas e ambas começavam a ficar agoniadas com a demora do grupo que havia saído cedo naquele dia. 

Tinkerbell estava junto a Belle mais a frente, ambas com a cara enfiadas nos livros, tentando achar alguma forma de deter ou retardar os planos de Zelena. 

Regina passou os olhos por toda a sala, nervosa e angustiada. Talvez ela devesse ir até a biblioteca também, procurar algo. Foi quando seus olhos castanhos pararam na figura miúda que adentrava o salão em uma porta lateral. Seus olhos se arregalaram em pânico ao perceber que Roland estava com o queixo tremendo, trajando uma roupa que não era apropriada para todo aquele frio. 

"Gina!" escutou ele chamar no exato momento em que a mesma se levantara e correra em sua direção. Roland pulou em seu colo assim que a mulher estava perto o bastante, enrolando as perninhas na cintura dela e deitando a cabecinha em seu peito. 

"Roland, querido… O que você está fazendo aqui? Por que não colocou mais um casaco, macaquinho? Você está congelando." o apertou mais em seus braços. Agora Tinker, Belle e Branca já estavam ao seu lado, também preocupadas. 

"O papa disse que ia me trazer pra ver você, Gina… mas ele não chega nunca. Ele disse que não ia demorar…" os lábios tremeram e a voz embargou. Regina nem precisava olhá-lo para saber que estava chorando. 

"Querido, seu pai vai chegar logo, logo. Por favor, não chore." Beijou-lhe os cachos castanhos. "Tuck sabe que você está aqui, Roland?" perguntou, se afastando para que o garotinho olhasse em seus olhos. Roland negou com a cabeça, parecendo envergonhado. "Não sabe?" 

"Não, Gina. Ele dormiu e eu saí porque queria ficar com você e não queria acordar ele." disse baixinho, os olhinhos ainda agoniados. O corpinho tremia e Regina sabia que o melhor era esquentá-lo rápido. Seu coração aqueceu ao perceber que a criança apenas queria um colinho dela, mas logo ficou preocupada. Tinha certeza que Tuck teria um susto quando acordasse e não visse Roland. 

"Belle, consegue pedir para um guarda ir avisar Tuck que Roland está a salvo e comigo no castelo, por favor?" pediu, buscando os olhos da mulher, que acenou com a cabeça, indo até o guarda mais próximo. "Roland, você não pode sair assim sem avisar, Tuck vai ficar muito preocupado." repreendeu enquanto se despedia das outras mulheres com um gesto de cabeça e seguia em direção aos seus aposentos, com a criança no colo. Roland parecia muito envergonhado pela atitude, e voltou a deitar a cabecinha no peito dela, ou para se aquecer, ou para que Regina não chamasse sua atenção. 

"Desculpe, Gina. Prometo que não faço mais." ele disse baixinho. "Eu queria ficar com você." se abraçou mais a ela. Regina deixou-se derreter, sabendo que Roland não havia feito por mal. Agora o que a preocupava era um possível resfriado, visto que Roland continuava a tremer em seus braços. Apressou seus passos e logo estava em seu quarto. 

Com Roland ainda em seu colo, Regina conjurou água morna na banheira e com todo o toque materno que tinha, despiu o garotinho e o colocou na água. Com um gesto de sua mão, a lareira em seu quarto também já estava acesa. Ela adorava dar banho em Roland. O menino se divertia com coisas tão pequenas e a cada risadinha dele seu coração aquecia. Momentos assim faziam ela lembrar de quando Henry tinha a mesma idade e reações que Roland. 

"Gina, o papa vai demorar?" ele perguntou, enquanto Regina ajudava-o a se ensaboar.  

"Eu não sei, macaquinho." respondeu apenas, porque realmente não tinha ideia. Naquele momento, condenava a infeliz ideia do Príncipe Encantado de ir em busca de um mago, que talvez pudesse ajudá-los a deter Zelena. "Vamos torcer para que não, huh?" 

"Você também está com saudade?" buscou os olhinhos dela e Regina sorriu. 

"Eu também estou com saudade, só não conte para o seu pai." ela apertou o nariz dele e o garoto gargalhou. 

"É o nosso segredo." disse feliz, sentindo-se muito importante por ter a confiança de Regina para aquilo. A morena riu e assim que acabaram o banho, vestiu-o com as roupinhas mais quentes que conseguira conjurar. 

Com Roland ao seu lado, as horas não demoraram mais a passar. O que não deixava Regina tranquila era que a cada segundo que passava, seu coração apertava mais pela demora de Robin. E o menino que agora voltara a chorar por preocupação com o pai também não parecia nada tranquilo. 

*** 

Os olhinhos castanhos de Roland brilharam assim que ele visualizou o bonito arco-íris que se formava no horizonte. O entardecer estava ainda mais frio, mas o garotinho havia pedido para que Regina fosse com ele até a janela, para que pudessem ver quando Robin se aproximasse do castelo. Querendo distraí-lo, Regina o pegou no colo e o levou até a sacada, e os dois foram surpreendidos por aquele fenômeno que fez a criança bater palminhas animadas. 

"Gina, nós podemos pegar o arco-ísis?" perguntou curioso e Regina sorriu com o erro dele e também com sua curiosidade. 

"Se diz arco-íris, e não. Infelizmente não é possível tocar nele, macaquinho." Ela explicou, tocando-lhe o nariz com a ponta do dedo. "Quando eu era pequena, também tinha vontade de tocar em um." contou. 

"Quando você era pequena tinha muitos?" se deitou sobre o ombro da mulher, os olhos curiosos para aquela ilusão de cores tão bonita. 

"Eu via muitos no inverno, ou sempre que chovia e depois vinha o sol." falou, acariciando os cachos castanhos.  

"O papa está demorando muito mesmo, Gina. Queria que ele visse o arco-íris com a gente." reclamou mais uma vez sobre a demora do pai, e Regina sabia que ia dar uns tapas em Robin por isso. Não aguentava mais não ter notícias para poder acalmar a criança. 

"Seu pai vai chegar logo, eu prometo. Você sabe quais são as cores do arco-íris e o que elas significam?" perguntou mudando de assunto e conseguindo a atenção do menino. Roland levantou a cabeça e disse um animado não. "Vamos fazer um jogo então, macaquinho." 

"Eu amo jogos!" Roland deu ênfase na palavra amo. Regina riu. "Como jogamos, Gina?" 

"Você vai me dizer quais as cores que enxerga nele e eu vou lhe contando o significado delas." Roland desviou rapidamente a atenção dela e encarou o arco-íris, a mãozinha indo sobre os olhos, para que enxergasse melhor. 

"Eu tô vendo a cor amarela." disse, voltando o olhar pra Regina, esperando que ela lhe contasse o significado.

"O amarelo significa alegria e luz." falou e Roland colocou a mãozinha no queixo, pensativo. 

"Amarelo é a cor do sol." concluiu e Regina afirmou com um sorriso. Roland virou-se novamente para o fenômeno a frente deles. "Agora eu vejo a cor azul e vermelha." 

"A cor vermelha significa amor e coragem, e a azul significa calma e harmonia." beijou a ponta do nariz dele mais uma vez e Roland riu faceiro. 

"Vermelho é a cor do batom que você usa sempre!" colocou o dedinho nos lábios dela delicadamente. "E azul é a cor dos olhos do papa. E do céu!" Regina ficou emocionada com as colocações do menino. Realmente, era exatamente calma que os olhos azuis de Robin lhe passavam sempre que olhava para ele. Ela beijou Roland na bochecha e deixou o menino encarar novamente o arco-íris. "Agora eu vejo… verde!" 

"Significa esperança, paz e equilíbrio." 

"Verde é a cor da grama e da roupinha da Tinkerbell. Eu gosto da Tinker." sorriram. "Huuum, agora mais difícil de descobrir, Gina. Acho que é laranja." 

"É porque agora elas vão se misturando… laranja significa prosperidade." ela explicou. 

"A cor perto do azul eu não consigo entender, Gina…" franziu o cenho. Regina chegou mais pra frente com ele, não querendo sair muito do quarto, para que o garotinho em seus braços não pegasse frio. 

"A cor é roxo. Significa espiritualidade." o garotinho sorriu pra ela, ainda encantado encarando toda aquela mistura. Regina apenas o observou por longos segundos. 

"Você é muito inteligente, Gina. Como sabe tudo isso?" curioso, deitou a cabeça no peito dela, fechando os olhinhos. 

"Quando eu tinha a sua idade eu perguntava tudo isso para o meu pai. E depois, eu contei tudo isso para o meu filho." beijou os cabelos dele, enquanto caminhava devagar para dentro do quarto novamente. 

"E agora contou para o seu macaquinho!" Regina riu. 

"Agora eu fiz isso, sim. O que você acha de irmos comer alguma coisa?" colocou ele no chão e Roland pegou a mão dela. 

"Sim! Eu começando a ter fome. E aí eu posso contar pra Tinker que a cor da roupa dela tem no arco-ísis." saiu correndo, animado. Regina foi logo atrás, o coração mais calmo pelo menino ter esquecido um pouco o fato do pai não estar presente. 

Mas diferente de Roland, a morena não conseguia se distrair. 

***

O som da porta se fechando foi o que tirou Regina de seus pensamentos. Fazia apenas alguns minutinhos que conseguira fazer Roland dormir. Assim que encarou a figura de Robin a mulher sentiu seu corpo ser tomado por alívio no mesmo instante. 

Ela sentia vontade de abraçá-lo, beijá-lo e também de gritar com ele por ter se atrasado tanto. Mas por Roland estar no quarto, assim que se aproximou do ladrão, Regina fez somente a primeira e segunda opção. Se agarrou aos ombros de Robin e beijou seus lábios, completamente aliviada. O homem correspondeu o beijo na mesma proporção, agarrando a cintura fina e puxando seu corpo para ele. Quando o ar faltou, se afastaram e se encararam por alguns segundos, antes de Regina o abraçar e deitar em seu peito. 

"Onde vocês estavam? Quase nos mataram de preocupação. Você está bem?" se afastou, ficando em alerta ao notar o corte que o homem tinha na têmpora. "Robin…" 

"Está tudo bem, não se preocupe. Estamos todos bem." beijou a mão dela que foi parar em seu rosto. Regina fitou o machucado, sentindo-se aliviada ao ver que era algo apenas superficial. 

"O que aconteceu? Você se machucou…" encarou os azuis, vendo Robin sorrir antes de puxá-la novamente para seus braços. Regina não resistiu, o abraçou de volta. 

"Estou bem, meu amor. Encontramos alguns obstáculos no caminho de volta, macacos voadores para ser mais exato. Mas foi apenas um susto, estamos todos bem." Beijou demoradamente a testa dela. Regina sentiu o corpo ferver de raiva. Zelena havia mandado aqueles malditos macacos para causar algum estrago, ela tinha certeza. Sentiu Robin colocar o dedo indicador em seu queixo, chamando sua atenção. "Regina, respire. Está tudo bem." 

"Como pode estar tudo bem, Robin? Você está machucado, Roland chorou até pegar no sono porque você não havia chegado ainda… Eu pedi pra você não ir!" Regina sussurrou, porque se falasse mais alto sabia que aquilo sairia em um grito. Robin suspirou, olhando por cima dos ombros dela e encontrando a figura do filho dormindo na cama. Depois voltou os olhos para a sua Rainha, pegando-a pelas mãos e mais uma vez a puxando para um abraço. 

"Eu estou bem, eu juro. Pensar em vocês dois agoniados aqui era o que estava me deixando mais preocupado, Regina. Ver que você e Roland estão bem já me recarrega as energias. Desculpe se te preocupei." beijou a testa dela. Regina suspirou… e respirou fundo. "Vocês já jantaram?" 

"Roland comeu há algumas horas atrás." ela respondeu, observando enquanto Robin foi até a ponta da cama e beijou o filho. "Eu não consegui comer." 

"Bem, metade do que eu tinha prometido vou conseguir realizar, então." puxou-a para seu colo assim que ela se aproximou. Regina deixou um sorriso fraco escapar de seus lábios. "Então Roland resolveu fugir e ficar com você?" acariciou o cabelo do filho, ambos olhavam para a criança que dormia tranquilamente. 

"Eu quase morri de susto quando vi ele entrando na sala do trono." sorriu, contando a Robin tudo que tinha acontecido. O loiro ouvia hora sorrindo, hora com o cenho franzido. "Está tudo bem. Estamos bem. E acho que agora precisamos cuidar de você." ela passou novamente as mãos no rosto dele, onde havia o corte. 

"Eu iria amar ser cuidado por você." ele acariciou a bochecha dela. 

"Não que eu ache que o senhor está merecendo…" ela disse, sorrindo quando ele beijou-lhe o ombro e sua bochecha. 

Mesmo assim, depois de trocarem um beijo, Regina fez questão de preparar um banho para Robin, cuidando de cada um dos cortes que ele tinha. E ela descobriu que eram vários, além do da têmpora . O homem parecia agradecido por estar de volta, com ela e Roland. E Regina se apegou a isso, se não, era capaz de declarar guerra contra Zelena. 

Depois eles jantaram e tomaram vinho, e Regina se permitiu aproveitar do aconchego dos braços de Robin antes de eles irem para a cama com Roland. No sofá em frente a lareira, enquanto observava vez ou outra se o menino estava bem, Regina se permitiu trocar carinhos e beijos doces com Robin, certificando-se que ele estava realmente ali com ela e aquele agoniante dia havia passado. 

"O cheiro de floresta não sai de você." ela disse, depois de beijar o pescoço dele. Robin sorriu, apertando-a mais em seu abraço. 

"Isso é bom?" os lábios pararam na testa dela, em um delicado beijo. 

"Eu gosto." buscou os lábios dele. "Obrigada por ter voltado para nós." sussurrou, os dedos acariciando levemente a barba por fazer. Regina o encarava com intensidade, com zelo, e, com o coração batendo dentro do peito, Robin detectou amor nos olhos dela. 

"Eu disse que voltaria." beijou a ponta do nariz da mulher, fazendo-a sorrir genuinamente. "Aí está… o sorriso elusivo e gratificante o qual eu vejo sempre que fecho os meus olhos." Regina sentiu os olhos marejarem e não conseguiu evitar o sorriso em seus lábios. E logo depois estavam se beijando novamente, e teriam continuado, se uma voz sonolenta não tivesse os interrompido. 

"Papa?" Roland levantou a cabeça, procurando a figura de Robin. O homem sorriu quando os olhinhos de Roland encontraram os dele, e Regina saiu de seu colo para que pudessem ir até a cama. Antes mesmo que chegassem até lá Roland já estava correndo até Robin e pulando em seu colo, abraçando o pai com toda a força que tinha. 

"Ei, pequeno. Que delícia esse abraço!" beijou os cabelos e o rostinho pequeno e Roland se permitiu rir baixinho. Regina os admirava encantada, já deitada em sua cama, esperando que os dois se juntassem a ela. "Você está bem?" seguiu com o menino até a cama. 

"Sim, papa. Eu estava triste porque você não chegava nunca!" enfatizou a última palavra, deitando-se no peito do pai, sorrindo quando sentiu Regina massagear seus pézinhos por cima da meia. "Nós vamos dormir com a Gina? Eu amo dormir com a Regina!" comemorou ao ver Robin confirmar com a cabeça, sentindo um beijo de Regina em seu ombro. 

"Nós vamos dormir aqui com a Gina, filho. Você me perdoa por ter demorado tanto?" desculpou-se com o filho, assim como havia se desculpado com a Regina. 

"Eu desculpo, papa. Gina e eu ficamos com medo de você não voltar, mas agora você está aqui. E tá inteirinho, né Gina?" Levantou a cabeça para encontrar o olhar de Regina. 

"Inteirinho, macaquinho." acariciou os cachos de Roland, sentindo Robin lhe beijar o ombro. "Conte para o seu pai o que vimos hoje." ela o lembrou do fenômeno das cores e os olhos de Roland se arregalaram. 

"Papa! Um arco colorido lá no céu. A Regina me ensinou todas as cores." levantou as mãozinhas, começando a contar nos dedinhos miúdos. "Tem verde, laranja, vermelho, roxo, amarelo e azul como os seus olhos!" Roland contou, contornando com a outra mão um dos olhos de Robin. 

"Isso é incrível!" ele beijou a mãozinha de Roland que estava em seu olho. "Fico feliz que tenham se divertido." 

"E eu fugi do Tuck!" exclamou rápido, abaixando a cabeça. Regina juntou os lábios para não rir e ficou observando a interação dos dois. "Mas só fugi porque queria muito ver a Regina, papa. Prometo que não faço mais."

"Eu não quero mesmo que faça mais isso, Roland. Sempre que quiser ver a Regina tem que pedir para alguém lhe trazer até ela." ele repreendeu o filho, que concordou com a cabeça, prometendo que não faria mais aquilo. 

E mesmo que estivesse cansado, Robin e Regina ficaram mais uma longa hora conversando com um animado Roland, afinal, o garotinho havia acordado com bastante energia para gastar com o pai.

Regina percebeu naquele momento que gostava mais do seu quarto daquele jeito. Toda vez que uma risada de Robin e uma gargalhada de Roland preenchiam o cômodo, ela sentia como se seu coração fosse preenchido também. 

Fechou os olhos por alguns segundos e pediu silenciosamente que Henry estivesse feliz, onde quer que estivesse morando com Emma. E abriu os olhos ao sentir uma mãozinha miúda lhe tomar o rosto, chamando sua atenção. 

"Gina, conta pro papa o que as cores representam." pediu, indo pro colo dela. Regina o recebeu com um monte de beijos, e juntos, listaram para Robin todos os significados das cores do arco-íris. 

Naquele momento feliz, Regina percebeu que Robin, Roland e Henry, mesmo de longe, eram o arco-íris dela: eram o amor, a coragem, a paz, o equilíbrio e seu fio mais forte de esperança. 


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Notas finais do capítulo

Olá de novo!
Tempos difíceis os que estamos vivendo, mas espero que vocês estejam a salvo e se cuidando.
Eu estava há muito tempo querendo escrever essa one shot e ela ficava rodando e rodando na minha cabeça. Só fui dar voz a ela essa semana e acho que saiu algo bem legal para aquecer o coração de vocês.
Desculpe se tiver algum erro.
Espero que tenham gostado.
Lavem as mãos, fiquem em casa se possível e não esqueçam: long live OutlawQueen!
Beijos!



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